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Circuitos Elétricos 1

Prof. Eduardo Henrique Diniz Fittipaldi, DSc

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Capítulo 2
Circuitos Resistivos

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O objetivo deste capítulo é apresentar os primeiros elementos de
circuitos elétricos: os resistores e as fontes de excitação. Além disso,
serão apresentadas também leis fundamentais para a Análise de
Circuitos como a Lei de Ohm e as duas Leis de Kirchhoff. Como
aplicações dessas leis, serão mostradas também as associações de
resistores (série e paralela).
Serão também introduzidos os elementos ativos dos circuitos elétricos –
fontes de tensão e de corrente (independentes e dependentes ou
controladas). polivirtual.eng.br
2.1 Resistência Elétrica e Resistor
A Resistência Elétrica corresponde à oposição à passagem da corrente elétrica
em um elemento condutor. Esta resistência será representada a partir de um
elemento de circuito de dois terminais chamado Resistor. Assim, o resistor é um
elemento de circuito cuja característica é oferecer uma oposição para a
circulação da corrente elétrica.
Essa oposição é caracterizada por um maior “trabalho”, para fazer uma
determinada corrente passar por um elemento de maior resistência do que
fazer passar a mesma corrente por um outro elemento que possua menor
resistência.
Outra maneira de discutir a questão da oposição à passagem da corrente
elétrica é imaginar que, para um mesmo “trabalho”, em uma maior resistência
elétrica, a corrente que irá circular pelo elemento seria menor do que a corrente
que circularia por um elemento de menor resistência.
Esse “trabalho”, por sua vez, pode ser traduzido a partir de uma queda de
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tensão entre os terminais do resistor ou de uma potência dissipada sob a forma


Lei de Ohm

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A figura abaixo mostra a representação de um resistor como um elemento de
circuito.

Representação do resistor como elemento de circuito

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A partir da Lei de Ohm pode-se observar que a oposição à passagem
da corrente elétrica feita por um resistor será verificada a partir de uma
queda do potencial elétrico, ou seja, quanto maior a resistência
elétrica, maior será a queda de tensão produzida quando da passagem
de uma corrente. Outra forma de analisar a questão é a seguinte, para
uma mesma tensão sobre um resistor, a corrente que passa por ele
será tão menor, quanto maior for o valor da resistência elétrica.
Nos circuitos lineares, a resistência elétrica será considerada constante,
produzindo, por conseguinte, uma relação linear entre a tensão e a
corrente elétrica. Além disso, a resistência elétrica possui um valor
sempre positivo, indicando que este elemento consome energia
elétrica. Numa possibilidade física da existência de uma resistência
negativa, o elemento não mais seria passivo, mas passaria a produzir
energia elétrica (resolvendo o problema de geração de energia elétrica
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2.2 Leis de Kirchhoff

As duas Leis de Kirchhoff, em conjunto com as características


tensão-corrente nos vários elementos de circuitos, permitem
sistematizar métodos de solução para quaisquer circuitos elétricos.
Assim, essas duas leis, juntamente com as relações entre as tensões e
as correntes nos diversos elementos do circuito constituem uma forma
suficiente para realizar a análise de qualquer circuito elétrico.
As Leis de Kirchhoff podem ser determinadas a partir da Teoria
Eletromagnética (Princípio da Conservação da Carga e Princípio da
Conservação do Trabalho realizado pela força elétrica, que é uma
força conservativa).

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2.2.1 Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC)

A Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) pode ser enunciada de três


formas diferentes:

∙ A soma algébrica das correntes que entram em um nó é igual a zero.

Nesse enunciado, convenciona-se que a corrente que entra no nó tem sinal


positivo, enquanto a corrente que sai do nó tem sinal negativo.
∙ A soma algébrica das correntes que saem de um nó é igual a zero.
Nesse enunciado, a corrente que sai do nó é positiva e a que entra no nó é
negativa.

