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ELÉTRICAS
Anselmo Cukla
Tipos de sistemas elétricos
de alimentação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A história da eletricidade tem origem desde os tempos da Antiga Grécia,
onde o filósofo Tales de Mileto descobriu que, ao esfregar dois tipos de
materiais diferentes, alguns pequenos pedaços (como palha, madeira
ou cabelo) eram atraídos. Muito tempo depois, Benjamin Franklin, outro
grande autor da eletricidade, definiu o princípio de conservação da carga
em materiais condutores, além de classificar as cargas como positivas e
negativas.
Embora a eletroestática seja uma parte muito estudada da eletrici-
dade, a eletrodinâmica é uma ciência que, muitas vezes, utilizamos em
nosso dia a dia sem perceber. Nos séculos XIX e XX, ocorreram os maiores
avanços na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em
grande escala. Inicialmente, somente as cidades e indústrias próximas
ao centro de geração possuíam eletricidade, pois a energia elétrica era
somente do tipo corrente contínua (CC). Já a aparição da energia elétrica
em corrente alternada (CA) possibilitou a distribuição para maiores dis-
tâncias, maior eficiência das máquinas elétricas, entre outras vantagens.
Neste capítulo, você estudará os tipos de alimentação do sistema
elétrico, assim como a história da eletricidade no Brasil e no mundo.
Também identificará os principais elementos que constituem um sistema
elétrico nos dias de hoje.
2 Tipos de sistemas elétricos de alimentação
Geração
De acordo com Creder (2016) e ANEEL (AGÊNCIA NACIONAL DE ENER-
GIA ELÉTRICA, 2008), a principal forma de geração de energia elétrica no
Brasil é a hidráulica, por meio das UHE que, hoje em dia, excedem os 70% da
matriz energética nacional. Outra fonte de geração importante no Brasil são
as Usinas Termoelétricas (UTE), que correspondem a cerca de 27% da matriz
energética nacional. Dentro das UTE, existem várias fontes de energia que
Tipos de sistemas elétricos de alimentação 5
convertem calor em energia elétrica. Essas fontes podem ser não renováveis,
como é o caso do carvão mineral, do petróleo, do gás natural, entre outros.
As UTE podem ser abastecidas também com fontes de energia renováveis,
como é o caso do bagaço da cana-de-açúcar, da mateira, da casca de arroz,
entre outros.
Os geradores de energia são turbinas ou máquinas que convertem energia
mecânica (cinética) em energia elétrica por meio de geradores síncronos, de
forma que gerador e turbina formam um só equipamento, como apresentado
na Figura 3.
Figura 3. Gerador eólico composto por uma turbina (pás) e um gerador elétrico.
Fonte: 127071/Pixabay.com.
Transmissão
Essa etapa consiste em transportar a energia elétrica dos pontos de geração aos
centros de grande consumo, como as principais cidades ou os polos industriais
do país. De acordo com ANEEL (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA, 2008) e Creder (2016), os níveis de tensões para o transporte podem
variar dependendo da distância pela qual a energia será transportada. Assim,
no ponto de geração, a energia trifásica é gerada a 13,8 kV e, para o transporte,
é elevada a tensões que podem ser de 69 kV, 138 kV, 230 kV, 400 kV e 500 kV.
Existem linhas no SIN que transportam energia a níveis de tensões superiores
a 500 kV, podendo ser em CA ou CC, contudo é necessário fazer um estudo de
viabilidade econômica para a sua execução. Um exemplo é a linha de Itaipu, que
tem uma linha de transmissão de Foz de Iguaçu até São Paulo em CC. Para esse
caso, é necessária a instalação de uma estação retificadora próximo aos centros
consumidores, de forma a converter a energia de CC para CA.
Na Figura 4, é apresentada uma linha de transmissão com dois circuitos
trifásicos. É possível observar que cada fase é composta por quatro fios,
o que ajuda a dissipar calor na linha. Na parte superior, ela apresenta dois fios,
que são condutores de proteção da linha de transmissão e estão diretamente
aterrados em cada torre. Em geral, as linhas de transmissão não possuem neutro.
Distribuição
A distribuição acontece, principalmente, dentro dos grandes centros urbanos,
cidades e regiões rurais próximas. Finalizada a transmissão, a energia chega
em uma subestação abaixadora, onde a tensão de linha é abaixada para va-
lores apropriados para a distribuição primária, como 18,8 kV e 34,5 kV, que
é chamada de subestação primária de distribuição (AGÊNCIA NACIONAL
DE ENERGIA ELÉTRICA, 2008; CREDER, 2016). De uma subestação pri-
mária de distribuição, saem outras redes secundárias de distribuição, que são
chamadas também de linhas de baixa tensão e estão em nossas ruas, bairros,
etc. Para as redes de distribuição primária, existem três configurações básicas:
1. sistema radial;
2. sistema em anel;
3. sistema radial seletivo.
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