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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Apêndice 1
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO

ÍNDICE

1 OBJETIVO.............................................................................................................................................. 2
2 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 2
3 VISÃO HISTÓRICA DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO................................................................... 3
4 CARACTERÍSTICAS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ................................................................ 5
5 O NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ................................................................... 6
6 O NOVO MERCADO DE ENERGIA....................................................................................................... 7
7 SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL - SIN.......................................................................................... 8
7.1 SISTEMAS DE TRANSMISSÃO...................................................................................................................... 9

8 PRINCIPAIS ÓRGÃOS INSTITUCIONAIS........................................................................................... 10


8.1 CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA ENERGÉTICA (CNPE)......................................................................... 10
8.2 AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL)............................................................................... 11
8.3 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA (MME) ................................................................................................ 12
8.4 COMITÊ DE MONITORAMENTO DO SETOR ELÉTRICO .................................................................................. 13
8.5 EPE ...................................................................................................................................................... 14
8.5.1 Implantação de Empreendimentos Hidrelétricos ............................................................................... 15
8.5.2 Plano Decenal ................................................................................................................................... 17
8.6 OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO .......................................................................................... 22
8.6.1 Ampliações e Reforços na Rede Básica............................................................................................ 26
8.7 CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA(CCEE) ................................................................ 28

CONCLUSÃO .............................................................................................................................................................. 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................................. 30

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

1 Objetivo

Este Apêndice tem por objetivo apresentar os principais aspectos referentes ao Novo
Modelo do Setor Elétrico Brasileiro, que têm como funções principais garantir a segurança do
suprimento, promover a modicidade tarifária e criar um marco regulatório estável.

2 Introdução

Há mais de um século a eletrificação faz parte da história das sociedades industrializadas.


Apesar da descoberta científica da eletricidade ter ocorrido entre os anos de 1800 a 1830,
sua utilização em escala industrial só ocorreu a partir de 1880 e dependeu de uma série de
circunstâncias históricas, de complexos conhecimentos científicos e da evolução do conjunto do
sistema técnico.
Desde então, a incorporação da eletricidade como uma mercadoria de ampla aceitação e
para fins industriais tornou-se de grande importância para o capitalismo industrial e contribuiu de
forma decisiva para seu avanço e maturidade.
Além das grandes mudanças no processo produtivo, que passava a ser impulsionado pela
combinação essencial entre ciência e indústria, as transformações possibilitadas por esse
progresso técnico permitiram o extraordinário desenvolvimento de novos ramos e processos
industriais que, juntamente com a eletricidade passaram a liderar o crescimento da indústria,
ilustrando as transformações ocorridas a partir dos anos finais do século passado, conhecida
como Segunda Revolução Industrial.
Cabe ressaltar, ainda, que a disponibilidade e a disseminação do uso de energia elétrica
levaram a modificações fundamentais na vida cotidiana e na estrutura urbana.
No Brasil, a introdução de eletricidade, assim como a de outras inovações técnicas forjadas
nos países mais avançados, deu-se a partir das duas últimas décadas do século XIX, portanto
quase que simultaneamente ao início do seu uso comercial na Europa. No entanto,
diferentemente do ocorrido naquelas nações, onde a Revolução Industrial tomou necessária uma
revolução nas condições gerais de produção.
O processo de divulgação da técnica, no Brasil, deu-se de forma lenta, peculiar, e
dependeu, grandemente, da importação de bens de consumo, cuja presença constante
repercutia no cotidiano e na transformação da sociedade da época.

