PRINCÍPIOS DE

M Á Q U I N A S E L ÉT R I C A S
AULA 11

PROF. ME. FABIO DALLA V ROCHA

1
ENERGIA EM CIRCUITOS
MAGNÉTICOS -
CONVERSÃO DE ENERGIA

2
 ENERGIA EM CIRCUITOS MAGNÉTICOS
Dispositivos conversores de energia armazenam energia e, em
determinadas condições, podem cedê-la sob forma conveniente.

Nos conversores eletromecânicos, a energia é armazenada sob

forma magnética no campo magnético gerado pelo dispositivo.

Energia Energia Energia

Elétrica Magnética Mecânica

Campo
3
 ENERGIA EM CIRCUITOS MAGNÉTICOS
• Nos entreferros dos dispositivos de conversão de energia,
armazena-se uma considerável quantidade de energia na forma de
campo magnético.
Lembre-se que:

= ≪ =
2 2

• O campo atua como meio de conversão, e sua energia é o

reservatório entre os sistemas elétrico e mecânico.

4
 CONSERVAÇÃO DA ENERGIA
• Princípio da conservação da energia: não se pode criar ou destruir a energia,
apenas mudá-la de forma. => conversão de energia

• Energia elétrica em energia radiante

(visível ou não)
Outros:
Corrente -> leds
bateria/ química -> elétrica/ mecânica
hidráulica ->mecânica (represas)
Termica -> elétrica

Caso típico: indutor = energia magnética -> corrente

5
 CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

• Conversão de energia em se tratando de máquinas:

=>Energia elétrica em energia mecânica

(motores);

=>Energia mecânica em energia elétrica

(geradores);

6
 CONSERVAÇÃO DA ENERGIA
Diversas formas de Conversão

Sistema Híbrido:

• Energia na forma elétrica pode ser transmitida, controlada com relativa

simplicidade, segurança e eficiência.
eficiência.

7
 CONVERSÃO DA ENERGIA
• Transdutores:

Dispositivos conversores que, geralmente, operam com sinais

relativamente pequenos sob condição linear.

– Medição e controle;
– Ex.: sensores efeito Hall, microfones, auto-falante, células de Peltier

8
Dispositivos produtores de força:
Ex.: Solenóides, relés; contatores

Equipamentos de conversão contínua da

energia:
- Ex.: Motores e geradores.

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 FORÇAS E CONJUGADOS(TORQUE)

• Lei da Força de Lorentz:

Campo Elétrico e magnético:

F = q(E + v × B)
Em sistemas puramente magnéticos:

Ou:
F = q (v × B )

10
 FORÇAS E CONJUGADOS(TORQUE)
Força em um condutor imerso em um campo externo:
externo:
Revisão de Eletromagnetismo:

= ( × )

=
Logo,

#$ = %#& × '() sendo " " o caminho percorrido pela corrente.

#&
,
r = + %#& × '()
$
%#& Torque:
,=-×$
11
Espira circular
 FORÇAS E CONJUGADOS
Em situações com grande quantidades de partículas com carga, a
densidade de força pode ser determinada através da densidade de
corrente, desta forma:
.
=01 ( × ) onde
/
J = 01 = densidade de corrente

Fd = J × B
Fd é dada em newtons por metro quadrado, J em ampères por metro
quadrado e B em Teslas.

12
EXERCÍCIO 1
Um rotor não magnético contendo uma bobina de espira única está
colocado em um campo magnético uniforme B0. Os lados da bobina
estão a uma distância do eixo igual ao raio R e o fio conduz uma
corrente I. Encontre o conjugado no sentido de θ em função da
posição do rotor α quando I = 10 A, B0 = 0,02 T e R = 0,05 m. Suponha
que o comprimento do rotor seja l = 0,3 m.
Resp.: Τ = −0,006678(9) :. <

13
MÉTODO DA ENERGIA

14
 MÉTODO DA ENERGIA
• O cálculo anterior é aplicado em geometria simples.
• Vamos trabalhar aqui com a técnica que é conhecida como método
da energia
• Seja o dispositivo de dois terminais representado a seguir:

Interação elétrico-mecânica

15
 MÉTODO DA ENERGIA

• Esta representação é valida em situações onde o mecanismo de

perdas pode ser separado (pelo menos conceitualmente) do
mecanismo de armazenamento. Nestes casos, as perdas elétricas,
tais como as ôhmicas dos enrolamentos, podem ser representadas
como sendo elementos externos (resistores) conectados aos
terminais elétricos, e as perdas mecânicas, como o atrito podem ser
incluídas externamente ao terminal mecânico.

