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Universidade Federal do Ceará - UFC

Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Elétrica - DEE

Prof. Raimundo Furtado Sampaio


1. Introdução à proteção
2. Filosofia da proteção.
3. Princípios Fundamentais e Tipos de Relés.
4. Evolução dos Relés de Proteção.
5. Transformadores de Instrumentos.
6. Proteção de Linhas de Transmissão.
7. Proteções de Barramentos.
8. Proteções de Transformadores e Reatores.
9. Proteção de Alimentadores de Distribuição.
10. Proteção de Banco de Capacitores.
11. Proteção de Sistemas de Distribuição.
12. Proteção de Geradores e Motores.
13. Estudo e Coordenação do sistema de proteção
1. Configuração básica de um Sistema Elétrico de
Potência (SEP) e de uma Subestação (SE);
2. Princípios Básicos de Controle Sistemas para
Sistemas Elétricos.
3. Introdução a Sistema de Automação
 Estrutura de um SEP:
 Geração
 Transmissão
 Distribuição
 Objetivo

 Gerar, transmitir e distribuir energia elétrica atendendo a

determinados padrões de disponibilidade, qualidade, confiabilidade,

segurança e custos, com o mínimo impacto ambiental e pessoal.


 Proteção
 Cada elemento do sistema elétrico deve ser protegido através de um
sistema de proteção.

SE 1
Sistema de Geração SE 2
Sistema de Transmissão
Sistema de Distribuição
G D D D D

LT
C
 Sistema de Geração e Transmissão:
 Integração entre os Sistemas de Produção e Transmissão para
suprimento do Mercado Consumidor
 Sistema de Transmissão:
 Sistema de Transmissão e Distribuição Brasileiro:
 Abrange todas as redes e linhas de distribuição de energia elétrica
em tensão inferior a 230 kV, seja em baixa tensão (BT), média
tensão (MT) ou alta tensão (AT).
 Subestação:

Subestação: é o componente
responsável pela interconexão
entre as várias partes do
sistema elétrico (Sistemas de
Geração, Transmissão e
Distribuição de energia
elétrica).

SE 1
Sistema de Geração SE 2

Sistema de Transmissão
Sistema de Distribuição
G D D D D

LT

C
 Subestação:
 É uma parte do sistema de potência, concentrada em um dado
local, compreendendo primordialmente as extremidades de linhas
de transmissão e/ou distribuição, com os respectivos dispositivos
de manobra, controle e proteção, podendo incluir transformadores,
equipamentos conversores e/ou outros (NBR 5460, 1992).

SE 1 SE 2 LEGENDA:

G – Geração
G D D
LT
D D
D – Equipamento de Disjunção

SE 1 – Subestação Elevadora de Geração

SE 2 – Subestação Abaixadora de Transmissão


SE 3 SE 3 – Subestação Abaixadora de Distribuição

LT – Linha de Transmissão
LT
C D D D C – Carga ou Consumidor
 Tipos de Subestações:
 SE elevadora;

 SE abaixadora;

 SE distribuidora;

 SE secionadora;

 SE móvel, etc.
 Subestações:
 São compostas por conjuntos de elementos, com funções
específicas no sistema elétrico, denominados vãos (bays) que
permitem a composição da subestação em módulos.
 As SE distribuidoras, usualmente, são compostas pelos seguintes
vãos:
• Entrada de linha (EL);

• Saída de linha (SL);

• Barramentos de alta e média tensão (B2 e B1);

• Vão de transformação (TR);

• Banco de capacitor ou vão de regulação (BC) e

• Saída de alimentador (AL).

 Cada vão deve possuir dispositivos de proteção e equipamento de


disjunção com a finalidade de limitar os impactos proporcionados
por ocorrências no sistema elétrico.
LEGENDA:

 Diagrama Simplificado de uma Subestação: EL – Vão de entrada de linha

SL – Vão de saída de linha


SL EL
B1 – Barramento média tensão

B2 – Barramento alta tensão


Rsl TC Rel TC
TR – Vão de transformador
D D
B2 TSA – Trafo de Serviço Auxiliar

BC – Vão de regulação
D
AL – Vão de alimentação

D – Disjuntor

TC – Transformador de Corrente
Rb Rtd
Rti TR
TP – Transformador de Potencial
BC
TSA Rel – Proteção de EL
TC
D Rsl – Proteção de SL
D Rbc TC Rtd – Proteção diferencial do TR
B1
Rti – Proteção intrínseca do TR
TC Ral TC TC TC
Ral Ral Ral
Rb – Relé de bloqueio
D D D D
Rbc – Proteção do BC

AL AL AL AL Ral – Proteção do AL
 Linha de Transmissão:
 Transportam energia elétrica entre dois pontos de um sistema
elétrico.
 Os pontos de origem e destino de LTs em subestações são
denominados vão de saída de linha e vão de entrada de linha,
respectivamente.

SE 1 SE 2
LT

D D
 Vãos de Entrada e Saída de Linha:
 Nas entradas e saídas de linhas das subestação são normalmente
instalados pára-raios, transformadores de corrente, secionadores e
disjuntores.
 Barramentos de Subestações
 São condutores reforçados, geralmente sólidos e de impedância
desprezível, que servem como centros comuns de coleta e
redistribuição de circuitos.
 O tipo de barramento define a configuração do arranjo elétrico
da subestação em alta e média tensão.
 Principais tipos de barramentos:

 Barramento simples.

