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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEI

CIRCUITOS ELÉTRICOS III:


Efeito Hall e Bobina de Rogowski.

SÃO BERNARDO DO CAMPO


2020
1. CONCEITOS

1.1. EFEITO HALL

O efeito Hall é uma propriedade que se manifesta em um condutor quando


um campo magnético perpendicular ao fluxo de corrente é aplicado sobre ele.
Quando isso ocorre, uma diferença de potencial no condutor é gerada, chamada
de Tensão de Hall. Esta tensão possui direção perpendicular ao campo magnético
e à corrente, e é proporcional à densidade de fluxo magnético e à corrente. O
campo magnético aplicado provoca um gradiente de concentração de portadores
(elétrons, íons etc.) em todo o condutor. Quando o número de portadores de um
lado do condutor for maior do que do outro, então surgirá esta diferença de
potencial. A amplitude da tensão de Hall varia com a corrente e o campo
magnético.
Essa propriedade, descoberta em 1879 por Edwin Herbert Hall, é
extremamente importante no estudo da condutividade, pois é possível determinar
o sinal e a densidade de portadores de carga em diferentes tipos de materiais.
Em resumo, o Efeito Hall é o que ocorre quando uma corrente num condutor
tem sua trajetória desviada pela ação de um campo magnético. Com um formato
apropriado, este desvio faz com que a Tensão de Hall seja gerada, e esta pode ser
aproveitada por um circuito externo, que é o que os sensores Hall fazem. A tensão
de Hall pode ser medida por um circuito externo ou ainda ser utilizada para
efeitos de sensoriamento, pois ela é proporcional à intensidade do campo que
cria.

1.1.1 FUNCIONAMENTO DO EFEITO HALL

Honeywell (2016) explica que o Efeito Hall, é o princípio no qual um


condutor retangular com um fluxo de corrente é atravessado por um campo
magnético perpendicular, os elétrons desviados para as extremidades do condutor
são perpendiculares ao sentido da corrente, gerando assim, uma tensão nestas
extremidades conhecida como Tensão de Hall.
Isto ocorre devido a força de Lorentz que atua sobre os elétrons em transporte
pelo condutor, onde uma carga Q, com velocidade V, dentro de um campo
magnético B, sofrerá uma força F, assim essa força causará um distúrbio na
distribuição dos elétrons de modo que esses se desloquem para uma das
extremidades do condutor, de acordo com a regra da mão esquerda. Essa tensão
gerada é resultante da equação:

𝐼. 𝐵
𝑉𝐻 =
𝑝𝑛 . 𝑞. 𝑡
Onde: VH → tensão de Hall;
I → corrente que flui pelo condutor;
B → campo magnético;
pn → número de cargas carregadas por volume;
q →magnitude das cargas
t → largura do condutor.

1.2. BOBINA DE ROGOWSKI

A Bobina de Rogowski é um dispositivo eletrônico para medição de corrente


elétrica, no formato de solenóide toroidal com núcleo de ar ou de material não
ferromagnético que rodeia um condutor no qual circula a corrente que se pretende
medir. A bobina está acoplada magneticamente ao condutor e, por isso, se induz
nela uma tensão proporcional à variação no tempo da corrente no condutor.
O projeto mais simples de uma bobina de Rogowski consiste em um
enrolamento de uma só camada, como se mostra na Figura 1. O avanço das
espiras montadas lado a lado ao longo do núcleo toroidal cria uma “espira”
perpendicular ao eixo do toróide. No caso da existência de algum fluxo
magnético paralelo à bobina, este induzirá uma tensão que se somará a tensão
induzida pelo fluxo criado pela corrente que se pretende medir. Para compensar
este efeito, o enrolamento da bobina se faz com uma espira de retorno pelo eixo
central das espiras e em direção oposta ao avanço do enrolamento helicoidal.
Como está conectada eletricamente em série com a saída da bobina, se existirem
fluxos paralelos ao eixo da bobina, se induzirá uma tensão igual e oposta em fase
a tensão induzida na “espira” formada pelas espiras helicoidais da bobina, de
modo que se compensem.

Figura 1: Esquema de uma Bobina de Rogowski com espira de retorno.


Outra forma de minimizar a interferência de campos externos à bobina de
Rogowski é através da precisão do enrolamento. A Figura 2 mostra o
cancelamento ideal da fem gerada em espiras diametralmente opostas. No
entanto, um perfeito cancelamento vai requerer um enrolamento perfeitamente
uniforme e na prática as deformidades no enrolamento e a impedância do fio da
bobina diferente de zero serão fontes de interferências e incertezas nas medidas.

Figura 2: Interferência de campos externos a bobina de Rogowski.