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

3 Visão Histórica do Setor Elétrico Brasileiro

Em 1964, quando o regime militar assumiu o poder com um golpe de Estado, a proposta era de
estabilizar a economia brasileira, debelar a inflação e iniciar um novo ciclo de expansão do setor elétrico.
Dessa forma, foi organizada uma estrutura de investimentos com recursos das próprias empresas, do
governo e com financiamentos externos. A Eletrobrás, embora constituída em 1962, apenas a partir da
década de 70 assumiu posição ativa no setor elétrico nacional. A partir daí, a postura e atuação da estatal
foram decisivas para a consolidação da nova estrutura produtiva e financeira do setor de energia elétrica.
A política energética da Eletrobrás foi pautada por quatro itens: prioridade atribuída à opção
hidrelétrica, em oposição à termoelétrica; estratégia de construir grandes usinas geradoras de alcance
regional em termos de mercado consumidor; constituir-se em holding estatal e elaborar um padrão de
financiamento do setor elétrico nacional, conjugando recursos de diferentes fontes: tarifária, impostos,
empréstimos compulsórios e empréstimos do sistema financeiro internacional.
Aliado a isso, no decorrer da década de 70, ocorreram mudanças significativas no setor elétrico e
nas atividades de planejamento energético em todo o mundo, entre elas o choque mundial do petróleo,
em 1973. Algumas dessas transformações tiveram reflexo direto no Brasil.
O primeiro choque mundial do petróleo, em 1973, não afetou tão drasticamente a economia
brasileira, devido ao ‘milagre econômico’ que, entre 1968 e 1973, levou o PIB a crescer a uma taxa média
anual superior a 10%. O Brasil não escapou, porém, do segundo choque, em 1979, que teve reflexos
importantes na economia nacional, destacando-se: a aceleração do processo inflacionário; a redução das
taxas de crescimento do PIB; o desemprego e o desequilíbrio das contas públicas.
A redução do crescimento econômico fez com que a demanda energética apresentasse taxas
declinantes, o que gerou capacidade ociosa no setor elétrico nacional. Isso implicou no aumento dos
prazos de amadurecimento do capital investido e na diminuição da capacidade de autofinanciamento do
setor.
O impacto da percepção mundial da dependência do petróleo levou o mundo todo, pela primeira
vez, a abordar o planejamento energético por uma ótica multisetorial, ou seja, integrando o setor elétrico
e de petróleo. Além disso, buscou-se uma maior interação entre oferta e demanda nos planos para o
setor.
Durante a vigência do modelo setorial estatal, no Brasil, coube em geral à Eletrobrás e à Petrobrás
realizar as tarefas para, respectivamente, os setores elétrico e de petróleo e gás, restando ao Ministério
de Minas e Energia o papel de homologá-las.
No início dos anos 80, a preocupação ambiental passou a fazer parte da agenda do planejamento
energético, só que esta preocupação foi colocada em prática de forma corretiva e não preventiva. Isso
mudou no final dessa mesma década, quando se começou a trabalhar a preservação ambiental de
maneira pró-ativa, isto é, buscando-se empreendimentos de menor impacto ambiental.
As soluções para os problemas enfrentados pelo setor elétrico no final dos anos 70 e em toda a
década de 80 foram se delineando no sentido de mudar qualitativamente a atuação do Estado no setor. A
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nova estrutura construída na metade dos anos 80 esteve voltada para a diminuição da participação e
intervenção direta do Estado, substituindo-a por uma função de agente regulador e financiador,
culminando no processo de privatização.
No entanto, não foi apenas a crise econômica que provocou a diminuição da participação do Estado
no setor elétrico. Nos anos 90, a "onda neoliberal” que tomou conta do cenário econômico mundial, em
decorrência da queda do socialismo e do fenômeno da globalização, aliada à ineficiência das empresas
do setor por influências políticas, fizeram com que, no Brasil, o setor elétrico seguisse em direção à
privatização.
Em vista dessas mudanças e da instituição de um aparato legal em prol da privatização, a década
de 90 foi marcada pela competição.
Neste período, o Brasil passou por profundas transformações no setor elétrico. Durante o governo
de Fernando Henrique Cardoso foi implantada a livre concorrência para promover a eficiência no setor,
uma regulação e fiscalização, em busca de transparência para atrair o capital privado. A perspectiva era
de privatizar praticamente todo o setor de distribuição de energia elétrica como condição necessária à
alocação de recursos, a criação de um programa de termelétricas (Programa Prioritário de Termelétricas -
PPT) e a implantação do Mercado Atacadista de Energia (MAE). Foi então criada a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) como agente regulador do setor.
O novo modelo para o setor elétrico não chegou, porém, a ser totalmente implementado nos oito
anos do governo FHC, pois o processo de privatização não foi concluído, da mesma forma que o PPT
não se realizou. Além disso, permaneceram as incertezas regulatórias, o que desestimulou o investimento
privado. O governo ainda enfrentou uma crise de desabastecimento de energia em 2001, que evidenciou
a fragilidade do setor.
Essas transformações motivaram o surgimento de teorias e técnicas de planejamento que buscaram
equacionar riscos e incertezas. Antes, com o setor dominado por empresas estatais, partia-se do
pressuposto de que o risco não era grande problema porque os eventuais prejuízos eram socializados.
Diante do novo cenário, os empresários, para simular a reação de seus competidores, investiram pesado
em técnicas para equacionar riscos e incertezas.
Nesse período, o governo afastou-se do exercício de planejamento energético, por acreditar que o
mercado poderia resolver tudo.
Com o novo modelo do setor elétrico nacional, implementado pelo governo Lula, o Ministério de
Minas e Energia (MME) passou a ser o poder concedente e centralizador das decisões do setor; o mesmo
tem a responsabilidade pela escolha dos dirigentes dos órgãos responsáveis pela operação do sistema
elétrico, assim como pelas licitações de compra de energia das geradoras pelas distribuidoras.
Desde então, as empresas só podem comprar energia por meio de licitações pelo menor preço. O
objetivo é oferecer, no futuro, menores tarifas ao consumidor. Outra mudança implementada pelo governo
atual é que a prestação de serviços na área de estudos e pesquisas, destinadas a subsidiar o
planejamento do setor, passa a ser feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Nesse novo modelo, todos os esforços estão voltados para a modicidade tarifária e a estabilidade
regulatória, para atrair investimentos.

4 Características do Setor Elétrico Brasileiro

A característica fundamental do sistema brasileiro, que o diferencia dos sistemas de outros


países, é que quase toda sua capacidade instalada de geração é de origem hidráulica - em
termos de produção efetiva, essa proporção chega, em média, a 95%. Essa característica deve
ainda permanecer, dentro de um horizonte previsível, em razão da competitividade econômica
da geração hidrelétrica, a despeito do incremento que possa ter a geração de eletricidade a partir
de outras fontes energéticas.
Além disso, devido à existência de grandes reservatórios com capacidade de regularização
plurianual, pode-se dizer que tal característica é quase única no mundo, o que, por si só, sugere
que qualquer arranjo institucional que se pretenda implantar admita ajustes que respeitem essa
especificidade.
O fator negativo dessa tipicidade é que a maioria das bacias hidráulicas brasileiras não
tem complementaridade, pois os períodos úmidos e secos são coincidentes. Exceto as bacias da
região sul que são complementares as demais bacias do país, pois elas possuem regimes
hidrológicos não coincidentes.
Os Sistemas Elétricos Brasileiros são interligados entre as regiões Sul-Sudeste-Centro-
Oeste; Norte-Nordeste e Norte-Sul, o que garante um despacho de geração centralizado pelo
Operador Nacional dos Sistemas Elétricos,ONS , de forma mais segura é confiável, minimizando
os riscos de desligamento e contingenciamento de energia elétrica.
Já as atividades do setor elétrico brasileiro podem ser agrupadas em quatro segmentos,
a saber: geração, transmissão, distribuição e comercialização.
O segmento de geração abrange todas as atividades de produção de energia, sendo
composta de usinas hidrelétricas, térmicas e outras fontes alternativas, incluindo a importação de
países de fronteiriços.
Hoje esta atividade é exercida por concessionários de serviço público de geração e por
Produtores Independentes de Energia - PIEs, que podem ser subdividas em dois grupos
principais:
• Operação - inclui tudo o que for relacionado com o atendimento da demanda a cada
instante, utilizando os recursos de geração disponíveis;

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• Expansão - abrange as decisões de investimento em nova capacidade, com o objetivo


de assegurar o atendimento futuro da demanda.
O segmento de transmissão refere-se às atividades de transporte da energia produzida até
os grandes centros de consumo. Assim como o segmento de geração, as atividades de
transmissão podem ser subdivididas em operação e expansão.
O segmento de distribuição encarrega-se do transporte final da energia a partir dos pontos
de entrega na rede de alta tensão até os consumidores finais.
As funções das redes de transmissão e distribuição são análogas às das rodovias
interestaduais e das estradas vicinais: as primeiras fazem o transporte .por atacado da energia
ao longo de grandes distâncias e integram todo o país; as últimas fazem a distribuição no varejo
da energia a partir das junções com as rodovias principais.
O último segmento, comercialização de energia está encarregado das atividades de
contratação da geração e revenda aos consumidores, sendo exercido de maneira competitiva,
por conta e risco dos empreendedores, mediante autorização da ANEEL.