• A interação entre os terminais elétrico e mecânico, isto é, a

conversão eletromecânica de energia, ocorre através do meio que é
a energia magnética armazenada.

16
 MÉTODO DA ENERGIA

dWcampo dx
= ei − f campo
dt dt
dλ
;e = ⇒ dWcampo = idλ − f campo dx
dt
• Este resultado surge como consequência da suposição que seja
possível isolar as perdas do problema físico => sistema de
armazenamento de energia sem perdas.
17
 BALANÇO ENERGÉTICO
• O fluxo líquido de energia que entra no sistema através de
seus limites é igual à soma das taxas de variação no tempo, da
energia armazenada.

Primeira lei da Termodinâmica.

Q Δ> Trabalho
calor
Variação da
energia Interna 18
BALANÇO DE ENERGÉTICO

19
 CONVERSÃO DE ENERGIA
Equação básica do método da Energia:

dWcampo = dWelétrico − dWmec

dWelétrico = idλ = eidt ⇒ diferencial da entrada de energia elétrica

dWmec = f campo dx ⇒ diferencial da saída de energia mecânica

dWcampo ⇒ diferencial da variação de energia magnética armazenada

20
 ENERGIA EM SISTEMAS MAGNÉTICOS
• Relé eletromagnético – sistema de conversão de energia com
partes estacionárias e partes móveis.

21
 ENERGIA EM SISTEMAS MAGNÉTICOS
• Na análise de dispositivos práticos são desprezadas as não-
linearidades magnéticas e as perdas no núcleo.
• O fluxo e a FMM são diretamente proporcionais ao longo do circuito
magnético.
• Portanto o fluxo concatenado λ e a corrente i relacionados
linearmente por uma indutância L que depende somente da
geometria (posição x da armadura).

λ = L( x)i
• A energia mecânica de saída do rele é definido por:

dWmec = f campo dx

• Portanto,
dWcampo = idλ − f campo dx
22
 ENERGIA EM SISTEMAS MAGNÉTICOS
• Como o sistema de armazenamento de energia magnético não
tem perda, trata-se de um sistema conservativo de energia, e o
valor Wcampo é especificado unicamente pelos valores de λ e x
(variáveis de estado), independente de como são levas aos seus
valores finais.
λ = L( x)i
Permitindo uma integração mais fácil,
fazemos o caminho mais direto:

Wcampo (λo , xo ) = ∫ dW
caminho 2a
campo + ∫ dW
caminho 2b
campo

23
 ENERGIA EM SISTEMAS MAGNÉTICOS
dWcampo = id λ − f campo dx => f (λ , x)

Wcampo (λo , xo ) = ∫ dW
caminho 2a
campo + ∫ dW
caminho 2b
campo

Caminho 2a => não existe variação de fluxo concatenado, portanto, não pode
haver força magnética na ausência de campos magnéticos.

Caminho 2b => dx=0, logo a integral se resume a idλ

λ
Wcampo (λ , x) = ∫ id λ
λ = L( x)i
0
λ
λ 1 λ2
Wcampo (λ , x) = ∫ dλ =
0
L( x) 2 L( x)
24
 ENERGIA EM SISTEMAS MAGNÉTICOS

A energia magnética armazenada também pode ser expressa em

termos da densidade de energia do campo magnético integrado no
volume V:

= ∫  ∫ HdB dV
 B
Wcampo
V
 0 

Para materiais magnéticos de permeabilidade constante (B=µH):

B2
Wcampo =∫ dV
V
2µ

25
 EXERCÍCIO 2
• O relé apresentado é construído de permeabilidade muito elevada com um
êmbolo móvel, também de permeabilidade muito elevada. A altura do
êmbolo é muito maior que o comprimento do entreferro (h>>g). Verifique a
energia armazenada Wcampo em função da posição do êmbolo (0<x<d) para
N=1000 esp, g=2mm, d=0,15m, lmédio=0,1m e i=10A.

