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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CENTRO MULTIDISPLINAR DE CARAÚBAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Carlos Ernane Bezerra de Morais


Luis Gustavo Ferreira Lopes
Saulo Gabryel Alves de Almeida
Rafael Gonçalves Diniz Sobreira

Relatório de Laboratório de Eletricidade e Magnetismo

Caraúbas
2022
Carlos Ernane Bezerra de Morais
Luis Gustavo Ferreira Lopes
Saulo Gabryel Alves de Almeida
Rafael Gonçalves Diniz Sobreira

Relatório de Laboratório de Eletricidade e Magnetismo

Relatório de Laboratório de Eletricidade e


Magnetismo apresentado ao Curso de
Bacharelado em Ciência e Tecnologia, do
Departamento de Ciência e Tecnologia da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido,
como requisito de avaliação para a primeira
unidade da disciplina de Laboratório de
Eletricidade e Magnetismo ministrada pelo
professor Dr. Mackson Mateus Franca
Nepomuceno.

Caraúbas
2022
LEIS DE KIRCHHOFF

INTRODUÇÃO
No cotidiano é notório o uso de equipamentos que contém circuitos
elétricos como base de funcionamento. Eles podem ser o mais simples
possível como um circuito contendo apenas uma fonte de tensão com um
resistor, ou podem ser mais complexos, como circuitos que contém mais de
uma malha e uma série de resistores e fontes de tensão. Assim, muitas redes
envolvendo resistores não podem ser reduzidas a combinações simples de
resistores em série e em paralelo. Dessa forma, a análise de um circuito mais
complexo se torna inviável com os conhecimentos básicos, mas para esse tipo
de situação as leis de Kirchhoff podem auxiliar a resolver estes problemas.
“As leis de Kirchhoff constitui uma base para a análise de circuitos
elétricos e são utilizadas para encontrar as intensidades das correntes ou
potencial elétrico em circuitos elétricos formados por ramos, malhas e nós que
não podem ser reduzidos a circuitos simples” [1]. Concebida no ano de 1845
por Gustav Robert Kirchhoff estas leis são constituídas por um conjunto de
regras [1].
Ao montar um circuito com uma fonte de tensão e dois resistores o
mesmo tende a sofrer a passagem de corrente elétrica, mas a mesma só é
possível por causa da diferença de potencial existente no circuito. As leis de
Kirchhoff aborda duas regras, a primeira é a lei dos nós, onde é baseada na
conservação da carga elétrica, ou seja, está relacionada com a corrente
elétrica, já a segunda é a lei das malhas, onde se baseia na natureza da
conservação das forças eletrostáticas, assim estando relacionada com a
diferença de potencial existente em um circuito. Dessa maneira, o experimento
consistiu na montagem de um circuito e o seu objeto era analisar a tensão e a
corrente elétrica com intuito de verificar as leis de Kirchhoff.

PROBLEMA
Em circuitos mais complexos as leis de Kirchhoff são essenciais. As
regras enunciadas por Kirchhoff implica na conservação das cargas e na
natureza das forças elétricas. Com base nisso surge vários questionamentos
a ser feitos com relação a isto, como por exemplo, a soma das correntes de
entrada em um nó é nula? Quais fatores podem influenciar para que haja
pequenas variações? A diferença de potencial no ponto final é a mesma do
ponto inicial? Que fatores podem influenciar para que haja pequenas variações?

REFERENCIAL TEÓRICO
No ano de 1854, o físico alemão Gustav Robert Kirchhoff realizou um
trabalho sobre a análise de circuitos elétricos, do qual as conclusões obtidas
através da pesquisa passaram a ser conhecidas como as Leis Kirchhoff
(FILHO, 2007). Estas leis foram formuladas com base nos princípios da
conservação de energia e de carga elétrica e no fato do potencial elétrico
permanecer sempre com o mesmo valor inicial após qualquer percurso em
Uma trajetória fechada (CUNHA, 2012).
As leis de Kirchhoff são divididas em duas, estas são: A Lei dos Nós e
a lei das Malhas, e a compreensão e resolução de circuitos elétricos depende
da utilização destas duas leis básicas.
Para que seja possível a compreensão do funcionamento das leis de
Kirchhoff, é necessário a priori, definir qual é a composição básica de um
circuito elétrico genético.
Um circuito elétrico qualquer, é composto basicamente de Nós, Ramos
e Malhas (CRUZ, 2020), onde, considerando o circuito mostrado na Figura 1,
denomina-se como Nó, qualquer ponto do circuito no qual concorrem três ou
mais condutores (b e e), como Ramos os trechos do circuito compreendidos
entre dois nós consecutivos (b-e, b-c-d-e e b-a-f-e) e como Malhas quaisquer
circuitos fechados formados por ramos (a-b-e-f-a, a-b-c-d-e-f-a e b-c-d-e-b)
(FILHO, 2007).
Figura 1 – Exemplo de circuito genérico

