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Unidade Curricular

Máquinas Elétricas
Instrutor: Everton Thiarles
CONHECIMENTOS (EMENTA)
• Magnetismo e eletromagnetismo
• Transformador
• Fundamentos de circuitos trifásicos
• Transformador trifásico
• Motores de indução (assíncrono)
• Motor de corrente contínua
• Motor universal
• Motor síncrono
• Gerador síncrono
• Sincronização de geradores elétricos
MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO

a) a origem do magnetismo e as características dos imãs;


b) como o magnetismo e o eletromagnetismo explicam os
fenômenos magnéticos gerados pela circulação da corrente
elétrica por um condutor;
c) como o eletromagnetismo tem importância fundamental para
a compreensão do funcionamento de motores, de geradores e
de transformadores;
d) o cálculo da densidade de fluxo, ou indução magnética;
e) as Leis de Faraday, as Leis de Lenz e a Força de Lorentz.
CONCEITO DE MAGNETISMO

O magnetismo é uma propriedade de certos materiais


que o tornam capazes de exercer uma atração sobre
outros materiais, como o ferro, o aço, o níquel, o
cobalto e as ligas especiais.
ÍMÃS

Um imã é qualquer material que possui propriedades


magnéticas, ou seja, que tem a capacidade de atrair
substâncias magnéticas, como os metais ferrosos em
geral.
Existem dois tipos de imãs:
a) Os imãs naturais são materiais encontrados na natureza e
que apresentam propriedades magnéticas, por exemplo, a
magnetita.
b) Os imãs artificiais são barras de materiais ferrosos
magnetizadas por processos artificiais e cujos campos
magnéticos podem ser temporários ou permanentes.
POLOS MAGNÉTICOS DE UM ÍMÃ

As forças de atração magnética de um imã manifestam-


se com maior intensidade nas suas extremidades, que
são denominadas de polos magnéticos.
PROPRIEDADES CARACTERÍSTICAS DOS ÍMÃS
Inseparabilidade dos polos
Cada vez que um imã é dividido, imãs menores são obtidos.
Apesar de menores, todos os imãs resultantes de uma divisão
apresentam um polo norte e um polo sul.
Interação entre imãs
Se dois polos magnéticos diferentes forem aproximados, haverá
uma atração entre os dois imãs.
Se dois polos magnéticos iguais forem aproximado, haverá uma
repulsão.
CAMPO MAGNÉTICO – LINHAS DE FORÇA

O espaço ao redor do imã em que há atuação das forças


magnéticas é chamado de campo magnético.

Os efeitos de atração ou repulsão entre dois imãs ou de atração


de um imã sobre os materiais ferrosos ocorrem devido a
existência desse campo magnético.
ELETROMAGNETISMO

É um fenômeno magnético provocado pela circulação


de uma corrente elétrica. O termo eletromagnetismo
aplica-se a todo fenômeno magnético que tenha
origem em uma corrente elétrica.
CAMPO MAGNÉTICO EM UM CONDUTOR

A corrente elétrica cria um campo magnético.


As linhas de força do campo magnético criado pela
corrente elétrica que passa por um condutor são
circunferências concêntricas em um plano
perpendicular ao condutor.
REGRA DA MÃO DIREITA
Quando envolvemos o condutor com a mão direita, o polegar indica o sentido
da corrente elétrica que está percorrendo o fio. Enquanto isso, os demais
dedos estão dobrados envolvendo o condutor e indicando o polo norte
magnético gerado pela corrente elétrica.
CAMPO MAGNÉTICO EM UMA ESPIRA CIRCULAR
O polo norte é aquele do qual as linhas de indução
magnética saem e o polo sul é aquele em que as linhas
entram.
CAMPO MAGNÉTICO EM UMA BOBINA (OU SOLENOIDE)

Para obter campos magnéticos de maior intensidade a partir da


corrente elétrica, basta enrolar o condutor em forma de espiras,
constituindo uma bobina.
A figura a seguir mostra uma bobina constituída por
várias espiras, ilustrando o efeito resultante da soma
dos efeitos magnéticos individuais.
A intensidade do campo magnético em uma bobina depende
diretamente da intensidade da corrente e do número de espiras.

O núcleo é a parte central das bobinas. Ele pode ser composto por:
a) ar, quando nenhum material é colocado no interior da bobina;
b) material ferroso, quando há ferro ou aço, por exemplo, no interior
da bobina. Esse recurso é usado a fim de que se possa obter maior
intensidade de campo magnético em uma mesma bobina. Nesse caso,
o conjunto bobina-núcleo de ferro é chamado eletroimã.
Exemplo de eletroímã industrial:
PRINCIPAIS LEIS DO ELETROMAGNETISMO

Michael Faraday foi o cientista que primeiro


desenvolveu o conceito moderno de campos elétricos e
magnéticos, quando, em 1831, apresentou suas ideias
sobre linhas de indução, que mais tarde foram
comprovadas matematicamente por James Clerk
Maxwell.
Em 1833, Heinrich Lenz, em seus estudos, estabeleceu que o
sentido da corrente elétrica induzida se comporta de tal maneira
que o campo magnético criado por ela opõe-se a variação do
campo magnético que a produziu.

Em 1892, Hendrik Lorentz desenvolveu a Lei da Força que tem


seu nome e que contribuiu para o cálculo da força total tanto
dos campos elétricos como dos campos magnéticos.
LEI DE FARADAY
Nesta primeira experiência, Faraday concluiu que a
corrente que circula pela espira com o amperímetro é
denominada corrente induzida, já que é produzida por
uma força eletromotriz (fem) induzida Ve.
No circuito da figura a seguir, ligando-se a chave, ocorre
um pequeno e rápido desvio na agulha do
amperímetro.
O mesmo acontece se a chave for desligada. O desvio,
porém, será em sentido oposto. E se a chave for
mantida ligada, por maior que seja a corrente
circulando na espira esquerda, não haverá qualquer
indicação no amperímetro.

A Lei de Faraday ou Lei de Indução Eletromagnética,


enuncia que quando houver variação do fluxo
magnético através de um circuito, surgirá nele uma
força eletromotriz induzida.
LEI DE LENZ

Essa Lei foi concebida pelo físico russo Heinrich Lenz,


pouco tempo depois da descoberta da indução
eletromagnética por Michael Faraday (1831).

Em 1834, Lenz propôs uma regra, que ficou conhecida


como Lei de Lenz, para a determinação do sentido da
corrente induzida.
Por essa lei, estabeleceu-se que o sentido de uma força eletromotriz induzida
é tal que a corrente induzida ocorre sempre de forma a contrariar a variação
da grandeza que a produziu.
LEI DA FORÇA DE LORENTZ
A Lei da Força de Lorentz calcula a intensidade da forca
magnética em uma partícula carregada eletricamente
com velocidade v e imersa em um campo magnético.

Ela descreve o efeito de E (campo elétrico) e B (campo


magnético) sobre uma carga elétrica pontual (de
prova).
REGRA DA MÃO ESQUERDA
Para carga positiva:

Obs.: para carga negativa, o vetor F (força magnética) terá


sentido para baixo.
CORRENTE ALTERNADA

A principal característica da tensão alternada é que ela


muda constantemente de polaridade.

