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Leis Básicas

Lei de Ohm e Leis de Kirchhoff

Raffael Costa de Figueiredo Pinto


Fundamentals of
Electric Circuits
Chapter 2

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Lei de Ohm
Os materiais geralmente possuem um comportamento de resistir ao
fluxo de carga elétrica. Essa propriedade física é conhecida como
resistência (R). A resistência para um material com área transversal
A e comprimento ℓ é dada por

Onde é a resistividade do material


em ohms-metro. Bons condutores,
como o cobre possuem baixa
resistividade, enquanto isolantes como
a mica, têm alta resistividade.

Figure 2.1
Table 2.1
Lei de Ohm
O elemento usado para modelar o comportamento da resistência é o
resistor. Credita-se a Georg Simon Ohm (1787-1854), físico
alemão, a descoberta da relação entre corrente e tensão para um
resistor. Essa relação é conhecida por lei de Ohm.
A lei de Ohm afirma que a tensão v em um resistor é diretamente
proporcional à corrente i através dele.
Ou seja,

A resistência R de um elemento representa sua capacidade de


resistir ao fluxo de corrente elétrica; ela é medida em ohms (Ω).
Lei de Ohm
Para aplicar a lei de Ohm devemos atentar
para o sentido da corrente i e para a
polaridade da tensão v, obedecendo a regra do
sinal passivo.
Uma vez que o valor de R pode variar de zero
até o infinito, é importante considerarmos os
dois possíveis valores extremos de R.
Curto-circuito é um elemento de circuito
com resistência que tende a zero.

Circuito aberto é um elemento de circuito


com resistência que tende ao infinito.

Figure 2.2
Um resistor pode ser fixo ou variável. Os tipos mais comuns de
resistores fixos são os de fio e compostos (Fig. 2.3) e o tipo mais
comum de resistor variável é o potenciômetro. O potenciômetro pode
ser composto ou de contato deslizante.

Figure 2.4

Figure 2.5

Figure 2.3
Figure 2.6
Devemos destacar que nem
todos os resistores obedecem a
lei de Ohm, e o que obedece é
conhecido como resistor linear
(ou ôhmico). Seu gráfico é uma
linha reta que passa pela
origem. Enquanto que o
resistor que não obedece a lei
de Ohm é conhecido como
resistor não linear. Sua
resistência varia com a
corrente.

Figure 2.7
Uma medida útil em análise de circuitos é o inverso da resistência R,
conhecida como condutância, medida esta que representa o quanto
o elemento conduz corrente elétrica, e é representada por G:

A unidade de condutância é o mho (ohm escrito ao contrário), com


símbolo ℧, o ômega invertido. Embora o mho seja muito utilizado,
neste curso adotaremos o siemens (S), que a unidade SI para
condutância:
1 S = 1℧ = 1 A/V
Condutância G é a capacidade de um elemento conduzir corrente
elétrica; ela é medida em mho (℧) ou siemens (S).
Exemplo 2.2
No circuito elétrico mostrado na Figura 2.8, calcule a corrente i, a
condutância G e a potência p.

Figure 2.8
Problema prático 2.2
Para o circuito na Figura 2.9, calcule a tensão v, a condutância G e a
potência p.

Figure 2.9
Nós, ramos e laços
Uma vez que os elementos de circuito podem ser interconectados de
diversas maneiras, precisamos compreender alguns conceitos básicos de
topologia de rede. Uma rede é uma interconexão de elementos ou
dispositivos, enquanto um circuito é uma rede que fornece um ou mais
caminhos fechados. Na topologia de rede é estudado as propriedades
relacionadas à colocação dos elementos na rede e configuração geométrica
da mesma. Tais elementos incluem ramos, nós e laços.
Ramo representa um elemento único como fonte de tensão ou resistor.

Nó é o ponto de conexão entre dois ou mais ramos.

Laço é qualquer caminho fechado (loop) em um circuito.

Figure 2.10

Figure 2.11
Figure 2.10
Figure 2.11
Uma rede com b ramos, n nós e l laços independentes vão satisfazer o
teorema fundamental da topologia de rede:

Dois ou mais elementos estão em série se eles compartilharem um único


nó e, consequentemente, transportarem a mesma corrente.
Dois ou mais elementos estão em paralelo se eles estiverem conectados
aos mesmos dois nós e, consequentemente, tiverem a mesma tensão
entre eles.
Leis de Kirchhoff
A lei de Ohm por si só não é o bastante para analisar os circuitos,
entretanto, com as duas leis de Kirchhoff , elas formam um conjunto
poderoso na análise de uma série de circuitos elétricos.
Apresentadas por Gustav Robert Kirchhoff em 1847, essas leis são
conhecidas como lei de Kirchhoff para a corrente (LKC, ou lei dos nós) e
lei de Kirchhoff para a tensão (LKT, ou lei das malhas) a primeira se
baseia na conservação de carga e a segunda se baseia no princípio da
conservação da energia.
A lei de Kirchhoff para a corrente (LKC) diz que a soma algébrica das
correntes que entram em um nó é zero.
Matematicamente, a LCK implica em

onde N é o número de ramos conectados ao nó e in é a enésima corrente


que entra (ou sai) do nó. As correntes que entram são consideradas
positivas, enquanto as correntes que saem do nó, são negativas.
Para provar a LKC vamos supor um conjunto de correntes ik(t), k = 1, 2, ...,
fluindo para o nó. A soma algébrica das correntes no nó será.

Integrando ambos os membros da equação, obtemos

onde

Entretanto

Aplicando a LKC no circuito da Figura 2.16

Rearranjando os termos temos


Figure 2.16

A soma das correntes que entram em um nó é igual a soma das correntes


que saem desse nó.
Note que a LKC também se aplica a
um limite fechado, pois um nó pode ser
uma superfície fechada reduzida a um
ponto.
Em duas dimensões um limite fechado
é o mesmo que um caminho fechado.

Figure 2.17

Uma aplicação simples da LKC é a


associação de fontes de corrente em
paralelo. A corrente resultante é a
soma algébricas das correntes
fornecidas pelas fontes individuais.

Figure 2.18
A segunda lei de Kirchhoff se baseia no princípio da conservação da
energia:
A lei de Kirchhoff para a tensão (LKT) diz que a soma algébrica de todas
as tensões em torno de um caminho fechado (ou laço) é zero.
Matematicamente, a LKT implica em

onde M é o número de tensões no laço (ou número de ramos no laço) e vm


é a m-ésima tensão. No circuito da Figura 2.19, o sinal em cada tensão é a
polaridade do terminal encontrado primeiro à medida que o laço é
percorrido, partindo de qualquer ramo e percorrendo no sentido horário ou
antihorário

Rearranjando os termos temos

Figure 2.19
Exemplo 2.5
Para o circuito da Figura 2.21a, determine as tensões v1 e v2.

Figure 2.21
Problema prático 2.5
Determine v1 e v2 no circuito da Figura 2.22.

Figure 2.22
Exemplo 2.6
Determine v0 e i no circuito mostrado na Figura 2.23a.

Figure 2.23
Resistores em Série e Divisão de Tensão
A associação de resistores em série e em paralelo ocorre tão
frequentemente que merece atenção especial.
No circuito abaixo, ambos os resistores estão em série, já que a mesma
corrente i flui em ambos.

Lei de Ohm

ou
O circuito de dois resistores pode ser substituído por outro de um único
resistor com efeito equivalente. Assim,

Logo,

A resistência equivalente de qualquer número de resistores ligados em


série é a soma das resistências individuais.

Para N resistores em série, temos


Para determinar a tensão em cada resistor, temos

Divisores de tensão

Para N resistores em série, A tensão do enésimo resistor Rn é dada por


Resistores em Paralelo e Divisão de Corrente
Consideremos o circuito abaixo em que dois resistores estão conectados
em paralelo, e portanto, possuem a mesma queda de tensão entre eles.
Assim,

Aplicando a LKC, temos

ou
A resistência equivalente de dois resistores em paralelo é igual ao
produto de suas resistências dividido pela sua soma.

Para N resistores em paralelo, temos

Para resistores em paralelo é mais conveniente usar as condutâncias invés


das resistências

A condutância equivalente de resistores conectados em paralelo é a


soma de suas condutâncias individuais.
Onde

E consequentemente, para N resistores em Série, podemos escrever

As correntes individuais são

Divisores de
corrente
• Caso extremo R2 = 0 (curto-circuito)

1. A resistência equivalente Req = 0.


2. Toda a corrente flui pelo curto-
circuito

• Caso extremo R2 =  (circuito aberto)

1. A resistência equivalente Req = R1.


2. A corrente i flui pelo caminho de
menor resistência R1
Conversão Y-delta (estrela-triângulo)
Muitas vezes surgem situações na análise de circuitos em que os resistores
não estão nem em paralelo nem em série. É o caso dos circuitos Y e delta.

Circuitos Y ou T

Circuitos  ou 
Conversão delta-Y (triângulo-estrela)
Conversão delta-Y (triângulo-estrela)
Conversão Y-delta (estrela-triângulo)

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