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GTD – Geração, transmissão e

distribuição
PROFESSORA: ELAINE SANTOS
Aula 3 – Representação do Sistema
Elétrico de Potência - Continuação
Banco de transformadores
Um transformador trifásico pode ser constituído a partir de 3
transformadores monofásicos idênticos formando um banco.
A utilização de banco de transformadores é feita em casos
especiais ou nas situações de transformadores com potências
muito elevadas.
As três unidades monofásicas são interligadas em cada lado
usualmente na forma Y ou .

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Assim, tem-se como opções de ligações: Y-Y,  - , Y-  e  -Y.
Ao se avaliar os diagramas de impedância de sistemas com
bancos de transformadores, o primeiro passo é a determinação
das características do transformador trifásico equivalente.
Vejamos no próximo exemplo.

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Transformadores trifásicos
Na prática é mais usual um transformador trifásico ser formado
colocando-se os enrolamentos de cada fase em um mesmo
núcleo, ou seja, formando uma única unidade trifásica.
Considerando as conexões  e Y, tem-se as possibilidades de
ligação lado 1–lado 2 como: -, -Y, Y-, Y-Y.

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Para cálculos em pu segue-se o mesmo princípio que no caso
monofásico, isto é, escolhe-se a tensão base em um dos lados
do transformador e tensão base do outro lado é
automaticamente determinada pela relação das tensões de
linha.
Informações sobre impedâncias são dadas em % ou em pu, em
relação as bases determinadas por suas características
nominais (dados de placa): Z%, VNominal e SNominal.

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Sua representação monofásica em pu é:

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Transformadores trifásicos de três enrolamentos
O transformador trifásico de três enrolamentos é composto por
três lados que podem ser denominados de primário,
secundário e terciário, sendo este último normalmente
operando com tensão mais baixa que os demais.
Por exemplo: 230/138/13,8 kV.

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Este equipamento é usado como elo de ligação de três sistemas
elétricos com níveis de tensão diferentes.
Um outro exemplo prático é o suporte extra de reativos, como
ocorre no sistema de transmissão de Itaipu, onde nas
subestações de Ivaiporã e Itaberá, tem-se grandes
transformadores de 1650 MVA e relação de transformação
765/525/69 kV.

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Os enrolamentos de um transformador de três enrolamentos
podem apresentar potências nominais diferentes.
A impedância de cada enrolamento pode ser expressa em valor
percentual ou em pu, tomando por base os valores nominais de
seus próprios enrolamentos, ou podem ser realizados testes
para determinar as impedâncias.
Em qualquer caso, todas as impedâncias em pu no diagrama de
impedâncias devem ser expressas em relação a uma mesma
potência de base.

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As bases de tensão mudam de acordo com as relações das
tensões de linha nominais entre os lados.
Como nos transformadores de dois enrolamentos a impedância
nominal é obtida através do ensaio de curto-circuito, usando
apenas dois enrolamentos de cada vez, enquanto o outro fica a
vazio (com seus terminais abertos).

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Linhas de transmissão aéreas
Os parâmetros das linhas de transmissão são em geral:
• parâmetros em série: indutância e resistência;
• em shunt (paralelo ou derivação): condutância e capacitância.
Como as linhas aéreas trifásicas são equilibradas nos sistemas
de energia, podem ser representadas por circuitos unipolares,
constituídos de fase e neutro.

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O neutro é representado sem parâmetros elétricos, pois INeutro =
0 em sistemas equilibrados.
Em linhas aéreas a condutância pode ser desprezada, restando
na parte shunt apenas o efeito capacitivo.
As linhas de transmissão podem ser classificadas em linha
curta, média e longa.
Existem autores que propõem a classificação baseada no
comprimento da linha e nível de tensão.

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Já outros preferem uma classificação feita de forma mais
simples:
a) linha curta: comprimentos até 80 km;
b) linha média: 80 a 240 km;
c) linha longa: mais de 240 km.