Fonte: Filho (2007)


Lei dos Nós (1º lei de Kirchhoff)
Ao determinar arbitráriamente as correntes que entram em um nó como
positivas e as que saem como negativas, a Lei dos Nós pode ser enunciada
como: a soma algébrica das correntes que entram em um nó é igual a soma
das correntes que saem deste mesmo nó (CRUZ, 2020), e o funcionamento
desta lei em um circuito pode ser ilustrado pela Figura 2.

Figura 2 – Lei dos nós

Fonte: Filho (2007)

“Um nó não pode acumular cargas, de modo que a carga total que entra
em um nó por unidade de tempo deve ser igual à carga total que sai por
unidade de tempo” (FREEDMAN; YOUNG, 2015, p. 186). Assim,

∑ⅈ = 0
𝑛ó
ou
ⅈ = ⅈ1 + ⅈ2 … + ⅈ𝑛 (1)

Lei das Malhas (2º lei de kirchhoff)

Após definir arbitrariamente o sentido da corrente que flui em uma malha


e considerar as tensões que indicam a elevação de potencial do circuito como
positivas e as tensões que indicam a queda de potencial como negativas, a lei
das malhas afirma que a soma algébrica das tensões em uma malha é igual a
zero (CRUZ, 2020). Pode-se exemplificar a utilização da 2º lei de Kirchhoff pela
Figura 3, onde foi arbitrado para a malha a-b-e-f-a a o percurso no sentido
horário e a equação algébrica obtida através da análise deste caso.
Figura 3 – Lei das malhas

Fonte: Filho (2007)

Assim, ao retornar ao ponto de partida, você deve verificar que a soma


algébrica de todas as diferenças de potencial é igual a zero. Portanto;

∑𝑉 = 0

𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 + ⋯ +𝑉𝑛 (2)

Lei de ohm
“Um componente obedece à lei de Ohm se a corrente que o atravessa
varia linearmente com a diferença de potencial aplicada ao componente para
qualquer valor da diferença de potencial” (HALLIDAY; RESNICK, 2016, p. 340).
Essa afirmação só serve para algumas situações, mas por questões históricas,
continua sendo chamada de lei de ohm. Uma afirmação mais realista é a
seguinte “um componente obedece à lei de Ohm se, dentro de certos limites,
a resistência do componente não depende do valor absoluto nem da polaridade
da diferença de potencial aplicada” (HALLIDAY; RESNICK, 2016, p. 340). A
expressão utilizada para definir a lei de ohm é dada por;
𝑉
𝑅= (3)

ou
𝑉 =𝑅⋅ⅈ

Quando o componente obedece a lei de ohm este é chamado de ôhmico,


entretanto, quando um componente não obedece a lei ohm este é chamado de
não ôhmico.
Resistores e seus tipos de Associação
“Resistores existem em todos os tipos de circuito, desde secadores de
cabelos e aquecedores espaciais até circuitos que dividem ou limitam
correntes e voltagens” (FREEDMAN; YOUNG, 2015, p. 181). Como tais
circuitos geralmente contêm muitos resistores, é conveniente estudar
combinações de resistores [3].
os resistores podem ser associados dentro de um circuito elétrico afim
de se obter uma resistência equivalente. Para estes existem três tipos de
associação.

Série
Na associação de resistores em série, os resistores são ligados em
sequência. Isso faz com que a corrente elétrica seja mantida ao longo do
circuito, enquanto a tensão elétrica varia [2]. A figura 4 mostra um circuito
com resistores em série.

