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Eletricidade: Circuitos AC

António Mendes Lopes, Francisco Vasques


2022

Apontamentos efectuados com base em:


- Giorgio Rizzoni, “Principles and Applications of Electrical Engineering”, McGraw-Hill, 2007;

Circuitos de Corrente Contínua


Revisão

 Circuitos eléctricos formados por

 Fontes de tensão e de corrente constantes no tempo

 Resistências

 Análise

 Leis de Kirchhoff

 Lei de Ohm

 Teoremas de Thévenin, Norton, sobreposição …

2
Circuitos de Corrente Alternada
AC

 Circuitos eléctricos formados por

 Fontes de tensão e de corrente variáveis no tempo - Sinusoidais

 Resistências

 Condensadores x(t)

A
 Bobinas

0 T 2T t

-A
Onda sinusoidal

Circuitos de Corrente Alternada


AC

 Elementos armazenadores de energia


 Condensador
 Bobina

 Fontes de tensão e de corrente variáveis no tempo


 Valor médio e valor eficaz (RMS)

 Análise de circuitos com fontes variáveis no tempo e elementos armazenadores


de energia (caso geral)
 Equações diferenciais

 Análise de circuitos com fontes variáveis no tempo e elementos armazenadores


de energia (caso particular: sinais sinusoidais e regime permanente)
 Números complexos / Notação fasorial

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Resistência eléctrica
Revisão

 Uma resistência ideal é um elemento puramente dissipativo – consumidor de


energia eléctrica (transforma energia eléctrica em energia térmica)

1 v 2 (t )
i(t )  v(t ) p(t )  v (t )  it    R  i 2 t 
R R

Elementos Armazenadores de Energia


Condensadores e bobinas

 Existem elementos armazenadores de energia:

 Condensador ideal, caracterizado por uma capacidade - C

 Bobina ideal, caracterizada por uma indutância - L

 A energia é armazenada sob a forma de um campo electromagnético

 (Claro que não existem dispositivos ideais: qualquer elemento de um circuito

eléctrico apresenta, simultaneamente, resistência, capacidade e indutância)

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Campo eléctrico
Noção de campo eléctrico

 Campo eléctrico: espaço em redor de uma carga eléctrica onde se faz sentir a
influência dessa mesma carga
 O campo eléctrico pode ser representado por linhas de força
 A proximidade das linhas dá uma ideia da intensidade do campo

Q
EK rˆ
r2

Campo eléctrico
Noção de campo eléctrico

 Uma carga colocada no seio de um campo eléctrico fica sujeita a uma força

(atracção ou repulsão)

Q F  qE
EK rˆ
r2 q
Qq
FK rˆ Lei de Coulomb
r2

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Condensador ideal
Dispositivo físico

 Um condensador é um dispositivo formado por dois corpos condutores (armaduras)


separados por um material isolador (dieléctrico)
 Quando polarizado (aplicada uma diferença de potencial entre as armaduras), armazena
energia sob a forma de um campo eléctrico ou “separação de carga”

E
Ex: condensador de placas paralelas
 Duas placas paralelas com área A, a uma
distância d
 Separadas por vácuo, ar, ou outro material
isolador (dieléctrico)

Condensador ideal
Dispositivo físico

Mica (1.7 Eur) Alumínio (3.7 Eur) Plástico (0.7 Eur)


Cerâmico (0.1 Eur)

variável (15.13 Eur)

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Condensador ideal
Funcionamento

 Se não existir tensão entre as armaduras (fonte


Electrões
desligada) as armaduras estarão neutras e não
existirá campo eléctrico +Q Condutor

 Se for ligada a fonte de tensão, existirá um


fluxo de carga entre a fonte e as armaduras E V
(até as diferenças de potencial entre a
armadura A e o terminal positivo e entre a -Q Condutor
armadura B e o terminal negativo serem nulas)

 As armaduras ficarão com uma carga de +Q (A) Condensador de placas paralelas


e de –Q (B) (separação de carga)

 O condensador, “visto como um todo”, tem


carga nula

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Condensador ideal
Condensador vs corrente

 A presença de um material isolador entre as armaduras faz com que não circule corrente
através do condensador
 Porém, do ponto de vista dos terminais de acesso, o condensador comporta-se como um
elemento através do qual circula, de facto, uma corrente
 A existência de um movimento de cargas nos terminais de acesso às armaduras não reflecte a
presença de uma corrente eléctrica através do dieléctrico, mas sim a acumulação e a remoção
de cargas nas armaduras
 Se a tensão aos terminais variar há corrente

Corrente eléctrica num condensador

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Condensador ideal
Funcionamento: DC, AC

 Funcionamento em DC: Q = CV - depois de carregado comporta-se como um circuito aberto


(não variação da tensão  não variação de carga  não há corrente)

 Funcionamento em AC: q (t )  Cv(t )


dq (t ) dv(t )
i(t )  C
dt dt
1 t 1 to 1 t
v (t )   it dt   it dt   it dt
C   C   C to
1 t
 Vo   it dt , t  to V0 = v(t0)
C to
 A tensões constantes correspondem correntes nulas (DC)
 A tensões variáveis no tempo, mas com derivada finita, correspondem correntes finitas
 A tensões sinusoidais correspondem correntes também sinusoidais
 A variações infinitamente rápidas da tensão correspondem picos de corrente infinitos

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Condensador ideal
Energia armazenada

 A energia eléctrica é dada pelo integral, no tempo, da potência

dvC t 
WC t    P t    vC t   C dt
dt
1
WC t   C  vC2 t   J 
2

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Condensador ideal
Capacidade

 A capacidade de um condensador é uma “medida” da facilidade de acumulação


de carga nas armaduras
 A capacidade vem expressa em Farad (F)
 O farad é uma unidade impraticável (grande)
 É comum usarem-se unidades como o micro-farad (1 mF = 10-6 F) ou o pico-farad
(1 pF = 10-12 F)
 A capacidade depende da geometria do condensador e do material dieléctrico
 Num condensador de placas paralelas a capacidade é:

A A r > 1 - permitividade relativa ou constante dieléctrica do meio


C    r o
d d
o = 8.85410-12 F/m - permitividade eléctrica do vácuo

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15

Condensador ideal
Simbologia

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16
Condensador ideal
Energia armazenada

 Ex: Considerem-se o circuito e a forma de


onda da fonte de corrente representados
na Figura

 Admita-se que a tensão inicial aos


terminais do condensador é v(t = 0) = 1 V

 Pretende-se determinar e representar


graficamente, em função do tempo, as
variáveis tensão, carga e energia
armazenada no condensador

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Condensador ideal
Associação em paralelo

... dv (t )
i1(t) i2(t) is  i1  i2    ik ii (t )  Ci
ik(t) + dt
iS(t) v(t) dv(t ) dv(t ) dv(t )
C1 C2 Ck _ is (t )  C1  C2    Ck
dt dt dt
...
dv(t )
is (t )  C1  C2    Ck 
dt
dv(t )
is (t )  C P
dt
C P  C1  C2    Ck
iS(t) CP

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Condensador ideal
Associação em série

v1(t) v2(t) 1
it dt
Ci 
_ _ vs  v1  v2    vk vi 
+ +
...
1 1 1 
C1 C2 + vs       it dt
vS(t) + Ck vk(t)  C1 C2 Ck 
~-
_ 1
i t dt
CS 
vs 
...

1
CS 
1 1 1
 
C1 C2 Ck

vS(t) + CS
~-

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19

Condensador ideal
Aplicações: transdutor capacitivo

A
C   r o
d

r variável d variável

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Introdução ao Electromagnetismo
Campo magnético, força de Lorentz

 Uma carga eléctrica em movimento cria


um campo magnético, caracterizado pelo
vector indução magnética, B. A uma
distância r de q1 tem-se: v2

m q1v1  rˆ F2
q2
B1  v1
4 r 2 x B1
m - permeabilidade magnética do meio
r
q1
 Uma carga em movimento no seio de um
campo magnético fica sujeita à acção de
uma força, força de Lorentz

F2  q2 v 2  B1

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21

Introdução ao Electromagnetismo
Regra da mão direita

1º vector Produto vectorial

2º vector

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Introdução ao Electromagnetismo
Lei de Ampère

 Lei de Ampère: o campo magnético criado por uma corrente é proporcional


a essa corrente

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Introdução ao Electromagnetismo
Campo magnético criado por um condutor rectilíneo

 Uma corrente eléctrica (carga em movimento) cria um campo magnético


 Uma corrente eléctrica num condutor rectilíneo cria um campo magnético
 O campo pode ser representado por linhas de força

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Introdução ao Electromagnetismo
Campo magnético criado por uma espira

 Uma corrente eléctrica numa espira cria um campo magnético


 Muitas linhas de força: campo “forte”
 Poucas linhas de força : campo “fraco”
 As linhas de força formam caminhos fechados (podem ser infinitos)

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Introdução ao Electromagnetismo
Campo magnético criado por uma bobina

 Uma bobina é um fio condutor enrolado num bloco (núcleo) de material


isolador ou ferromagnético de forma a constituir um conjunto de N espiras
 Uma corrente eléctrica constante numa bobina “ideal” cria um campo
magnético uniforme no seu interior e de valor desprezável no exterior

N N
Bm i  m r m0 i
l l
Indução magnética (escalar porque
o campo é uniforme)

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Introdução ao Electromagnetismo
Noção de fluxo magnético ligado a um circuito

 Qualquer condutor que forme um percurso fechado


define uma superfície, A
 Fluxo magnético ligado a um circuito: fluxo através da
superfície definida pelo condutor; traduz o caudal de
linhas de força que atravessam a superfície
 Caso o condutor defina uma superfície plana, as linhas
de força sejam perpendiculares à superfície e o campo
magnético seja uniforme tem-se

  B A

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27

Introdução ao Electromagnetismo
Fluxo magnético ligado a uma bobina

 Numa bobina o condutor não define um percurso fechado. Porém, se se admitir


que as N espiras estão muito próximas, pode considerar-se que definem uma
superfície igual a N vezes a superfície definida por cada espira

 Fluxo ligado a uma bobina percorrida por uma corrente (o campo é criado pela
própria corrente que circula na bobina):

N2
  B  Atotal  B  N  A  m Ai
l

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Introdução ao Electromagnetismo
Lei de Faraday; lei de lenz

 Lei de Faraday: dado um circuito fechado numa região do espaço onde


exista um campo magnético, se o fluxo ligado ao circuito variar no tempo,
surgirá uma fem (tensão) no circuito (podendo circular uma corrente)
 A fem será dada pela variação do fluxo ligado ao circuito por unidade de
tempo:
d
v
dt

 O sinal negativo traduz a lei de Lenz: o sentido da fem induzida tende a


contrariar a causa que lhe deu origem (a variação do fluxo)

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29

Introdução ao Electromagnetismo
Lei de Faraday; lei de Lenz

30

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Introdução ao Electromagnetismo
Lei de Faraday; lei de Lenz

 Causas possíveis para uma variação do fluxo ligado a um circuito:

 Variação da posição do dispositivo que cria o campo magnético

 Variação da posição do circuito exposto ao campo magnético

 Variação da corrente que cria o campo magnético

 Variação da área definida pelo circuito exposto ao campo magnético

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31

Introdução ao Electromagnetismo
Lei de Faraday; lei de Lenz

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Bobina Ideal
Auto-indução

 Uma bobina percorrida por uma corrente variável induz aos seus terminais uma
fem (tensão) que se opõe à variação da corrente

d Símbolo
vL  
dt

N2
  B  Atotal  B  N  A  m A  iL
l

d N2 di di
vL    m A  L  L  L
dt l dt dt

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33

Bobina Ideal
Auto-indução

 Uma bobina percorrida por uma corrente variável induz aos seus terminais uma
fem (tensão) que se opõe à variação da corrente