5 O Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro

O novo marco regulatório do setor elétrico brasileiro foi definido pela Lei 10.848/2004, que
estabelece regras claras, estáveis e transparentes que possibilitam a efetiva garantia do
suprimento para o mercado e a expansão permanente das atividades intrínsecas do setor
(geração, transmissão e distribuição), sendo tal expansão vinculada à segurança e à busca da
justa remuneração para os investimentos, assim como à universalização do acesso e do uso
dos serviços - além da modicidade tarifária, em um horizonte de curto, médio e longo prazos.
As modificações introduzidas pela Lei 10.848 trouxeram novas perspectivas ao setor, tendo
como horizonte a retomada dos investimentos na geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica. O Decreto 5.081/2004 - que regulamentou o novo marco regulatório do setor
elétrico - especifica as providências necessárias para alcançar os objetivos proposto.
• Promover a modicidade tarifária;

• Garantir a segurança do suprimento;

• Criar um marco regulatório estável.

Para implementar tais metas, foram detalhadas as regras de comercialização de energia


elétrica, a seguir enumeradas:
1. O principal instrumento para modicidade tarifário é o leilão para a contratação
de energia pelas distribuidoras, com o critério de menor tarifa;

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

2. Por sua vez, a segurança de suprimento é baseada nos seguintes princípios:


• Garantir a segurança do suprimento;
• Criar um marco regulatório estável.
3. A construção eficiente de novos empreendimentos é viabilizada por meio das
seguintes medidas:
• Leilões específicos para contratação de novos empreendimentos de
geração de energia;
• Celebração de contratos bilaterais de longo prazo entre as distribuidoras
e os vencedores dos leilões, com garantia de repasse, dos custos de
aquisição da energia às tarifas dos consumidores finais;
• Licença ambiental prévia de empreendimentos hidrelétricos candidatos.
Este conjunto de medidas permite reduzir os riscos do investidor, possibilitando o
financiamento do projeto a taxas atrativas, com benefícios para o consumidor. A criação de um
marco regulatório estável requer uma clara definição das funções e atribuições dos agentes
institucionais. assim, em particular, o novo modelo:
• Esclarece o papel estratégico do Ministério de Minas e Energia, enquanto órgão
mandatário da união;
• Reforça as funções de regulação, fiscalização e mediação da agência nacional de
energia elétrica (ANEEL);
• Organiza as funções de planejamento da expansão, de operação e de comercialização.

6 O Novo Mercado de Energia

O processo de mudança no mercado brasileiro de energia elétrica foi fundamentado em 4


premissas principais:

1. Instalação do ambiente de competição


Com o novo modelo, foi criada a figura do Cliente Livre, que poderá escolher a sua empresa
prestadora dos serviços de eletricidade. Cada vez mais as empresas elétricas vão oferecer
vantagens de preço, qualidade e serviços adicionais para manter e conquistar clientes. Assim,
para conseguir competir, cada empresa deverá favorecer ações de aumento de produtividade e
redução dos custos, ao mesmo tempo em que os ganhos obtidos com essas iniciativas passarão
a ser compartilhados com os consumidores finais.

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

2. Desverticalização das empresas elétricas


No modelo tradicional, era comum encontrar empresas que, numa situação de monopólio,
realizavam simultaneamente as atividades de geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica. Com isso, ficava difícil identificar a aplicação de recursos, e o resultado, na prática, era
que os aumentos de custos eram sistematicamente repassados às tarifas cobradas dos
consumidores finais. Com a desverticalização dessas empresas (ou seja, a criação de empresas
especializadas em geração, transmissão e distribuição operando separadamente) fica possível
criar um mercado competitivo para a comercialização da energia, bem como torna-se mais eficaz
o controle de custos e o estabelecimento de padrões de produtividade para as atividades de
transmissão e distribuição. Em conseqüência, aumentos de produtividade acabarão significando
melhores preços para o mercado consumidor.

3. Livre acesso às linhas de transmissão


Para o bom funcionamento do mercado de energia elétrica, é fundamental que exista uma
bem estruturada rede de linhas de transmissão. Principalmente para que novas fontes de
geração sejam disponibilizadas para o mercado consumidor. Quaisquer que sejam as empresas
proprietárias dessas linhas, todos os produtores ou Consumidores Livres já têm o direito de
transportar sua energia, mediante o pagamento de uma tarifa de uso da transmissão.

4. Resultados esperados
Com essas profundas modificações, os principais resultados deverão ser:
ƒ Nível razoável de preços para os consumidores finais, como conseqüência natural do
regime de competição entre as empresas de energia elétrica.
ƒ Expansão - abrange as decisões de investimento em nova capacidade, com o objetivo
de assegurar o atendimento futuro da demanda.

7 Sistema Interligado Nacional - SIN

O Sistema Interligado Nacional é responsável pelo atendimento de cerca de 98% do


mercado brasileiro de energia elétrica. Ao final de 2004, a capacidade instalada no SIN
alcançou a potência total de 82.109 MW, dos quais 67.344 MW em usinas hidrelétricas
(incluindo 6.300 correspondentes a 50% da capacidade instalada de Itaipu destinada ao
mercado brasileiro) e 14.765 MW em usinas térmicas (incluindo 2.007 MW de origem nuclear).

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

A capacidade de produção total disponível correspondeu a 88.388 MW, devido à


agregação de 2.192 MW de disponibilidade de importação da Argentina e 4.087 MW de Itaipu,
contratados à ANDE/Paraguai.
A rede básica de transmissão, compreendendo as tensões de 230 kV a 750 kV, atingiu
em dezembro de 2004 uma extensão de 80.022 km, englobando 815 circuitos de transmissão e
uma capacidade de transformação de 178.447 MVA, em 321 subestações.
O Sistema de Informações Geográficas Cadastrais do SIN – SINDAT disponibiliza
informações relevantes do sistema, integrando num mesmo ambiente mapas digitais, formados
por dados gráficos vetoriais, com dados alfanuméricos da Base de Dados Técnica.
É baseado na tecnologia GIS – Sistemas de Informações Geográficas, em português – e
permite o acesso a informações sempre atualizadas sobre a topologia da rede de operação do
ONS.