As vantagens de uma bobina de Rogowski para a medida de corrente, em


relação aos transformadores de corrente convencionais, são:
• Linearidade: A medida é linear pelo fato de o núcleo ser de material
não ferromagnético e, portanto, não se produzem fenômenos de
saturação ou histerese;
• Capacidade de medição de grandes correntes: Uma mesma bobina
pode ser usada para medir correntes na ordem de 100A a 100kA;
• Isolamento galvânico: O circuito de medida está isolado do circuito
de potência. Isto constitui uma grande vantagem quando se quer medir
em sistemas de alta tensão;
• Carga desprezível: A Bobina de Rogowski não carrega o circuito
primário;
• Grande banda passante: É possível medir até transitórios devido a
chaveamentos;
• Facilidade de uso, uma vez que não requerem uma montagem
especial;
• Pequenas dimensões e peso;
• Baixo custo e fácil instalação.
1.2.1. FUNCIONAMENTO DA BOBINA DE ROGOWSKI

O funcionamento da Bobina de Rogowski baseia-se na presença de um campo


magnético quando um condutor é submetido a uma corrente elétrica, segundo a
Lei de Ampère e na indução magnética prevista pela Lei de Faraday-Lenz.
Quando um condutor percorrido por corrente elétrica variável no tempo é
posicionado no interior do enrolamento do transdutor uma força eletromotriz
(fem) é induzida neste enrolamento. Como um circuito acoplado ideal, o
condutor no qual se pretende medir a corrente elétrica interage com o
enrolamento do transdutor, segundo o modelo proposto na Figura 3.

Figura 3: Modelo de circuito acoplado magneticamente.

Quando a bobina de Rogowski envolve um condutor por onde passa uma


determinada corrente elétrica a medir, o campo magnético produzido por esta
induz na bobina uma diferença de potencial entre seus terminais, dada por:
𝑑𝑖(𝑡)
𝑉𝑂 (𝑡) = −𝑀.
𝑑𝑡
Onde di(t)/dt é a derivada da corrente que passa pelo condutor e M é a
indutância mútua entre a bobina e o condutor.
A indutância mútua é expressa por:
M = μo. n. S
Sendo: μo → a permissividade elétrica no vácuo;
n → o número de espiras do toróide;
S → a área da seção transversal da bobina.
A tensão induzida nos terminais da bobina é a imagem da taxa de variação
da corrente e é de relativa baixa amplitude quando o valor da corrente elétrica é
menor do que a dezena de Ampère. Desta forma, caso se queira medir o valor da
corrente propriamente dita, faz-se necessário o uso de dois circuitos eletrônicos
para tratar o sinal convenientemente, a saber: um amplificador de
instrumentação, que amplifica e faz uma pré-filtragem do baixo sinal fornecido
pela bobina; e um integrador eletrônico, para obter a imagem da corrente
propriamente dita.
2. MEDIÇÃO DE CORRENTE CONTÍNUA E ALTERNADA

2.1. MEDIÇÃO PELO EFEITO HALL

Na medição de corrente, tradicionalmente usa-se núcleo magnético, mas desta


forma existem problemas, como saturação tanto na corrente alternada como na
contínua e magnetização remanescente, que são causados pela histerese. Usa-se o
método de medição com efeito Hall para diminuir esses problemas, que consiste no
uso de sensores Hall sem núcleos de ferro, que conseguem eliminar a interferência
ambiente, em particular os campos magnéticos gerados pelas outras duas fases em um
equipamento trifásico, por isso as medidas das correntes são muito precisas. Os
sensores Hall, que funcionam no princípio da Força de Lorentz, possuem um tempo
de resposta rápido e medem uma ampla gama de campos magnéticos.

Figura 1: Medidor de corrente com sensor Hall


Na Figura 1, têm-se:
▪ 1 e 1a: Condutores
▪ 2: Transformador de corrente
▪ 3: Núcleo toroidal
▪ 4: Enrolamento secundário
▪ 5: Sensor Hall
• 5a e 5b: eletrodos opostos
▪ 6: Voltímetro

O sensor Hall é posicionado no entreferro do núcleo, como observado na Figura


1, e fornece a voltagem entre pares opostos de eletrodos, responsável pela magnitude
do fluxo magnético total que passa perpendicularmente pelo elemento. Um voltímetro
é colocado entre os eletrodos do sensor de efeito Hall para que a corrente secundária
Is possa variar para anular a somatória dos fluxos opostos das correntes induzidas dos
enrolamentos primário e secundário Φp e Φs.
A corrente primária é igual ao produto da corrente secundária I s e a relação do
número de enrolamentos do secundário com o primário:
𝑁𝑆
𝐼𝑆 = 𝐼𝑃 .
𝑁𝑃
como o enrolamento no primário só tem uma volta, a corrente primária vai ser:
Ip=N.I
Para a medida de uma corrente primária grande com uma pequena precisão de
corrente secundária Is será exigido que o enrolamento do secundário tenha várias
voltas, aumentando ainda mais o tamanho do núcleo e o custo total do transformador
de corrente.