B + B

i a aumentar i induzida d
vL  
dt

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34
Bobina Ideal
Coeficiente de Auto-indução - L

diL t 
vL t   L
dt
 L é o coeficiente de auto-indução ou indutância da bobina

 É função das dimensões físicas da bobina, do número de espiras e do material do


núcleo (permeabilidade magnética)

 A unidade em que se exprime o coeficiente de auto-indução ou indutância da


bobina é o Henry (H)

1 t 1 to 1 t
iL t    vL t dt   vL t dt   vL t dt
L - L - L to
1 t
 I o   vL t dt , t  t0 I0 = i(t0)
L to

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35

Bobina Ideal
Funcionamento: DC, AC

diL t 
vL t   L
dt

 Correntes constantes no tempo não induzem qualquer tensão aos terminais da


bobina

 Em DC a bobina comporta-se como um curto-circuito

 Correntes variáveis no tempo, mas com derivada finita, induzem tensões finitas

 Correntes sinusoidais induzem tensões também sinusoidais

 Variações infinitamente rápidas da corrente induzem picos de tensão com


amplitude infinita

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36
Bobina Ideal
Energia Magnética Armazenada

 A energia magnética armazenada numa bobina é dada pelo integral, no tempo, da


potência

 di t  
WL t    Pt     iL t   L L dt
 dt 
1
WL t   L  iL2 t   J 
2

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37

Bobina Ideal
Bobina

38

38
Bobina Ideal
Associação de Bobinas em Paralelo

1
ii t   vt dt
Li 
... is  i1  i2    ik
i1(t) i2(t) ik(t) +
1 1 1 
iS(t) v(t) is t        vt dt
L1 L2 Lk _  L1 L2 Lk 
...
1
is t   vt dt
LP 

 
 
1
LP LP   
iS(t)  1 1 1 
 L  L  L 
 1 2 k 

39

39

Bobina Ideal
Associação de Bobinas em Série

i(t) v1(t) v2(t) di (t )


+ _ + _ vs  v1  v2    vk vi (t )  Li
... dt
di(t )
L1 L2 +
vs (t )  L1  L2    Lk 
vS(t) +
~- Lk vk(t) dt
_ di (t )
vs (t )  LS
... dt

i(t) LS  L1  L2    Lk

vS(t) + LS
~-

40

40
Fontes de Tensão e de Corrente
Fontes variáveis no tempo

 Alguns sinais periódicos habitualmente fornecidos pelos geradores de sinal (tensões e


correntes)
x(t) x(t) x(t)

A A A

0 T 2T 3T 0 T 2T 0 T 2T
t t t
Onda em dente de serra Trem de pulsos
-A
Onda quadrada
x(t) x(t)
A A

0 T 2T t 0 T 2T t

-A -A
Onda triangular Onda sinusoidal

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41

Fontes de Tensão e de Corrente


Fontes variáveis no tempo

 Os sinais periódicos satisfazem a equação:

x t   xt  nT , n  1,2,3...

 Dentro dos sinais periódicos, os sinais sinusoidais constituem uma importante


sub-classe:

 A potência eléctrica disponível nas habitações ou na indústria é fornecida na forma de


tensões e correntes sinusoidais

 Em Portugal, nas habitações: frequência = 50 Hz e valor RMS da tensão = 230 V

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42
Tensões e Correntes Sinusoidais
Vantagens AC / desvantagens DC

 A energia eléctrica começou por ser comercialmente distribuída em DC

 Desvantagens DC:

 A tensão tinha que ser gerada com as amplitudes exigidas pelas cargas

 Elevadas perdas no transporte (P = V . I; Pperdas = R.I2), a não ser que se utilizassem

elevadas tensões; perigoso pela razão apontada antes

 Vantagens AC:

 Facilidade de elevar / baixar os valores de tensões / correntes (transformadores)

 Menos perdas no transporte de energia se forem utilizadas altas tensões; aos

consumidores pode chegar baixa tensão

 Hoje em dia a energia eléctrica é comercialmente distribuída em AC

43

43

Tensões e Correntes Sinusoidais


Produção / gerador
B b cos 
a
a

N

(b/2) cos 
b

B
S

  a  b  B  cos
d
v   a  b  B    sin t ,     t
dt
44

44
Tensões e Correntes Sinusoidais
Motor

Uma carga em movimento


no seio de um campo
N magnético fica sujeita à
acção da força de Lorentz

F2  q2 v 2  B1

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Sinais Sinusoidais
Parâmetros
x(t)
A

xt   A cost   
0 DT t
sinal atrasado
-A
Sinusoide arbitrária

A – amplitude 2  T
 = 2f – frequência angular (rad/s)
2DT
 = 2DT/T– desfasamento angular (radianos);   DT   
 = 360DT/T– desfasamento angular (graus); T
DT – desfasamento temporal O desfasamento é medido
f = 1/T – frequência (Hz) relativamente a um sinal de
T – período (s) referência – vamos usar a
função coseno

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46
Sinais Sinusoidais
Parâmetros

x(t) x(t)
A A

0 T t 0 t
t DT
-A -A
Coseno (referência) Sinusoide arbitrária

 Qualquer sinusoide pode ser representada com base na função coseno, basta escolher o valor
adequado para parâmetro  x(t)

Ex: A

 
A sin t   A cos t   0 T
 2 2T t

-A
Onda sinusoidal
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47

Sinais Sinusoidais
Parâmetros

48

48
Sinais Sinusoidais
Parâmetros Em fase Oposição de fase

Quadratura de fase

Desfasamento

49

49

Valor Médio (DC)


Definição

 É a componente contínua do sinal

1 T
xt   xt dt
T 0

EX. A sint     0

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50
Valor Eficaz (RMS)
Definição

 Significado físico de valor eficaz de uma tensão alternada: uma resistência


alimentada com uma tensão alternada de valor eficaz Vef ou alimentada com
uma tensão contínua de valor Vef dissipará a mesma potência média

1 T 2
x t dt
T 0
x RMS 

 Ex.

