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GTD – Geração, transmissão e

distribuição
PROFESSORA: ELAINE SANTOS
Aula 2 – Representação do Sistema
Elétrico de Potência
Sistema elétrico de potência
Os sistemas elétricos, usualmente interligados, são constituídos
por redes complexas com dezenas, centenas e até milhares de
barramentos, inúmeras linhas de transmissão, geradores,
transformadores, bancos de capacitores, sistema de medição e
proteção, etc.

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Elétrico de Potência
Sistema elétrico de potência
Existem vários estudos relacionados os sistemas elétricos de potência que podem
ser feitos por etapas ou de maneira separada. Por exemplo, pode-se citar:
➢estudos de fluxo de potência;
➢de curto-circuito;
➢de proteção;
➢de estabilidade;
➢fluxo harmônico;
➢transitórios;
➢operação econômica, etc.
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Aula 2 – Representação do Sistema
Elétrico de Potência
Representação do sistema elétrico de potência
A representação da rede é feita por:
Nós: Barras, Barramentos, Postes, etc.
Fonte(s): Gerador, Fontes de Tensão, Fontes de Corrente, etc.
Circuitos: Linha (Transmissão ou Distribuição), Alimentadores,
Transformadores, etc.
Carga(s): potência constante consumida, impedância constante , etc.

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Elétrico de Potência
Representação do sistema elétrico de potência

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Elétrico de Potência
Símbolos usados na representação do SEP

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Características do sistema elétrico de potência
➢Normalmente são trifásicos;
➢Apresentam um grande número de componentes;
➢Possuem transformadores que particionam o sistema em
seções de diferentes níveis de tensão.

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Representação do Sistema Elétrico
Os sistemas elétricos podem ser representados graficamente
através de:
➢Diagramas Unifilares
➢Diagramas Multifilares
➢Diagrama Equivalente por Fase

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Diagramas unifilares
O sistema é representado por meio de um Diagrama unifilar de um sistema de
potência
único fio, omitindo o condutor neutro,
usualmente para sistemas monofásicos ou
trifásicos balanceados (i.e., quando as três
fases possuem o mesmo carregamento),
mostrando apenas os principais componentes
e suas conexões.

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A quantidade de informação de um diagrama unifilar vai depender do
estudo em questão.
Por exemplo: ao se trabalhar com fluxo de carga, não é preciso representar
dispositivos de proteção como relés e disjuntores, porém, no estudo de
áreas como estabilidade e proteção, essa representação será necessária.

Neste exemplo, temos:


- três geradores, dois aterrados através de reator e um
através de resistência;
- dois transformadores, sendo T1 Y-Y aterrado e T2 YΔ com
Y aterrado;
- uma linha de transmissão de alta tensão (por ex.: 230 KV);
- duas cargas conectadas aos barramentos de baixa tensão
(por ex.: 13,8 KV);
- 9 disjuntores de potência.

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Diagrama unifilar e circuito monofásico equivalente
Seja o diagrama trifásico de um sistema elétrico simples como mostrado abaixo:

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Um sistema trifásico equilibrado pode ser estudado por apenas uma de suas
fases, isto é, pelo chamado circuito monofásico equivalente.
Assim, para se fazer os cálculos, pode ser usada uma única fase, onde os
elementos (geradores, transformadores, etc.), representados por seu
modelo monofásico, são conectados entre si obedecendo o diagrama
unifilar.

Circuito monofásico equivalente da figura anterior.

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É chamado de diagrama equivalente por fase.
✓Representa as grandezas normalizadas.
✓Simplifica a análise numérica.
✓Elimina o efeito particionador dos transformadores.
✓A representação também é unifilar (sistemas com duas ou
mais fases), de modo que a análise numérica do sistema possa
ser simplificada considerando que as fases possuem as
mesmas características.

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Sua principal aplicação é apresentar os valores de impedância
de geradores, linhas de transmissão, transformadores,
capacitores, cabos, cargas, etc.

Diagrama unifilar de sistema elétrico de potência.

