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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
PREDIAIS
AULA 1

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Prof. Eduardo da Silva

CONVERSA INICIAL

Olá, seja muito bem-vindo(a) a esta aula!

Os projetos de instalação elétrica são divididos, principalmente, em razão do nível de tensão de

operação. Nesta disciplina estudaremos os principais métodos, normas e equipamentos utilizados em

instalações elétricas prediais em baixa tensão.

Antes de estudarmos propriamente as técnicas de projeto, é fundamental saber como a energia

elétrica chega até nossas residências. Por isso, esta aula fará uma breve viagem – desde as fontes

geradoras até sua casa –, mostrando como se fornece energia elétrica.

Além disso, veremos os principais componentes que figuram nas instalações prediais, e

mergulharemos no mundo da luminotécnica, aprendendo os conceitos fundamentais e estudando

como se faz um projeto luminotécnico. Para finalizar, apresentaremos os principais símbolos e

métodos para a representação gráfica de projetos elétricos.

Gostou? Então vamos lá, mãos à obra e bons estudos!

TEMA 1 – DISTRIBUIÇÃO E FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA

A energia elétrica que chega em nossas casas percorre um longo caminho desde sua fonte

geradora. No Brasil, as duas principais fontes de energia elétrica são as hidrelétricas e as termelétricas.
A energia gerada nessas usinas é transmitida pelas linhas de transmissão até chegar aos centros
consumidores, que a distribuem até o consumidor final. Assim, o sistema elétrico brasileiro é dividido

em três partes básicas: geração, transmissão e distribuição.

Figura 1 – Esquema básico do sistema elétrico brasileiro

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Créditos: MSSA/Shutterstock.

1.1 TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA

A Figura 1 representa, além dos três segmentos básicos, os transformadores, a subestação

elevadora e a abaixadora. Estas são peças fundamentais no tratamento e na adequação da energia

que será transmitida e distribuída. Se usarmos um gerador da usina hidrelétrica de Itaipu como

exemplo, veremos que a potência gerada é em média 737 mil kVA, e a tensão de saída do gerador é

18 kV. Utilizando a lei de Ohm para a potência, podemos calcular a corrente nominal desse sistema

por:

(1)

Sendo:

– Potência aparente, em VA;

– Tensão nominal de saída do gerador, em V.

Logo mais abordaremos os tipos de potência e o motivo de usarmos o termo “aparente” para a
potência. Além disso, a raiz de três que aparece no denominador da equação se deve ao sistema

trifásico. Aplicando os valores citados, temos:

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Note que a corrente é de um valor muito elevado para ser transmitida em condutores comuns,

como os que vemos nas ruas. Por isso é necessária a subestação elevadora que, por meio de
transformadores, eleva a tensão para os níveis de transmissão, geralmente na ordem de 500 kV ou

mais. Assim a corrente fica bastante reduzida e permite a utilização de cabos com a área de seção

transversal, comumente chamada de bitola, menor.

Em grandes usinas, como a Itaipu, a potência gerada é tão grande que apenas elevar a tensão

não é suficiente para reduzir a corrente a níveis aceitáveis pelos condutores; nesses casos precisamos

de mais de um condutor por fase, normalmente quatro. Como algumas linhas têm centenas de

quilômetros de extensão, o diâmetro do condutor é muito importante, pois o peso de um condutor

mais espesso exige torres de fixação mais próximas, elevando muito os custos das instalações,

podendo até mesmo inviabilizar a obra.

As linhas de transmissão que chegam aos centros consumidores, como as cidades, precisam ter a

tensão adequada aos níveis que os consumidores irão utilizar. As subestações abaixadoras fazem esse

trabalho, e as redes de distribuição serão divididas em dois tipos, devido ao nível de tensão.

A rede de distribuição primária opera em média tensão, com valores típicos de 34,5 kV ou

13,8 kV para tensão de linha, que é a diferença de potencial entre duas fases. Em casos de polos

industriais, a tensão entregue ao cliente é a rede primária, e a adequação é feita internamente. Já a

rede secundária de distribuição alimenta os consumidores com potência de até 75 kVA. Essa é a que
estamos mais acostumados a ver, pois é a rede que alimenta as residências de pequenas empresas.

Figura 2 – Exemplo de níveis de tensão de uma rede primária e secundária de distribuição de energia
elétrica

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Créditos: Thotsaporn Sokla/Shutterstock.

Em resumo, o sistema elétrico brasileiro é dividido de acordo com os níveis de tensão de cada

segmento e, com base na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), podemos relacionar as

tensões como:

Baixa tensão – até 1 kV;

Média tensão – entre 1 kV e 69 kV;


Alta tensão – acima de 69 kV.

Como a janela de valores de alta tensão é grande, alguns setores preferem dividi-la em três

grupos: alta tensão (69 a 230 kV), extra-alta tensão (230 a 800 kV) e ultra-alta tensão (acima de 800
kV).

As demais partes que compõem o sistema elétrico de potência serão abordadas em outras
disciplinas do curso; aqui nosso interesse é a rede secundária de distribuição, pois é o nível de tensão

que atende os projetos de instalações prediais – tema desta disciplina.

1.2 FORNECIMENTO DE ENERGIA

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Como vimos, a rede secundária de distribuição é formada por um transformador abaixador, que

pode ter como tensão de saída os valores de 127, 220 e 380 V. É muito comum ouvir pessoas dizendo

que a tensão de determinado eletrodoméstico é 110 V ou 220 V. Você sabe por que não é 110 V?

Alguns anos atrás, o Brasil baseava seus níveis de tensão em países da Europa e tinha um sistema
bastante desorganizado. Organizadas as concessionárias para interligar o sistema elétrico nacional,

padronizou-se os valores dessa forma.