7.1 Sistemas de Transmissão

O Sistema Elétrico Interligado Nacional, até dezembro de 2004 possuía uma extensão de
80.022 Km.
A tabela seguir apresenta os números referentes à expansão no sistema de transmissão do
SIN desde o ano de 2005 até o ano de 2008.

Tabela 1 – Acréscimo em km de linhas de transmissão

Tabela 2 – Acréscimo em número de linhas de transmissão

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Fig. 1 - Sistema de Transmissão

8 Principais Órgãos Institucionais

8.1 Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)

O CNPE é um órgão de assessoramento do Presidente da República. Responsável pela


Formulação de políticas e diretrizes de energia destinadas a:
• Promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos do País, em
conformidade com o disposto na legislação aplicável e com os princípios:
a. Preservação do interesse nacional;
b. Promoção do desenvolvimento sustentado, ampliação do mercado de trabalho e
valorização dos recursos energéticos;
c. Proteção dos interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta dos
produtos;
d. Proteção do meio ambiente e promoção da conservação de energia;
e. Garantia do fornecimento de derivados de petróleo em todo o território nacional, nos
termos do § 2º do artigo 177 da Constituição Federal;

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

f. Incremento da utilização do gás natural;


g. Identificação das soluções mais adequadas para o suprimento de energia elétrica nas
diversas regiões do País;
h. Utilização de fontes renováveis de energia, mediante o aproveitamento dos insumos
disponíveis e das tecnologias aplicáveis;
i. Promoção da livre concorrência;
j. Atração de investimento na produção de energia;
k. Ampliação da competitividade do País no mercado internacional;
• Assegurar, em função das características regionais, o suprimento de insumos
energéticos ás áreas mais remotas ou de difícil acesso do País, submetendo as
medidas específicas ao Congresso Nacional, quando implicarem criação de subsídios,
observado o disposto no parágrafo único do artigo 73 da Lei n.º 9.478, de 1997;
• Rever periodicamente as matrizes energéticas aplicadas às diversas regiões do País,
considerando as fontes convencionais e alternativas e as tecnologias disponíveis;
• Estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás natural, do
álcool, de outras biomassas, do carvão e da energia termonuclear;
• Estabelecer diretrizes para a importação e exportação, de maneira a atender às
necessidades de consumo interno de petróleo e seu derivados, gás natural e
condensado, e assegurar o adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques
de Combustíveis e o cumprimento do Plano Anual de Estoques Estratégicos de
Combustíveis, de que trata o artigo 4º da Lei nº 8.176, de 8 de fevereiro de 1991.

8.2 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

A Agência Nacional de Energia Elétrica foi criada pela Lei Nº 9.427, de 1996. Autarquia
em regime especial, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, tem como atribuições regular e
fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização da energia elétrica;
mediar os conflitos de interesses entre os agentes do setor elétrico e entre estes e os
consumidores; conceder, permitir e autorizar instalações e serviços de energia; garantir tarifas
justas; zelar pela qualidade do serviço; exigir investimentos; estimular a competição entre os
operadores e assegurar a universalização dos serviços.

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

8.3 Ministério de Minas e Energia (MME)

O Setor Elétrico Brasileiro hoje é comandado pelo Ministério de Minas e Energia (MME),
que foi criado em 1960, pela Lei n° 3.782, de 22 de julho de 1960. Anteriormente, os assuntos
de minas e energia eram de competência do Ministério da Agricultura.
Em 1990, a Lei n° 8.028 extingüiu o MME e transferiu suas atribuições ao Ministério da Infra-
Estrutura, criado pela mesma lei, que também passou a ser responsável pelos setores de
transportes e comunicações. O Ministério de Minas e Energia voltou a ser criado em 1992, por
meio da Lei n° 8.422.
Em 6 de agosto de 1997, a Lei n° 9.478 criou o Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE), vinculado à Presidência da República e presidido pelo Ministro de Minas e
Energia, com a atribuição de propor ao Presidente da República políticas nacionais e medidas
para o setor.
Em 2003, a Lei n° 10.683/2003 definiu como competências do MME as áreas de geologia,
recursos minerais e energéticos; aproveitamento da energia hidráulica; mineração e metalurgia;
e petróleo, combustível e energia elétrica, incluindo a nuclear. A estrutura do Ministério foi
regulamentada pelo decreto n° 5.267, de 9 de dezembro de 2004, que criou as secretarias de
Planejamento e Desenvolvimento Energético; de Energia Elétrica; de Petróleo, Gás Natural e
Combustíveis Renováveis; e Geologia, Mineração e Transformação Mineral.
Em 15 de março de 2004, por meio da Lei n° 10.847, foi autorizada a criação da
Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a EPE tem
por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o
planejamento do setor energético.
O Ministério de Minas e Energia tem como empresas vinculadas a Eletrobrás e a
Petrobras, que são de economia mista. A Eletrobrás, por sua vez, controla, as empresas Furnas
Centrais Elétricas S.A., Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Companhia de
Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.
(Eletronorte), Eletrosul Centrais Elétricas S.A. (Eletrosul) e Eletrobrás Termonuclear S.A.
(Eletronuclear).
As empresas públicas Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE) e o
Serviço Geológico do Brasil (CPRM) também são ligados ao MME. Entre as autarquias
vinculadas ao Ministério estão as agências nacionais de Energia Elétrica (Aneel) e do Petróleo
(ANP) e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

