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Caraúbas
2022
Carlos Ernane Bezerra de Morais
Luis Gustavo Ferreira Lopes
Saulo Gabryel Alves de Almeida
Rafael Gonçalves Diniz Sobreira
Caraúbas
2022
LEIS DE KIRCHHOFF
INTRODUÇÃO
No cotidiano é notório o uso de equipamentos que contém circuitos
elétricos como base de funcionamento. Eles podem ser o mais simples
possível como um circuito contendo apenas uma fonte de tensão com um
resistor, ou podem ser mais complexos, como circuitos que contém mais de
uma malha e uma série de resistores e fontes de tensão. Assim, muitas redes
envolvendo resistores não podem ser reduzidas a combinações simples de
resistores em série e em paralelo. Dessa forma, a análise de um circuito mais
complexo se torna inviável com os conhecimentos básicos, mas para esse tipo
de situação as leis de Kirchhoff podem auxiliar a resolver estes problemas.
“As leis de Kirchhoff constitui uma base para a análise de circuitos
elétricos e são utilizadas para encontrar as intensidades das correntes ou
potencial elétrico em circuitos elétricos formados por ramos, malhas e nós que
não podem ser reduzidos a circuitos simples” [1]. Concebida no ano de 1845
por Gustav Robert Kirchhoff estas leis são constituídas por um conjunto de
regras [1].
Ao montar um circuito com uma fonte de tensão e dois resistores o
mesmo tende a sofrer a passagem de corrente elétrica, mas a mesma só é
possível por causa da diferença de potencial existente no circuito. As leis de
Kirchhoff aborda duas regras, a primeira é a lei dos nós, onde é baseada na
conservação da carga elétrica, ou seja, está relacionada com a corrente
elétrica, já a segunda é a lei das malhas, onde se baseia na natureza da
conservação das forças eletrostáticas, assim estando relacionada com a
diferença de potencial existente em um circuito. Dessa maneira, o experimento
consistiu na montagem de um circuito e o seu objeto era analisar a tensão e a
corrente elétrica com intuito de verificar as leis de Kirchhoff.
PROBLEMA
Em circuitos mais complexos as leis de Kirchhoff são essenciais. As
regras enunciadas por Kirchhoff implica na conservação das cargas e na
natureza das forças elétricas. Com base nisso surge vários questionamentos
a ser feitos com relação a isto, como por exemplo, a soma das correntes de
entrada em um nó é nula? Quais fatores podem influenciar para que haja
pequenas variações? A diferença de potencial no ponto final é a mesma do
ponto inicial? Que fatores podem influenciar para que haja pequenas variações?
REFERENCIAL TEÓRICO
No ano de 1854, o físico alemão Gustav Robert Kirchhoff realizou um
trabalho sobre a análise de circuitos elétricos, do qual as conclusões obtidas
através da pesquisa passaram a ser conhecidas como as Leis Kirchhoff
(FILHO, 2007). Estas leis foram formuladas com base nos princípios da
conservação de energia e de carga elétrica e no fato do potencial elétrico
permanecer sempre com o mesmo valor inicial após qualquer percurso em
Uma trajetória fechada (CUNHA, 2012).
As leis de Kirchhoff são divididas em duas, estas são: A Lei dos Nós e
a lei das Malhas, e a compreensão e resolução de circuitos elétricos depende
da utilização destas duas leis básicas.
Para que seja possível a compreensão do funcionamento das leis de
Kirchhoff, é necessário a priori, definir qual é a composição básica de um
circuito elétrico genético.
Um circuito elétrico qualquer, é composto basicamente de Nós, Ramos
e Malhas (CRUZ, 2020), onde, considerando o circuito mostrado na Figura 1,
denomina-se como Nó, qualquer ponto do circuito no qual concorrem três ou
mais condutores (b e e), como Ramos os trechos do circuito compreendidos
entre dois nós consecutivos (b-e, b-c-d-e e b-a-f-e) e como Malhas quaisquer
circuitos fechados formados por ramos (a-b-e-f-a, a-b-c-d-e-f-a e b-c-d-e-b)
(FILHO, 2007).