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Diagramas multifilares Diagrama multifilar para os circuitos de potência
(transformador) e de proteção (relé, transformador de corrente
diferencial e transformador de corrente auxiliar)
O sistema é representado por meio de
dois ou mais fios para ilustrar as
interconexões de circuitos elétricos,
apresentando todas as fases do SEP,
permitindo uma análise mais
detalhada e sempre representando o
neutro quando este existir.

TC → contribui para os instrumentos de


medição e proteção trabalharem de
forma adequada e segura.

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Observação:
Para um Sistema Elétrico de Potência, pode-se utilizar reatores de derivação para
eliminar o Efeito Ferranti, que é o aumento da tensão ao longo da linha de
transmissão.
Ou seja, na ausência de compensação reativa, a tensão de regime no final da linha
de transmissão é sempre maior do que no início.
Então, os reatores colocados nos extremos da LT auxiliam na compensação reativa.

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Grandezas em pu
A formulação em por unidade (pu) pode ser usada em qualquer
ramo da ciência.
Na Engenharia Elétrica o uso da representação do Sistema de
Energia em pu simplifica a modelagem, a resolução de
problemas e a comparação de resultados devido ao significado
relativo que propicia.

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Valores em pu são frequentemente encontrados em
especificações e dados de placas de equipamentos elétricos
(como geradores, transformadores, etc.), em gráficos e também
são utilizados em programas computacionais para cálculos e
simulações de Sistemas Elétricos de Potência.
Antes de se expressar uma determinada grandeza em pu é
necessário definir o valor de base dessa grandeza.

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Assim, define-se valor por unidade (pu) como sendo a relação entre o valor
real na unidade da grandeza e o seu valor base, ou seja:

Uma grandeza em pu pode ser expressa percentualmente simplesmente


fazendo:

No estudo de sistemas elétricos a ideia é efetuar uma mudança de unidade


das grandezas fundamentais tensão, corrente, potências, impedância e
admitância que passam a ser expressas em pu.

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Valores pu em sistemas monofásicos
A mudança para pu de sistemas elétricos requer a definição de duas
grandezas como bases.
Estas duas grandezas definem as outras grandezas de base.
O mais usual é definir uma tensão de base Vb (V) e uma potência de base Sb
(VA).
Sendo Vb e Sb, tensão fase-neutro e potência aparente monofásica,
respectivamente, então:

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Os valores em pu de quaisquer grandezas de um estudo S, V, I, Z e Y são:

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Exemplo 3.1: em um dado sistema, foi definido como valores base: Vb = 10 kV
e Sb = 1000 kVA.
Expressar as seguintes grandezas em por unidade (pu):
a) |V| = 12 kV g) Z = 80 + j40 
b) V = 13,3 + j6,0 kV h) Y = 0,1 – j0,3 S
c) I = 513 + j203 A
d) S = 200 + j300 kVA
e) |S| = 9,3 MVA * Note que o ângulo de fase das grandezas não é alterado
quando se usa pu.
f) S = 50023° kVA

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Valores pu em sistemas trifásicos
Em um sistema trifásico considerando:
• Vb a tensão base como sendo de linha (tensão fase-fase);
• Sb a potência base total trifásica.
Tem-se, analogamente à situação anterior:

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Mudança de base
Algumas vezes a impedância em pu de um dado equipamento do sistema
elétrico é expressa numa base diferente da parte do sistema na qual o
elemento está localizado.
Como nos cálculos todas as impedâncias devem ser expressas na mesma
base, torna-se necessário converter impedâncias em pu de uma base para
outra.

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Mudança de base
Suponha que uma impedância 𝒁𝒑𝒖𝒅𝒂𝒅𝒂 na base 𝑽𝒃𝒅𝒂𝒅𝒂 , 𝑺𝒃𝒅𝒂𝒅𝒂 , deva ser
convertida para 𝒁𝒑𝒖𝒏𝒐𝒗𝒂 na nova base 𝑽𝒃𝒏𝒐𝒗𝒂𝒂 , 𝑺𝒃𝒏𝒐𝒗𝒂 . Como 𝒁𝒑𝒖 = ൗ𝒁𝒃,
𝒁

tem-se:

Então:

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Reatância
síncrona

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Modelos de elementos do sistema elétrico
Máquinas síncronas
A teoria básica da máquina síncrona e desenvolvimentos algébricos
permitem mostrar que a tensão fasorial no terminal externo, Vt, de uma
fase de um gerador c.a. síncrono, é dada por:

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Assim, o gerador, funcionando em regime permanente e com simetria das
fases, pode ser representado pelo modelo de circuito equivalente. O
circuito, para uma fase, é:

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A impedância Zg (= Ra + jXs) é determinada usualmente através de testes
aplicados às máquinas.
Normalmente a resistência Ra é bem menor que Xs, de forma que sua
omissão em muitos casos não tem grande influência, sobretudo nas análises
qualitativas. Isso resulta em:

Para o motor síncrono, o circuito equivalente é semelhante, porém a


corrente recebida pelo motor tem sentido contrário ao caso do gerador.
Desprezando a resistência tem-se:

Circuito equivalente para


motor síncrono. (A
resistência foi desprezada).

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Transformadores
a) Transformadores monofásicos
Um modelo tradicionalmente usado para representar transformadores do
ponto de vista elétrico, é o circuito equivalente composto por elementos em
série e um ramo em paralelo.
Os valores dos parâmetros desse circuito são usualmente obtidos através
dos ensaios a vazio e em curto-circuito.
O ensaio a vazio determina a corrente de excitação e permite a avaliação
aproximada da impedância do ramo paralelo, que engloba as potências de
perda no núcleo (associadas ao elemento Rp) e de magnetização (associadas
à reatância de magnetização Xm).
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O ensaio em curto-circuito permite determinar a
impedância série do circuito, que representa as
perdas no cobre através das resistências dos dois
enrolamentos r1 e r2, e as dispersões de fluxo
magnético através das reatâncias de dispersão x1 e
x2.
Assim, tem-se o modelo de circuito do
transformador monofásico na fig. com:
• enrolamentos 1 e 2 com N1 e N2 espiras,
respectivamente;
• transformação ideal com relação de espiras a = N1/N2,
fazendo a conexão entre os lados 1 e 2;
• parâmetros r1, x1, Rp e Xm colocados no lado 1 e r2 e x2 no
lado 2. GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 32
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Referindo os parâmetros ôhmicos ao lado 1, através da relação de espiras ao
quadrado (ou relação das tensões nominais ao quadrado), pode-se omitir o
transformador ideal.
Além disso, é comum na maioria dos cálculos em Sistemas de Potência
desprezar a corrente de excitação (influência do núcleo), por ser muito
menor que correntes de cargas usuais. Fazendo isso obtém-se:

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Expressando a impedância do transformador em pu obtém-se uma simplificação
ainda maior.
Para isso considere:
a) Potência base: como sendo a potência nominal do transformador SBase = SNominal;
b) Tensão base: depende do lado em que se fará os cálculos:
Se for escolhido o lado 1 usa-se como base a tensão nominal deste enrolamento:
Vbase = VNominalLado1.
Se for selecionado o do lado 2, Vbase = VNominalLado2.

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Assim, o valor em pu da impedância do transformador será o mesmo,
independente dos valores ôhmicos terem sido obtidos em referência ao lado 1 ou
lado 2, observe a demonstração:
Dada a impedância do transformador em ohms referida ao lado 1 Z1, seu valor
em pu é obtido dividindo pelo valor de base desse lado:

Referindo Z1 ao lado 2, através da relação (Vb2/Vb1)2, seu valor em ohms é


expresso por:

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Dividindo pela impedância de base do lado 2, tem-se sua expressão em pu como:

Assim:

*Conclusão: o transformador de potência é representado simplesmente por sua


impedância em pu Zpu=Rpu+jXpu.
Trabalhando com pu não há necessidade de transformação de tensão e a corrente
em pu é a mesma nos dois lados.

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Este modelo visto é normalmente usado em vários estudos em sistemas de
potência, sendo ainda, em muitos casos, desprezada a resistência.
Vale ressaltar: escolhendo uma tensão base em um lado do transformador, a
tensão base para um circuito conectado do outro lado do transformador, fica
determinada pela relação de transformação de tensões nominais.

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