8.4 Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) foi criado pela lei 10.848, de 2004,
com a função de acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e a segurança do
suprimento eletroenergético em todo o território nacional.
De acordo com o decreto 5.175, de 9 de agosto de 2004, o CMSE será presidido pelo
Ministro de Estado de Minas e Energia e terá a seguinte composição: Quatro representantes
do Ministério de Minas e Energia; e os titulares dos órgãos a seguir indicados:
a) Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL;
b) Agência Nacional do Petróleo - ANP;
c) Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE;
d) Empresa de Pesquisa Energética - EPE; e
e) Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS
Compete ao CMSE as seguintes atribuições:
• Acompanhar o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão, distribuição,
comercialização, importação e exportação de energia elétrica, gás natural e petróleo e
seus derivados;
• Avaliar as condições de abastecimento e de atendimento, relativamente às atividades
referidas no inciso I deste artigo, em horizontes pré-determinados;
• Realizar periodicamente análise integrada de segurança de abastecimento e
atendimento ao mercado de energia elétrica, de gás natural e petróleo e seus
derivados, abrangendo os seguintes parâmetros, dentre outros:
• Demanda, oferta e qualidade de insumos energéticos, considerando as condições
hidrológicas e as perspectivas de suprimento de gás e de outros combustíveis;
• Configuração dos sistemas de produção e de oferta relativos aos setores de energia
elétrica, gás e petróleo; e
• Configuração dos sistemas de transporte e interconexões locais, regionais e
internacionais, relativamente ao sistema elétrico e à rede de gasodutos;
• Identificar dificuldades e obstáculos de caráter técnico, ambiental, comercial,
institucional e outros que afetem, ou possam afetar, a regularidade e a segurança de
abastecimento e atendimento à expansão dos setores de energia elétrica, gás natural e
petróleo e seus derivados; e
• Elaborar propostas de ajustes, soluções e recomendações de ações preventivas ou
saneadoras de situações observadas em decorrência da atividade indicada no inciso IV,

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

visando à manutenção ou restauração da segurança no abastecimento e no


atendimento eletroenergético, encaminhando-as, quando for o caso, ao Conselho
Nacional de Política Energética - CNPE.

8.5 EPE

A Empresa de Pesquisa Energética - EPE tem por finalidade prestar serviços na área de
estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, tais como
energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas
renováveis e eficiência energética, dentre outras.
O acompanhamento mensal do mercado de energia elétrica brasileiro é ferramenta
essencial para o entendimento da dinâmica do processo do consumo de energia nas diversas
classes consumidoras e regiões do País, fornecendo subsídios valiosos para os estudos do
planejamento da operação e da expansão do sistema.
Dentro de suas atribuições legais, por meio da Superintendência de Economia da
Energia da Diretoria de Estudos Econômicos e Energéticos, a EPE vem realizando, desde
janeiro de 2005, esse acompanhamento.
Compete à EPE:
• Realizar estudos e projeções da matriz energética brasileira;
• Elaborar e publicar o balanço energético nacional;
• Identificar e quantificar os potenciais de recursos energéticos;
• Dar suporte e participar das articulações relativas ao aproveitamento energético de rios
compartilhados com países limítrofes;
• Realizar estudos para a determinação dos aproveitamentos ótimos dos potenciais
hidráulicos;
• Obter a licença prévia ambiental e a declaração de disponibilidade hídrica necessárias
às licitações envolvendo empreendimentos de geração hidrelétrica e de transmissão de
energia elétrica, selecionados pela EPE;
• Elaborar estudos necessários para o desenvolvimento dos planos de expansão da
geração e transmissão de energia elétrica de curto, médio e longo prazo;
• Promover estudos para dar suporte ao gerenciamento da relação reserva e produção de
hidrocarbonetos no Brasil, visando à auto-suficiência sustentável;
• Promover estudos de mercado visando definir cenários de demanda e oferta de petróleo,
seus derivados e produtos petroquímicos;

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

• Desenvolver estudos de impacto social, viabilidade técnico-econômica e socioambiental


para os empreendimentos de energia elétrica e de fontes renováveis;
• Efetuar o acompanhamento da execução de projetos e estudos de viabilidade realizados
por agentes interessados e devidamente autorizados;
• Elaborar estudos relativos ao plano diretor para o desenvolvimento da indústria de gás
natural no Brasil;
• Desenvolver estudos para avaliar e incrementar a utilização de energia proveniente de
fontes renováveis;
• Dar suporte e participar nas articulações visando à integração energética com outros
países;
• Promover estudos e produzir informações para subsidiar planos e programas de
desenvolvimento energético ambientalmente sustentável, inclusive, de eficiência
energética;
• Promover planos de metas voltadas para a utilização racional e conservação de energia,
podendo estabelecer parcerias de cooperação para este fim;
• Promover estudos voltados para programas de apoio para a modernização e
capacitação da indústria nacional, visando maximizar a participação desta no esforço de
fornecimento dos bens e equipamentos necessários para a expansão do setor
energético;
• Desenvolver estudos para incrementar a utilização de carvão mineral nacional.
Os estudos e pesquisas desenvolvidos pela EPE subsidiarão a formulação, o planejamento
e a implementação de ações do Ministério de Minas e Energia, no âmbito da política energética
nacional.

8.5.1 Implantação de Empreendimentos Hidrelétricos

Fig. 2- Implantação de Empreendimentos Hidrelétricos

15
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Para a Implantação de um Empreendimento Hidrelétrico faz-se necessário a realização


de determinados estudos, uma vez que os mesmos são etapas indispensáveis para a existência
de usinas hidrelétricas nos próximos leilões de energia, dado que o Novo Modelo do Setor
Elétrico colocou como exigência a concessão de Licenças Ambientais Prévias (LP) para
participação nas licitações. Tais estudos são:
Estudos de Inventário- Os estudos de inventário hidrelétrico dão início à identificação e à
caracterização das centrais hidrelétricas. Neles é determinado o potencial hidrelétrico da bacia
hidrográfica e é estabelecida a melhor combinação de aproveitamentos nesta mesma bacia. Isto
é, a melhor divisão de queda que, no conjunto, leva ao maior aproveitamento da energia
disponível a um custo competitivo quando comparado com outras bacias ou outras fontes
geradoras de energia e onde os efeitos sobre o meio ambiente sejam aceitáveis pela sociedade.
O inventário é realizado com base em dados secundários, complementados com dados
primários, tais como investigações de campo e é pautado em estudos básicos
hidrometeorológicos, energéticos, geológicos, ambientais e de outros usos da água.
Estudos de Viabilidade - Esta etapa, que sucede aos estudos de inventário, é a que conclui a
definição do chamado aproveitamento ótimo, ao qual se refere a legislação. É esta viabilidade
que determina a concepção global de um aproveitamento identificado na etapa anterior. Esta
etapa tem também por objetivo a otimização de um dado sítio com a determinação dos custos e
benefícios associados, inclusive ambientais, dimensionamento energético, obras de infra-
estrutura local e regional necessárias, reservatório, ações ambientais mitigadoras e seu sistema
de transmissão associado.
Realizado esses estudos poderá ser obtida a Licença Prévia , que deve ser solicitada
na fase de planejamento da implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. Essa
Licença aprova a viabilidade ambiental do empreendimento, não autorizando o início das obras.
Depois de obtido a Licença Prévia é realizado o Processo Licitatório, onde todas as
Empresas que estiverem aptas a Implementar o projeto que está sendo licitado, terão a
oportunidade de concorrer para ganhar o direito de executar o Empreendimento.
De posse do projeto básico é necessário adquirir a Licença de Instalação, a qual
aprova os projetos. É a licença que autoriza o início da obra/empreendimento. É concedida
depois de atendidas as condições da Licença Prévia.
Para que o Empreendimento entre em operação, faz-se necessário adquirir a Licença
de Operação, que irá autorizar o início do funcionamento do empreendimento/obra. É
concedida depois de atendidas as condições da Licença de Instalação.