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O emprego de uma ou outra classificação depende do grau de
precisão desejado nos cálculos.
Na dúvida, pode-se recorrer à classificação mais rigorosa.
Cada tipo de linha está associado a um modelo de circuito a
parâmetros concentrados, ou seja, tem-se um modelo para
linha curta, outro para linha média e outro para linha longa.
Estes modelos atendem aos propósitos de estudos como, por
exemplo, fluxo de carga, curto-circuito e estabilidade.

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Observação:
Vale ressaltar que nas linhas em geral a impedância série varia
com o seu comprimento.
Para sistemas com tensões elevadas, por exemplo, 500 kV ou
750 kV, a reatância série XL é bem maior que a resistência série
R (da ordem de 20 a 30 vezes maior).
Para níveis mais baixos, o valor relativo da resistência aumenta
e, para sistemas de distribuição, estes valores são comparáveis.

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a) Modelo para linha curta
A capacitância shunt para terra (também conhecida como line
charging) das linhas curtas é pequena, e normalmente pode ser
desprezada sem perda apreciável de precisão.

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Assim, considera-se como parâmetros concentrados a
resistência em série R e a indutância em série L para todo o
comprimento da linha, conforme ilustra a fig. abaixo na qual
𝑿𝑳 = 𝝎𝑳.

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b) Modelo para linha média
Uma linha aérea média pode ser representada por uma
impedância composta por parâmetros concentrados R e L série
e, por uma admitância em derivação que contempla o efeito
capacitivo C.

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Um modelo muito utilizado é o modelo 𝝅 − 𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍, no qual
a admitância total é dividida em duas partes iguais e colocadas
nas extremidades.

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c) Modelo para linha longa
Neste caso o circuito equivalente representa a linha com
precisão desde que se esteja em interesse apenas as medidas
dos valores de tensões, correntes, potências nas extremidades
da linha.
A maioria dos programas de computador adotam o modelo 𝝅
para estudos de fluxo de potência, curto-circuito e estabilidade,
mesmo para linhas longas.

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Nestas ocasiões, para manter-se a precisão, adota-se o circuito 𝝅 −
𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗𝒂𝒍𝒆𝒏𝒕𝒆, o qual possui também uma impedância em série agora
simbolizada por 𝒁’ e duas admitâncias em derivação 𝒀’ / 𝟐 em cada
extremidade.

Este modelo é adequado para a representação das linhas longas em regime


permanente, sendo.

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Modelo para barramento, disjuntor e chave
Fisicamente, as barras ou barramentos são condutores elétricos com
resistência desprezível, quando comparada com a impedância de linhas e
transformadores.
Isto justifica sua representação de circuito na forma de nós elétricos.
Em geral as barras estão localizadas nas subestações e podem ser
constituídas de várias seções de barras ligadas através de chaves
seccionadoras ou disjuntores.
Disjuntores e chaves são dispositivos que permitem conectar ou
desconectar condutores de uma rede elétrica. Na modelagem de circuitos a
posição aberta representa uma impedância infinita e fechada um
curtocircuito.
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Disjuntores e chaves são dispositivos que permitem conectar ou
desconectar condutores de uma rede elétrica.
Na modelagem de circuitos a posição aberta representa uma impedância
infinita e fechada um curto-circuito.
Embora tenham o mesmo papel lógico (abrir e fechar), sua construção e
operações são bastante distintas:
• o disjuntor está ligado ao sistema de proteção e opera automaticamente
quando algum evento é detectado pelo relé a ele associado;
• as chaves, manuais ou mecânicas, são usadas para reconfigurar o sistema
e atender às necessidades de desenergização para manutenção.

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A figura abaixo exemplifica um barramento do tipo simples com chaves e
disjuntores conectando a barra a uma linha que chega.
Existem diversos tipos de configurações de barramentos utilizados nas
subestações, cujo estudo, segue uma linha mais aprofundada.

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Conceito de barramento infinito
Uma barra infinita representa um grande sistema de potência de tal forma
que a tensão e a frequência nesta barra são constantes.
Em termos de circuitos elétricos é modelada por uma fonte de tensão ideal
(sem impedância interna).