 2  A
A sin t   RMS  0 A2 sin 2 t   dt 
2 2

51

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Análise de Circuitos AC
Caso geral
vR(t) _ vS t   vR t   vC t 
+
1 t
vS t   Rit   it dt
C 
R +
vS(t) + C vC(t)
~-
di 1 1 dvS
_  i
dt RC R dt

vS  vC dv
iR   iC  C C
R dt
dvC 1 1
 vC  vS
dt RC RC

dy
Equação diferencial ordinária de 1ª ordem: a1  ao y  F t 
dt

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52
Análise de Circuitos AC
Caso geral

vR(t) vL(t)
+ _ + _
d 2i di 1 dv
R L +
L 2
R  i S
dt dt C dt
vS(t) + C vC(t)
~-
_ d 2vC dv
LC 2
 RC C  vC  vS
dt dt

d2y dy
Equação diferencial ordinária de 2ª ordem: a2 2
 a1  ao y  F t 
dt dt

 A análise no tempo de um circuito com condensadores e/ou bobinas exige a


obtenção e a resolução de uma equação diferencial !

53

53

Análise de Circuitos AC
Caso geral: solução

 A solução das equações diferenciais (dinâmica desta classe de circuitos


eléctricos) é composta por duas parcelas distintas:

y t   y N t   yF t 

 Solução natural – Solução da equação diferencial homogénea


 Resposta do circuito quando as fontes estão desligadas
 A resposta é inteiramente dependente da energia previamente armazenada nas
bobinas e/ou condensadores

 Solução forçada - Solução particular da equação diferencial completa


 Resposta do circuito considerando as fontes do circuito (de tensão e de
corrente)

54

54
Análise de Circuitos AC
Caso geral: solução

 A parcela yN(t) tende para zero ao fim de um “curto” tempo (regime transitório)

 Passado esse tempo (regime permanente) tem-se: y t   y F t 

 Se estivermos interessados apenas no comportamento do circuito em regime

permanente, e se as fontes de tensão e de corrente forem sinusoidais, não é

necessário resolver as equações diferenciais:

 As tensões e as correntes em qualquer parte do circuito eléctrico serão sinusoidais com

frequência igual à das fontes

 Haverá um desfasamento entre as tensões e as correntes no circuito e as tensões e

correntes das fontes

 O circuito pode ser analisado recorrendo à notação fasorial /números complexos

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55

Números complexos
Revisão

 Motivação: resolução de equações com raízes não reais

Ex. x2  9  0 x   j3 j  1

 Os números complexos podem ser representados em dois formatos básicos


 Coordenadas rectangulares: P = a + jb
 a e b definem as coordenadas rectangulares (cartesianas) do ponto no plano
complexo

 Coordenadas polares: P  P  (ou, em notação exponencial, P  P e j )


 P e  definem, respectivamente, o módulo e o argumento (ângulo entre o eixo real e o
segmento que une a origem do plano complexo ao ponto)

56

56
Números complexos
Revisão

 A conversão entre estes dois formatos baseia-se nas regras

Im
P  a 2  b 2
a  P  cos 
  1 b
 b  P  sin   tg a b P


Re
a
 Definição de número complexo conjugado

P *  a  jb  P  e  j  P  

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57

Números complexos
Revisão

 Operações com números complexos em coordenadas rectangulares: P1 = a + jb; P2


= c + jd
 Adição: P1 + P2 = (a + c) + j( b + d)

 Multiplicação: P1  P2 = (ac - bd ) + j( ad + bc)

P1 P1P*2 ( a  jb)(c  jd ) ( a  jb)(c  jd )


 Divisão:   
P2 P2 P*2 (c  jd )(c  jd ) (c 2  d 2 )

 Operações com números complexos em coordenadas polares: P1 = P1 1;


P2 = P2 2
 Adição: necessário passar os números para coordenadas rectangulares

 Multiplicação: P1P2  P1P2 1   2


P1 P1
 Divisão:  1   2
P2 P2
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58
Notação Exponencial
Identidade de Euler

 A identidade de Euler é:

e j  cos  j sin 

Ae j  A cos  jA sin  Ae j  A

 As funções cos() e sin() podem ser expressas em notação exponencial

e j  e  j e j  e  j
cos( )  sin( ) 
2 2j

59

59

Notação Exponencial
Representação de funções sinusoidais

 As funções cos() e sin() podem ser representadas (recorrendo aos operadores


 , e Imaginário de, Im
Real de, Re  ) por:

 
cos   Re e j

A cos   ReAe   j

 
sin    Im e j

A sin    ImAe  
j

60

60
Fasores
Representação de funções sinusoidais

 O sinal sinusoidal A cos(t   ) pode ser representado por:

 
A cos(t   )  Re Ae j (t  )
 ReAe  e  
j t j

 O fasor correspondente ao sinal é: Ae j , A

 A notação fasorial deriva das expressões acima, porém é uma representação


simplificada de um sinal sinusoidal

 Omite-se a informação sobre a frequência do sinal


 Omite-se o operador Re{.}

 A informação de frequência é pouco relevante, pois em AC a frequência dos


sinais de tensão e de corrente em qualquer parte do circuito é igual à frequência
das fontes

 A informação de frequência é recuperada quando da passagem dos sinais para o


domínio temporal
61

61

Fasores
Representação de funções sinusoidais

 Uma onda sinusoidal pode ser representada no domínio temporal ou no domínio


fasorial da seguinte forma:

vt   A cost     V  j   A  e j  A

 Um fasor é um número complexo em coordenadas polares: A


 O módulo representa a amplitude da sinusoide
 O argumento representa o desfasamento do sinal relativamente à função (usualmente o
coseno) de referência
 A frequência angular do sinal, , não aparece na representação fasorial