Figura 4 – Associação de resistores em série

Fonte: [2]

Nesse tipo de associação o cálculo realizado para obter a resistência


equivalente é dado por:
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ 𝑅𝑛 (4)

Assim, a resistência equivalente é dada pela soma das resistências de


cada resistor.

Paralelo
Na associação de resistores em paralelo, todos os resistores estão
submetidos a uma mesma diferença de potencial. Sendo a corrente elétrica
dividida pelos ramos do circuito [2]. A figura 5 mostra um circuito com resistores
em paralelo.
Figura 5 – Associação de resistores em série

Fonte: [2]

Nesse tipo de associação o cálculo realizado para obter a resistência


equivalente é dado por:
1
𝑅𝑒𝑞 =
1 1 1 (5)
+ ⋯+
𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛

Assim, a resistência equivalente é dada pela soma dos inversos das


resistências de cada resistor.

Mista
Na associação de resistores mista, os resistores são ligados em série e
em paralelo e os cálculos são feitos com as equações 4 e 5. A figura 6 mostra
um circuito com resistores em série e em paralelo.

Figura 6 – Associação de resistores em série

Fonte: [2]

Erro relativo percentual


Em experimentos práticos é corriqueiro ocorrer diferenças entre os
valores teóricos e os valores experimentais, desta forma, para que seja
possível observar a porcentagem de erro entre os valores reais e calculados
pode-se utilizar a fórmula do erro relativo percentual, calculado pela Equação
5.
VT
V = |1 − | . 100% (6)
VM
Onde:
• VT = Valor teórico;
• VM = Valor medido.

Multímetro

O multímetro caracteriza-se como um instrumento que pode ser


utilizado para fazer diversos tipos de medição, com um único aparelho
podendo mensurar tensão, corrente, resistência, entre outros. Este
equipamento pode ser encontrado tanto na forma analógica quanto na digital,
e é composto por dois terminais os quais podem ser conectados as pontas de
prova, com ponta vermelha do multímetro devendo ser conectada ao terminal
positivo, e a ponta preta ao negativo (CRUZ, 2020).

METODOLOGIA
A seguir serão descritos os materiais utilizados e o procedimento
experimental realizado no experimento de leis de Kirchhoff.
➢ Dois resistores;
➢ Uma fonte de alimentação;
➢ Cabos conectores tipo banana e jacaré;
➢ Multímetro;
➢ Placa protoboard.

Procedimento experimental:
Para o procedimento do experimento de início foi medido as resistências
R1 e R2 com o multímetro, a chave seletora foi ajustada para medição de
resistência Ω, com o multímetro ajustado usou-se dois cabos com
extremidades tipo banana e jacaré, esses cabos era de cor preta e vermelha,
o cabo vermelho foi plugado na porta de resistência (Ω) e o cabo preto foi
plugado na porta comum (COM) do multímetro, as outras duas extremidades
tipo jacaré foi plugado nos polos dos resistores, como não existe polo positivo
e negativo para resistores os cabos tipo jacaré podiam ser colocado em
qualquer polo e assim foi medida a resistência dos resistores R1 e R2. Isso para
que se pudesse fazer uma estimativa de qual seria a corrente que passaria
pelo circuito, da associação em paralelo, para assim ajustar o multímetro de
forma correta e de modo a ter uma precisão maior na hora de fazer a medição,
essa estimativa de corrente foi para uma tensão de 3 V. De posse desses
dados partiu para montagem do circuita na placa protoboard onde foram
montados os circuitos em série e em paralelo, o circuito com resistores em
série foi denominado de circuito 1 e o circuito com resistores em paralelo foi
denominado de circuito 2. Foi feita a medição de tensão nos resistores ligados
em serie R1 e R2, ou seja, a tensão estimada. A figura 7 irá esquematizar como
foi feita essas medidas.