Figura 1 – Exemplo de circuito genérico
“Um nó não pode acumular cargas, de modo que a carga total que entra
em um nó por unidade de tempo deve ser igual à carga total que sai por
unidade de tempo” (FREEDMAN; YOUNG, 2015, p. 186). Assim,
∑ⅈ = 0
𝑛ó
ou
ⅈ = ⅈ1 + ⅈ2 … + ⅈ𝑛 (1)
∑𝑉 = 0
𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 + ⋯ +𝑉𝑛 (2)
Lei de ohm
“Um componente obedece à lei de Ohm se a corrente que o atravessa
varia linearmente com a diferença de potencial aplicada ao componente para
qualquer valor da diferença de potencial” (HALLIDAY; RESNICK, 2016, p. 340).
Essa afirmação só serve para algumas situações, mas por questões históricas,
continua sendo chamada de lei de ohm. Uma afirmação mais realista é a
seguinte “um componente obedece à lei de Ohm se, dentro de certos limites,
a resistência do componente não depende do valor absoluto nem da polaridade
da diferença de potencial aplicada” (HALLIDAY; RESNICK, 2016, p. 340). A
expressão utilizada para definir a lei de ohm é dada por;
𝑉
𝑅= (3)
ⅈ
ou
𝑉 =𝑅⋅ⅈ
Série
Na associação de resistores em série, os resistores são ligados em
sequência. Isso faz com que a corrente elétrica seja mantida ao longo do
circuito, enquanto a tensão elétrica varia [2]. A figura 4 mostra um circuito
com resistores em série.
Fonte: [2]
Paralelo
Na associação de resistores em paralelo, todos os resistores estão
submetidos a uma mesma diferença de potencial. Sendo a corrente elétrica
dividida pelos ramos do circuito [2]. A figura 5 mostra um circuito com resistores
em paralelo.
Figura 5 – Associação de resistores em série
Fonte: [2]
Mista
Na associação de resistores mista, os resistores são ligados em série e
em paralelo e os cálculos são feitos com as equações 4 e 5. A figura 6 mostra
um circuito com resistores em série e em paralelo.
Fonte: [2]
Multímetro
METODOLOGIA
A seguir serão descritos os materiais utilizados e o procedimento
experimental realizado no experimento de leis de Kirchhoff.
➢ Dois resistores;
➢ Uma fonte de alimentação;
➢ Cabos conectores tipo banana e jacaré;
➢ Multímetro;
➢ Placa protoboard.
Procedimento experimental:
Para o procedimento do experimento de início foi medido as resistências
R1 e R2 com o multímetro, a chave seletora foi ajustada para medição de
resistência Ω, com o multímetro ajustado usou-se dois cabos com
extremidades tipo banana e jacaré, esses cabos era de cor preta e vermelha,
o cabo vermelho foi plugado na porta de resistência (Ω) e o cabo preto foi
plugado na porta comum (COM) do multímetro, as outras duas extremidades
tipo jacaré foi plugado nos polos dos resistores, como não existe polo positivo
e negativo para resistores os cabos tipo jacaré podiam ser colocado em
qualquer polo e assim foi medida a resistência dos resistores R1 e R2. Isso para
que se pudesse fazer uma estimativa de qual seria a corrente que passaria
pelo circuito, da associação em paralelo, para assim ajustar o multímetro de
forma correta e de modo a ter uma precisão maior na hora de fazer a medição,
essa estimativa de corrente foi para uma tensão de 3 V. De posse desses
dados partiu para montagem do circuita na placa protoboard onde foram
montados os circuitos em série e em paralelo, o circuito com resistores em
série foi denominado de circuito 1 e o circuito com resistores em paralelo foi
denominado de circuito 2. Foi feita a medição de tensão nos resistores ligados
em serie R1 e R2, ou seja, a tensão estimada. A figura 7 irá esquematizar como
foi feita essas medidas.