Por definição, “tensão” é a diferença de potencial entre dois pontos de um circuito. Como

estamos analisando um sistema de corrente alternada, não podemos usar os termos “positivo” ou

“negativo”, pois seus valores variam o tempo todo. Assim, temos duas formas de medir a tensão: a

primeira é a tensão de uma fase em relação à terra, que chamamos de tensão fase-terra, ou somente
tensão de fase; a segunda é quando medimos a tensão entre duas fases – esta é chamada de tensão

fase-fase ou tensão de linha.

Figura 3 – Exemplo de medição das tensões de fase e de linha

Crédito: Eduardo Silva.

Usamos a terra como referência por apresentar um potencial nulo, mas muitas vezes o condutor
de neutro é conectado à terra, por isso também representa um nível de zero volt. Aliás, você sabe de

onde vem o condutor de neutro? Transformadores trifásicos podem ter o arranjo das suas bobinas em
Y ou – também chamados, respectivamente, de estrela e triângulo –, e a origem do neutro está no
ponto comum da ligação em estrela, como mostra a Figura 4.

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Figura 4 – Esquema de ligação das bobinas de transformadores em triângulo (à esquerda) e em

estrela (à direita)

Crédito: Eduardo Silva.

Por questões econômicas, devido ao número de fios, as redes primárias não utilizam o condutor

de neutro; já na rede secundária de distribuição, o sistema é trifásico com neutro.

As concessionárias de energia elétrica do Brasil utilizam diferentes níveis de tensão, conforme sua

padronização. Algumas regiões utilizam as tensões em 127/220 V, ou seja, 127 V para tensão de fase

e 220 V para tensão de linha. Já em outras localidades, o sistema é 220/380 V.

Ao contrário do que muitos pensam, o valor de 220 V não é dado pelo dobro de 110 V. Como

existe uma defasagem de 120° entre as fases de um sistema trifásico, a tensão de linha é vezes

maior que a tensão de fase, portanto, numa região cuja tensão de fase é 127 V, a tensão de linha será:

(2)

De forma análoga, se considerarmos uma localidade onde a tensão de fase seja 220 V, a tensão

de linha será:

(3)

Em sistemas elétricos de corrente alternada, alguns equipamentos e máquinas – ou até mesmo as


linhas de transmissão que apresentam características indutivas ou capacitivas – consomem dois tipos

de energia: a ativa e a reativa. Assim, podemos dizer que existem três diferentes tipos de potência,

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que podem ser expressos geometricamente na forma de um triângulo retângulo, chamado de

diagrama fasorial de potências.

Nesse diagrama, corresponde à potência aparente, que é a potência total consumida pela

carga, ao passo que é a parcela da potência realmente utilizada para realizar trabalho, chamada de

potência útil ou ativa; por último temos , chamada de potência reativa. A potência aparente ( ) é
dada em VA (volt-ampère); a potência ativa ( ) é dada em W (watt); e a potência reativa é dada em

VAR (volt-ampère reativo), que pode ser indutiva ou capacitiva.

A potência reativa equivale a injetar potência na rede, da qual deveria apenas consumir. Esse

efeito pode trazer muitos malefícios às concessionárias e, por isso, costuma-se definir um valor

máximo admissível sob pena de multas e alteração na tributação. A relação entre a quantidade de

potência total ou aparente e a potência ativa consumida nos traz o conceito de fator de potência,
termo muito conhecido e utilizado no setor industrial.

(4)

Usando a trigonometria, sabemos que é o cateto adjacente ao ângulo do triângulo das

potências, e é a hipotenusa. Desse modo, também podemos representar o fator de potência como:

(5)

A energia elétrica pela qual pagamos é medida pelas concessionárias do país em quilowatt-hora
(kWh), ou seja, é a potência consumida com relação ao tempo; mas a potência reativa também é

medida a fim de verificar se o cliente está de acordo com os limites aceitáveis.

Uma instalação predial se liga à rede elétrica com um padrão definido pela concessionária, mas

costuma ser o mesmo na maioria do país. Esse padrão é constituído de um poste particular, utilizado

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para fixar o ramal de distribuição, o conjunto de medição e proteção e o ramal de entrada, conforme

a Figura 5.

Figura 5 – Detalhes das ligações do ramal de entrada do consumidor

Crédito: Elias Aleixo.

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O conjunto de medição e proteção é composto por um medidor (de propriedade da

concessionária) e um disjuntor de proteção geral, que será definido de acordo com a demanda do

consumidor. A entrada de energia poderá ser monofásica (uma fase e o neutro), bifásica (duas fases e

o neutro) ou trifásica (três fases e o neutro), conforme a Figura 6.

Figura 6 – Exemplo dos conjuntos de medição e proteção de um sistema monofásico (a), bifásico (b) e
trifásico (c)

Crédito: Elias Aleixo.

Com o conjunto de medição e proteção geral, começamos o trabalho de instalações elétricas


prediais. Para fins didáticos, quando for necessário fazer alguns cálculos, adotaremos o sistema de

alimentação em 127/220 V, mas, caso queira trabalhar num projeto de entrada em 220/380 V, saiba
que a análise será idêntica.

Saiba mais

Se quiser saber mais a respeito das exigências e padronização para fornecer energia em
baixa tensão, leia o capítulo 11 do livro Instalações elétricas, de Hélio Creder (16ª edição).

TEMA 2 – COMPONENTES BÁSICOS DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA


PREDIAL
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Uma instalação elétrica pode ser composta de dezenas de equipamentos e acessórios. Vamos

estudar aqui alguns dos principais componentes utilizados numa instalação predial. Vale ressaltar que
os protagonistas de uma instalação, como os condutores, disjuntores e eletrodutos, terão uma

abordagem mais detalhada mais adiante, por isso não serão citados na seleção a seguir.

