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INSTALAÇÕES

ELÉTRICAS

Anselmo Cukla
Tipos de sistemas elétricos
de alimentação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Determinar os tipos de sistemas elétricos de alimentação.


„„ Reconhecer o histórico dos sistemas elétricos de alimentação.
„„ Analisar os elementos dos sistemas elétricos de alimentação.

Introdução
A história da eletricidade tem origem desde os tempos da Antiga Grécia,
onde o filósofo Tales de Mileto descobriu que, ao esfregar dois tipos de
materiais diferentes, alguns pequenos pedaços (como palha, madeira
ou cabelo) eram atraídos. Muito tempo depois, Benjamin Franklin, outro
grande autor da eletricidade, definiu o princípio de conservação da carga
em materiais condutores, além de classificar as cargas como positivas e
negativas.
Embora a eletroestática seja uma parte muito estudada da eletrici-
dade, a eletrodinâmica é uma ciência que, muitas vezes, utilizamos em
nosso dia a dia sem perceber. Nos séculos XIX e XX, ocorreram os maiores
avanços na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em
grande escala. Inicialmente, somente as cidades e indústrias próximas
ao centro de geração possuíam eletricidade, pois a energia elétrica era
somente do tipo corrente contínua (CC). Já a aparição da energia elétrica
em corrente alternada (CA) possibilitou a distribuição para maiores dis-
tâncias, maior eficiência das máquinas elétricas, entre outras vantagens.
Neste capítulo, você estudará os tipos de alimentação do sistema
elétrico, assim como a história da eletricidade no Brasil e no mundo.
Também identificará os principais elementos que constituem um sistema
elétrico nos dias de hoje.
2 Tipos de sistemas elétricos de alimentação

1 Sistemas elétricos de alimentação


Conforme o tipo de estabelecimento a ser considerado, uma rede de alimentação
elétrica diferente será demandada. Assim, um prédio residencial, comercial ou
industrial, por exemplo, demandará um tipo de alimentação que, segundo a
NBR 5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004)
e de acordo com a classificação definida pela prestadora de serviços elétricos
da sua região, pode ser uma instalação de rede monofásica (tipo A), bifásica
(tipo B) ou trifásica (tipo C).

„„ Sistema monofásico ou tipo A — um sistema monofásico é constituído


por dois fios de alimentação: a fase e o neutro. A tensão nominal de
alimentação vai depender de cada região do Brasil, que pode ser de
127 V ou 220 V. De acordo com a NBR 5410 (ASSOCIAÇÃO BRA-
SILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004), será fornecida uma rede
monofásica somente quando a potência demandada pela residência for
menor que 10 kW para 127 V, ou 15 kW para 220 V.
„„ Sistema bifásico ou tipo B — a alimentação bifásica consiste em um
ramal de entrada na residência ou prédio de três fios de rede elétrica,
duas fases e um neutro. Esse tipo de instalação, de acordo com a NBR
5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004),
é indicado para potências entre 10 e 15 kW para uma tensão de alimen-
tação de 127/220 V, e para potencias de entre 15 e 25 kW para uma rede
alimentada com 220/380 V. Esse tipo de alimentação é utilizado em
residências rurais ou urbanas com um consumo médio/alto de potência.
„„ Sistema trifásico ou tipo C — trata-se de uma rede de quatro fios
composta por duas fases e um neutro cujas tensões de alimentação são
de 127/220 V ou 220/380 V, dependendo da região e do que foi solicitado
à empresa prestadora do serviço elétrico. Esse tipo de instalação é indi-
cado para grandes potências de consumo, em áreas rurais, residências
urbanas, indústrias, comércios, entre outros. De acordo com a NBR
5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004),
a empresa prestadora do serviço elétrico deve sugerir uma instalação
trifásica quando a potência demandada superar os 15 kW em redes de
127/220 V, ou para potências acima de 25 kW em redes de 220/380 V.
Tipos de sistemas elétricos de alimentação 3

Na Figura 1, a conexão do ramal de ligação de um consumidor com ins-


talação trifásica é apresentada em detalhes.

Figura 1. Ligação do ramal de entrada de uma rede trifásica do consumidor.