62

62
Fasores
Representação de funções sinusoidais

 Ex:

v1 t   15 cos314t   4 v2 t   15 cos314t   12

V1  j   15e j 45º V2  j   15e j15º

V1  j   1545 V2  j   1515

V1  j   10.61  j10.61 V2  j   14.49  j3.88

V1  j   V2  j   25.10  j14.49  28.98e j 30º  v1 t   v2 t   28.98 cos314t  30º 

63

63

A Importância da Notação Fasorial


 Nos circuitos lineares excitados por fontes sinusoidais, as tensões e as correntes
no circuito são também sinusoidais e com a mesma frequência angular das
fontes

 Se existirem fontes com diferentes frequências é necessário analisar as suas


contribuições separadamente, usando o teorema da sobreposição (os fasores
correspondentes não podem ser somados)

 As metodologias de análise e de representação das grandezas podem ser


abreviadas, de modo a conterem apenas a informação relativa à amplitude e ao
desfasamento

 A informação relativa à dinâmica temporal pode sempre ser recuperada:

vt   A cost     V  j   A  e j  A

64

64
Conceito de Impedância Eléctrica
Definição

 Motivação: representação de resistências, condensadores e bobinas usando


notação fasorial

 Impedância é quociente entre os fasores tensão e corrente num elemento do


circuito:

V  j 
Z j  
I j 

 Consequência directa: generalização da Lei de Ohm v(t) = R i(t):

V j   Z j I j 

65

65

Conceito de Impedância Eléctrica


Resistência

+
vs t  A cost
A cos t vS(t) +
~- R Pela Lei de Ohm tem-se: i t   
_ R R

Convertendo a tensão e a corrente para notação fasorial

VS  j   A0º
A
I  j   0º I(j)
R VS(j) +
Símbolo para
V  j  +
~- Z(j)
Z  j   S  R0º  R  j 0 W, ohm) A0º impedância
I  j 
_

66

66
Conceito de Impedância Eléctrica
Resistência

 A impedância da resistência é um número real


 Os fasores tensão e corrente na resistência encontram-se em fase

Im v(t)
i(t)

I(j) ZR(j) = R
Re
VS(j)

67

67

Conceito de Impedância Eléctrica


Condensador

+
+
A cos t vS(t) ~- C Característica tensão-corrente:
_
dvs t  d
i t   C  C  A cos t 
dt dt
   CA sin t
 sin t   cos t  
 2
 
i t   CA cos t  
 2

I j   CA90º I(j)
VS(j) +
+
Z(j)
V  j  1 1 A0º ~-
Z j   S
_
   90º  0  j W, ohm)
I j  C C

68

68
Conceito de Impedância Eléctrica
Condensador

 A impedância eléctrica do condensador é um número imaginário puro cujo módulo diminui


com a frequência angular
 A impedância pode ser vista como uma resistência dependente da frequência
 Em DC (frequência nula) a impedância do condensador é infinita (circuito aberto)
 O fasor tensão encontra-se atrasado /2 radianos relativamente ao fasor corrente

Im v(t)
i(t)

I(j)
VS(j)
Re

ZC(j) = -j/C

69

69

Conceito de Impedância Eléctrica


Bobina

+
+
A cos t vS(t) ~- L Característica tensão-corrente:
_
1 1
it    vs t dt   A cos tdt
L L
 
sin t   cos t   
A
sin t
 2 L
A  
it   cos t  
L  2
A
I j     90º
L VS(j)
I(j)
+
+
A0º ~- Z(j)
V  j  _
Z  j   S  L90º  0  jL W, ohm)
I  j 

70

70
Conceito de Impedância Eléctrica
Bobina

 A impedância eléctrica da bobina é um número imaginário puro cujo módulo cresce com a
frequência angular

 Em DC (frequência nula) a impedância da bobina é nula (curto-circuito)

 Na bobina o fasor tensão encontra-se adiantado /2 radianos relativamente ao fasor corrente

Im
v(t)
i(t)
ZL(j) = jL

VS(j)
Re
I(j)

71

71

Conceito de Impedância Eléctrica


Caso geral
R

v(t) + L
~-

dit 
vt   Rit   L
dt
V  j   RI j   jLI  j  I(j)
VS(j) +
V  j   R  jL I  j   Z j I j  +
~- Z(j)
_
Z j   R  jL
Z j   R  jX

72

72
Conceito de Impedância Eléctrica
Caso geral

Em geral a impedância é um número


complexo:

R - Resistência
X - Reactância

Im

ZRL(j) = R+jL
ZL(j) = jL

Re
ZR(j) = R

73

73

Conceito de Impedância Eléctrica


Resumo

COMPONENTE DOMÍNIO NOTAÇÃO IMPEDÂNCIA ADMITÂNCIA


TEMPO FASORIAL (W) (Siemens - S)

Resistência V(j) = ZR (j) I (j) ZR = R 1 1


vt   Rit  YR  
ZR R
Condensador dvt  1 j 1
i t   C V ( j )  Z C ( j )I( j ) Z C   YC   jC
dt jC C ZC
Bobina dit  1 1
vt   L V ( j )  Z L ( j )I ( j ) Ζ L  jL YL  
dt Z L jL

74

74
Análise de Circuitos AC
Procedimento

 Identificar as fontes de tensão e de corrente sinusoidais e registar a sua


frequência

 Converter as fontes para notação fasorial

 Representar cada elemento do circuito pela sua impedância

 Analisar o circuito representado em notação fasorial, usando todas as técnicas já


conhecidas dos circuitos DC

 Converter o resultado obtido em notação fasorial para funções no domínio


temporal

75

75

Análise de Circuitos AC
Procedimento

 Todos os métodos de análise e resultados vistos para os circuitos DC podem ser


generalizados a circuitos AC

 Associação de resistências em série / paralelo

 Leis de Kirchhoff e de Ohm

 Divisores de tensão / corrente

 Teoremas de Thévenin / Norton

 Teorema da sobreposição

 …

76

76
Potência em Circuitos AC
Potência Instantânea
v(t), i(t)
i(t)

vt   V cost  V 
i(t)
v(t) +
~- it   I cost   I  v(t)
t

p t   vt i t   VI cos t  V cos t   I  W, watt

VI VI
p t   cos   cos2t  V   I 
2 2
VI VI
p t   cos   cos2t    2 I ,   V   I
2 2

77

77

Potência em Circuitos AC
Potência instantânea

 A potência instantânea num elemento de um circuito AC é composta por uma componente constante
mais uma componente sinusoidal de frequência igual ao dobro da da fonte
 Existem instantes de tempo em que a potência é positiva (a carga dissipa energia) e instantes de
tempo em que é negativa (a carga devolve a energia dissipada)