2.1 QUADROS OU PAINÉIS ELÉTRICOS

Como vimos no Tema 1, logo no ramal de entrada da instalação já é instalado o conjunto de

medição e proteção geral. Esse sistema não pode ficar desabrigado, e ao mesmo tempo deve estar
visível para que o profissional da concessionária possa aferi-lo. Nesse caso, deverão ser instaladas as

caixas para medição, que podem ser metálicas ou de policarbonato, classificadas de acordo com a

necessidade e a forma de instalação, de acordo com as normas técnicas de cada concessionária de

energia.

Figura 7 – Exemplo de instalação de uma ou mais caixas de medição de acordo com o padrão da

Companhia Paranaense de Energia (Copel)

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Crédito: Elias Aleixo.

Além deste, as instalações em baixa tensão podem ter outros quadros elétricos distribuídos em
diferentes níveis, dependendo das necessidades de divisão dos circuitos, como mostra a Figura 8.

Figura 8 – Exemplo de aplicação dos quadros elétricos por níveis da instalação

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Crédito: Eduardo Silva.

O quadro elétrico instalado no nível 1 recebe o ramal de entrada, que sai da rede elétrica de

baixa tensão. Esse quadro abriga o medidor de energia da concessionária, por isso é chamado de
quadro de medição (QM). O quadro do nível 2 abriga o disjuntor geral de uma ou mais unidades, por

isso é chamado de quadro de distribuição geral (QDG).

Muitas vezes o QDG e o QM são instalados juntos, como é comum ver em instalações de

condomínios comerciais e residenciais, onde há um barramento principal que alimenta várias

unidades consumidoras e cada uma tem um medidor individual. Sistemas com geração própria

costumam ter apenas o QDG mas, se forem interligados à rede elétrica, precisam de um medidor para

informar a concessionária.

No nível 3, temos o quadro no interior da edificação, chamado de quadro de distribuição dos

circuitos (QDC). A NBR 5410 – que abordaremos em detalhes nos próximos conteúdos – exige a

instalação de ao menos um QDC no local das instalações para abrigar os barramentos e os disjuntores

dos circuitos, podendo ter mais de um QDC na mesma instalação se o local tiver uma grande área ou

vários pavimentos. Por fim, no nível 4 pode haver quadros dedicados à iluminação ou uma carga

específica, quadro de luz (QL) ou quadro de força (QF).

Figura 9 – Exemplos de QDCs usados para instalações residenciais de pequeno porte

Créditos: ShiningBlack; Fedbul/Shutterstock.

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2.2 SISTEMAS DE SUPORTE

Antes de iniciar um projeto elétrico, é importante conhecer a estrutura física do local das

instalações. Geralmente, o estado da construção civil irá guiar as escolhas do sistema de suporte para
as instalações elétricas.

Para uma obra civil em construção ou finalizada, talvez seja inviável usar, por exemplo,

eletrodutos no piso, ou ainda fazer alguma modificação de ambiente. Para a maioria das instalações

que utilizam condutores de bitolas menores, as soluções comuns são os eletrodutos (plásticos ou

metálicos).

Figura 10 – Exemplos de aplicação de eletrodutos sobrepostos (a) e embutidos na parede (b)

Fonte: RachenStocker/Shutterstock.

Num segmento industrial ou comercial de grande porte, é comum usar muitos condutores,

geralmente de bitolas maiores e mais pesados. Para esse tipo de instalação, as eletrocalhas podem ser
mais interessantes, pela resistência mecânica e ventilação, facilitando a troca de calor com o

ambiente.

Figura 11 – Exemplos de aplicação de eletrocalhas

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Fonte: Arnold O. A. Pinto; RachenStocker/Shutterstock.

Em ambientes internos, como salas comerciais e escritórios, é muito comum adaptar a estrutura

elétrica para o mobiliário e leiaute do local. Nesses casos, é necessário usar canaletas, que são

eletrodutos com um acabamento mais elegante e com possibilidade de separação dos circuitos nas

divisórias internas. Sua grande vantagem é a facilidade na instalação e o fato de não precisar alterar
as paredes de alvenaria.

Figura 12 – Exemplo de aplicação de canaletas num ambiente interno (a) e o processo de instalação

(b)

Fonte: Canaletas…, 2018.

Independente da escolha do sistema de suporte, devemos estar sempre atentos às demais

condições de uso, que vão além do simples abrigo dos condutores. Os principais critérios que nos
auxiliarão na escolha correta para uma determinada aplicação são:

Grau necessário de proteção mecânica;

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Proteção contra líquidos;

Transferência de calor dos condutores com o ambiente;

Presença de elementos químicos no ambiente;

Quantidade, tamanho e peso dos condutores;

Condições da distribuição dos circuitos ao longo da instalação;

Segurança dos operadores.

2.3 CAIXAS DE PASSAGEM

Existe uma grande variedade de caixas em instalações elétricas e diversos tipos de aplicação. Já
apresentamos os quadros elétricos, que são instalados num tipo específico de caixa; agora veremos

mais alguns exemplos de caixas utilizadas para facilitar o acesso às instalações.

Dentre os acessórios mais utilizados numa instalação elétrica estão as caixas para laje. Esse tipo

de caixa é fundamental para interligar eletrodutos e produzir um ponto de acesso onde se instalará a

iluminação dos ambientes. A caixa pode ser metálica ou plástica, e é instalada durante a obra,

recebendo a camada de concreto da laje como cobertura; daí a importância em adotar diferentes

materiais de acordo com a proteção mecânica necessária.

Figura 13 – Exemplo de aplicação de uma caixa de passagem para laje

Crédito: Elias Aleixo.