Fonte: Creder (2016, p. 7).
4 Tipos de sistemas elétricos de alimentação

A empresa prestadora de serviços elétricos é responsável pela instalação e


pela manutenção dos pontos de alimentação até o medidor de energia. Observe
que há uma rede de alta tensão (A.T.), um transformador abaixador e uma rede
de baixa tensão (B.T.). Para entender melhor de onde e como vem a energia
que consumimos em nossas residências, devemos compreender como o Sis-
tema Interligado Nacional (SIN) realiza as três principais etapas do sistema
elétrico: geração, transmissão e distribuição. Com base na Figura 2, o SIN
possui uma estrutura similar, embora com uma escala maior, encarregado da
geração e transmissão de energia elétrica no Brasil. O SIN é composto por
um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com predominância UHE
(Usinas Hidrelétricas).

Figura 2. Diagrama esquemático simplificado de um sistema elétrico. G = gerador sín-


crono de energia (turbina hidráulica ou vapor); T-1 = transformador elevador; LT = linha
de transmissão de energia (transporta a energia até próximo aos centros consumidores);
T-2 = transformador abaixador; DP = distribuição primária (dentro da zona urbana, distribui
a energia em média tensão); T-3 = transformador de distribuição (baixa as tensões para
valores utilizáveis em instalações residenciais e comerciais); T-4 = idem para instalações
industriais; DS = distribuição secundária.
Fonte: Creder (2016, p. 2).

Geração
De acordo com Creder (2016) e ANEEL (AGÊNCIA NACIONAL DE ENER-
GIA ELÉTRICA, 2008), a principal forma de geração de energia elétrica no
Brasil é a hidráulica, por meio das UHE que, hoje em dia, excedem os 70% da
matriz energética nacional. Outra fonte de geração importante no Brasil são
as Usinas Termoelétricas (UTE), que correspondem a cerca de 27% da matriz
energética nacional. Dentro das UTE, existem várias fontes de energia que
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convertem calor em energia elétrica. Essas fontes podem ser não renováveis,
como é o caso do carvão mineral, do petróleo, do gás natural, entre outros.
As UTE podem ser abastecidas também com fontes de energia renováveis,
como é o caso do bagaço da cana-de-açúcar, da mateira, da casca de arroz,
entre outros.
Os geradores de energia são turbinas ou máquinas que convertem energia
mecânica (cinética) em energia elétrica por meio de geradores síncronos, de
forma que gerador e turbina formam um só equipamento, como apresentado
na Figura 3.

Figura 3. Gerador eólico composto por uma turbina (pás) e um gerador elétrico.
Fonte: 127071/Pixabay.com.

Os geradores precisam de energia mecânica para funcionar e, no caso dos


geradores eólicos, precisam de vento para girar a turbina. A turbina está aco-
plada a um gerador por meio de um eixo que, por sua vez, é o rotor do gerador.
No caso do sistema eólico, para um bom funcionamento, deve haver vento em
abundância durante a maior parte do ano. É importante que o fluxo do vento
seja o menos turbulento possível, por isso, geralmente, os campos eólicos
estão localizados próximo ao litoral ou mesmo dentro do mar, onde o fluxo
de vento é menos turbulento devido a protuberâncias geográficas menores.
6 Tipos de sistemas elétricos de alimentação

Transmissão
Essa etapa consiste em transportar a energia elétrica dos pontos de geração aos
centros de grande consumo, como as principais cidades ou os polos industriais
do país. De acordo com ANEEL (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA, 2008) e Creder (2016), os níveis de tensões para o transporte podem
variar dependendo da distância pela qual a energia será transportada. Assim,
no ponto de geração, a energia trifásica é gerada a 13,8 kV e, para o transporte,
é elevada a tensões que podem ser de 69 kV, 138 kV, 230 kV, 400 kV e 500 kV.
Existem linhas no SIN que transportam energia a níveis de tensões superiores
a 500 kV, podendo ser em CA ou CC, contudo é necessário fazer um estudo de
viabilidade econômica para a sua execução. Um exemplo é a linha de Itaipu, que
tem uma linha de transmissão de Foz de Iguaçu até São Paulo em CC. Para esse
caso, é necessária a instalação de uma estação retificadora próximo aos centros
consumidores, de forma a converter a energia de CC para CA.
Na Figura 4, é apresentada uma linha de transmissão com dois circuitos
trifásicos. É possível observar que cada fase é composta por quatro fios,
o que ajuda a dissipar calor na linha. Na parte superior, ela apresenta dois fios,
que são condutores de proteção da linha de transmissão e estão diretamente
aterrados em cada torre. Em geral, as linhas de transmissão não possuem neutro.