Figura 7: circuito em serie

Fonte: elaboração própria

Com o circuito montado com resistores em série o cabo vermelho da


porta de tensão (V) foi colocado no borne positivo da fonte de tensão e o cabo
preto da porta comum do multímetro foi ligado até o borne negativo da fonte
de tensão. A partir deste esquema foi possível medir a tensão que passava no
resistor R1 e R2. Posteriormente, o cabo vermelho do multímetro que estava no
borne positivo da fonte de tensão foi colocado no polo do resistor R1 e a tensão
do resistor R1 foi medida. A figura 8 mostra como foi feito o esquema para medir
a tensão no resistor R1.
Figura 8: Tensão medida no R1

Fonte: elaboração própria

Em seguida, o cabo vermelho que estava ligado ao resistor R1 foi colocado


novamente no borne positivo da fonte de tensão e o cabo preto do multímetro
que estava no borne negativo da fonte de tensão foi retirado e colocado no
resistor R2 e a tensão no resistor R2 pôde ser determinada. A figura 9 mostra
como ficou o esquema.

Figura 9: tensão medida no R2

Fonte: elaboração própria

Para a associação em paralelo de resistores (circuito 2) foi medida as


correntes na saída da fonte. Os resistores foram montados em paralelo na
placa protoboard e a chave seletora do multímetro foi colocado na medição de
corrente em 20A/mA do multímetro. O cabo preto ligado a porta comum do
multímetro foi colocado no borne negativo da fonte de tensão, já o cabo
vermelho ligado a porta de corrente do multímetro foi ligado a extremidade do
resistor R1, outro cabo vermelho foi colocado no borne positivo da fonte e ligado
até um polo do resistor R2. A figura 9 mostra como ficou o esquema. Como o
cabo vermelho ligado a porta de corrente do multímetro só tinha extremidades
tipo banana foi usado outro cabo preto para fechar o circuito. A figura 10 mostra
esse detalhe.

Figura 10: medindo corrente com resistores em paralelo

Fonte: elaboração própria

Com isso a corrente estimada do circuito foi determinada.


Posteriormente, para determinar a corrente do resistor R1 o cabo tipo jacaré
que tinha extremidades tipo banana foi trocado por outro cabo preto com
extremidades tipo banana e jacaré. Com isso, o cabo preto que estava na porta
comum do multímetro foi ligado a um polo (direito) do resistor R1, um cabo
ligado ao borne negativo da fonte de tensão foi ligado ao outro polo (esquerdo)
do resistor R1. O cabo vermelho ligado a porta de corrente do multímetro foi
ligado a um polo (direito) do resistor R2 e outro cabo ligado ao borne positivo
da fonte de tensão foi ligado ao polo (direito) do resistor R2 para fechar o
circuito. A figura 11 mostra como ficou esquematizado o circuito.

Figura 11: medindo corrente no resistor R1

Fonte: elaboração própria

Para determinar a corrente do resistor R2 um cabo preto foi colocado no


borne negativo da fonte de tensão e foi ligado até a um polo (esquerdo) do
resistor R1, outro cabo preto conectado à porta comum do multímetro foi ligado
a um polo (esquerdo) do resistor R1, um cabo vermelho conectado ao borne
positivo da fonte de tensão foi ligado a um polo (direito) do resistor R 2 , outro
cabo vermelho conectado a porta de corrente de µA e mA foi ligado ao outro
polo (esquerdo) do resistor R2 e a corrente do resistor R2 foi determinada. A
figura 12 mostra como ficou o esquema.
Figura 12: medindo corrente no resistor R2

Fonte: elaboração própria

Após isso foi calculado os valores esperados das associações com os


valores medidos.

OBJETIVOS
Objetivos Geral
Verificar a veracidade das leis de Kirchhoff para um circuito elétrico
contendo dois resistores e uma fonte de tensão e, comparar os resultados
obtidos com os resultados teóricos.
Objetivos Específico
➢ fazer o uso do multímetro para medir a tensão e a corrente em
um circuito elétrico, além da resistência dos resistores;
➢ calcular o erro relativo percentual entre os valores medidos e os
valores teóricos da tensão elétrica e a corrente elétrica;

ANÁLISE DE DADOS
Com o auxílio do multímetro a resistência dos resistores R1 e R2 foram
medidas e anotadas. A tabela 1 mostra a resistência encontrada dos resistores.

Tabela 1 – Resistência dos resistores


R1 151,42 Ω
R2 100,85 Ω
Fonte: elaboração própria
O experimento consistiu em duas partes, a primeira foi estimar para um
circuito com resistores em paralelo e uma fonte de tensão de 3 volts a corrente
experimental e compara-la com a corrente estimada, assim verificando a lei
dos nós de Kirchhoff. Esse circuito com resistores em paralelo foi denominado
circuito 2. Já a segunda parte do experimento consistiu em determinar a tensão
experimental para um circuito com resistores em série e compara-la com a
tensão estimada.