Outro tipo muito utilizado é a caixa de passagem, também chamada de caixa de derivação, ou
caixa de inspeção. Essas caixas também são instaladas para interligar os pontos de iluminação,

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tomadas e interruptores, mas podem ser instaladas em paredes (embutidas ou sobrepostas) ou

enterradas.

Essas caixas podem ser plásticas, metálicas ou de concreto. Além disso, a NBR 5410 prevê a

instalação de caixas intermediárias quando a distância entre os pontos excede os limites


determinados. Veremos mais detalhes sobre isso quando dimensionarmos os eletrodutos.

Figura 14 – Exemplo de aplicação de uma caixa de passagem para laje

Créditos: A_V_D; Grigvovan/Shutterstock.

2.4 TOMADAS E INTERRUPTORES

Quando pensamos em instalações prediais, não podemos nos esquecer dos principais elementos
que farão a interface com usuários, tomadas e interruptores. No Brasil, desde julho de 2011, um novo

padrão de tomadas foi adotado, que tem por objetivo tornar seu uso mais seguro tanto para evitar o
contato com a parte energizada da instalação como adicionar o condutor de terra. O padrão segue as

recomendações da NBR 14136, que contempla as medidas e os critérios para fabricar plugues e
tomadas.

As tomadas são classificadas de acordo com a corrente de operação. Uma tomada para uso geral
(TUG) é projetada para suportar correntes de até 10 A, já uma tomada de uso específico (TUE) admite

valores maiores. Fisicamente, as tomadas também diferem em medidas e formatos, devido às


diferentes intensidades de corrente e seção dos condutores, como mostra a Figura 15. Uma tomada

no padrão residencial pode ser de 10 ou 20 A; já no padrão industrial as tomadas comportam

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correntes de 16 a 125 A, e podem ter cores diferentes de acordo com a tensão de operação: azul para

tensão nominal de 220 V; vermelho para tensão nominal de 380 V.

Figura 15 – Exemplo de tomada de uso residencial para correntes de até 10 A (a) e tomada industrial
para corrente de até 16 A e tensão nominal de 220 V (b)

Créditos: Gabriel_Ramos; Yellow Cat/Shutterstock.

Os interruptores são usados como comando de um ponto de iluminação, podendo ser do tipo

simples, paralelo ou intermediário. Um interruptor simples opera como uma chave liga/desliga, que

precisa ser acionada sempre no mesmo ponto. Um interruptor paralelo – também chamado de três
vias (three-way) – é muito utilizado quando desejamos que o comando da iluminação seja feito de
dois pontos distintos no cômodo. Imagine uma casa com dois pavimentos interligados por uma

escada, na qual pretendemos comandar a iluminação instalada. Essa é a aplicação típica de um


interruptor paralelo, pois desejamos acender a luz numa extremidade da escada e poder apagá-la

quando chegarmos à outra extremidade.

O interruptor intermediário – ou quatro vias (four-way) – também é utilizado quando


pretendemos comandar a iluminação de pontos diferentes, porém ele é instalado entre dois
interruptores paralelos, inserindo mais pontos de comando. Podemos usar esse interruptor num

corredor longo, como aqueles com quatro pontos de comando ao longo de sua extensão. Assim, em
qualquer um dos interruptores, podemos acender ou apagar as luminárias.

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Figura 16 – Exemplo de interruptores monopolares e seus conectores

Crédito: Elias Aleixo.

Além destes, ainda são utilizadas fotocélulas ou sensores de presença com fotocélulas, que

funcionam de forma autônoma para comandar um ponto de iluminação. Esses dispositivos funcionam
como interruptores simples, porém são acionados automaticamente quando um objeto é percebido

pelo sensor de presença ou pela ausência de luz (ao anoitecer).

Os tipos de interruptor e seus modos de ligação serão retomados futuramente, quando

estudarmos algumas técnicas de execução das instalações elétricas.

TEMA 3 – NOÇÕES BÁSICAS DE LUMINOTÉCNICA

A luminotécnica é composta por técnicas e estratégias para o adequado uso e comportamento

de um sistema de iluminação artificial em ambientes internos e externos de uma edificação.

Podemos dizer que essa preocupação se originou na história da invenção da lâmpada, incluindo

grandes nomes da ciência. Por isso, antes mesmo de pensarmos no projeto elétrico, vamos entender
alguns conceitos fundamentais sobre a luz que interferem diretamente na escolha dos equipamentos.

3.1 LUZ: COR E TEMPERATURA

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Ondas eletromagnéticas estão em praticamente todos os contextos do nosso cotidiano; basta

pensar no seu smartphone, que utiliza esse tipo de radiação para se comunicar com as operadoras e

redes de wi-fi.

A luz é a faixa de espectro visível dessas ondas, pois são capazes de sensibilizar o olho humano.
Nossa retina contém células especiais fotorreceptoras, que funcionam como sensores. A luz que

incide em nossos olhos e chega à retina sensibiliza o nervo óptico, convertendo o sinal luminoso em
impulsos elétricos. Estes são enviados ao cérebro, que interpreta a imagem.

A luz é uma composição de ondas eletromagnéticas com frequências distintas, e cada uma

corresponde a uma cor, com seu comprimento de onda ou frequência. A Tabela 1 apresenta as

principais cores do espectro visível da luz, com seus respectivos valores.

Tabela 1 – Comprimento de onda de frequência das cores básicas do espectro visível

Cor Comprimento de onda Frequência

Vermelho ~ 625-740 nm ~ 480-405 THz

Laranja ~ 590-625 nm ~ 510-480 THz

Amarelo ~ 565-590 nm ~ 530-510 THz

Verde ~ 500-565 nm ~ 600-530 THz

Ciano ~ 485-500 nm ~ 620-600 THz

Azul ~ 440-485 nm ~ 680-620 THz

Violeta ~ 380-440 nm ~ 790-680 THz

Fonte: Gebran; Rizzato, 2017.