Figura 4. Linhas de transmissão de energia para os grandes centros de consumo.


Fonte: SichiRi/Pixabay.com.
Tipos de sistemas elétricos de alimentação 7

Distribuição
A distribuição acontece, principalmente, dentro dos grandes centros urbanos,
cidades e regiões rurais próximas. Finalizada a transmissão, a energia chega
em uma subestação abaixadora, onde a tensão de linha é abaixada para va-
lores apropriados para a distribuição primária, como 18,8 kV e 34,5 kV, que
é chamada de subestação primária de distribuição (AGÊNCIA NACIONAL
DE ENERGIA ELÉTRICA, 2008; CREDER, 2016). De uma subestação pri-
mária de distribuição, saem outras redes secundárias de distribuição, que são
chamadas também de linhas de baixa tensão e estão em nossas ruas, bairros,
etc. Para as redes de distribuição primária, existem três configurações básicas:

1. sistema radial;
2. sistema em anel;
3. sistema radial seletivo.

Na Figura 5, é possível observar que cada configuração apresenta uma


estrutura diferente. Dentro de uma cidade, podem existir uma ou todas essas
arquiteturas de distribuição de energia em funcionamento. O uso de um tipo
de configuração dependerá do grau de confiabilidade que a rede requererá,
entre outros fatores. Ainda na Figura 5, percebe-se que, após o transformador,
começa a linha secundária de distribuição. Trata-se das linhas de baixa tensão,
que podem ser de 127/220 V ou de 220/380 V dependendo da cidade.

Figura 5. Principais tipos de distribuição primária de energia.


Fonte: Creder (2016, p. 6).
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Dentro das cidades, as redes de distribuição primárias e/ou secundárias


podem ser cabeadas de forma aérea ou subterrânea. Se a rede for subterrânea,
o transformador abaixador deverá estar localizado em câmaras subterrâneas
adequadas para essa finalidade. Se a rede for aérea, os transformadores abaixa-
dores podem ser instalados nos próprios postes. A linha de entrada nos locais
dos consumidores é chamada de ramal de entrada. Esse ramal de entrada pode
ser aéreo ou subterrâneo, dependendo do caso.

Para a instalação do ramal de entrada e para a potência instalada em seu local de


consumo, é importante adequar-se ao Regulamento de Instalações Consumidoras (RIC)
de cada região. No caso da região de Porto Alegre, a Companhia Estadual de Energia
Elétrica (CEEE) fornece um documento com essas regulamentações que, embora
esteja submetido à NBR 5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004),
detalha itens pontuais sobre instalação dos medidores, padrões de postes, cálculos
de disjuntores, demandas, entre outros.
Você pode obter a RIC da CEEE de Porto Alegre, ou da empresa fornecedora de
energia elétrica da sua cidade, nas páginas das companhias na internet.

Todos os profissionais das áreas de construção e engenharias, em al-


gum momento, deverão realizar algum tipo de instalação elétrica. Portanto,
é importante seguir as normas estabelecidas nas RIC regionais e na NBR 5410
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004).

2 Histórico dos sistemas elétricos


de alimentação
No Brasil e no mundo, a história dos sistemas elétricos está ligada à história
da eletricidade. Entre os vários precursores e grandes nomes da ciência, po-
demos mencionar Thales de Mileto, no século VI a.C., Willian Gilbert, no
século XVI, e o cientista inglês Stephen Gray no ano de 1729. Nessa mesma
época, estavam trabalhando dois grandes cientistas muito conhecidos na área
da eletricidade: o norte-americano Benjamin Franklin e o francês Charles
August Coulomb. Entretanto, foi ao final do século XVIII que começou a
surgir a corrente elétrica similar ao que conhecemos hoje, por meio do físico
Tipos de sistemas elétricos de alimentação 9

italiano Alessandro Volta, que construiu a primeira pilha elétrica. Na Figura 6,


observa-se que a pilha de Volta foi construída utilizando rodelas de cobre e
zinco com uma separação ácida. Essa foi a primeira forma de corrente elétrica
ordenada e, até hoje, em honra à Volta, a unidade de tensão elétrica é o Volt.

Figura 6. Pilha elétrica criada por Ales-


sandro Volta.
Fonte: Sergey Merkulov/Shutterstock.com.