Parte 1 - Determinação da corrente pela lei dos nós e comparação


com a corrente estimada.
Com o circuito montado com resistores em paralelo e com o auxílio do
multímetro a corrente foi estimada. A figura 13 mostra o circuito montado com
os dois resistores em paralelo e a fonte de alimentação, este circuito foi
denominado de circuito 2.

Figura 13 – Circuito com resistores em paralelo

Fonte: elaboração própria

A corrente estimada para o circuito 2 (resistores em paralelo) foi de


aproximadamente de 45,02 mA. A figura 14 mostra o valor dessa medição feita
com o multímetro.
Figura 14 – corrente medida para resistores em paralelo

Fonte: elaboração própria

Pela lei dos nós de Kirchhoff sabemos que a soma algébrica de todas
as correntes que entram em um nó é igual a zero. Dessa maneira usando a lei
de ohm (Eq. 3) podemos determinar a corrente do resistor R1 e R2. Assim,
𝑉 𝑉
𝑅= →ⅈ=
ⅈ 𝑅
Determinando a corrente para o resistor R1 com uma tensão de 3 volts.
𝑉 3𝑉
ⅈ1 = = = 19,8 𝑚𝐴
𝑅1 151,42 Ω
Determinando a corrente para o resistor R2 com uma tensão de 3 volts.
𝑉 3𝑉
ⅈ2 = = = 29,7 𝑚𝐴
𝑅2 100,85 Ω
Assim, como a corrente total é a soma algébrica de todas as correntes
que entram em um nó e é igual a zero, usando a Eq. 1 temos;
𝛴ⅈ = 0
ⅈ 𝑇 = ⅈ1 + ⅈ2 = 19,8 + 29,7 = 49,5 𝑚𝐴
Esse mesmo valor para corrente obtida é esperado calculando a
resistência equivalente no circuito. Assim, usando a equação 5 podemos
determinar a resistência equivalente do circuito para resistores em paralelo e
verificar se é verídico.
1 1 1 1 1
= + = + = 0,01652
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 151,42 100,85
1
𝑅𝑒𝑞 = = 60,5Ω
0,01652
Usando a lei de ohm, temos
𝑉 𝑉
𝑅= →ⅈ=
ⅈ 𝑅
3𝑉
ⅈ𝑇 = = 49,5 𝑚𝐴
60,5 Ω
Observa-se que a corrente obtida ou total do circuito 2 é 49,5 𝑚𝐴.
A tabela 2 mostra todos os valores obtidos, ou seja, corrente estimada,
corrente no resistor R1, corrente no resistor R2 e a corrente obtida (soma de i1
e i2).
Tabela 2 – valores obtidos de corrente elétrica
Corrente estimada Corrente no i1 Corrente no i2 Corrente obtida
45,02 mA 19,8 mA 29,7 mA 49,5 mA
Fonte: elaboração própria

Como 45,02 ≠ 49,5 podemos determinar o erro experimental utilizando


a equação 6.
i𝑒
e = |1 − | × 100%
io
45,02
e = |1 − | × 100%
49,5
45,02
e = |1 − | × 100%
49,5
e = 9,05%

Observa-se que há uma diferença na corrente estimada e a corrente


obtida, essa diferença pode ser explica pelas aproximações feitas para os
resistores, além disso, pode ser que haja perdas ao montar o circuito com
resistores em paralelo, também fuga de corrente ou flutuações de tensão da
fonte de alimentação. Assim, levando em consideração todos esses fatos e
sabendo que na prática há pequenas diferenças da teoria podemos afirmar
perfeitamente que a lei dos nós de Kirchhoff é verídica.
Parte 2 - Determinação da tensão pela lei das malhas e comparação
com a tensão estimada.
Um circuito com os resistores usados na primeira parte foi montado em
série como mostra a figura 15. Este circuito foi denominado de circuito 1.

Figura 15 – Circuito com resistores em série

Fonte: elaboração própria

Com o auxílio do multímetro e com o circuito já montado com os


resistores em série como mostra a figura 16, a tensão estimada foi 3,02 volts,
ou seja, muito próxima de 3 volts.