VI VI
p t   cos   cos2t    2 I ,   V   I
2 2
p(t)

PAV

78

78
Potência em Circuitos AC
Potência média ou activa

 A potência média pode ser obtida por integração da potência instantânea ao longo de um período

1 T
T 0
PAV  p(t )dt

1 T VI 1 T VI
PAV   cos dt   cos2t  V   I dt
T 0 2 T 0 2
VI
PAV  cos  W, watt
2

79

79

Potência em Circuitos AC
Potência média ou activa: análise em notação fasorial

I(j)
V( j )  VV I( j )  I I
+
Z( j )  V V   I   ZV   I   Z V(j) ~- Z(j)
I
V
I
Z

VI
PAV  cos
2
V2 ZI 2
 cos  cos
2Z 2

80

80
Potência em Circuitos AC
Potência média ou activa: análise em notação fasorial

 A potência pode ser rescrita em função dos valores eficazes (RMS) da tensão e da
corrente

V I
VRMS  I RMS 
2 2

VI
PAV  cos
2

PAV  VRMS I RMS cos


2
VRMS
 cos  ZI RMS
2
cos
Z

81

81

Potência em Circuitos AC
Potência complexa

1 1 1
S  V j   I *  j   Ve jV Ie  j I  VIe j V  I 
2 2 2
1 1
  VI cos  j  VI sin 
2 2
2 2
V V
 cos  j sin 
2Z 2Z
1 1
  I 2 Z cos  j  I 2 Z sin 
2 2
Z(j)
1 1 1
 I 2 R  j I 2 X  I 2 Z  j  Z j   R  jX
2 2 2 X
 Z cos  R Resistência
 PAV  jQ R
Triângulo de Impedância Z sin   X Reactância

82

82
Potência em Circuitos AC
Potência complexa: triângulo de potência
S
Q S  PAV  jQ

PAV
1 Potência média (activa), expressa em watt (W) (Energia
PAV  V I cos  VRMS I RMS cos absorvida pela parte resistiva - R - da carga, num determinado
2 tempo; realiza trabalho)

Potência reactiva, expressa em volt ampere reactivo (VAR)


1
Q  V I sin   VRMS I RMS sin  (Energia trocada entre a fonte e a parte reactiva - X - da carga,
2 num determinado tempo. Não há perda nem ganho de energia;
não há realização de trabalho)

1 Potência aparente, expressa em volt ampere (VA)


S  PAV
2
 Q 2  V I  VRMS I RMS (produto dos valores de tensão e de corrente
2 medidos por um voltímetro e um amperímetro)

83

83

Potência em Circuitos AC
Factor de potência

1 pf  cos
PAV  V I cos
2

 1, Carga puramente resistiva



pf   0, Carga puramente indutiva ou capacitiva
0  pf 1, Carga complexa (outros casos)

 A potência média (activa) numa carga complexa depende do Factor de potência


 Se a carga necessitar de uma determinada potência média, a corrente fornecida
pela fonte será mínima se o factor de potência for máximo (cos  = 1)
 Menos perdas nas linhas de transmissão
 Um factor de potência próximo de 1 equivale uma eficiente transferência de
energia da fonte para a carga

84

84
Potência em Circuitos AC
Correcção do factor de potência

 Pode corrigir-se o factor de potência ( pf  cos  1 ) colocando em paralelo com a


carga uma reactância
 A potência reactiva da reactância a colocar deve ter sinal oposto ao da potência
reactiva da carga

Im Im

R Q
VS(j) +
S ~- -j/C
Q S Re
j L QC
PP
AV
P
PAV

85

85

Potência em Circuitos AC
Conservação de potência / máxima transferência de potência

 Conservação de potência: em qualquer circuito eléctrico existe conservação de potência:

 PAV i
0  PQ i
0
i i

 Máxima transferência de potência: a potência transferida da fonte para a carga é máxima quando
a impedância da carga é igual ao complexo conjugado da impedância da fonte (adaptação de
impedâncias): *
ZL  ZS

ZS(j)

+ ZL(j) = ZS*(j)
VS(j) ~-

Fonte Carga

86

86
Potência em Circuitos AC
Carga resistiva Carga indutiva Carga capacitiva

Lei de Ohm
VL  Z L I L VL  Z L I L VL  Z L I L
Impedância
Z L  RL Ζ L  RL  jX L Ζ L  RL  jX L
Desfasamento
  V   I  0   V   I  0   V   I  0
Fasores Im  0 Im Im I
I V V 
 Re
Re I V Re

Significado Corrente e Corrente em Corrente em


tensão em fase atraso avanço
Factor de 1 < 1; em atraso < 1; em avanço
potência
Potência reactiva 0 >0 <0

87

87

Transformadores
Dispositivo

 Um transformador é um dispositivo que liga magneticamente dois circuitos AC (indutância mútua)


 Permite elevar ou reduzir as amplitudes das tensões e das correntes dum circuito para o outro
(alta tensão/baixa corrente para baixa tensão/alta corrente ou vice-versa

Circuito de + + Circuito de
entrada _ saída
_

 É constituído por duas bobinas acopladas magneticamente que partilham o mesmo núcleo
 Não existe qualquer ligação eléctrica entre as duas bobinas – isolamento galvânico
 A bobina do circuito de entrada chama-se primário e a do circuito de saída chama-se secundário
 A posição relativa do primário e do secundário pode ser mudada