Isso provoca nos circuitos um fluxo de corrente ora em


um sentido, ora em outro.
GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA
Representação esquemática de um gerador elementar
Posição 0º
Posição 90º
Posição 180º
Posição 270º
Posição 360º
TRANSFORMADOR
É um equipamento estático que transfere energia entre seus
enrolamentos, provocando a variação dos valores de tensão e
corrente, mantendo os valores de potência e de frequência
constantes. Constituído de dois enrolamentos e um núcleo, que
os interliga magneticamente.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
Aplica-se uma tensão alternada (V1) ao enrolamento
primário do transformador. Verifica-se que o
enrolamento primário é um circuito elétrico fechado,
aparecendo então uma corrente I0, denominada de
corrente de excitação. Esta corrente cria no
enrolamento primário um fluxo (Φm), que circulará pelo
caminho de menor relutância oferecida pelo núcleo,
cortando assim o enrolamento secundário.
Se I0 for alternado, o fluxo produzido será variável, o que
provocará no enrolamento secundário o aparecimento de uma
Fem (força eletromotriz) induzida, conforme prevê a Lei de
Faraday.

Observe que para facilitar a explicação, consideramos que:


• O transformador é ideal, isto é, sem perdas internas;
• O secundário está em aberto (sem carga), logo sem
circulação de corrente.
RELAÇÕES DO TRANSFORMADOR
TERMOS PRINCIPAlS UTILIZADOS EM TRANSFORMADORES
AUTOTRANSFORMADOR
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
TRANSFORMADOR TRIFÁSICO
Os transformadores trifásicos podem ser construídos de duas
maneiras:

(a) banco trifásico (composto por 3 transformadores


monofásicos)

(b) núcleo trifásico (composto por um único núcleo –


mononuclear)
A conexão em banco trifásico facilita a manutenção e
substituição dos transformadores, porém com maior custo de
investimento.
Esta forma de ligação resulta em transformadores menores e
mais baratos devido a necessidade de menos material
ferromagnético, porém com menor flexibilidade de
manutenção.
Transformador a Seco de 20MVA fabricado no Brasil pela WEG
Por que precisamos usar transformadores trifásicos?

Os sistemas de geração, transmissão e distribuição de


energia elétrica são sistemas trifásicos pois o volume
de material condutor na transmissão em sistemas
trifásicos é menor para a mesma quantidade de
energia transmitida quando comparado com sistemas
monofásicos ou outros sistemas polifásicos.
A capacidade dos geradores aumenta em função do
número de fases.

Para o funcionamento dos motores elétricos é


necessário termos campos magnéticos girantes, o qual
não é possível ser gerado em sistemas monofásicos.
Transformadores monofásicos possuem em geral
pequena capacidade de potência aparente (chamada
capacidade de transformação). Quando se necessita
de maiores potências utilizam-se transformadores
trifásicos.
DADOS DE PLACA TRANSFORMADOR TRIFÁSICO
PARALELISMO DE TRANSFORMADORES

Tem como objetivo aumentar a potência fornecida ao sistema.

Isso só será possível seguindo as seguintes regras:


• Trafos devem possuir a mesma relação de transformação;
• Devem possuir a mesma tensão no secundário;
• Devem ter o mesmo esquema de fechamento;
• Devem possuir a mesma impedância percentual (desejável).
Para valores diferentes, a impedância média percentual não
deve exceder 10%.
IMPEDÂNCIA PERCENTUAL

• A impedância percentual ou tensão de curto circuito


corresponde a uma parte da tensão nominal do
enrolamento primário suficiente para fazer circular a
corrente nominal no enrolamento secundário, desde
que este esteja fechado em curto circuito.

• O valor de Z% varia entre 2 e 9% e vem marcado na


placa dos trafos com os símbolos: Z%, UK% ou Vcc%.
• Quando os transformadores têm as mesmas
características, as cargas são distribuídas de forma
igual.

• Se os transformadores em paralelo possuem


valores de impedância percentual diferentes, o
trafo com menor Z% fica com maior carga.
Para colocar transformadores em paralelo é necessário saber se
nenhum deles vai sofrer sobrecarga. Sendo suas impedâncias
percentuais diferentes, temos:
MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA
Geradores e Motores
A máquina é um motor, quando transforma energia
elétrica em energia mecânica. Quando transforma energia
mecânica em energia elétrica, ela é um gerador.
Do ponto de vista da construção, motores e geradores de
CC são iguais.
Assim, um motor de CC pode funcionar como gerador de
CC e vice-versa.
CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
As máquinas de corrente contínua, tanto motores como os
geradores, são divididas em duas partes: estator e rotor.
COMUTADOR DE 2 LÂMINAS
Na prática, os Campos Magnéticos da maioria dos Geradores
de C.C. são eletromagnéticos.

Só os geradores muito pequenos, usam ímãs permanentes.

As bobinas de campo devem ser ligadas a uma fonte de C.C., a


fim de que possam produzir o campo constante necessário
para o gerador.
A C.A. não produz um campo constante em uma bobina de
campo e, portanto, não pode ser usada.

A corrente contínua nas bobinas de campo é chamada de


corrente de excitação e pode ser suprida por uma fonte de
C.C. separada ou pela própria saída do gerador.
Classificação dos Geradores de CC
Os geradores de C.C. são classificados de acordo com o tipo de
ligação (excitação) para a alimentação de suas Bobinas de Campo.

Assim, temos:
• Geradores de C.C. com excitação independente, quando a
corrente de alimentação vem de uma fonte externa;
• Geradores de C.C. com auto-excitação, quando a corrente de
excitação vem do próprio gerador.
No Gerador de C.C. com excitação independente, as
bobinas de campo são construídas com várias espiras de fio
relativamente fino.

Essas espiras são alimentadas (excitadas) por uma fonte


externa, como mostra a representação esquemática.
Excitação independente
O Campo Magnético de um Gerador de C.C. com
excitação em separado (independente), é
independente da armadura, porque a sua corrente é
fornecida por uma Fonte de C.C. ou por uma bateria
de acumuladores.
O Campo com excitação em separado proporciona um controle
muito sensível da potência de saída do Gerador, porque a
corrente de excitação é independente da corrente na carga.

Uma pequena variação na corrente de campo resulta em uma


grande variação na corrente na carga.
O gerador com excitação em separado é usado
principalmente em sistemas automáticos de controle
de motores.

Nestes sistemas, o campo é controlado por uma fonte


de C.C. e a saída do gerador fornece a corrente da
armadura, que alimenta o motor.
GERADORES DE C.C. AUTO-EXCITADOS

Os geradores auto-excitados usam uma parte de sua


própria saída para fornecer corrente de excitação para
o campo.

Estes geradores são classificados de acordo com o tipo


de ligação de campo usado.
Os diversos tipos de Geradores utilizam os três
circuitos básicos de C.C:

• Série;
• Paralelo ou Shunt;
• Composto.
Configurações dos Tipos Geradores de C.C.
a. Excitação separada;
b. Excitação série;
c. Excitação shunt ou paralela;
d. Excitação composta ou mista.
Gerador série
Tem as espiras das bobinas de campo ligadas em série com a
armadura, de modo que toda a corrente da armadura passa pelo
campo e pela carga.
As bobinas de campo são constituídas por poucas espiras de fio
relativamente grosso, ou seja, com bitola suficiente para
suportar a corrente de armadura.
Quando o gerador não está ligado a uma carga, o circuito está
incompleto e não há corrente para excitar o campo.
Bobina de Campo
em Série

Armadura
É preciso notar que nesse gerador a corrente de
carga é a própria corrente de excitação.

No trabalho em vazio a f.e.m. é gerada apenas pelo


magnetismo residual das sapatas polares.
Bobina de
Campo em
Série
Ao acrescentar carga ao Gerador, uma corrente circula pela
carga e pela bobina de excitação, fazendo com que aumente o
fluxo indutor e, por conseguinte, a tensão gerada.
Ao elevar-se a tensão, a corrente aumenta e,
consequentemente, aumenta também o fluxo indutor.
Isso se repete até que se verifique a saturação magnética,
quando a tensão se estabiliza.
Observação:
Antes da saturação magnética, a tensão pode alcançar
valores perigosos.