Em 1820, na França, André Maria Ampere elaborou uma formulação


matemática de eletromagnetismo conhecida como Lei de Ampere. Em 1827,
o cientista alemão George Simon Ohm apresentou a Lei de Ohm, que demons-
tra a relação entre tensão, corrente e resistência elétrica. Em 1831, Michael
Faraday descobriu a relação entre a corrente elétrica e o campo magnético,
conhecida como Lei de Faraday (CHAVANTE, 2016). Em 1880, nos Estados
Unidos, Thomas Edison desenvolveu sua primeira lâmpada incandescente e,
em 1882, construiu suas 11 primeiras usinas geradores, para iluminar algumas
ruas de Londres e Nova York. Todas eram de baixa potência e forneciam
eletricidade em corrente contínua. Na Figura 7, é possível observar que a
lâmpada inventada por Edison não teve grandes mudanças em relação às
lâmpadas incandescentes que são vendidas nos mercados. Sem dúvidas, esse
invento marcou para sempre o uso da eletricidade.
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Figura 7. Lâmpada inventada por Thomas Edson.


Fonte: Marzolino/Shutterstock.com.

De acordo com Chavante (2016), em 1886, nos Estados Unidos, George


Westhinghouse, junto com Nikola Tesla, inaugurou o primeiro sistema de
energia elétrica em corrente alternada CA. Essa nova forma de energia tinha
vantagens sobre a corrente contínua, pois podia ser gerada em lugares distantes
dos centros de consumo, onde os ruidosos geradores não incomodassem as
pessoas das cidades. Esse sistema era mais eficiente e, para elevar ou abaixar o
valor de tensão, eram usados transformadores. Em 1887, já existiam usinas em
CA que subministravam energia para mais de 130.000 lâmpadas. A transmissão
de energia elétrica do ponto de geração até os centros de consumo era de 1.000
volts naquela época. Em 1890, Nikola Tesla desenvolveu o sistema de geração
de energia trifásico, que é utilizado desde 1896 até os dias de hoje (AGÊNCIA
NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2008; CHAVANTE, 2016).

Instalações elétricas no Brasil e


as normas para baixa tensão
A partir das diversas melhoras do mercado energético no mundo e dos avanços
da tecnologia, foi necessária a padronização da regulamentação das instalações
elétricas no país. Embora existam regulamentações para a geração, transmissão
e distribuição, faremos menção somente às regulamentações de instalação
de baixa tensão, o que representa a grande maioria das instalações elétricas
Tipos de sistemas elétricos de alimentação 11

prediais, industriais e comerciais. As instalações elétricas de baixa tensão estão


regulamentadas pela NBR 5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2004), que define os seguintes requisitos para as instalações:

„„ a tensão máxima a ser utilizada em instalações elétricas de baixa tensão


é de 1.000 volts para corrente alternada;
„„ a tensão máxima em instalações elétricas de baixa tensão em corrente
contínua é de 1.500 volts;
„„ a frequência máxima utilizada em instalações elétricas de potência,
sejam residenciais, comerciais ou industriais, é de 400 Hz;
„„ a frequência adaptada no Brasil para as redes elétricas é de 60 Hz
(ciclos por segundo).

3 Elementos dos sistemas elétricos


de alimentação
Devido ao avanço tecnológico, existem inúmeros elementos ou componentes
a serem utilizados em uma instalação elétrica. Os elementos elétricos podem
ser classificados nos seguintes grupos: componente, equipamento elétrico,
aparelho elétrico, linha elétrica, dispositivos elétricos, carga elétrica, potên-
cia elétrica, sobrecarga, sobrecorrente e curto-circuito, corrente de fuga e
corrente diferencia residual (COTRIM, 2009; CREDER, 2016; GEBRAN;
RIZZATO, 2017).

Equipamento elétrico — de acordo com Cotrim (2009) e Gebran e Rizzato


(2017), um equipamento elétrico é formado por um conjunto de componentes
elétricos, configurando uma unidade funcional e exercendo uma ou mais
funções elétricas. Dentro de uma instalação elétrica, podemos ter alguns dos
equipamentos a seguir.