88

88
Transformadores
Operação
n1 – número de espiras da bobina do primário
I1(j) n1:n2 I2(j) n2 – número de espiras da bobina do secundário
1:N
n2
+ + N - Relação de transformação (relação entre o
n1 número de espiras)
V1(j) V2(j)
Os terminais das bobinas assinalados com um ponto têm a
mesma polaridade
- -
Primário Secundário

 Um transformador a funcionar em DC não tem qualquer utilidade (uma bobina em DC é um


curto-circuito
 Em AC o transformador multiplica a tensão e divide a corrente de entrada pela constante n2/n1

I1  j 
V2  j   NV1  j  I 2  j  
N

89

89

Transformadores
Analogia

n2
v2  v1  Nv1
n1
n1 1
i2  i1  i1
n2 N

n2
T2  T1  NT1
n1
n1 1
2  1  1
n2 N

90

90
Transformadores
Primário e secundário não isolados

Para pequeno aumento/redução


da tensão de entrada)

Boosting (aumento ligeiro da tensão) Bucking (redução ligeira da tensão)

91

91

Transformadores
Aplicação: ignição num motor Otto

Admissão Compressão Expansão Exaustão

92

92
Transformadores
Aplicação: ignição

Bat
Vela
d di
vL  L
dt dt

93

93

Transformadores
Conservação de potência

 Num transformador há conservação de potência - a potência no primário é igual


à potência no secundário

I1(j) n1:n2 I2(j)


1:N

1 1 V  j  + +
S1  I1*  j V1  j   NI*2  j  2
2 2 N
V1(j) V2(j)
1 *
 I 2  j V2  j   S 2
2
- -
Primário Secundário
I1  j 
V2  j   NV1  j  I 2  j  
N
94

94
Transformadores
Enrolamentos múltiplos

 Os transformadores podem ser construídos com múltiplos enrolamentos primários


ou secundários

I1(j) I2(j)
n2
+ + V2  j   V1  j 
n2 n1
n2  n3
V1(j) n1 - I3(j) Vo  j   V1  j 
+ n1
n3 n3
- - V3  j   V1  j 
n1

Transformador com dois secundários

95

95

Transformadores
Enrolamentos múltiplos

96

96
Transformadores
Reflexão de impedâncias
I1 1:N I2
+ +
 A impedância vista pela fonte é dada pela
ZS
relação entre a tensão e a corrente no
primário: V1 V2 ZL
+
VS ~-
V - -
ZL  1
I1 Z'L
V N 1 V 1 I1  j  
 2  2 2  2 ZL V2  j   NV1  j  I 2  j  
NI 2 N I2 N N

 Ou seja, a fonte vê a impedância de carga


N2 vezes mais pequena ZS
1
ZL  ZL
VS +
~-
N2

97

97

Transformadores
Reflexão de impedâncias I1 I2
1:N
+ +
ZS
 A tensão vista pela carga é a tensão de circuito aberto:
V1 V2 ZL
VOC  V2  NV1  NVS VS +
~-
- -
 A corrente de curto-circuito é:
VS 1 Z''L
I SC 
ZS N

N2ZS = Z''S
V NVS
 A carga vê a impedância: ZS  OC   N 2Z S ZL
I SC VS 1
NVS +
ZS N ~-

98

98
Transformadores
Máxima transferência de potência
I

 Quando a impedância da carga é igual ao complexo conjugado da +


impedância da fonte, diz-se que existe adaptação de impedâncias ZS
ZL VL
Z L  Z*S +
VS ~- -
 Nestas condições verifica-se a máxima transferência de potência
para a carga
Z S  RS  jX S
1:N

ZS ZS
ZL
ZL ZL/N2 2
 Z*S
VS +
~- VS + N
~-

Fonte Transformador Carga Equivalente referido


ao primário

99

99

Resposta em frequência
Definição

 Estudo da variação, com a frequência, do quociente entre dois fasores – fasor de


saída / fasor de entrada (Tensão/Tensão, Corrente/Corrente, Corrente/Tensão,
Tensão/Corrente)
 Resposta em frequência de um sistema caracteriza o sistema

ZT ZL VL  j  ZL
VL  j   VT  j    H  j 
+ Z L  ZT VT  j  Z L  ZT

VT +
~- ZL VL VL  j   H  j VT  j  VL VL  H  j   H  VT VT

- VL  H  j VT VL  VT   H

Ex: Entrada VT e saída VL

100

100
Resposta em frequência
Definição

 Dado o sinal sinusoidal de entrada (amplitude, desfasamento e frequência)


 Dada a resposta em frequência
 É possível determinar o sinal sinusoidal de saída

VL  H  j VT VL  VT   H


vT t   VT cos t  VT  
vL t   VT H j  cos t  VT   H 
Entrada Saída

 H j   Módulo (amplificação ou atenuação)


H  j   
Função de Transferência
  H  H j   Argumento (desfasamento)
(saída / entrada)

101

101

Resposta em frequência
Exemplo

+
Vi C Vo
_
Para  = 0 a impedância do condensador é
infinita e a resposta em frequência é igual a 1
(entrada igual à saída)
1 jC 1
Vo ( j )  Vi ( j )  Vi ( j )
R  1 jC 1  jRC
Vo ( j ) 1

Vi ( j ) 1  jRC
1
H ( j )  Módulo H ( j )   arctanCR  argumento
1  CR 2

102

102
Resposta em frequência
Análise de Fourier

 Um sinal periódico, x(t), pode ser representado pela soma infinita de sinusoides
com diferentes amplitude, desfasamento e frequência:

xt   xt  To , To  período

A0   
xt      An cosn 0t   Bn sinn 0t 
2  n 1 

t 0 T
2 2
o 
To
 2f o - Frequência fundamental An  
T  xt  cosn t  dt
t0
0

t0 T
2o, 3o, 4o … - Harmónicos 2
Bn  
T  xt  sin n t  dt
t0
0

103

103

Resposta em frequência
Análise de Fourier: exemplo

104

104
Resposta em frequência
Análise de Fourier: exemplo

4A  cos 3 0t cos 5 0t cos 7 0t 


xt     cos  0t     
  3 5 7 

105

105

Resposta em frequência
Análise de Fourier: espectro de frequências

 Gráfico das amplitudes dos harmónicos vs frequência

Amplitude  An2  Bn2

106

106
Resposta em frequência
Filtros eléctricos

 Circuito eléctrico capaz de atenuar sinais sinusoidais com determinadas


frequências

A0 A0
xt    A1 cos 0t   B1 sin  0t   y t    A1 cos 0 t   B1 sin  0t  
2 Filtro 2
A2 cos2 0t   B2 sin 2 0t     Passa - alto A2 cos2 0t   B2 sin 2 0 t    
An cosn 0t   Bn sinn 0t    An cosn 0t   Bn sin n 0t   