Para evitar que a tensão se eleve, quando se acrescenta


uma carga ao circuito, coloca-se um reostato em paralelo com a
excitação.
Reostato
Gerador Paralelo - Shunt

No Gerador de C.C. em Paralelo (Shunt), as bobinas de campo


são ligadas em paralelo com o induzido.

Elas são formadas por várias espiras de fio relativamente fino,


cuja bitola varia de acordo com a potência do motor/gerador.
Essa bitola deve ser suficiente para suportar a corrente do
campo paralelo.

A corrente de excitação provém de uma pequena parcela da


corrente do gerador e pode ser controlada por um reostato
ligado em série com o campo magnético.
Gerador Paralelo - Shunt

Bobina de
Armadura Campo em
Paralelo
Bobina de Campo em
Paralelo
Assim que o gerador entra em funcionamento, a tensão
geradora em vazio é devida ao magnetismo residual.

Essa tensão faz circular uma corrente pela bobina de


excitação, o que, por sua vez, reforça o fluxo magnético e
eleva a tensão gerada até o ponto de saturação do fluxo.
É neste momento que a tensão se estabiliza.
A corrente do gerador deve alimentar tanto a carga como a
bobina de campo, pois ambas estão em paralelo. Assim, a
tensão gerada diminui com o aumento de carga. A cada
aumento de carga há uma diminuição na excitação e,
consequentemente, uma queda na tensão.
Se ocorrer um curto, ocorre também uma elevação instantânea
da corrente.
Em seguida, o gerador deixa de gerar energia, pois a
tensão nos terminais será nula, não havendo, portanto,
excitação.

CONCLUSÃO:
Num Gerador Shunt, apenas uma pequena parte da
corrente da armadura passa pelas bobinas de campo; o
restante passa pela carga.
Como o campo “shunt” e a armadura formam um
circuito fechado independente da carga, o gerador é
excitado mesmo quando sem carga.

Os símbolos representados abaixo são usados para


identificar as bobinas de campo (Estator) e da armadura
(Rotor) nos diversos circuitos de geradores.
Símbolo da Símbolo da
Bobina da Bobina de
Armadura Campo
Quando um gerador começa a funcionar, mesmo sem
excitação, aparece uma força eletromotriz (fem) de pequeno
valor devido ao magnetismo residual.

Durante a excitação gradativa do gerador, ocorre também


um aumento gradativo do fluxo magnético.
No Gerador de C.C. da Figura acima, o enrolamento do
Estator é excitado por uma Fonte de C.C. externa e no eixo do
Rotor impõe-se um torque mecânico.

Quando o enrolamento do Rotor corta as linhas de força,


uma f.e.m. senoidal é induzida nele, sendo retificada por meio
de uma retificação mecânica (comutador).
Consequentemente, a tensão gerada eleva-se de
modo gradual.
Isso ocorre até que haja a saturação magnética.
Quando isso acontece, o acréscimo da corrente
excitadora não aumenta o fluxo magnético.
Quando o gerador é posto em carga, a tensão por
ele fornecida diminui.
Isto se deve a três fatores:
• resistência do enrolamento do induzido;
• resistência de contato nas escovas;
• diminuição do fluxo indutor pela reação
do induzido.

Nesses tipos de geradores, para que a tensão se mantenha


constante, a cada aumento de carga deve haver, manual ou
automaticamente, um aumento da excitação.
Gerador CC com excitação composta
(“compound”) ou Mista
No gerador de CC misto, a excitação é efetuada por
dois enrolamentos.
Um deles é constituído por poucas espiras de fio
grosso ligadas em série com o induzido.
O outro é formado por várias espiras de fio fino
ligadas em paralelo com o induzido.
Nesse gerador, a tensão mantém-se constante tanto
em carga como em vazio, já que ele reúne as
características dos geradores em série e em paralelo.
As bobinas de campo em paralelo são excitadas por
uma parte da corrente da armadura, enquanto que a
corrente total da carga passa pelas bobinas em série.
Portanto, quando a carga aumenta, a intensidade do
campo em série também aumenta.
MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

O funcionamento do motor de corrente contínua baseia-se no


princípio da reação de um condutor, colocado num campo
magnético fixo, ao ser percorrido por uma corrente elétrica.

A interação entre o campo magnético fixo e o campo


magnético produzido pela corrente, que circula no condutor,
provoca o aparecimento de uma força. É essa força que
expulsa o condutor para fora do campo magnético fixo.
FORÇA CONTRA ELETROMOTRIZ
Quando o rotor do motor de CC começa a girar, condutores de
cobre cortam as linhas magnéticas do campo. Em
consequência, uma força eletromotriz induzida força a
circulação de corrente no circuito da armadura, no sentido
contrário à corrente de alimentação do motor.

A força eletromotriz induzida, por ser de sentido contrário à


tensão aplicada, recebe o nome de força contra-eletromotriz
(fcem).
REAÇÃO DE ARMADURA (INDUZIDO)

Nas máquinas de CC, quando não circula corrente no induzido,


o campo magnético produzido pelas bobinas do estator é
constituído por linhas retas, e a densidade do fluxo é
praticamente uniforme.

Quando uma corrente é aplicada ao induzido com uma fonte


externa qualquer e se interrompe a corrente das bobinas do
estator, o campo magnético produzido no induzido será
constituído por linhas concêntricas.
Quando a máquina estiver em funcionamento e com carga, ou
seja, quando a máquina estiver com corrente circulando nas
bobinas do estator e nos condutores do induzido, seus campos
magnéticos interagem formando um novo campo magnético
com as linhas distorcidas e sem uniformidade.
IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS DAS MÁQUINAS DE CC
TIPOS DE MOTORES CC
Assim como acontece com os geradores, os motores
também são classificados segundo o tipo de ligação
de seus campos, ou seja: motor de CC em série,
motor de CC em paralelo (shunt), motor de CC misto
(composto) e motor CC de campo independente.
MOTOR SÉRIE
No motor de CC em série, as bobinas são constituídas por
espiras de fio relativamente grosso ligadas em série com o
rotor (induzido).
Por causa da ação magnética, nesse motor, o conjugado é
diretamente proporcional ao fluxo indutor e à corrente que
circula pelo induzido.
Esses motores possuem arranque vigoroso. A partida e a
regulagem de velocidade podem ser feitas por meio do
reostato intercalado no circuito.
No arranque, o valor da corrente e, por consequência, o
fluxo magnético são elevados. Isso fornece um alto
conjugado ao motor.

Esse tipo de motor é indicado para casos em que é


necessário partir com toda a carga. Por isso, eles são usados
em guindastes, elevadores e locomotivas, por exemplo.
Como tendem a disparar (aumentar a rotação), não é
recomendável que esses motores funcionem a vazio, ou
seja, sem carga.
Diagrama bipolar
Diagrama esquemático
MOTOR SHUNT
No motor de CC em paralelo, as bobinas de campo são
constituídas por muitas espiras de fio relativamente fino e
ligadas em paralelo com o induzido.

O reostato de armadura (Ra), ligado em série com o induzido,


limita a corrente no momento da partida. E o reostato de
campo (Rc), ligado em série com as bobinas do campo
magnético, regula a velocidade dentro de determinado limite.
Na partida, o cursor do reostato Rc deve estar no ponto médio
para possibilitar o ajuste de velocidade. A resistência do
reostato Ra, por sua vez, deve estar intercalada no circuito.
Pela ação eletromagnética, o conjugado é proporcional ao fluxo
e à corrente. No momento da partida, a corrente no induzido
deve ser limitada pelo reostato, o que diminui o conjugado. Por
isso, recomenda-se que esse tipo de motor inicie seu
funcionamento em vazio, ou seja, sem carga.