Você já deve ter notado que a luz de algumas lâmpadas tem uma cor mais amarelada ou
avermelhada, e outras são mais brancas ou azuladas. Também já deve ter ouvido os termos “quente” e

“fria” quando nos referimos à iluminação. Isso acontece porque, além do comprimento de onda e
frequência, a cor da fonte luminosa pode receber uma classificação em razão de uma temperatura na

escala Kelvin (K).

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Imaginamos que você tenha visto alguma imagem ou vídeo em que um ferreiro aquece um metal

até próximo do seu ponto de fusão. O metal quente fica incandescente, emite luz e, quanto mais

quente, mais intensa é a cor, e mais clara ela fica. Quando aquecemos um corpo padronizado,

também conhecido como corpo negro radiador, a emissão de energia luminosa é medida em função
da temperatura. Dessa forma é possível produzir uma escala, como mostra a Figura 17.

Figura 17 – Escala de temperatura das cores em Kelvin (K)

Fonte: Gebran; Rizzato, 2017.

3.2 LÂMPADAS

Além do aspecto estético, as cores de iluminação têm uma finalidade diferente de acordo com o
ambiente em que ela será instalada. Existem normas específicas para iluminar ambientes como

hospitais, escolas e laboratórios, por isso a escolha correta das lâmpadas e luminárias é fundamental.

Mas as lâmpadas vão além da função de iluminar, e atualmente existem muitos tipos de lâmpada
com finalidades específicas, como:

Lâmpadas de luz infravermelha: usadas para produzir calor em tratamentos de fisioterapia e


granjas;

Lâmpadas de luz ultravioleta: usadas na área médica e no tratamento de água (como


bactericida e germicida), luz decorativa ou de efeitos especiais (luz negra), no cultivo de plantas

indoor, secagem de resinas, tintas, entre outros.

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As lâmpadas comuns podem ser divididas em três grupos, em razão do seu funcionamento e

aplicações. São elas: incandescentes; descargas e light-emitting diode (LED).

3.2.1 INCANDESCENTES

A palavra da vez agora é “eficiência”, e na iluminação isso significa a maior luminosidade com o

menor gasto de energia. Nesse sentido, a lâmpada incandescente é ineficaz, pois boa parte da

energia elétrica consumida é convertida em calor, e não em energia luminosa – que é o objetivo da

aplicação. Por isso, desde o surgimento de novas tecnologias – como as lâmpadas fluorescentes e de
LED –, as incandescentes perderam o destaque e se tornaram uma opção mais barata apenas no valor
de prateleira.

De consumo elevado e curta vida útil, as lâmpadas incandescentes tiveram sua venda proibida no

Brasil. As restrições se iniciaram com a publicação da Portaria Interministerial n. 1.007/2010 e

culminaram, em junho de 2016, na proibição total das lâmpadas de 25, 40, 60, 100 e 150 W.

Apesar de ter os principais modelos proibidos, algumas versões ainda podem ser comercializadas

[1]:

Incandescentes com bulbo inferior a 45 milímetros de diâmetro e com potências iguais ou

inferiores a 40 W;

Incandescentes específicas para estufas de secagem, de pintura, equipamentos hospitalares e


outros;
Incandescentes refletoras/defletoras ou espelhadas, que direcionam os fachos luminosos;

Incandescentes para sinalização de trânsito e semáforos;


Incandescentes halógenas;

Infravermelhas para aquecimento específico, por emissão de radiação infravermelha;


Para uso automotivo.

Dentre as incandescentes permitidas, podemos destacar as lâmpadas-vela (ou lâmpadas-chama)


e as halógenas (bulbo, dicroica e PAR).

As lâmpadas-vela são como as incandescentes comuns, mas com um bulbo mais afinado ou em
forma de chama de vela, que se enquadra no primeiro item das exceções mencionadas. Com uma cor

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mais amarelada, é muito utilizada em lustres para ambientes de conforto e descanso, como salas de

estar.

Uma lâmpada incandescente comum funciona com um filamento de tungstênio que, ao ser

percorrido por uma corrente elétrica, aquece até emitir luz. Esse filamento fica dentro de um bulbo de
vidro, do qual se retira todo o oxigênio e se insere um gás inerte (nitrogênio e argônio), pois o

oxigênio iria alimentar uma combustão no interior da lâmpada.

As lâmpadas halógenas são muito semelhantes às incandescentes comuns, porém o bulbo que

isola o filamento costuma ser feito de quartzo, e é muito menor. Nestes, além do gás inerte, adiciona-

se uma pequena quantidade de material halógeno (iodo, flúor e bromo) e, como consequência, a vida

útil do filamento aumenta.

Há três tipos básicos de encapsulamentos das lâmpadas halógenas:

1. Utilizando um segundo bulbo (externo) com a proposta de manter a aparência

semelhante às incandescentes comuns;

2. Usando a chamada lâmpada PAR – do inglês parabolic aluminized reflector (em

português, “refletor parabólico de alumínio”). O conjunto é composto por uma lâmpada

halógena, uma lente e um refletor traseiro, que torna o fluxo luminoso mais direcionado e

pontual;

3. Utilizando as dicroicas, que são muito semelhantes às lâmpadas PAR, mas sua grande
característica é a capacidade de reduzir o calor irradiado. Seu espelho refletor é feito de uma

superfície multifacetada recoberta por um filtro químico capaz de reduzir a radiação


infravermelha em mais de 50%.

Figura 18 – Lâmpadas incandescentes

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Créditos: Chones; Alluvion; Vinokurov Alexandr/Shutterstock.

3.2.2 DESCARGA

O princípio de funcionamento desse tipo de lâmpada é a ionização de um vapor metálico

(mercúrio ou argônio), que está no interior de um bulbo e em baixa pressão. A parede interna desse
bulbo é pintada com cristais de fósforo (phosphor), material fluorescente capaz de emitir luz quando

excitado.