26
DETERMINAÇÃO DA FORÇA
E CONJUGADO MAGNÉTICO
A PARTIR DA ENERGIA

27
 FORÇA E CONJUGADO MAGNÉTICO

• Dado sistemas de armazenamento de energia magnética sem perdas

com variáveis de estado λ e x:

Como já visto:

dWcampo = idλ − f campo dx

28
 FORÇA E CONJUGADO MAGNÉTICO

• Para qualquer função de estado de duas variáveis independentes, a

derivada pode ser dada por:

∂F ∂F
dF ( x1 , x2 ) = dx1 + dx2
∂x1 x2
∂x2 x1

onde cada uma das derivadas parciais são determinadas em relação a

uma variável de estado, mantendo a outra variável constante.

29
 FORÇA E CONJUGADO MAGNÉTICO

• Aplicando a derivada parcial em Wcampo:

∂Wcampo (λ , x) ∂Wcampo (λ , x)
dWcampo (λ , x) = dλ + dx
∂λ x
∂x λ

Comparando a equação acima com:

dWcampo = idλ − f campo dx

30
 FORÇA E CONJUGADO MAGNÉTICO

Temos que:
∂Wcampo (λ , x)
i=
∂λ x

Onde a derivada parcial foi obtida mantendo-se x constante.

∂Wcampo (λ , x)
f campo = −
∂x λ

Onde a derivada parcial foi obtida mantendo-se λ constante.

31
 FORÇA E CONJUGADO MAGNÉTICO

Como já visto, em sistemas magnéticos lineares, onde λ=L(x)i.

λ
λ 1 λ2
Wcampo (λ , x) = ∫ dλ =
0
L( x) 2 L( x)

A força pode ser determinada por:

∂Wcampo (λ , x) ∂  1 λ2  λ2 dL( x)
f campo = − = −   = 2
∂x λ
∂x  2 L ( x ) λ 2 L ( x ) dx

32
 FORÇA E CONJUGADO MAGNÉTICO

Se desejado, a força pode ser expressa diretamente em termos de i,

fazendo a substituição λ=L(x)i.

λ2 dL( x) i 2 dL( x)
f campo = 2 =
2 L( x) dx 2 dx

33
 FORÇA E CONJUGADO MAGNÉTICO

Generalizando para terminal mecânico rotativo:

rotativo:

Em sistemas com terminal mecânico rotativo, as variáveis mecânicas

tonam-se o deslocamento angular θ e o conjugado Tcampo.

dWcampo = idλ − Tcampo dθ

onde Wcampo depende explicitamente das variáveis de estado λ e θ.

34
 FORÇA E CONJUGADO MAGNÉTICO

Por analogia com o desenvolvimento anterior, pose obter o conjugado

(mantendo λ cte):

∂Wcampo (λ , θ )
Tcampo = −
∂θ λ

Em sistemas magnéticos lineares, onde λ=L(θ)i.

1 λ2
Wcampo (λ , θ ) =
2 L(θ )

35
 FORÇA E CONJUGADO MAGNÉTICO

Portanto, o conjugado é dado por:

∂  1 λ2  1 λ2 dL(θ )
Tcampo =−   = 2
∂θ  2 L (θ ) λ 2 L (θ ) dθ

que pode ser expresso diretamente em termos de i como:

i 2 dL(θ )
Tcampo =
2 dθ

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EXERCÍCIO 3

O circuito magnético a seguir consiste em um estator de bobina única

e um rotor oval. Como o entreferro não é uniforme, a indutância da
bobina varia com a posição angular do rotor, medida entre o eixo
magnético da bobina e o eixo principal do rotor de acordo com L(θ),
onde L0=10,6 mH e L2=2,7 mH. Encontre o conjugado em função de θ
para uma corrente de bobina de 2 A.

L( θ ) = L0 + L2 cos( 2θ )

37
ATÉ A PRÓXIMA AULA!
Nos vemos na Exato Tesla..
próxima aula...

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