Em diversos resultados de simulações, o sensor Hall consegue medir com precisão


as correntes reais sem medir as saturações que são encontradas nos medidores
tradicionais com núcleo de ferro. Nas aplicações práticas, os sensores Hall apresentam
um excelente desempenho:
o Ampla faixa de medição de corrente (chegando até 11kA);
o Tamanho pequeno e flexíveis;
o a falta de restrições impostas pelas estruturas fechadas dos núcleos de
ferro;
o Capazes de superar a não-linearidade e sensibilidade à temperatura dos
campos magnéticos;
o não requer os extensos circuitos usuais de correção de linearidade e
temperatura normalmente associados a um transformador de corrente.
2.2. MEDIÇÃO PELA BOBINA DE ROGOWSKI

A Bobina de Rogowski, ao sentir o campo magnético no espaço em volta do


condutor, fornece a relação entre a corrente e o campo magnético através da Lei de
Ampère.
A Lei de Ampère faz com que a Bobina de Rogowski seja ideal para o uso de
transdutor de corrente alternada já que só responde a correntes que encadeiam o ciclo
e rejeitam correntes e campos de fontes externas.
Para fins práticos, o acoplamento entre uma bobina e os condutores rosqueados é
descrito em termos da mútua indutância M, onde:
𝑀 = 𝜇𝑂 . 𝑛. 𝐴
É essencial que a área da seção transversal e a densidade de voltas permaneçam
constantes ao longo do comprimento, mesmo quando a bobina é dobrada, se ela for
flexível. Quanto mais precisa for a bobina, melhor será o desempenho. Os requisitos
básicos para uma boa bobina permitem uma ampla variedade de modelos e tamanhos.

Essas bobinas são lineares, diferentemente dos núcleos ferromagnéticos, por isso
não sofrem efeitos da saturação e a sua mútua indutância é independente da corrente
que está sendo medida. O único fator que limita a linearidade seria uma quebra elétrica
no enrolamento causada pelo desenvolvimento de uma tensão muito alta nas
extremidades da bobina. Muitos dos recursos dos sistemas de bobinas Rogowski que
os tornam adequados para medições de corrente transitória decorrem dessa
linearidade inerente.
Em altas frequências, de até algumas dezenas de quilos hertz, a bobina se
comporta como um simples indutor mútuo e a medição é direta. Em frequências mais
altas, a auto-indutância e a auto-capacitância da bobina se tornam significativas.
A auto-capacitância e a auto-indutância da bobina causam ressonância. A
frequência ressonante é um parâmetro importante de uma bobina de Rogowski e é
crucial para a compreensão de seu comportamento de alta frequência.
A frequência auto-ressonante de uma bobina depende do seu tamanho, dos
detalhes do enrolamento e, no caso das bobinas flexíveis, do comprimento.
A frequência ressonante também é afetada pelo fato de a bobina estar ou não
equipada com uma tela eletrostática e pelo comprimento do cabo de saída entre a
bobina e o integrador, uma vez que ambos introduzem capacitância adicional.
Em frequências muito altas, a bobina se comporta como uma linha de transmissão
e a terminação correta de ambas as extremidades da bobina é importante. A
distribuição de tensão induzida ao longo do comprimento da bobina também se torna
significativa devido a atrasos no tempo de propagação e isso torna a saída da bobina
dependente da posição do condutor.
Os transdutores de bobina Rogowski possuem vários recursos que os tornam
adequados para medições transitórias:
o Calibração:

A maioria dos transdutores de corrente deve ser calibrada usando


um nível de corrente semelhante ao que está sendo medido para evitar
meus problemas com as não linearidades. As bobinas por serem lineares,
podem ser calibradas em qualquer nível de corrente conveniente e a
calibração será boa para todas as correntes, incluindo as muito grandes;

o Características físicas:

As bobinas de Rogowski são leves e compactas em comparação


com a maioria dos outros dispositivos, principalmente onde estão
envolvidas altas correntes. Isso tem vantagens óbvias no transporte e na
facilidade de instalação, mas há outras vantagens menos óbvias.
As bobinas finas e flexíveis podem ser instaladas em locais difíceis
e são muito menos propensas do que qualquer outro transdutor que precisar
de modificações na planta. Geralmente, eles podem ser instalados a
qualquer momento conveniente antes do teste e deixados até serem
necessários sem afetar a operação ou manutenção subsequente. Isso
contribui para aumentar a flexibilidade na determinação dos cronogramas
de teste.

o Testes preliminares:

Com algumas medições transitórias, não há oportunidade de testar


o equipamento de medição antecipadamente à corrente máxima. Por serem
lineares, as bobinas de Rogowski podem ser testadas previamente em
laboratórios usando uma forma de onda simulada a uma corrente muito
menor. Se necessário, a sensibilidade do transdutor pode ser
temporariamente aumentada.