A estrutura mais antiga de uma lâmpada fluorescente é composta de um circuito de partida (ou

starter), filamentos de tungstênio e um reator. O starter é formado por um capacitor de filtro (para

evitar interferências de alta frequência) e por uma lâmina bimetálica, que opera como uma chave.

Associado a ele estão os filamentos de tungstênio, que servem de caminho para a corrente elétrica

que acionará o starter. Esses filamentos também servirão de contato interno ao bulbo de vidro.

Seu funcionamento se dá em dois estágios: no primeiro, assim que o interruptor é ligado, a

corrente percorre pelos filamentos, pelo starter e pelo reator. Assim que a lâmina bimetálica aquece e

se abre, inicia-se o segundo estágio, no qual a bobina interna do reator produz uma sobretensão nas

suas extremidades e provoca um arco no interior do bulbo, fazendo com que o vapor metálico sirva

de condutor, conforme a Figura 19.

Figura 19 – Estágios de acendimento de uma lâmpada fluorescente

Fonte: Creder, 2016.

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Os elétrons que trafegam pelo vapor metálico se chocam com a parede interna do bulbo,

excitando os átomos de fósforo que emitem luz visível, conforme a Figura 20.

Figura 20 – Esquema interno de uma lâmpada fluorescente

Crédito: Elias Aleixo.

Diferentemente de uma lâmpada incandescente, a fonte de luz desse tipo de lâmpada não

provém do aquecimento de um filamento. Isso faz com que a energia elétrica seja mais aproveitada

na conversão da energia luminosa, tornando essa opção mais eficiente e com menos consumo. Para

melhorar ainda mais a eficiência, atualmente o starter e o reator formam um único circuito eletrônico,

mas os fundamentos para acender a lâmpada permanecem.

Além do formato tubular, as lâmpadas fluorescentes são fabricadas em versões menores e mais
compactas, com os dispositivos de acendimento inseridos na sua base.

Figura 21 – Principais formatos de lâmpada fluorescente

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Créditos: Ekkachai/Shutterstock.

Em sistemas de iluminação pública, ginásios e estádios, é muito comum usar outros tipos de

lâmpada de descarga. As mudanças básicas estão na construção física da lâmpada e no tipo de metal

vaporizado, trazendo uma gama de possibilidades de cor e potência.

3.2.3 LED

O LED é feito por materiais semicondutores capazes de emitir luz quando percorridos por uma

corrente elétrica. O grande destaque dessa tecnologia é sua eficiência, que permite substituir uma

lâmpada incandescente de 60 W por uma de LED de apenas 3 W, sem prejuízo no fluxo luminoso.

Com relação aos aspectos construtivos, essas lâmpadas diferem das anteriores por operarem com
corrente contínua. Desse modo, é necessário usar um conversor CA-CC – também chamado de

retificador –, capaz de converter a tensão alternada da rede elétrica numa tensão contínua,
geralmente de 5 volts.

Outra grande vantagem do LED é o aquecimento. O feixe luminoso é frio e, apesar de os LEDs
não terem um sistema de dissipação de calor, alguns fabricantes utilizam uma base de alumínio

aletada para auxiliar na troca de calor com o ambiente externo.

A vida útil é mais um destaque do LED. Enquanto uma lâmpada incandescente dura de mil a 6 mil

horas, uma lâmpada fluorescente dura de 7,5 mil a 12 mil horas, e o LED chega a durar 100 mil horas.

Por ser uma tecnologia recente, muitos modelos comercializados seguem as características de
formatos e cores das lâmpadas já apresentadas. Devido à sua versatilidade, atualmente o LED é

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utilizado em praticamente todos os segmentos de iluminação, desde vias públicas a aplicações

hospitalares.

Figura 22 – Exemplos de formato de lâmpadas de LED

Créditos: Ashwin/Shutterstock.

TEMA 4 – PROJETO DE ILUMINAÇÃO

De forma simplificada, podemos dizer que um projeto luminotécnico é a escolha do sistema de

iluminação para atender à necessidade luminosa de um determinado ambiente. Para nos


referenciarmos quanto ao tipo de ambiente e valores quantitativos da iluminação, é necessário

conhecer as grandezas fundamentais da luminotécnica e as definições apresentadas pelas normas e


pelos institutos de padronização nacionais e internacionais. Para facilitar a compreensão das
grandezas a seguir, vamos definir um esterradiano.

O esferorradiano (ou esterradiano – sr) é a unidade-padrão usada para medir ângulos sólidos. Se

considerarmos uma esfera com 1 m de raio, um sr equivale a um ângulo sólido, na forma de um cone,

que demarca na superfície dessa esfera uma área de 1 m2, como mostra a Figura 23.

Figura 23 – Representação de um sr

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Crédito: Eduardo Silva.

Fluxo luminoso ( ) – lúmen (lm)

Chamamos de fluxo luminoso ( ) toda a radiação emitida por uma fonte luminosa capaz de

estimular o olho humano (luz visível). Esse fluxo parte da fonte luminosa de forma radial para todas as

direções, atravessando a superfície da esfera que acabamos de ver.

Dessa forma, se colocarmos uma fonte com intensidade de uma candela no centro da esfera, o

fluxo luminoso será de 1 lúmen para cada sr; ou seja, para cada 1 m2 de área da superfície da esfera,
temos o fluxo de 1 lúmen.

A área total da superfície de uma esfera é dada por:

(5)

Portanto, como o raio da esfera mede 1 m, podemos dizer que o fluxo total que atravessa a

esfera é de 12,57 lumens.

Fabricantes de lâmpadas costumam informar o fluxo luminoso na embalagem do produto para


auxiliar o consumidor na escolha adequada.