16
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Deve-se ainda ficar atento depois que o Empreendimento entra em Operação para a
data da Renovação da Licença de Operação da atividade ou do empreendimento. Na
Renovação o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou
diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou
empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso
III, art. 18 da Resolução 237/97.

Estratégias de Atuação da EPE

• Integração efetiva dos aspectos socioambientais nos estudos desenvolvidos ao longo do


processo de planejamento;
• Elaborar os estudos socioambientais de forma articulada com todas as áreas de
planejamento;
• Interagir com MMA, ANEEL, ANA, IBAMA, ABEMA, Órgãos Licenciadores Ambientais,
outros agentes do setor de energia elétrica e entidades representativas da sociedade.

8.5.2 Plano Decenal

O Plano Decenal de Expansão apresenta uma proposta consensual das empresas


concessionárias do serviço público de energia elétrica para a expansão da geração, da
transmissão e da distribuição de energia elétrica.
Com a criação da EPE, os estudos associados ao Plano Decenal de Expansão de
Energia Elétrica (PDEE) anteriormente conduzidos no âmbito do Comitê Coordenador do
Planejamento dos Sistemas Elétricos (CCPE), passaram a se constituir em serviços contratados
pelo MME à EPE.
O Plano Decenal contempla a participação de investidores privados em
empreendimentos de geração e transmissão, em particular na formação de consórcios e nas
modalidades de autoprodução e produção independente de energia elétrica, bem como em
programas e obras de distribuição; e, finalmente, que o referido Plano Decenal representa não
só a consolidação da experiência de planejamento do Setor Elétrico Brasileiro, a ser preservada,
mas sobretudo um instrumento importante rumo às novas características a serem assumidas
pelo planejamento setorial, decorrentes do novo cenário institucional traçado a partir da lei de
concessões de serviços públicos, passando a sinalizar oportunidades de investimento para o
setor privado, que terá papel relevante na expansão do sistema elétrico do País.

17
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

O planejamento decenal irá, portanto, subsidiar: a realização dos futuros leilões de


compra de energia de novos empreendimentos de geração e de novas instalações de
transmissão; a definição de quais estudos de expansão da transmissão devem ser priorizados,
bem como de quais estudos de viabilidade técnico econômica e socioambiental de novas usinas
geradoras realizar e, eventualmente, quais estudos de inventários deverão ser atualizados.
O Plano Decenal irá apresentar os Indicadores da Expansão do Sistema Elétrico, neste
caso trata-se dos Indicadores referentes aos anos de 2006 a 2015.

Indicadores de Mercado

A seguir são sintetizados alguns indicadores referentes a: economia e mercado de energia


elétrica; contemplando o Sistema Interligado Nacional - SIN e os sistemas isolados.

Tabela 3 – Economia e Mercado de Energia Elétrica

18
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

A mesma informação acima, em forma gráfica, tomando como base 1980=100:

Fig. 3- Economia e Mercado de energia elétrica

Indicadores de Geração
A seguir são sintetizados os seguintes indicadores referentes ao sistema de geração,
referentes à Configuração de Referência: evolução da capacidade instalada hidrelétrica,
distribuição da capacidade hidrelétrica pelos subsistemas, evolução da capacidade instalada
termelétrica, distribuição da capacidade termelétrica pelos subsistemas.

Evolução da capacidade instalada hidrelétrica do SIN

Fig. 4- Evolução da capacidade instalada hidrelétrica do SIN

19
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Distribuição da capacidade instalada hidrelétrica pelos subsistemas

Fig. 5- Distribuição da capacidade instalada hidrelétrica pelos subsistemas

Evolução da capacidade instalada termelétrica do SIN

Fig. 6- Evolução da capacidade instalada termelétrica do SIN

20
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Distribuição da capacidade instalada termelétrica pelos subsistemas

Fig. 7 - Distribuição da capacidade instalada termelétrica pelos subsistemas

Indicadores de Transmissão

São a seguir sintetizados os seguintes indicadores referentes ao sistema de transmissão:


evolução física de linhas de transmissão (km) e de transformação (MVA); estimativa de
investimentos em linhas de transmissão e subestações, contemplando valores globais anuais e
desagregados por nível de tensão (ano 2015).

Tabela 4 – Evolução Física – Linhas de Transmissão (km)


21
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Tabela 4 – Evolução Física – Transformação (MVA)

SIN - Estimativa dos investimentos no sistema de transmissão

Fig. 8 - Estimativa dos investimentos no sistema de transmissão

8.6 Operador Nacional do Sistema Elétrico

O Operador Nacional do Sistema Elétrico é uma entidade de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em 26 de agosto de 1998, responsável pela coordenação e controle da
operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado
Nacional (SIN), sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O Operador é constituído por membros associados e membros participantes.
São membros associados os agentes de geração com usinas despachadas de forma
centralizada, os agentes de transmissão, os agentes de distribuição integrantes do SIN, além de

22
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

agentes importadores e exportadores e consumidores livres com ativos conectados a Rede


Básica.
São membros participantes o Poder Concedente por meio do Ministério da Minas e
Energia, os Conselhos de Consumidores, geradores não despachados centralizadamente e
pequenos distribuidores (abaixo de 500 GWh/ano).
A função do ONS é operar o Sistema Interligado Nacional de forma integrada, com
transparência, eqüidade e neutralidade, de modo a garantir o suprimento de energia elétrica
contínuo, econômico e seguro no país.
Para cumprir essa Missão, o ONS deve:
• Realizar o planejamento, programação e despacho centralizados dos recursos de
geração e transmissão;
• Propor ampliações e reforços para o sistema de transmissão;
• Garantir o livre acesso; e
• Administrar os serviços de transmissão.