o Offset:

Quase invariavelmente, os transitórios contêm um componente


assimétrico, ou "deslocamento de CC". Quando são feitas medições
usando o transformador de corrente, as compensações causam saturação
temporária e perda de informações durante os estágios iniciais do
transitório. As bobinas de Rogowski não sofrem problemas de saturação
e, com o design apropriado do integrador, podem reproduzir com precisão
transientes assimétricos.
3. APLICAÇÕES

3.1 – EFEITO HALL

A descoberta deste fenômeno fez com que diversos dispositivos fossem criados
que se beneficiassem do Efeito Hall.

3.1.1 – SENSOR HALL

Uma aplicação simples seria usá-lo como um transdutor analógico que retorna
uma tensão. Ou a partir de um campo magnético conhecido é possível determinar
a sua posição até uma placa Hall, com uma combinação de sensores.
Outra aplicação interessante é a de medir uma corrente de um circuito, sem
interrompê-lo, já que uma corrente ao percorrer um fio produz um campo
magnético, que é identificado pelo Sensor Hall.
Em dispositivos digitais o sensor Hall também pode funcionar como um
interruptor. Além dessa função, ele pode ser utilizado para desempenhar outras
funções, como em uma impressora: um sensor que identifica se há ou não folhas
para a impressão. Em teclados ele também é utilizado, caso haja a necessidade de
alta confiabilidade.
No setor automobilístico, sensores Hall são utilizados para medir a velocidade
das rodas e do eixo, calcular tempo de ignição de motores de combustão interna,
e em freios ABS e tacômetros. Outa funcionalidade é de ser um indicador de nível
de combustível, através de um flutuador magnético ou sensor de alavanca rotativa.
É instalado um condutor de alimentação de corrente elétrica no topo do tanque, e
um imã permanente na superfície de um objeto flutuante. A medida que o nível
de gasolina aumenta, um campo magnético crescente é aplicado na corrente,
gerando uma diferença de potencial. O inverso acontece caso o nível de gasolina
desça.

3.1.2 – SONDA HALL

Ao combinar um cristal composto de Indio semicondutor (de no máximo 5


𝑚𝑚2 ) e um antimoneto de Indio, montados em uma placa de apoio de alumínio e
encapsulado em uma cabeça de sonda, é montado uma Sonda Hall.
Ao ser posicionada de forma que as linhas de um determinado campo
magnético passem ângulos retos com o sensor da sonda, é possível medir a
densidade do fluxo magnético. Uma corrente passa pelo cristal e este adquire uma
diferença de potencial de Efeito Hall. Neste processo o Efeito Hall é observado
quando um condutor é colocado sob um campo magnético. Os elétrons portadores
são desviados e o campo magnético age sob eles, sendo essa ação a Força de
Lorentz, resultando em uma separação de cargas.
A Sonda Hall é utilizada para medir o Campo Magnético da Terra, por
exemplo.
3.2 - BOBINA DE ROGOWSKI

As bobinas de Rogowski são principalmente utilizadas em aplicações industriais,


como para monitorar a corrente em sistemas de solda de precisão, em fornalhas de
derretimento e sistemas de propulsores eletromagnéticos. Outras aplicações são a
utilização em testes de curto-circuito de geradores elétricos e como sensores em
sistemas de proteções de instalações. Ela também serve como medidor de teor de
corrente harmônica, devido a sua linearidade.
REFEÊNCIAS

Aplicações do sensor de fluxo magnético - Bobina de Rogowski – na medição


da corrente alternada e contínua de alta intensidade, em campo, em barramentos
blindados de até 2,7 metros de diâmetro. Disponível em: <
http://repositorio.bom.org.br:8080/jspui/bitstream/2050011876/961/1/2015_SE
METRO_Semetro-2015-Bobina_de_Rogowski-Rev02.pdf >. Acesso em: 16 de
maio de 2020.

Desenvolvimento de um sensor de corrente elétrica a partir de um sensor de


efeito Hall. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/
1/8512/1/PG_COAUT_2017_2_06.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2020.

Transformador de corrente eletrônico utilizado a bobina de Rogowski e interface


óptica com POF para aplicação em sistemas de potência. Disponível em: <
http://pee.ufrj.br/teses/textocompleto/2008093003.pdf>. Acesso em: 16 de maio
de 2020.

Bobina de Rogowski. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/ wiki/


Bobina_de_Rogowski>. Acesso em: 16 de maio de 2020.

Current sensor using Hall-Effect device with feedback. Disponível em:


<https://patentimages.storage.googleapis.com/16/08/60/5aa2a823ee81a9/US48
23075.pdf>. Acesso em: 20 de maio de 2020.

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