Intensidade luminosa ( ) − candela (cd)

A palavra “candela” deriva do latim e significa “vela”, porque anteriormente a vela já foi referência
para a medida de intensidade luminosa ( ). Uma candela é a intensidade luminosa irradiada por um sr
a partir do centro de uma esfera de raio unitário.

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Podemos definir a candela como o fluxo luminoso de 1 lúmen que ocupa um ângulo sólido de 1

sr. Assim:

(6)

Iluminância ( ) − lux (lx)

Iluminância ou iluminamento ( ) é uma grandeza que relaciona o fluxo luminoso, incidindo

perpendicularmente numa superfície com sua área.

(7)

A unidade de medida da iluminância é o lux (lx), que varia em função da distância entre fonte

luminosa e a superfície iluminada.

A Figura 24 mostra uma representação gráfica do que essas grandezas podem significar no uso

prático de um sistema de iluminação.

Figura 24 – Aspetos visuais de influência das principais grandezas da luminotécnica

Créditos: Jemastock/Shutterstock.

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Agora que já conhecemos alguns fundamentos básicos, podemos adotar uma metodologia de

projeto para definir a iluminação. Apesar de existirem outras técnicas, dois métodos são bastante

consagrados para criar um projeto de iluminação: o método dos lumens e o método do ponto a

ponto.

4.1 MÉTODO DOS LUMENS

Como o nome sugere, esse método determina o fluxo luminoso necessário para a atividade que

será desenvolvida num determinado ambiente. O projeto começa pelo estudo do tipo de atividade e
do ambiente no qual pretendemos projetar a iluminação, como uma sala de aula.

Conhecendo o ambiente e seu uso (comercial, industrial ou residencial), escolhe-se o tipo de

luminária em função de custo, eficiência, facilidade de instalação e manutenção, efeito decorativo,

praticidade no uso, entre outros critérios.

Definido o tipo de luminária e lâmpadas, dois parâmetros podem influenciar sua utilização. O

primeiro é o fator ou coeficiente de utilização ( ), dado pela relação entre o fluxo luminoso emitido

pela luminária e o fluxo que incide no plano de trabalho. Esse indicador é geralmente fornecido pelo

fabricante da luminária e demonstra que a iluminação depende das características do local, como

área, cor do teto e das paredes, e também do acabamento das luminárias.

O fator ou coeficiente de depreciação ( ) é outro parâmetro importante, pois indica uma redução
no fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas, devido à redução da vida útil, ao acúmulo de poeira, ao
escurecimento do bulbo, entre outros fatores que possam ofuscar a fonte luminosa. Assim como os

parâmetros de ambientes e superfícies, o coeficiente de depreciação tem valores de referência em


tabelas apresentadas na NBR ISO/CIE 8995-1:2013.

Definidos os tipos de luminária e lâmpadas e os valores de iluminância, fluxo luminoso,


intensidade luminosa e os coeficientes de utilização e depreciação (obtidos nos catálogos dos

fabricantes e na NBR), podemos obter o fluxo luminoso necessário, fazendo:

(8)

Sendo:
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– Fluxo luminoso total, em lumens;

– Iluminância, em luxes;

– Área do ambiente, em m2;


– Coeficiente de utilização;

– Coeficiente de depreciação.

Para finalizar, basta definir o número de luminárias necessárias para o ambiente definido. Como

na Equação 8 encontramos o fluxo total do ambiente, basta dividi-lo pelo fluxo individual das

luminárias:

(9)

Sendo:

– Número de luminárias necessárias;

– Fluxo luminoso de cada luminária, em lumens.

4.2 MÉTODO DO PONTO A PONTO

Esse método é adequado quando os pontos luminosos (luminárias ou lâmpadas) forem muito

menores, se comparados à área que se pretende iluminar, como é o caso da iluminação pública. Os
cálculos necessários para o projeto com esse método baseiam-se na lei de Lambert, a qual diz que a

iluminância numa certa superfície é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre a fonte
luminosa e a superfície.

Diferentemente do método dos lumens, essa técnica determina a iluminância para um ponto
específico da superfície, em função do feixe de luz que atinge a área. O iluminamento total será dado

pela soma das iluminâncias calculadas individualmente.

Saiba mais

Como a NBR ISO/CIE 8995-1:2013 apresenta muitas tabelas com valores de referência, é

inviável inserir todas elas aqui. Por isso, se quiser saber mais detalhes sobre esses métodos e ver

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um exemplo, leia o capítulo 13 do livro Instalações elétricas, de Hélio Creder (16ª edição).

TEMA 5 – SIMBOLOGIA UTILIZADA EM PROJETOS

Todos os elementos que estudamos nesta aula (e muitos outros) podem ser representados num

diagrama elétrico. A representação gráfica de circuitos elétricos é padronizada e regulamentada. Um

projeto deve conter todas as informações necessárias para nortear o trabalho da equipe de
instalações, assim como cotas, tipos e valores dos materiais e equipamentos elétricos que serão

utilizados.

No Brasil, desde 1989 a norma utilizada era a NBR 5444 – símbolos gráficos para instalações

elétricas prediais. Essa norma foi substituída pela IEC 60417 – símbolos gráficos para uso em

equipamentos em 2002. No total, são 89 símbolos descritos na NBR 5444, e as tabelas a seguir

apresentam os símbolos principais e mais comuns para aplicação em instalações prediais.

Apesar de cancelada, a NBR 5444 contém símbolos ainda muito utilizados em projetos elétricos,

mas vale ressaltar que, independente da simbologia adotada, um projeto elétrico deve acompanhar

uma legenda que auxilie a equipe de instalações a compreender o diagrama.