∙ A soma das correntes que entram em um nó é igual à soma das correntes


que saem desse nó.
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Essa lei é oriunda do Princípio da Conservação das Cargas que é um princípio
da física que estipula que a carga elétrica não pode ser criada ou destruída, ou
seja, a quantidade total de carga (diferença entre o somatório das cargas
positivas e o somatório das cargas negativas no universo) é sempre
conservada.
Inicialmente, o NÓ será definido como o ponto de encontro de dois ou mais
elementos de circuito. Mais adiante, esse conceito será rediscutido e o NÓ
será considerado como o ponto de encontro de mais de dois elementos de
circuito.
A figura a seguir apresenta a aplicação da Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC).

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2.2.2 Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT)

A Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) pode ser enunciada das


seguintes formas:
∙ 1º Enunciado: A soma algébrica das tensões em qualquer percurso fechado
de um circuito elétrico é igual a zero.
∙ 2º Enunciado: A soma das quedas de tensão é igual à soma dos ganhos de
tensão em qualquer percurso fechado de um circuito elétrico.

Percurso fechado de um circuito elétrico é qualquer caminho que começa e


termina no mesmo nó, sendo que os demais nós e os ramos desse caminho só
poderão ser percorridos uma única vez.
A figura a seguir mostra a aplicação da Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) em
um circuito genérico.
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Convenção
1Convenção
2

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2.3 Associações de Resistores

Esta seção apresenta como diversos resistores interligados podem ser


substituídos por um único resistor que seja equivalente a associação
de resistores, ou seja, do ponto de vista do restante do circuito
elétrico, tanto faz utilizar a associação de resistores interligados ou o
único resistor que seja equivalente a ela.

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2.3.1 Associação Série e Divisor de Tensão

A associação em série é aquela em que um resistor é ligado ao outro através


de um dos terminais de forma sequencial, de modo que, a partir da Lei de
Kirchhoff das Correntes, eles sejam percorridos pela mesma corrente. Dessa
forma, a associação série se caracteriza pelo fato dos elementos serem
percorridos pela mesma corrente.
Sejam “n” resistores (R1, R2, ..., Rn) ligados em sequência ou em série, como
apresentado na figura abaixo.

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Req é maior do que qualquer resistor da associação série

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Cada uma das tensões individuais é menor que a tensão total, fazendo com
que a associação série funcione como um “divisor de tensão”, que reparte a
tensão total sobre a associação em fatores diretamente proporcionais a cada
uma das resistências individuais.

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2.3.2 Associação Paralela e Divisor de Corrente

A associação em paralelo é aquela em que um resistor é ligado ao outro


através de seus dois terminais diretamente, de modo que, a partir da Lei de
Kirchhoff das Tensões, eles estejam submetidos à mesma tensão. Dessa forma,
a associação paralela se caracteriza pelo fato dos elementos estarem
submetidos à mesma diferença de potencial ou tensão.
Sejam “n” resistores (R1, R2, ..., Rn) ligados em paralelo, como apresentado na
figura a seguir.

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Req é menor do que qualquer resistor da associação paralela

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(PRODUTO PELA SOMA)

(UM DELES PELO NÚMERO DELES)

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Divisor de Corrente:

Sejam “n” resistores em paralelo:

Seja também o resistor equivalente desta associação:

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Obs: Amperímetros, Voltímetros e Ohmímetros
∙ Amperímetros: são instrumentos utilizados para medir a corrente elétrica em
circuitos, possuindo baixa resistência interna, devendo ser colocados em
série no circuito (a fim de serem percorridos pela mesma corrente que se
quer medir).
∙ Voltímetros: são instrumentos utilizados para medir a tensão elétrica em
circuitos, possuindo alta resistência interna, devendo ser colocados em
paralelo no circuito (a fim de serem submetidos à mesma tensão que se
quer medir).

∙ Ohmímetros: são instrumentos utilizados para medir a resistência elétrica de


elementos de circuitos, possuindo fonte e resistência interna.
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A figura a seguir mostra a forma de ligação de amperímetros e voltímetros em
circuitos elétricos.