O motor de CC em paralelo é empregado, por exemplo, em


máquinas-ferramentas.
Diagrama bipolar
Diagrama esquemático
MOTOR COMPOSTO
No motor de CC misto, as bobinas de campo são constituídas
por dois enrolamentos montados na mesma sapata polar. Um
desses enrolamentos é de fio relativamente grosso e se liga
em série com o induzido. O outro, de fio relativamente fino,
se liga em paralelo com o induzido.

Esse tipo de motor apresenta características comuns ao motor


em série e ao motor em paralelo.
Assim, seu arranque é vigoroso e sua velocidade estável em
qualquer variação de carga. Pode também partir com carga.
Na partida, a resistência do reostato do campo paralelo (RC)
deve estar totalmente intercalada no circuito. Isso permite que
o motor se comporte como motor em série sem o perigo de
disparar, mesmo quando a carga é pequena ou nula. Por sua
vez, o reostato da armadura (Ra), ligado em série com o
induzido, limita a corrente no momento da partida. Após a
partida, o cursor RC é deslocado para ajuste da velocidade.

Esses motores são empregados em prensas, estamparia, etc.


Diagrama bipolar
Diagrama esquemático
MOTOR DE CAMPO INDEPENDENTE
Neste tipo, o campo magnético é alimentado através de uma
fonte independente e é usado em casos especiais, no qual
pode-se variar um campo magnético independente de variar a
armadura.

• O enrolamento indutor é alimentado por uma fonte de


alimentação exterior ao motor.
• Os enrolamentos do indutor e do induzido formam
circuitos elétricos distintos.
• O motor apresenta uma velocidade constante para
qualquer valor de carga.
• Apresenta um inconveniente que é de ser necessária uma
fonte de alimentação exterior.
• Para se poder inverter o sentido de rotação deste tipo de
motor basta inverter a polaridade de uma das fontes de
alimentação.

Utilização: Este tipo de motor é o mais indicado e o mais usado


em locais onde se necessite de variar frequentemente o
sentido de rotação, mantendo uma velocidade constante. É
utilizado, por exemplo, nas antenas parabólicas dos radares.
Diagrama esquemático
MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO (MIT)
Os motores de indução trifásicos são os mais utilizados nas
indústrias nos dias de hoje devido à facilidade de instalação,
manutenção fácil e barata, custo reduzido e torques muito
satisfatórios.

No passado este motor não era muito utilizado devido a grande


dificuldade encontrada em efetuar controles de velocidade,
partida e torque, pois era necessário controlar tensão de
alimentação e frequência ao mesmo tempo e as tecnologias do
passado não permitia tal controle.
CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
As máquinas de indução, assim como os motores de corrente
contínua, podem ser divididas em duas partes fundamentais: o
estator e o rotor.

O estator é onde são instaladas as bobinas de campo, onde


será gerado o campo magnético girante da máquina.

Percebe-se que o estator é construído de material aço


magnético, ou seja, material que permite a circulação de
campo magnético.
O material que constituí o estator possui várias ranhuras para
alojamentos das bobinas, permitindo que os condutores sejam
bem encaixados para a geração de campo magnético girante
Veremos abaixo algumas partes construtivas do MIT, como
mostrado na figura 52:

• Ventoinha: Hélices acopladas ao rotor com o objetivo de


refrigerar, trocar calor, com a estrutura do motor.
• Placa de identificação: Placa fixada de fábrica contendo
dados do motor.
• Rolamentos: Tem a função de reduzir o atrito de giro do
rotor.
• Chaveta: Tem a função de acoplar o eixo do motor em
alguma polia, flange e etc.
• Carcaça: Estrutura externa ao estator com a função de fixar
o motor na estrutura e fixar as peças do estator.
• Caixa de ligações: onde são feitas as ligações dos cabos de
alimentação do motor e fechamentos das bobinas.
• Olhal: Local por onde o motor é içado ou transportado.
Estator
TIPOS DE ROTORES

• Rotor bobinado;

• Rotor gaiola de esquilo ou


curto-circuitado.
Rotor Bobinado

O motor de indução com rotor bobinado em geral é


utilizado para partir cargas de alta inércia ou que exijam
conjugados de partida elevados, ou ainda, quando o
sistema de acionamento requer partidas suaves.

O rotor é constituído por um núcleo de chapas de aço


silício, isoladas entre si, sobre o qual são alojadas as
espiras que constituem os enrolamentos.
É envolvido por um enrolamento isolado semelhante ao
enrolamento do estator. Os enrolamentos de fase do
rotor (trifásico) são trazidos para o exterior através de
três anéis coletores montados sobre o eixo do motor. O
enrolamento do rotor não está ligado a nenhuma fonte
de alimentação. Os anéis coletores e as escovas
constituem simplesmente uma forma de se ligar
resistências variáveis externas, em série, com o
circuito do rotor.
Rotor bobinado
As resistências variáveis (uma para cada anel coletor)
proporcionam um meio para aumentar a resistência do
rotor durante a partida, a fim de melhorar suas
características de partida. Quando o motor atinge sua
velocidade normal, os enrolamentos são curto-
circuitados e o funcionamento passa a ser semelhante
ao de um rotor de gaiola. As resistências variáveis,
também permitem controlar a corrente no rotor e a
velocidade do motor.
Rotor Gaiola de Esquilo

O motor de indução com rotor tipo gaiola de esquilo geralmente é o mais


utilizado para acionamento de compressores, bombas e ventiladores etc.

Consiste de barras de cobre ou alumínio, de grande seção, unidas em


cada extremidade por um anel de cobre, alumínio ou de bronze. Não há
necessidade de isolamento entre o núcleo do rotor e as barras, porque as
tensões induzidas nas barras do rotor são muito baixas. O entreferro
entre o rotor e o estator é muito pequeno, para se obter a máxima
intensidade de campo.
A vantagem deste rotor, em comparação ao do rotor
bobinado, é que este resulta numa construção do induzido
mais prática, mais barata e mais rápida.

Trata-se de um motor de simples fabricação, robusto, de


manutenção reduzida, de rápida ligação á rede e não
necessitam de anéis coletores (componente sensível e caro)
possibilitando adaptabilidade aos ambientes mais agressivos.
Barras curto-circuitadas da gaiola
Interior do Rotor de Gaiola
As barras condutoras e as chapas magnéticas constituem
um único bloco mecânico, extremamente robusto e
compacto.
Rotor gaiola de esquilo
CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE (CMG)
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MIT
O estator está ligado à fonte de alimentação CA. O rotor não está
ligado eletricamente a nenhuma fonte de alimentação.

Quando o enrolamento do estator é energizado através de uma


alimentação trifásica, cria-se um campo magnético girante. À medida
que o campo varre os condutores do rotor, é induzida uma fem nesses
condutores ocasionando o aparecimento de uma corrente elétrica nos
condutores. Os condutores do rotor, percorridos por corrente elétrica,
interagem com o campo magnético girante do estator para produzir
um torque eletromagnético que atua sobre os condutores do rotor
fazendo-o girar.
Entretanto, como o campo do estator gira continuamente, o rotor
não consegue se alinhar com ele. A velocidade do rotor é sempre
menor que a velocidade síncrona (velocidade do campo girante).

De acordo com a Lei de Lenz, qualquer corrente induzida tende a se


opor às variações do campo que a produziu. No caso de um motor de
indução, a variação é a rotação do campo do estator, e a força
exercida sobre o rotor pela reação entre o rotor e o campo do estator
é tal que tenta cancelar o movimento contínuo do campo do estator.
Esta é a razão pela qual o rotor acompanha o campo do estator, tão
próximo quanto permitam o seu peso e a carga. O motor de
indução tem corrente no rotor por indução, e é semelhante a um
transformador com secundário girante.