O ONS tem por objetivo:


• Promover a otimização da operação do sistema eletroenergético, visando o menor custo
para o sistema, observados os padrões técnicos e os critérios de confiabilidade
estabelecidos nos Procedimentos de Rede aprovados pela ANEEL;
• Garantir que todos os agentes do setor elétrico tenham acesso à rede de transmissão de
forma não discriminatória;
• Contribuir, de acordo com a natureza de suas atividades, para que a expansão do
Sistema Interligado Nacional - SIN se faça ao menor custo e vise as melhores condições
operacionais futuras.

São atribuições do ONS:


• O planejamento e a programação da operação e o despacho centralizado da geração,
com vistas à otimização do Sistema Interligado Nacional - SIN;
• A supervisão e a coordenação dos centros de operação de sistemas elétricos, a
supervisão e o controle da operação do SIN e das interligações internacionais;
• A contratação e a administração de serviços de transmissão de energia elétrica e as
respectivas condições de acesso, bem como dos serviços ancilares;

23
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

• A proposição ao Poder Concedente das ampliações de instalações da rede básica, bem


como de reforços do SIN, a serem considerados no planejamento da expansão do
sistema de transmissão;
• A proposição de regras para a operação das instalações da transmissão da Rede Básica
do SIN, mediante processo público e transparente, consolidadas em Procedimentos de
Rede, a serem aprovadas pela ANEEL;
• A divulgação dos indicadores de desempenho dos despachos realizados a serem
auditados semestralmente pela ANEEL;
• A divulgação permanente ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE sobre
as condições operativas de continuidade e de suprimento eletroenergético do SIN;
• Outras que lhe forem atribuídas pelo Poder Concedente.
Para o exercício de suas atribuições legais e o cumprimento de sua missão institucional, o
Operador Nacional do Sistema Elétrico desenvolve uma série de estudos e ações, que têm como
base dois insumos fundamentais.
Em primeiro lugar, estão os Procedimentos de Rede. Esses procedimentos são um
conjunto de normas e requisitos técnicos que estabelecem as responsabilidades do ONS e dos
Agentes de Operação, no que se refere a atividades, insumos, produtos e prazos dos processos
de operação do SIN e das demais atribuições do Operador. Esses documentos são elaborados
pelo ONS, com a participação dos Agentes e homologados pela ANEEL.
Atualmente, em atendimento à Resolução Normativa nº 115 da ANEEL, de 29.11.2004, os
Procedimentos de Rede estão em processo de revisão para adequação à legislação e
regulamentação vigentes e para assegurar a aderência à prática adotada pelo ONS e pelos
diversos agentes setoriais.
O segundo conjunto de insumos são as informações externas que o ONS necessita
receber das autoridades setoriais, especialmente do MME e da ANEEL, e dos agentes
proprietários das instalações que compõem o SIN para a execução de suas atividades,
conforme estabelecido nos próprios Procedimentos de Rede.
Os principais estudos e ações empreendidos pelo ONS na operação coordenada
centralizada do SIN e na administração dos serviços de transmissão na Rede Básica
(instalações com tensões iguais ou maiores que 230 kV) podem ser agrupados em diferentes
macroprocessos, conforme descrito a seguir:
• Ampliações e Reforços na Rede Básica
O PAR - Plano de Ampliação e Reforços, tem por objetivo apresentar a visão do ONS
sobre as ampliações e reforços da Rede Básica, necessárias para preservar a segurança e o
24
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

desempenho da rede, garantir o funcionamento pleno do mercado de energia elétrica e


possibilitar o livre acesso a todos os interessados em atuar na CCEE.

• Avaliação das Condições Futuras da Operação


Planejamento da Operação Energética
O Planejamento da Operação Energética, é elaborado com periodicidade anual e sujeito
a revisões quadrimestrais, nos fornece avaliações das condições de suprimento ao Sistema
Interligado Nacional sob o enfoque energético.
Os relatórios do plano e suas revisões apresentam resultados abrangendo um horizonte
de até 5 anos no futuro, analisando cenários de oferta e demanda.
Planejamento da Operação Elétrica - Anual
O planejamento da operação elétrica de médio prazo tem por objetivo realizar o
diagnóstico do desempenho do SIN, sob o ponto de vista de atendimento aos critérios e padrões
estabelecidos nos Procedimentos de Rede. Os estudos utilizam recursos de geração e rede de
transmissão existente e levam em conta a previsão de carga e o cronograma para a entrada em
operação de novos equipamentos de transmissão e geração, programados para o horizonte da
análise.
Curva de Aversão ao Risco
A Resolução nº109/2002 da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica estabeleceu
critérios e diretrizes para a política de operação energética e despacho de geração termelétrica
nos Programas Mensais de Operação realizados pelo ONS, bem como para a formação de
preço no mercado de energia elétrica.
Uma dessas diretrizes é a curva bianual de segurança, também denominada "curva de
aversão ao risco". Esta curva representa a evolução ao longo do período dos requisitos
mínimos de armazenamento de energia de um subsistema, necessários ao atendimento pleno
da carga, sob hipóteses pré-definidas de afluências, intercâmbios interregionais e carga, e com
toda a geração térmica (inclusive as térmicas emergenciais da CBEE) despachada em sua
produção máxima, de forma a se garantir níveis mínimos operativos ao longo do período. Na
figura abaixo pode-se visualizar a curva de Aversão da Região Nordeste.