Alta Resistência Interna

Baixa Resistência Interna

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É importante ressaltar que existe tensão em um circuito aberto, apesar de não
haver corrente. Por outro lado, circula corrente por um curto-circuito, apesar
de não haver tensão.

Resistores em série e em paralelo com circuitos abertos e curtos-circuitos têm


resultados específicos para o resistor equivalente:

SÉRIE PARALELO
Circuito Aberto
Curto-Circuito

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2.4 Fontes de Excitação

As fontes de excitação são os elementos ativos dos circuitos elétricos


que fornecem a energia a ser consumida pelos elementos passivos do
restante do circuito. Nesses elementos, a corrente entra pelo terminal
“-” (menor potencial) e sai pelo terminal “+” (maior potencial). As
fontes de excitação, por sua vez, podem ser Independentes e
Dependentes ou Controladas.
INDEPENDENTES
FONTES DE EXCITAÇÃO
DEPENDENTES ou CONTROLADAS
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2.4.1 Fontes Independentes

As Fontes Independentes mantêm em seus terminais uma determinada tensão


ou corrente de excitação definida por ela, independente do circuito que esteja
ligado a esta fonte. As fontes independentes podem ser de tensão ou de
corrente.

Fonte Independente de Tensão:

As Fontes Independentes de Tensão mantêm em seus terminais uma tensão


específica, independente do circuito que esteja conectado a ela. A corrente
fornecida por esta fonte, por outro lado, depende do circuito que a ela se
ligue. A figura abaixo mostra a representação de circuito de uma fonte
independente de tensão.

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Tipos de Fontes Independentes:

• Constante:

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• Variável:

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• Variável:

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• Variável:

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Uma fonte contínua é aquela que apresenta o mesmo sinal para qualquer
instante de tempo (positivo ou negativo), enquanto que uma fonte alternada
possui sinais alternados positivos e negativos ao longo do tempo. Dessa
forma, uma fonte constante é sempre contínua, porém o inverso não é
verdadeiro. Já uma fonte variável pode ser contínua ou alternada. A fonte
senoidal pura é sempre variável e alternada.

Obs: Quando a fonte é constante (também chamada de bateria), a


representação pode seguir a forma usual ou apresentar uma das formas
apresentadas nas figuras abaixo.

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Excitação Constante

Excitação Exponencial

Excitação Senoidal

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Fonte Independente de Corrente
As Fontes Independentes de Corrente mantêm em seus terminais uma
corrente específica, independente do circuito que esteja conectado a ela. A
tensão fornecida por esta fonte, por outro lado, depende do circuito que a ela
se ligue. A figura a seguir mostra a representação de circuito de uma fonte
independente de corrente.

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Excitação Constante

Excitação Exponencial

Excitação Senoidal

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2.4.1 Fontes Dependentes ou Controladas

As Fontes Dependentes mantêm em seus terminais uma determinada tensão


ou corrente de excitação que são controladas por outras tensões ou correntes
em algum elemento do circuito, ou seja, o valor de tensão ou de corrente que
essas fontes apresentam em seus terminais dependem dos valores de outras
tensões ou correntes em outros elementos do circuito. As fontes dependentes
podem ser de tensão ou de corrente sendo controladas, por sua vez, por
alguma tensão ou corrente em algum elemento do circuito.

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Fonte Dependente de Tensão Controlada por Tensão ou por Corrente:
As Fontes Dependentes de Tensão mantêm em seus terminais uma tensão
específica, cujo valor depende ou é controlado por alguma outra tensão ou
corrente de algum elemento desse circuito. A figura abaixo mostra a
representação de circuito de uma fonte controlada de tensão.

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Fonte Dependente de Corrente Controlada por Tensão ou por Corrente:
As Fontes Dependentes de Corrente mantêm em seus terminais uma corrente
específica, cujo valor depende ou é controlado por alguma outra tensão ou
corrente de algum elemento desse circuito. A figura abaixo mostra a
representação de circuito de uma fonte controlada de corrente.

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Fim do Capítulo 2

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