É impossível para o rotor de um motor de indução girar com a


mesma velocidade do campo magnético girante. Se as velocidades
fossem iguais, não haveria movimento relativo entre eles e, em
consequência, não haveria fem induzida no rotor. Sem tensão
induzida não há conjugado (torque) agindo sobre o rotor.
O motor de indução também é conhecido por motor assíncrono,
exatamente por não poder funcionar na velocidade síncrona. A
diferença percentual entre as velocidades do campo girante e do
rotor é chamada de deslizamento (S de “slip”). O deslizamento
também é comumente chamado de escorregamento.

Quanto menor for o escorregamento, mais se aproximarão as


velocidades do rotor e do campo girante (velocidade síncrona).
A velocidade do motor de indução cai, com cargas pesadas.
Realmente, apenas pequenas variações de velocidade são
necessárias para produzir as variações na corrente induzida para
atender às alterações normais de carga. A razão disto é a
resistência muito baixa do enrolamento do rotor (barras de
cobre). Por este motivo, os motores de indução são considerados
motores de velocidade constante.
VELOCIDADE SÍNCRONA E ESCORREGAMENTO
A velocidade do campo magnético girante é chamada de
velocidade síncrona do motor.

onde:
ns - velocidade síncrona ou velocidade do campo magnético girante,
(rpm);
f - frequência da corrente do estator ou frequência da rede
(alimentação), Hz;
p - número total de polos.
ESCORREGAMENTO

onde:
S(%) - escorregamento percentual, %;
nS - velocidade síncrona (ou velocidade do campo girante),
rpm;
n - velocidade de funcionamento do motor (ou velocidade
do rotor), rpm.
FREQUÊNCIA DO ROTOR

onde:
fr - freqüência do rotor (ou da corrente induzida), Hz;
f - freqüência do estator (ou da tensão da rede de
alimentação), Hz;
S - escorregamento percentual (escrito na forma decimal).
VELOCIDADE NOMINAL DO MOTOR
(VELOCIDADE DO ROTOR)

É a velocidade do motor (rotor) funcionando à potência


nominal, sob tensão e frequência nominais.
Depende do escorregamento e da velocidade síncrona.

onde:
S - escorregamento (escrito na forma decimal).
POTÊNCIA NOMINAL (PARA MOTORES TRIFÁSICOS)
É a energia elétrica que o motor absorve da rede de alimentação,
transformando-a em energia mecânica na ponta do eixo. No caso de motores de
indução, por ser uma carga indutiva e resistiva, este absorverá uma potência
"aparente", isto é, uma parcela de corrente fornecerá potência útil (kW) e a
outra parcela serve para magnetização, chamada potência reativa (kvar).

onde:
P - potência fornecida na ponta do eixo (ou potência útil), W;
VL - tensão de linha da rede de alimentação (estator), V;
I - corrente solicitada da rede de alimentação (estator), A;
cosΦ - fator de potência do motor;
ƞ - rendimento do motor.
CONJUGADO (TORQUE)
RENDIMENTO
SENTIDO DE ROTAÇÃO
REGULAGEM DE VELOCIDADE
MOTOR DAHLANDER
É um motor elétrico trifásico que permite seu acionamento em
duas velocidades distintas. As velocidades, que estão
relacionadas ao número de rotações no motor, são conseguidas
com a estruturação dos enrolamentos do estator deste motor
em dois conjuntos promovendo uma relação de 1:2. Ou seja, em
uma forma de ligação o número de polos é duas vezes maior que
a outra.

Apesar de já se ter grande desenvolvimento de equipamentos


auxiliares para a variação da velocidade de motores elétricos, o
uso do Motor Dahlander ainda é viável economicamente para
aplicações onde se deseja apenas uma mudança discreta das
velocidades.
Este tipo de motor é muito usado para guindastes,
guinchos, transportadores, máquinas e equipamentos em
geral e outras aplicações que requerem motores
assíncronos de indução trifásico com duas velocidades.

As tensões disponíveis para estes motores são: 220 V, 380 V


e 440 V.
CATEGORIAS DOS MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS

São definidos por normas técnicas. Duas normas técnicas


internacionais importantes são a IEC (International
Electrotechnical Comission), norma métrica adotada por quase
todos os países, e a NEMA (National Electrical Manufacturers
Association), norma não métrica usada principalmente pelos
Estados Unidos da América, Canadá e México. Elas diferem um
pouco da classificação dos motores de indução de rotor de gaiola.

Além do rotor bobinado, a IEC classifica os motores com rotor de


gaiola em três categorias, a saber, N, H e D, dependendo somente
das características de Torque x Velocidade.
Classe N: Nesta categoria está a maioria dos
motores encontrados no mercado, ou seja, motores
de aplicação geral, usados para acionamento de
bombas e máquinas operatrizes.

São motores de conjugado de partida normal,


corrente de partida normal e baixo escorregamento
(alta velocidade).
Classe H: Aqui se encontram motores de alto
conjugado de partida, próprios para o acionamento de
peneiras, transportadores-carregadores e outras
cargas de alta inércia.

Possuem um alto conjugado de partida, mas com


corrente de partida normal e baixo escorregamento.
Classe D: É composta pelos motores de conjugados de
partida muito altos, necessários para o acionamento de
prensas excêntricas e cargas semelhantes, onde a carga
apresenta picos de potência periódicos, e também em
elevadores e outras cargas que exigem alto torque de
partida com corrente limitada.

Possuem elevado torque de partida, mas uma corrente de


partida normal, com alto escorregamento (mais de 5%),
com rendimento relativamente baixo.
A figura mostra torque x velocidade para essas categorias de
motores, com valores percentuais típicos de torque de partida e
torque máximo, em relação a valores percentuais da velocidade
síncrona.
DADOS DE PLACA DOS MOTORES

1 – Código do motor 16 – Fator de serviço


2 – Número de fases 17 – Altitude
3 – Tensão nominal de operação 18 – Massa
4 – Regime de serviço
5 – Rendimento 19 – Especificação do rolamento dianteiro e quantidade de graxa
6 – Modelo da carcaça 20 – Especificação do rolamento traseiro e quantidade de graxa
7 – Grau de proteção 21 – Tipo de graxa utilizada nos rolamentos
8 – Classe de isolamento
9 – Temperatura da classe de isolamento 22 – Esquema de ligação para a tensão nominal
10 – Frequência 23 – Tempo de relubrificação do motor (em horas)
11 – Potência 24 – Certificações
12 – Rotação nominal por minuto
13 – Corrente nominal de operação
25 – Relação da corrente de partida/ corrente nominal
14 – Fator de potência 26 – Categoria de conjugado
15 – Temperatura ambiente 27 – Corrente no fator de serviço
• CV: Potência mecânica do motor em cv. É a potência que o
motor pode fornecer, dentro de suas características nominais.

• Ip/In: Relação entre as correntes de partida e nominal; esse


valor simboliza quantas vezes a corrente nominal será
multiplicada para encontrar a corrente de partida.

• Hz: Frequência da tensão de operação do motor;

• RPM: Velocidade do motor na frequência nominal de


operação
• V: Tensão de alimentação.

• A: Corrente que o motor absorve da rede quando funciona à


potência nominal, sob tensão e frequência nominais.

• F.S: Fator de serviço - Fator que aplicado à potência nominal,


indica a carga permissível que pode ser aplicada
continuamente ao motor, sob condições especificadas.
Grau de proteção
É a proteção do motor contra a entrada de corpos estranhos (poeira, fibras, etc.),
contato acidental e penetração de água.
O grau de proteção é definido por duas letras (IP) seguido de dois números. O
primeiro número indica proteção contra entrada de corpos estranhos e contato
acidental, enquanto o segundo indica a proteção contra entrada de água.