Figura 16 – Tensão estimada para o circuito com R1 e R2 em série

Fonte: elaboração própria

Novamente utilizando o multímetro a tensão para os Resistores R1 e R2


foram determinadas. A tensão do resistor R1 foi de 1,808 V como mostra a
figura 17.
Figura 17 – Tensão no resistor R1

Fonte: elaboração própria

Já a tensão para o resistor R2 foi de 1,204 V como mostra a figura 18.

Figura 18 – Tensão no resistor R1

Fonte: elaboração própria

Pela lei das malhas de Kirchhoff sabemos que a soma algébrica de


todas as diferenças de potenciais através de uma malhar é zero. Assim de
acordo com a Eq. 2, temos,
ΣV=0
𝑉𝑇 = 𝑉1 + 𝑉2
𝑉𝑇 = 1,808 𝑉 + 1,204 𝑉
𝑉𝑇 = 3,012 𝑉
A tabela 3 mostra todos os valores obtidos para todas as tensões, ou
seja, tensão estimada, tensão no resistor R1, tensão no resistor R2 e a tensão
obtida (soma de V1 e V2).

Tabela 3 – valores obtidos de tensões


tensão estimada tensão no R1 tensão no R2 tensão obtida
3,02 V 1,808 V 1,204 V 3,012 V
Fonte: elaboração própria

Assim, com os valores da tensão estimada e da tensão obtida podemos


calcular o erro experimental já que 3,012 ≠ 3,02. Dessa maneira, usando a Eq.
6, temos,
V𝑒
e = |1 − | × 100%
Vo
3,02
e = |1 − | × 100%
3,012
e = 0,26%
Como podemos observar o erro é muito pequeno, chegando a ser
insignificante. Essa pequena porcentagem de erro pode ser explicada com as
aproximações feitas dos resistores, ou seja, a não consideração de muitas
casas decimais após a vírgula como também a não consideração de todas as
casas decimais das tensões V1 e V2. Com essa pequena porcentagem de erro
e algumas considerações esse valor da taxa de erro seria 0, dessa maneira
evidenciando a lei das malhas de Kirchhoff.

CONCLUSÃO
Dado o exposto, é perceptível a importância das Leis de Kirchhoff
quanto ao cálculo de grandezas elétricas. Sendo assim, é possível prever o
comportamento com certa precisão das correntes e diferenças de potencial de
resistores num circuito, no entanto, para isso é necessário compreender o
conceito de nó (ponto de um circuito a que três ou mais elementos estão
conectados) e malha (percurso fechado do circuito). Sendo assim, sabendo os
valores das resistências (R1, R2) e das tensões (V1, V2), é possível através das
relações obtidas pela análise do circuito, calcular o que se pede. Portanto,
comparando os dados calculados com aqueles obtidos pela utilização do
multímetro, percebeu-se a existência de uma pequena variação, mas que não
invalidam as leis em questão, implicando na conclusão de que essa ferramenta
para análise de circuitos é precisa e confiável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HALLIDAY, D. RESNICK, R. WALKER, J. Fundamentos da Física. 10. ed. Rio de Janeiro:


Livros Técnicos Cientifico, 2016. V3.

[1] GOUVEIA, Rosimar. Leis de Kirchhoff. Toda matéria. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/leis-de-kirchhoff. Acesso em: 25 out. 2022.

[2] GOUVEIA, Rosimar. Associação de resistores. Disponível em: Associação de Resistores:


em série, em paralelo e mista com exercícios - Toda Matéria (todamateria.com.br). Acesso em:
28 out. 2022.

[3] SEARS & ZEMANISK, YOUNG & FREEDMAM, Física III: Eletromagnetismo. 14. Ed.
Person, 2015.

CUNHA, F. C. Atividades práticas para o processo de ensino e aprendizagem das Leis de


Kirchhoff para o ensino médio. 2012. 35 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em
Física) - Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.

CRUZ, Eduardo César A. Eletricidade Básica - Circuitos em Corrente Contínua - 2ª Edição


Revisada. São Paulo: Editora Saraiva, 2020.

FILHO, Matheus Teodoro da S. Fundamentos de Eletricidade. [Digite o Local da Editora]:


Grupo GEN, 2007.

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