OBJETIVOS
Objetivos Geral
Verificar a veracidade das leis de Kirchhoff para um circuito elétrico
contendo dois resistores e uma fonte de tensão e, comparar os resultados
obtidos com os resultados teóricos.
Objetivos Específico
➢ fazer o uso do multímetro para medir a tensão e a corrente em
um circuito elétrico, além da resistência dos resistores;
➢ calcular o erro relativo percentual entre os valores medidos e os
valores teóricos da tensão elétrica e a corrente elétrica;
ANÁLISE DE DADOS
Com o auxílio do multímetro a resistência dos resistores R1 e R2 foram
medidas e anotadas. A tabela 1 mostra a resistência encontrada dos resistores.
Pela lei dos nós de Kirchhoff sabemos que a soma algébrica de todas
as correntes que entram em um nó é igual a zero. Dessa maneira usando a lei
de ohm (Eq. 3) podemos determinar a corrente do resistor R1 e R2. Assim,
𝑉 𝑉
𝑅= →ⅈ=
ⅈ 𝑅
Determinando a corrente para o resistor R1 com uma tensão de 3 volts.
𝑉 3𝑉
ⅈ1 = = = 19,8 𝑚𝐴
𝑅1 151,42 Ω
Determinando a corrente para o resistor R2 com uma tensão de 3 volts.
𝑉 3𝑉
ⅈ2 = = = 29,7 𝑚𝐴
𝑅2 100,85 Ω
Assim, como a corrente total é a soma algébrica de todas as correntes
que entram em um nó e é igual a zero, usando a Eq. 1 temos;
𝛴ⅈ = 0
ⅈ 𝑇 = ⅈ1 + ⅈ2 = 19,8 + 29,7 = 49,5 𝑚𝐴
Esse mesmo valor para corrente obtida é esperado calculando a
resistência equivalente no circuito. Assim, usando a equação 5 podemos
determinar a resistência equivalente do circuito para resistores em paralelo e
verificar se é verídico.
1 1 1 1 1
= + = + = 0,01652
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 151,42 100,85
1
𝑅𝑒𝑞 = = 60,5Ω
0,01652
Usando a lei de ohm, temos
𝑉 𝑉
𝑅= →ⅈ=
ⅈ 𝑅
3𝑉
ⅈ𝑇 = = 49,5 𝑚𝐴
60,5 Ω
Observa-se que a corrente obtida ou total do circuito 2 é 49,5 𝑚𝐴.
A tabela 2 mostra todos os valores obtidos, ou seja, corrente estimada,
corrente no resistor R1, corrente no resistor R2 e a corrente obtida (soma de i1
e i2).
Tabela 2 – valores obtidos de corrente elétrica
Corrente estimada Corrente no i1 Corrente no i2 Corrente obtida
45,02 mA 19,8 mA 29,7 mA 49,5 mA
Fonte: elaboração própria
CONCLUSÃO
Dado o exposto, é perceptível a importância das Leis de Kirchhoff
quanto ao cálculo de grandezas elétricas. Sendo assim, é possível prever o
comportamento com certa precisão das correntes e diferenças de potencial de
resistores num circuito, no entanto, para isso é necessário compreender o
conceito de nó (ponto de um circuito a que três ou mais elementos estão
conectados) e malha (percurso fechado do circuito). Sendo assim, sabendo os
valores das resistências (R1, R2) e das tensões (V1, V2), é possível através das
relações obtidas pela análise do circuito, calcular o que se pede. Portanto,
comparando os dados calculados com aqueles obtidos pela utilização do
multímetro, percebeu-se a existência de uma pequena variação, mas que não
invalidam as leis em questão, implicando na conclusão de que essa ferramenta
para análise de circuitos é precisa e confiável.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[3] SEARS & ZEMANISK, YOUNG & FREEDMAM, Física III: Eletromagnetismo. 14. Ed.
Person, 2015.