Quadro 1 – Principais símbolos utilizados em projetos de instalações elétricas prediais

Símbolo Significado Observações

Eletroduto embutido no teto ou parede Para todas as dimensões em mm,

indicar a seção (se esta não for de


Eletroduto embutido no piso 15 mm)

Tubulação para campainha, som, anunciador ou outro


Indicar na legenda o sistema passante
sistema

Condutor de fase no interior do eletroduto


Cada traço representa um condutor.
Condutor neutro no interior do eletroduto
Indicar a seção, n. de condutores, n. do

circuito e a seção dos condutores,


Condutor de retorno no interior do eletroduto
exceto se forem de 1,5 mm2
Condutor-terra no interior do eletroduto

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Caixa de passagem no piso

0 Dimensões em mm

Caixa de passagem no teto

Indicar a altura e, se necessário, fazer


Caixa de passagem na parede
detalhe (dimensões em mm)

Quadro parcial de luz e força aparente

Quadro parcial de luz e força embutida

Indicar as cargas de luz em watts e de


Quadro geral de luz e força aparente
força em W ou kW

Quadro geral de luz e força embutida

Caixa para medidor

Símbolo Significado Observações

Interruptor de uma seção

Interruptor de duas seções

As letras minúsculas indicam os pontos


Interruptor de três seções
comandados

Interruptor paralelo ou three-way

Interruptor intermediário ou four-way

Ponto de luz incandescente na parede (arandela) Deve-se indicar a altura da arandela

Ponto de luz incandescente no teto. Indicar o n. de A letra minúscula indica o ponto de

lâmpadas e a potência em watts comando, e o número entre dois traços,


o circuito correspondente
Ponto de luz incandescente no teto (embutido)

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Ponto de luz fluorescente no teto (indicar o n. de


lâmpadas e, na legenda, o tipo de partida e reator)

Ponto de luz de emergência na parede com alimentação


independente

Tomada de luz na parede, baixo (300 mm do piso


A potência deverá ser indicada ao lado
acabado)
em VA (exceto se for de 100 VA), como

Tomada de luz à meia altura (1.300 mm do piso acabado) também o n. do circuito correspondente
e a altura da tomada, se for diferente da
Tomada de luz alta (2.000 mm do piso acabado) normalizada; se a tomada for de força,
indicar o n. de W ou kW
Tomada de luz no piso

Fusível Indicar a tensão e correntes nominais

Indicar a tensão, corrente, potência,


Disjuntor a seco capacidade nominal de interrupção e

polaridade

Indicar a relação de tensões e


Transformador de potência
valores nominais

Motor
Indicar as características nominais

Gerador

Fonte: Silva, 2020, com base em Gebran; Rizzato, 2017.

Com base na simbologia estudada, é possível fazer dois diferentes tipos de diagramas para
representar um projeto elétrico. Como um projeto tem muitos condutores, seria inviável representar

cada um deles nos circuitos do projeto, por isso fazemos um “diagrama unifilar”. Nesse diagrama,
traçamos uma linha que interliga os pontos de iluminação, tomadas e quadros elétricos,

representando o eletroduto a ser utilizado.

Outra representação importante é o “diagrama trifilar”, que discrimina cada condutor que

compõe as instalações, mas sem detalhes, como a seção deles. A principal utilidade desse diagrama é
detalhar como deverá ser feita a ligação de alguns dos componentes do projeto, como disjuntores,

dispositivo diferencial residual (DR), dispositivo de proteção contra surtos (DPS), interruptores,
tomadas, entre outros.

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A Figura 25 apresenta um exemplo de diagrama unifilar, representando os circuitos de

iluminação e as tomadas em cada cômodo de uma planta residencial. Na mesma figura, na parte

inferior, o diagrama trifilar apresenta detalhadamente os condutores e dispositivos de proteção do

projeto.

Figura 25 – Exemplo de um projeto elétrico com a representação em diagrama unifilar e trifilar

Fonte: Creder, 2016.

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FINALIZANDO

Chegamos ao fim desta aula, e já foi possível ver quantas informações importantes existem nos

bastidores de uma instalação elétrica. Vimos juntos o que é a rede primária e a secundária de

distribuição e como se fornece energia elétrica para consumidores de baixa tensão. Estudamos o

triângulo das potências e a origem do famoso fator de potência.

Além disso, analisamos os principais componentes utilizados em instalações prediais e vimos os

principais fundamentos relacionados à luminotécnica e algumas metodologias para um projeto de


iluminação. Por fim, vimos como representar um projeto elétrico com uma simbologia gráfica

padronizada.

Futuramente iniciaremos de fato um projeto elétrico, começando pela previsão de cargas. Nos
basearemos nos critérios da NBR 5410 para definir os circuitos de iluminação e de tomadas.

Até o próximo encontro e bons estudos!

REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410: instalações elétricas de baixa

tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

CANALETAS de PVC – WDK. Obobrasil, [S.l.], 2018. Disponível em:


<http://obobrasil.com.br/canaleta-de-pvc>. Acesso em: 12 out. 2020.

COPEL – Companhia Paranaense de Energia. NTC 901100: fornecimento em tensão secundária de


distribuição. Curitiba: Copel, 2020. Disponível em:

<https://www.copel.com/hpcopel/normas/ntcarquivos.nsf/4F0C269A3EBCF33B03257F800070D966/$F
ILE/NTC%20901100%20Fornecimento%20em%20Tens%C3%A3o%20Secund%C3%A1ria.pdf>. Acesso

em: 12 out. 2020.

CREDER, H. Instalações elétricas. Atualização e revisão de Luiz Sebastião Costa. 16. ed. Rio de

Janeiro: LTC, 2016.

GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017.

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[1] Essas exceções fazem parte do “Anexo I – regulamentação específica que define os níveis

mínimos de eficiência energética de lâmpadas incandescentes” da portaria citada.

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