203
204
Classes de isolamento
O limite de temperatura depende do tipo de material
empregado. Para fins de normalização, os materiais
isolantes e os sistemas de isolamento (cada um formado
pela combinação de vários materiais) são agrupados em
CLASSES DE ISOLAMENTO, cada qual definida pelo
respectivo limite de temperatura, ou seja, pela maior
temperatura que o material pode suportar continuamente
sem que seja afetada sua vida útil.

205
As classes de isolamento utilizadas em máquinas elétricas e os
respectivos limites de temperatura conforme NBR-7034, são as
seguintes:
Classe A (105 ºC)
Classe E (120 ºC)
Classe B (130 ºC)
Classe F (155 ºC)
Classe H (180 ºC)
As classes B e F são as comumente utilizadas em motores
normais.
Regime de serviço
É o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido.

Os motores normais são projetados para regime contínuo (a


carga é constante), por tempo indefinido e igual a potência
nominal do motor.

A indicação do regime do motor deve ser feita pelo comprador,


da forma mais exata possível.

207
Os regimes padronizados estão definidos a seguir:

– regime contínuo (S1)


– regime de tempo limitado (S2)
– regime intermitente periódico (S3)
– regime intermitente periódico com partidas (S4)
– regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5)
– regime contínuo com carga intermitente (S6)
– regime contínuo com frenagem elétrica (S7)
– regime contínuo com mudança periódica na relação
carga/velocidade de rotação (S8)
– regimes especiais.

208
LIGAÇÃO DOS MOTORES DE INDUÇÃO
TRIFÁSICO (MIT)

Os motores de indução trifásicos são os mais utilizados no


setor industrial, pois, a alimentação elétrica trifásica é mais
predominante utilizada, aproximadamente 95%.

Vantagens:
• o rendimento;
• a relação peso / potência;
• facilidades no comando e controle;
• valor comercial;
Os motores de indução trifásicos MIT’s são muito mais
atrativos comparados com os motores monofásicos
MIM’s.

Justifica-se o uso dos MIM’s, apenas onde não houver


disposição de uso da alimentação trifásica, isto é, só
dispor de rede monofásica o bifásica.
Do enrolamento do estator saem os fios das bobinas de
campo (pontas) para ligação do motor (MIT) à rede
elétrica que podem ser em número de 3, 6, 9 ou 12
pontas.

As bobinas de um motor trifásico, na sua grande maioria,


são projetadas e fabricadas para um valor de tensão de
127 Vac, 220 Vac ou em alguns casos, para 380 Vac.
Padronização da Tensão dos Motores Trifásicos
Assíncronos:

Os motores trifásicos são fabricados com diferentes


potências e velocidades para as tensões padronizadas
da rede, ou seja, 220V, 380V, 440V e 760V, nas
frequências de 50 e 60 Hz.
Motor trifásico tem as bobinas uniformemente
distribuídas no estator e ligadas de modo a formar três
circuitos simétricos distintos, chamados de fase de
enrolamento.

Essas fases são interligadas, formando ligações em


Estrela [= 380 Vac]; ou em Triângulo [= 220 Vac] para o
acoplamento à uma rede trifásica R, S e T.
Ligação de MIT’s com 3 Pontas
Na verdade, um MIT de 3 pontas, é um MIT de 3 bobinas,
ou seja, 6 pontas, porém, com 3 pontas curto circuitadas
de fábrica, sem possibilidade de outra configuração por
parte de técnico usuário. Portanto, já vem configurado em
Estrela ou Triângulo.

A ligação de motores trifásicos com três terminais á rede


é feita conectando-se os terminais 1, 2, e 3 aos terminais
de rede RST em qualquer ordem.
OBS: Para inverter o sentido de rotação do motor trifásico, basta
inverter duas fases R (L1) com T (L3), por exemplo.
Ligação de MIT’s com 6 Pontas
Exemplos de identificação e tensão das bobinas (Vb) de
um MIT’s com 6 pontas
Tipos de Ligações de MIT’s com 6 Pontas

Configuração - Triângulo
Como cada bobina foi projetada para receber
220 Vac, e na rede de alimentação há 220 Vac
entre fases (R, S e T), assim sendo, cada bobina
deve ficar ligada entre fases. Pela representação
vetorial, o nome da ligação denomina-se
Triângulo.
Os motores trifásicos com seis (6) terminais só tem
condição de ligação em 2 tensões:

220 ou 380V

Esses motores são ligados em triângulo na menor


tensão e em estrela, na maior tensão.
A figura a seguir mostra uma placa de ligação desse tipo
de motor.
OBS: Nos motores de seis terminais, é comum
encontrarmos as marcações U, V, W, X, Y, e Z, ao invés
de 1, 2, 3, 4, 5, e 6, respectivamente.
Assim como a ligação mostrada abaixo, há
casos em que um MIT, pode ter Vb de 380 Vac.
Configuração - Estrela
Na ligação em Estrela (380 V) os terminais 4, 5 e 6
são interligados e os terminais 1, 2 e 3 são ligados á
rede.
Ligação em Estrela (380 V)
LIGAÇÃO DE MIT COM 9 TERMINAIS
LIGAÇÃO DE MIT COM 12 TERMINAIS

O motor de 12 terminais pode ser ligado em 4 diferentes


valores de tensão de linha. Possuem duas bobinas por fase.
Há a possibilidade de ligar esse motor em redes de
alimentação com quatro (4) valores de tensão típica de
instalações (VL = 220 Vac e VL = 380 Vac), como também
em outras redes com valores de tensão de linha usadas em
redes de distribuição de (VL 440 = Vac e VL = 760 Vac).
Para Ligação em Estrela Para Ligação em Triângulo
VL = 440 Vac

VL = 440 Vac
VL = 760 Vac

VL = 760 Vac
Resumo das Ligações
Outras formas de representar as configurações das ligações das
bobinas de campo do estator de MIT’s de 6, 9 e 12 Pontas :

6 Pontas
12 Pontas
MOTORES MONOFÁSICOS

Os motores monofásicos possuem apenas um conjunto


de bobinas, e sua alimentação é feita por uma única fase
de CA.

Dessa forma, eles absorvem energia elétrica de uma


rede monofásica e transformam-na em energia
mecânica.

Os motores monofásicos são empregados para cargas


que necessitam de motores de pequena potência como,
por exemplo, motores para ventiladores, geladeiras,
furadeiras portáteis, etc...
Tipos de motores monofásicos

De acordo com o funcionamento, os motores


monofásicos podem ser classificados em dois tipos:

• Universal;

• De Indução.
Motor universal

Os motores do tipo universal podem funcionar tanto em CC


como em CA, daí a origem de seu nome.

A figura abaixo mostra o rotor (parte que gira) e o estator


(parte fixa) de um motor universal.
O motor universal é o único motor monofásico cujas bobinas
do estator são ligadas eletricamente ao rotor por meio de
dois contatos deslizantes (escovas).

Esses dois contatos, por sua vez, ligam em série o estator e o


rotor. (Fig. 9.2)

Obs.: É possível inverter o sentido do movimento de


rotação desse tipo de motor, invertendo-se apenas as
ligações das escovas, ou seja, a bobina ligada à escova
A deverá ser ligada à escova B e vice- versa.
Não é possível inverter o sentido de rotação do motor
universal invertendo-se os pinos de conexão do plugue
com a tomada. A inversão do sentido de rotação só é
obtida, invertendo-se as ligações das escovas.
Os motores universais apresentam conjugado de
partida elevado e tendência a disparar, mas permitem
variar a velocidade quando o valor da tensão de
alimentação varia.