25
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Fig 9- Curva de aversão ao Risco

8.6.1 Ampliações e Reforços na Rede Básica.

O ONS através do PAR, apresenta a visão do ONS sobre as ampliações e os reforços


da rede básica, necessários para preservar o adequado desempenho da rede, garantir o
funcionamento pleno do mercado de energia elétrica e possibilitar o livre acesso.
A partir dos estudos realizados durante a elaboração do PAR é que será constatada a
necessidade de se construir uma nova subestação, para que se mantenha a qualidade de
fornecimento de energia elétrica.
Por exemplo como obra proposta no PAR 2006-2008, encontra-se a construção da SE
Peixe-2 500kV, que terá como função fazer o seccionamento da LT 500 kV Gurupi – Peixe. A
implantação desta SE está relacionada com a necessidade de reforço no sistema receptor
Sudeste, que além dessa SE, será reforçado com a LT 500 kV Serra da Mesa – Luiziânia –
Paracatu – Emborcação – Nova Ponte – Estreito e a LT 500 kV Itumbiara – Nova Ponte – São
Gotardo – Bom Despacho. O reforço também contará com as Ses de Serra da Mesa 2 500 kV,
Itacaiunas 500 kV e Luiziania 500 kV, além da subestação de Estreito 500/345 kV.
Onde o principal benefício adquirido com a implantação dessa SE é aumentar o limite de
intercâmbio entre as regiões Norte/Nordeste e Sul/Sudeste.
O conjunto de obras propostas no PAR, visa de uma forma geral atender os limites de
trasmissão, entre as regiões do país, conforme a figura a seguir:

26
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Fig. 10 - Síntese da evolução dos limites de transmissão entre Regiões

O ONS através do PAR, especificamente referente aos anos de 2006-2008, apresenta


a proposta de ampliações e reforços na rede, bem como os reforços para as subestações de
fronteira - entre a rede básica e a rede de distribuição - que compõem a chamada rede básica de
fronteira, uma vez que esses reforços são necessários para o adequado desempenho do
sistema no horizonte considerado. Esses reforços serão implementados pelas concessionárias
de transmissão responsáveis, sem necessidade de autorização prévia da ANEEL, conforme § 2º,
art. 4º da Resolução Normativa nº 158/2005.
Será também função do ONS apresentar uma análise das condições de atendimento a
cada área geoelétrica do SIN realizada neste ciclo do PAR, bem como mostrar a evolução dos
limites de transmissão nas interligações inter-regionais.
Deverá ainda ser realizada uma avaliação da confiabilidade da rede básica, uma vez que
o objetivo principal é não ocorrer interrupções no fornecimento de energia elétrica.

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

8.7 Câmara de Comercialização de Energia Elétrica(CCEE)

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) foi criada pela lei 10.848 de
de 15 de março de 2004 e regulamentada pelo Decreto Nº 5.177, de 12 de agosto de 2004.
Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos e sob regulação e fiscalização da Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a CCEE tem por finalidade viabilizar a comercialização
de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN). A CCEE sucedeu ao Mercado
Atacadista de Energia Elétrica - MAE, criado pela Lei nº 10.433, de 24 de abril de 2002.

As principais atribuições da CCEE são:


ƒ Promover leilões de compra e venda de energia elétrica, desde que delegado pela
ANEEL;
ƒ Manter o registro de todos os Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente
Regulado (CCEAR) e os contratos resultantes dos leilões de ajuste, da aquisição de
energia proveniente de geração distribuída e respectivas alterações;
ƒ Manter o registro dos montantes de potência e energia objeto de contratos celebrados
no Ambiente de Contratação Livre (ACL);
ƒ Promover a medição e o registro de dados relativos às operações de compra e venda e
outros dados inerentes aos serviços de energia elétrica;
ƒ Apurar o Preço de Liquidação de Diferenças PLD do mercado de curto prazo por
submercado;
ƒ Efetuar a contabilização dos montantes de energia elétrica comercializados e a
liquidação financeira dos valores decorrentes das operações de compra e venda de
energia elétrica realizadas no mercado de curto prazo;
ƒ Apurar o descumprimento de limites de contratação de energia elétrica e outras
infrações e, quando for o caso, por delegação da ANEEL, nos termos da convenção de
comercialização, aplicar as respectivas penalidades;
ƒ Apurar os montantes e promover as ações necessárias para a realização do depósito,
da custódia e da execução de garantias financeiras relativas às liquidações financeiras
do mercado de curto prazo, nos termos da convenção de comercialização.

A CCEE é integrada por titulares de concessão, permissão ou autorização, por outros


agentes vinculados aos serviços e às instalações de energia elétrica, e pelos consumidores
livres.

28
Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Conclusão

O novo marco regulatório para o setor de energia estabelece um conjunto de regras para
o bom funcionamento do setor elétrico tendo como principais objetivos estabelecer regras claras
para a indústria de energia elétrica, garantir as tarifas mais baixas possíveis para o consumidor e
assegurar abastecimento de energia para evitar novos racionamentos.
O novo marco regulatório reorganiza o setor elétrico, possibilitando a retomada dos
investimentos na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, essenciais para o
desenvolvimento econômico do País.
Para atingir estes objetivos, o novo modelo do setor elétrico alterou a forma da compra
de energia pelas distribuidoras das geradoras, o mecanismo de repasse do custo desta energia
para as tarifas e as regras para licitação de novas usinas, e retomou para o Ministério de Minas e
Energia (MME) o planejamento do setor energético.
A compra de energia para os consumidores cativos passa a ser feita, exclusivamente,
por leilões. As novas usinas serão licitadas pelo critério de menor tarifa e, além disso, os
empreendimentos serão levados a leilão com o licenciamento ambiental aprovado, evitando
atraso de obras e garantindo a segurança no abastecimento.
As novas regras também asseguram a assinatura de contratos de compra de energia de
longo prazo para os vencedores dos leilões, servindo como um instrumento eficaz para a
obtenção de financiamento e possibilitando a redução do risco do investimento.
O novo modelo do setor elétrico é resultado de um amplo diálogo com os agentes do
setor elétrico.
Ao contrário da legislação anterior, o novo modelo do setor elétrico é um conjunto de
regras coesas e abrangentes, onde os principais instrumentos normativos são as leis e seus
decretos. Desta forma, o setor ganha mais estabilidade e se torna mais atrativo para novos
investimentos.

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Apêndice 1– Novo Modelo do Setor Elétrico

Referências Bibliográficas

[ 1 ] http://www.ons.org.br
[ 2 ] http://www.mme.gov.br
[ 3 ] http://www.aneel.gov.br
[ 4 ]http://www.cepel.br
[ 5 ] http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/10326.pdf
[ 6 ]http://www.institutomora.edu.mx
[ 7 ]http://www.presidencia.gov.br/casacivil
[ 8 ]http://www.epe.gov.br

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