„„ Equipamentos de geração ou fonte de energia: podem ser transforma-


dores, banco de baterias ou geradores.
„„ Dispositivos de manobra e proteção: disjuntores fusíveis, reles.
„„ Equipamentos de utilização: portáteis (eletrodomésticos e eletropor-
táteis) e equipamentos industriais (fresas, prensas, fornos, aparelhos
de iluminação).
12 Tipos de sistemas elétricos de alimentação

Os equipamentos elétricos ainda podem ser classificados em fixos, esta-


cionários, portáteis e manuais.

Aparelhos elétricos — são chamados de aparelhos elétricos equipamentos


de medição elétrica e alguns outros equipamentos como: aparelhos eletrodo-
mésticos de uso residencial (geladeira, chuveiro elétrico, aspirador de pó);
aparelhos eletroprofissionais (computadores, máquinas copiadoras); e aparelhos
de iluminação (lâmpadas, reatores).

Linhas elétricas — são constituídas por fios condutores e elementos de fixação,


além de elementos de proteção mecânica cuja finalidade é transportar energia
ou sinais elétricos até determinado ponto de consumo.

Dispositivos elétricos — os dispositivos elétricos são componentes de um


circuito elétrico que desempenham uma tarefa específica. Geralmente, esses
elementos consomem um mínimo de energia no desempenho de sua função. Entre
as principais atribuições dos dispositivos elétricos estão: manobra, comando,
proteção elétrica e controle (COTRIM, 2009; GEBRAN; RIZZATO, 2017).

Carga elétrica — todo circuito ou instalação elétrica funciona com carga,


quando está consumindo ou absorvendo potência elétrica (COTRIM, 2009).
Um circuito elétrico está vazio quando, mesmo alimentado, ele não consome
potência elétrica. Assim, a carga elétrica pode ser interpretada de várias
formas, mas com significados análogos:

„„ soma dos valores de grandeza elétrica que solicitam certo equipamento


ou determinada instalação em um instante específico;
„„ instalação elétrica que consome potência ativa;
„„ potência instalada.

Potência instalada — é a soma das potências dos circuitos de uma instala-


ção elétrica, ou seja, a soma das potências nominais dos equipamentos que
compartilham uma mesma instalação.
Tipos de sistemas elétricos de alimentação 13

Sobrecarga, sobrecorrente e curto-circuito — a sobrecarga ocorre quando


um circuito elétrico de uma instalação excede a sua capacidade máxima de
carga. Da mesma forma, a sobrecorrente ocorre quando um circuito excede a
sua capacidade máxima de condução dos fios e dos seus dispositivos de acio-
namento. Um conceito similar pode ser aplicado para o caso da sobretensão.
A corrente de curto-circuito deve-se à sobrecorrente que há entre dois
condutores (corrente de falta), ou entre um condutor e o terra. Em funciona-
mento normal, os condutores teriam tensões diferentes ou, entre o condutor
e o terra, teriam uma diferença de potencial (COTRIM, 2009).

Corrente de fuga e corrente diferencial/residual —corrente de fuga é aquela


fração de corrente que percorre um caminho diferente do previsto. Esse tipo
de corrente está associado a correntes de falta. A corrente diferencial residual
é definida como a soma das correntes instantâneas dos condutores de um
circuito elétrico.
Na Figura 8, a soma instantânea das correntes é realizada em um P (co-
mercialmente conhecido como interruptor diferencial residual). Nesse ponto,
é aplicada a segunda Lei de Kirchhoff, onde i1 + i2 + i3 + iN = 0, sendo elas
as correntes de cada uma das fases de um circuito trifásico e a corrente do
neutro. Para condições normais de funcionamento, essa equação é atendida.
Quando há uma corrente de fuga, existe uma corrente diferencial residual, em
que dispositivos especiais detectam esse tipo de corrente (COTRIM, 2009).

Figura 8. Circuito trifásico e ponto de medição das correntes.


14 Tipos de sistemas elétricos de alimentação

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Biomassa. In: AGÊNCIA NACIONAL DE


ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de energia elétrica do Brasil. 3. ed. Brasília, DF: Aneel, 2008.
cap. 4. Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas3ed.pdf. Acesso
em: 12 abr. 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas de
baixa tensão. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
CHAVANTE, D. Eletrônica III. Manaus: CETAM, 2016. Disponível em: http://proedu.rnp.
br/bitstream/handle/123456789/964/ELETRICIDADE.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 13 abr. 2020.
COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
CREDER, H. Instalações elétricas. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017.

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