Por isto, se usa um reostato ou seletores de resistores


em série com o motor.

Sua potência não ultrapassa a 500W ou 0,75cv e


permite velocidade de 1500 a 15.000 rpm.
Funcionamento do motor universal

A construção e o princípio de funcionamento do motor


universal são iguais ao do motor em série de CC.

Quando o motor universal é alimentado por corrente


alternada, a variação do sentido da corrente provoca
variação no campo, tanto do rotor quanto do estator.

Dessa forma, o conjugado continua a girar no mesmo


sentido inicial, não havendo inversão do sentido da
rotação.
Motor de CC em série, mesma arquitetura do motor universal.
Bobina de campo do estator

Rotor
Escovas

Alimentação
O motor universal é um motor elétrico de pequenas
dimensões, projetado para ser utilizado em aparelhos
portáteis ou de uso doméstico.
Apresenta comumente uma potência máxima da ordem de
3/4 cv.

Exemplos de aplicação:

• Aspirador de pó;
• Máquina de costura;
• Liquidificador;
• Batedeira;
• Furadeira.
As vantagens do motor universal são:

• Baixo custo de fabricação;


• Alto torque de partida;
• Tolerância a grandes variações de tensão;
• Velocidade de acordo com a necessidade da aplicação;

As desvantagens do motor universal são:

• Elevado nível de ruído, tanto audível quando eletromagnético;


• Pequena vida útil (200 a 500 h) ao desgaste de escova e
comutador;
• Devem funcionar em regime intermitente, pois não suportam
regime contínuo.
MOTOR MONOFÁSICO DE INDUÇÃO

Os motores monofásicos de indução possuem um único


enrolamento no estator.

Esse enrolamento gera um campo magnético que se


alterna juntamente com as alternâncias da corrente.

Neste caso, o movimento provocado não é rotativo.

Quando o rotor estiver parado, o campo magnético do


estator, ao variar, induz correntes no rotor.
O campo gerado no rotor é de polaridade oposta à do
estator. Assim, a oposição dos campos exerce um
conjugado (Força) nas partes superior e inferior do
rotor, o que tenderia a girá-lo 180º de sua posição
original.

Como o conjugado é igual em ambas as direções, pois


as forças são exercidas pelo centro do rotor e em
sentidos contrários, o rotor continua parado, isto é,
travado.
Se o rotor estiver girando, ele continuará o giro na
direção inicial, já que o conjugado será ajudado pela
inércia do rotor e pela indução de seu campo
magnético.

Como o rotor está girando, a defasagem entre os


campos magnéticos do rotor e do estator não será mais
que 180º.
Tipos de motores de indução

A) Motor de campo distorcido;

B) Motor monofásico de fase auxiliar.

Para dar o giro inicial do rotor, são usados comumente dois


tipos de partida:

• campo distorcido - motor de campo distorcido;

• fase auxiliar com capacitor - motor de fase auxiliar.


O motor de campo distorcido

Constitui-se por um rotor do tipo gaiola de esquilo e por


um estator semelhante ao do motor universal.

Existe na sapata polar uma ranhura onde fica alojado um


anel de cobre ou espira em curto-circuito.

Por isso, este motor é conhecido também como motor de


anel ou de espira em curto-circuito.

Como o rotor é do tipo gaiola de esquilo, todas as


ligações encontram-se no estator.
anel ou espira em curto-circuito
Esse tipo de motor não é reversível.

Sua potência máxima é de 300W ou 0,5cv; a


velocidade é constante numa faixa de 900 a 3400rpm,
de acordo com a frequência da rede e o número de
pólos do motor.
Funcionamento

Quando o campo magnético do estator começa a


aumentar (a partir de zero) as linhas de força cortam o
anel em curto.

A corrente induzida no anel gera um campo magnético


que tende a se opor ao campo principal.
Com o aumento gradativo do campo até 90º, a maior
parte das linhas de força fica concentrada fora da
região do anel.

Quando o campo atinge o máximo, ou seja, os 90º,


não há campo criado pela bobina auxiliar, formada
pelo anel, e ele se distribui na superfície da peça polar.
De 90º a 180º o campo vai se contraindo, e o campo da bobina
auxiliar tende a se opor a essa contração, concentrando as
linhas de força na região da bobina auxiliar.
De 0º a 180º o campo se movimenta ao longo da
superfície polar, definindo assim o sentido de rotação.

De 180º a 360º o campo varia do mesmo modo que de


0º a 180º, porém em direção oposta.
O movimento do campo produz um conjugado
fraco, mas, suficiente para dar partida ao motor.

Como o conjugado é pequeno, esse tipo de motor é


usado para alimentar cargas leves.
O motor de fase auxiliar
É o de mais larga aplicação.

Assim, no estator há dois enrolamentos:

1º) Enrolamento principal ou de trabalho, de fio mais


grosso e com grande número de espiras,

2º) Enrolamento auxiliar ou de partida, de fio mais fino e


com poucas espiras.

Geralmente, um capacitor é ligado em série com o


enrolamento auxiliar, melhorando desse modo o conjugado
de partida do motor.
Funciona em função da diferença entre as indutâncias
dos dois enrolamentos, uma vez que o número de
espiras e a bitola dos condutores do enrolamento
principal são diferentes em relação ao enrolamento
auxiliar.

As correntes que circulam nesses enrolamentos são


defasadas entre si.

Devido à maior indutância no enrolamento de trabalho


(principal), a corrente que circula por ele se atrasa em
relação à que circula no enrolamento de partida
(auxiliar), cuja indutância é menor.
O capacitor colocado em série com o enrolamento
tem a função de acentuar ainda mais esse efeito e
aumentar o conjugado de partida.

Isso aumenta a defasagem, aproximando-a de 90º e


facilitando a partida do motor.
Depois da partida, ou seja, quando o motor atinge
aproximadamente 80% de sua rotação nominal, o
interruptor automático se abre e desliga o enrolamento
de partida, continuando funcionando normalmente.
Motor monofásico com capacitor permanente

Encontrado popularmente em ventiladores de


condicionadores de ar e ventiladores de teto,
motores monofásicos com capacitor permanente tem
uma grande vantagem sobre os motores de fase
dividida com ou sem capacitor de partida: menor
vibração e excelente Cos Φ.
Nesse motor temos dois enrolamentos praticamente iguais no estator.
Se são iguais, tem os mesmos valores de impedância e defasagem,
esta última praticamente 0°.
É onde entra o capacitor em série com um dos enrolamentos,
produzindo a deslocamento de fase necessário para a partida e o
funcionamento do motor.
o motor de capacitor permanente possui dois enrolamentos
com características semelhantes que permanecem
conectados a rede todo o tempo em que o motor estiver
ligado. Podemos nomeá-los como enrolamento principal e
enrolamento principal 2 o que tem um capacitor em série.
MOTOR SÍNCRONO TRIFÁSICO
Os motores síncronos possuem características especiais:

- O alto rendimento
- Correção do fator de potência da rede;
- Altos torques;
- Velocidade constante nas variações de carga
- Baixo custo de manutenção.

O motor síncrono recebeu este nome porque o seu rotor gira


com a mesma velocidade do campo magnético girante
produzido no enrolamento trifásico do estator (velocidade
síncrona).
Princípio de Funcionamento

O estator é energizado com uma tensão CA trifásica onde


se produz um campo magnético girante e este atua sobre
o rotor.