107

107

Resposta em frequência
Filtros eléctricos

Módulo Passa-baixo

Módulo Passa-alto

108

108
Resposta em frequência
Filtros eléctricos

Passa-banda
Módulo

109

109

Resposta em frequência
Filtro passa-baixo passivo
R

+
Vi C Vo
_

1
H ( j )  Módulo H ( j )   arctanCR  argumento
1  CR 2

A atenuação e o desfasamento aumentam


com 

2 1
H( jCorte )  corte  Frequência de corte (sinusoides
2 RC com frequências superiores são
muito atenuadas, ficando com
amplitude desprezável)

110

110
Resposta em frequência
Filtro passa-baixo passivo

Módulo

Argumento

111

111

Resposta em frequência
Filtro passa-baixo passivo: aplicação

112

112
Resposta em frequência
Gráficos em dB’s

 Uma função de transferência é normalmente representada em 2 gráficos semi-


logarítmicos (um gráfico para o módulo e outro para o argumento)
 As escalas de frequência (eixos horizontais) são logarítmicas
 O argumento (um dos eixos verticais) representa-se em graus
 O módulo (outro eixo vertical) representa-se em decibeis (dB’s)
V  j 
Vo  j  V  j  Vo  j   1 
 o
20 V  j 
 20 log10 o  10 i dB
(Sinais de tensão ou corrente)
Vi  j  dB Vi  j  Vi  j 

Po  j 
Po  j 
Po  j  P  j   1 20 P  j 
 10 log10 o  10 i dB
(Sinais de potência)
Pi  j  dB Pi  j  Pi  j 

 Na acústica, 0 dB representa o nível mínimo de som perceptível pelo ouvido humano


 Um som com um nível de 40 dB está 1040/10 = 104 vezes acima do limiar

113

113

Resposta em frequência
Gráficos em dB’s: diagrama de Bode

114

114
Análise de Circuitos AC
Exercícios

Utilizando a regra do divisor de tensão determinar v(t)

100 W 10 mH

i(t) +
+
10 cos (314t + 20º) V _ 50 W 10 mF v(t)

115

115

Análise de Circuitos AC
Exercícios

Utilizando a regra do divisor de corrente determinar i(t)

0.5 H 5W

i(t)
10 W
6 cos (2t) A 1H

0.5 F

116

116
Análise de Circuitos AC
Exercícios

Utilizando teorema de Thévenin determinar v(t)

9W 2H 4H

+
+ (1/8) F
36 cos (3t - /3) V _ 2H v(t)

117

117

Análise de Circuitos AC
Exercícios

Determinar i(t)

2W 4H

_
2 sin (3t + 10º) A 0.5 F i(t) + 3 cos (2t + 30º) V

118

118
Análise de Circuitos AC
Exercícios

Utilizando a método das correntes de malha determinar i(t)


Utilizando a método das tensões nos nós determinar i(t)

i(t)
4W 1H 2W

3W 1H
+
10 cos (3t) V _
(1/9) F
5 sin (3t + 30º) V
_
+

119

119

Potência em Circuitos AC
Exercícios

Determinar as potências activa e reactiva em todas as cargas.


Mostre que existe conservação de potência.
Esboce o triângulo de potência e determine o factor de potência visto pela fonte.

410 -4 H

+
20 W 510 -6 F
5 sin (104t) V _

120

120
Potência em Circuitos AC
Exercícios

Determine o equivalente de Thévenin aos terminais a-b.


Determine ZL(j) para que seja máxima a potência transferida para a carga.
Determine a potência activa na carga.

50 W 50 W a

+ 5 mH 2 mF ZL(j)
8 sin (104t) V _

121

121

Potência em Circuitos AC
Exercícios

Determine o valor das potências activa e reactiva fornecidas pela fonte


Como faria para tornar unitário o factor de potência? Justifique

Fonte 10  2 H Carga

50 W

5  10 4 F 10 W
10sin(1000t) V ~+
-

122

122
Transformadores
Exercícios

Se n = 9 determine vs(t).
Qual deverá ser o valor de n se a amplitude de vP for 298 V e se pretender que a
amplitude de vS2 seja 8.7 V?

n:1
+ +
vS1(t)
_
vP(t) = 120 cos (100t + /6) V vS(t)
+
_ vS2(t) _

123

123

Transformadores
Exercícios

Determinar a resistência vista pela fonte.


Determinar V2/Vg.

1W
1:4
+
+
vg(t) = Vg cos (t + 1) V _ 16 W v2(t) = V2 cos (t + 2) V
_

124

124
Resposta em frequência
Exercícios

Determinar a resposta em frequência do circuito (considere que a entrada é vi(t) e a


saída é vo(t)).
De acordo com a sua selectividade à frequência de que tipo de filtro se trata?
Sabendo que, por definição, a frequência de corte do filtro é a frequência à qual a
relação de amplitudes entre a saída e a entrada é 2 , determinar a frequência de
corte do filtro. 2
0.1H

+
+
vi(t) _ 1 kW vo(t)

125

125

Resposta em frequência
Exercícios

Determinar a resposta em frequência do circuito (considere que a entrada é i(t) e a


saída é v(t)).
Se o sinal de entrada for i(t) = 6 cos (2t) A, determine o sinal de saída.

0.5 H 5W

10 W +

i(t) 1H v(t)

0.5 F _

126

126

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