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Modelos para cargas
No contexto de sistema elétrico, a carga, suas variações no tempo (ativa e
reativa) e outras questões não são estudadas aqui.
Aqui se apresenta modelos para seu emprego em um circuito elétrico que
representa um sistema de potência em estudo.
Os modelos usuais para as cargas são:
• modelo de potência constante, no qual utiliza-se valores constantes de
potências ativa e reativa (usado em estudos de fluxo de potência por
exemplo);
• impedância (ou admitância) constante, representado cargas passivas;

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• impedância em série com força eletromotriz (representa máquinas
rotativas as quais contribuem para alimentar correntes de curto-circuito);
• de corrente constante (não ilustrada na figura abaixo).

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Em resumo, sobre a representação do SEP:
Passando para pu, a potência de base é única para um determinado sistema.
Por outro lado as bases de tensão e, por conseguinte, de corrente e
impedância, mudam devido a relação de transformação dos
transformadores do sistema.
As informações sobre o sistema no diagrama unifilar dependem do estudo
requerido.
Por exemplo:
• a localização de disjuntores e relés não é importante no estudo de regime
permanente;

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• em curto-circuito as capacitâncias shunts das linhas de transmissão podem
ser desprezadas;
• em situações de falta, a estabilidade do sistema depende do tempo de
atuação dos relés e disjuntores para isolar a parte do sistema com defeito,
cujos dados devem estar disponíveis.

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Os valores no circuito monofásico equivalente são expressos em pu.
Essa representação é mais simples e adotada mundialmente.
As impedâncias em ohms das LTs são transformadas para pu usando a
impedância de base Zbase calculada para cada Vbase, de cada local do sistema.
Quando necessário, os valores das impedâncias em pu de equipamentos são
adequados à nova base adotada no estudo (mudança de bases).

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Aula 3 – Tendências para o mercado de
energia
Tendências para o mercado livre de energia
O mercado livre de energia surgiu no Brasil na década de 1990, como parte
da reforma do setor elétrico nacional, que visava aumentar a eficiência, a
competitividade e a segurança energética do país.
Desde então, vem se consolidando como uma alternativa atrativa para os
consumidores que buscam economia e flexibilidade na contratação de
energia.
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o
mercado livre representava cerca de 35% do consumo nacional de energia
em 2022, com mais de 11.500 consumidores livres e especiais, mais de 1.700
produtores independentes de energia e cerca de 500 comercializadores
atuando nesse ambiente.
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Aula 3 – Tendências para o mercado de
energia
Uma das principais tendências de energia é a busca por fontes renováveis
de eletricidade para contribuir com a redução das emissões de gases de
efeito estufa.
Segundo o ONS – Operador Nacional do Sistema, as fontes renováveis
responderam por cerca de 90% da energia produzida no país em 2022.
Outra tendência é a ampliação dos produtos oferecidos no mercado livre,
que permite aos consumidores escolher dentre diversas opções para
atender suas necessidades e perfil de consumo.

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Aula 3 – Tendências para o mercado de
energia
Destacam-se os seguintes:
➢Contratos de curto prazo, que permitem aos consumidores operar com
exposição aos preços do mercado spot;
➢Contratos de longo prazo, que oferecem aos consumidores a possibilidade
de negociar contratos por prazos mais longos, resultando em “hedge” de
volume e preços;
➢Autoprodução de energia, que possibilita acesso à propriedade de usinas
geradoras para produzir energia para consumo próprio, com diversas
modelagens societárias para os diferentes tipos de consumidores;

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Aula 3 – Tendências para o mercado de
energia
➢Opções de compra, que permitem negociar contratos com possibilidade
de exercer a compra de energia em determinadas condições, com
diversificação e segurança;
➢Derivativos de energia, que oferecem produtos financeiros para uma fatia
de consumidores que preferem agregar produtos para garantir sua
competitividade;
➢Geração distribuída, que oferece aos consumidores do mercado regulado
gerar sua própria energia, por meio de usinas proprietárias ou
compartilhadas.

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