O rotor do motor síncrono é energizado com uma tensão


CC, se comportando como um ímã suspenso em um
campo magnético que se move, procurando se alinhar
com o campo magnético girante do estator.
Quando o campo magnético gira, o rotor gira em
sincronismo com o campo. Quando o campo magnético
girante é forte, ele exerce uma intensa força de torção
sobre o rotor (torque ou conjugado), e este, portanto, se
torna capaz de acionar uma carga.

Se o rotor sair do sincronismo (se desacoplar


magneticamente) não se desenvolve nenhum torque e o
motor para. Assim, ou o motor síncrono funciona à
velocidade síncrona ou não funciona.
A velocidade do campo magnético girante depende da frequência da
rede CA. Como a frequência da rede é constante, os motores
síncronos são, na prática, motores de uma única velocidade.

Eles são utilizados em aplicações que requerem velocidade constante


desde a condição em vazio até a condição de plena carga.

Observe que em um motor síncrono, operando a velocidade síncrona,


não há fem induzida no rotor, pois não há movimento relativo entre o
campo girante e o rotor. No motor síncrono não há variação na
quantidade das linhas de fluxo que cortam os condutores do rotor (S =
0).
MOTOR SÍNCRONO DE 2
POLOS
MOTOR SÍNCRONO DE 4
POLOS
Tipo de Excitação do Campo CC do Rotor

- Excitatriz Estática (com escovas)

- Excitatriz Brushless (sem escovas)


Excitariz Estática (com escovas)

Motores síncronos com excitatriz do tipo estática são


constituídos de anéis coletores e escovas que possibilitam a
alimentação de corrente dos polos do rotor através de
contatos deslizantes.

A corrente contínua para alimentação dos polos deve ser


proveniente de um conversor e controlador estático CA/CC.
Excitariz Brushless (sem escovas)

Motores síncronos com sistema de excitação brushless possuem uma


excitatriz girante, normalmente localizada em um compartimento na
parte traseira do motor.

A excitatriz funciona como um gerador de corrente alternada onde o


rotor, que fica localizado no eixo do motor, possui um enrolamento
trifásico e o estator é formado por polos alternados norte e sul
alimentados por uma fonte de corrente contínua externa. O enrolamento
trifásico do rotor é conectado a uma ponte de diodos retificadores. A
tensão gerada no rotor e depois retificada é utilizada para a alimentação
do enrolamento de campo CC do motor. A amplitude desta corrente de
campo pode ser controlada através do retificador que alimenta o campo
do estator da excitatriz.
Os motores síncronos com excitação brushless possuem um
custo de manutenção reduzido devido ao fato de não
possuírem escovas.

Por não possuírem contatos elétricos deslizantes, eliminando a


possibilidade de faiscamento, os motores síncronos com
excitação do tipo brushless são recomendados para
aplicações em áreas especiais com atmosfera explosiva.
PARTIDA DOS MOTORES SÍNCRONOS

Uma das desvantagens do motor síncrono puro é que ele não


pode partir de uma posição de repouso apenas com a
aplicação da tensão CA trifásica ao estator.

Como o motor síncrono desenvolve um torque somente


quando gira na velocidade síncrona, ele não tem partida
própria e consequentemente precisa de algum dispositivo
que faça o rotor girar até atingir a velocidade síncrona.
No processo de partida de um motor síncrono o seu rotor
deve ser levado até uma velocidade suficientemente próxima
da síncrona, para que ele possa se acoplar magneticamente
com o campo girante e entrar em sincronismo.
Alguns meios pelos quais o rotor pode ser levado próximo a
velocidade síncrona:

(1) um motor CC acoplado ao eixo do motor síncrono;


(2) a utilização da excitatriz como motor CC, durante a
partida;
(3) um pequeno motor de indução com, no mínimo, um par
de polos a menos que o motor síncrono;
(4) a utilização dos enrolamentos amortecedores, para que a
partida se dê como a de um motor de indução do tipo gaiola
de esquilo ou do tipo rotor bobinado.
O motor síncrono parte como um motor de indução, acelera
a carga até o ponto onde o conjugado do motor iguala o
conjugado resistente da carga.

Usualmente este ponto ocorre com 95% da velocidade


síncrona, ou acima, e nesta situação a tensão CC de excitação
é aplicada no rotor que sincroniza, ou seja, irá acelerar a
inércia combinada do rotor mais a da carga até a velocidade
síncrona precisa.
Para a partida do motor síncrono com carga, a melhor técnica é
utilizar um rotor bobinado de motor de indução, em lugar do
enrolamento em gaiola nas faces polares, o chamado
enrolamento amortecedor tipo rotor bobinado. Reconhece-se
imediatamente este rotor, pois utiliza cinco anéis coletores: dois
para o enrolamento do campo CC e três para o enrolamento
bobinado do rotor ligado em estrela.

O desempenho na partida deste motor é semelhante ao de um


motor de indução de rotor bobinado, uma vez que se utiliza
uma resistência externa para melhorar o torque de partida.
Diagrama esquemático de um motor síncrono
com enrolamento amortecedor bobinado.
Devido ao campo do rotor ser fornecido através de uma
fonte externa (independente) esta máquina pode operar
com fator de potência indutivo, capacitivo ou unitário.

O controle independente da corrente de campo permite


que o motor/gerador síncrono opere com fator de potência
indutivo ou capacitivo, absorvendo ou injetando potência
reativa.
Capacitores síncronos
Os motores síncronos têm a particularidade de poderem
gerar potência reativa para a rede, enquanto os motores de
indução consomem reativo e representam cargas com baixo
fator de potência, os motores síncronos podem possuir
fatores de potência capacitivos, com isso ao invés de
consumir, o motor irá gerar potência reativa para a rede.

Por este motivo que os motores receberam o nome de


capacitores síncronos, pois podem trabalhar na correção de
fator de potência de sistemas elétricos.
Muitas indústria e usinas utilizam motores síncronos ligados
na rede a vazio, ou seja, girando sem carga alguma no eixo,
isso com o propósito de servirem como capacitores síncronos,
gerando potência reativa à rede com o intuito de regulação do
fator de potência.

Mas para que o motor desempenhe tal papel, é necessário


ajustar corretamente a excitação do campo magnético
principal.
Ao aumentar o campo magnético principal da máquina
síncrona, o motor irá aumentar também a tensão gerada, isso
ocorrerá de forma proporcional, e com isso podemos chegar
ao ponto da tensão gerada ser maior que a tensão terminal.

Então, para que o motor trabalhe como capacitor síncrono, é


necessário que ele esteja sobre-excitado, com isso a tensão
gerada tenderá ser maior que a tesão terminal e com isso o
ângulo da corrente ira se tornar positivo.
GERADOR SÍNCRONO
GERADOR SÍNCRONO
Gerador síncrono de 2 polos

EXCITAÇÃO CC
DO CAMPO
OPERAÇÃO DO GERADOR SÍNCRONO EM UMA
REDE INTERLIGADA

Geradores síncronos são raramente conectados a cargas


individuais. Esses são conectados a uma rede interligada, a
qual contém vários geradores operando em paralelo.

A operação em paralelo de geradores traz as seguintes


vantagens: vários geradores podem atender a uma grande
carga, aumento da confiabilidade, um ou mais geradores
podem ser desligados para manutenção sem causar a
interrupção total da demanda da carga, maior eficiência etc.
SINCRONIZAÇÃO DO GERADOR SÍNCRONO COM UMA
REDE INTERLIGADA
Sincronoscópio ou sincroscópio digital
Com tecnologia microprocessada, o ASYNC realiza o sincronismo entre
geradores ou a linha de transmissão. Monitora dois sinais de tensão, além
de analisar a frequência e o ângulo, determinando quando estarão na
condição ideal para o sincronismo. Integrado aos controles de velocidade e
tensão, pode realizar a adequação destes através de saídas digitais de
contato seco.

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