 Barramento simples seccionados.

 Barramento principal de transferências.

 Barramento em anel.

 Barramento de disjuntor e meio.

 Barramento duplo.
 Estrutura de Barramentos de Subestações:
 Vão de Transformação:
 O vão de Transformação (TR) é composto por transformador de
potência, elevador ou abaixador, cuja função principal é modificar
o nível de tensão entre o barramento de entrada e o barramento
de saída.
 Vão de Regulação:
 banco de capacitores

 compensador estático

 reguladores de tensão
 Vão de Alimentadores:
 Os Vãos de Saída de Alimentadores de uma subestação suprem
rede de distribuição que alimenta, diretamente ou por intermédio
de ramais, os primários dos transformadores de distribuição do
concessionário e/ou consumidor.
 Equipamentos de Proteção e Controle de uma SE
 Pára-raios;

 Relés;

 Disjuntores;

 Religadores;

 Secionadores fusíveis ou chaves fusíveis;

 Chave de Aterramento Rápido;

 Secionalizadores.

 Transformadores para Instrumentos


 Transformador de Potencial (TPC e TPI);

 Transformador de Corrente (TC).


 Serviços Auxiliares da Subestação
 Os serviços auxiliares (SA) são de grande importância para a
operação adequada e contínua da subestação.
 Dependendo da necessidade de maior ou menor confiabilidade
do sistema de comando, controle e proteção da subestação, se
faz necessária a redundância das fontes de alimentação dos
serviços auxiliares.
 Os equipamentos dos serviços auxiliares normalmente ficam
instalados na casa de comando da subestação.
 Os principais equipamentos instalados na casa de comando são:

 Quadro de Serviços Auxiliares CA.

 Quadro de Serviços Auxiliares CC.

 Quadro de Comando, Controle, Proteção e Supervisão.

 Sistema Digital da Subestação ou Unidade Terminal Remota –


UTR
 Sistema de comunicações.

 Retificador e Banco de Baterias.


 Serviços Auxiliares da Subestação
 As subestações possuem dois tipos de serviços auxiliares:

 Serviços Auxiliares em Corrente Alternada (CA)

 Serviços Auxiliares em Corrente Contínua (CC)


 Fontes dos Serviços Auxiliares CA
 Os serviços auxiliares em corrente alternada de uma subestação,
dependendo da necessidade de maior ou menor confiabilidade do
sistema de comando, controle e proteção, podem dispor de uma
ou mais fontes de alimentação, como:
•Transformador de Serviços Auxiliares (TSA)
•Grupo Motor-gerador
 Alimentação do TSA:
•Barramento de média tensão da SE;
•Secundário ou terciário do transformador de potência;
•Alimentador provindo de uma outra subestação.
 Cargas dos Serviços Auxiliares CA
 As principais cargas dos serviços auxiliares CA são:
 Sistema de ventilação forçada dos transformadores de
potência.
 Retificador.
 Comutador de Derivação sob Carga (CDC) dos
transformadores.
 Casa de comando.
 Tomadas e iluminação do pátio da subestação.
 Iluminação e aquecimento dos equipamentos de campo e
painéis de comando e proteção.
 Fontes dos Serviços Auxiliares CA
 Serviços Auxiliares CC
 Os serviços auxiliares em corrente contínua de uma subestação
normalmente são supridos através das seguintes fontes de
alimentação:
 Retificador/Carregador;

 Banco de Bateria.
 Serviços Auxiliares CC
 Retificador

 O retificador converte a corrente alternada (CA) fornecida pelo


transformador de serviços auxiliares, através do QSA CA, em
corrente contínua (CC), com a finalidade de alimentar as
cargas em corrente contínua da subestação e manter em
flutuação ou em carga o banco de baterias da subestação.
 Serviços Auxiliares CC
 Banco de Baterias
 O banco de baterias é ligado em paralelo com o
retificador/carregador funcionando em regime de flutuação,
mantendo assim a confiabilidade do sistema de controle, proteção
e automação da subestação.
 Cargas dos Serviços Auxiliares CC
 As principais cargas dos serviços auxiliares CC são:
 Sistema digital de automação da subestação;
 Sistema de telecomunicações;
 Dispositivos de controle e proteção (relés, controle de banco
de capacitores, etc);
 Equipamentos de disjunção (motores e bobinas de abertura e
fechamento dos equipamentos de disjunção);
 Iluminação de emergência da casa de comando e do pátio.
 Cargas dos Serviços Auxiliares CC
 Falta x Falha
 Falta:

 é uma ocorrência acidental e súbita, ou defeito, em um


elemento de um sistema elétrico, que pode resultar em falha
do próprio elemento e/ou de outros elementos associados.

 Falha:
 é o término da aptidão de um elemento do sistema elétrico
de desempenhar a função dele exigida.

 Defeito:
 segundo o ONS, é qualquer anormalidade detectada em uma
instalação/equipamento que não o impossibilite de
permanecer em funcionamento ou disponível para a
operação, mas que afete o grau de confiabilidade e/ou
desempenho especificado ou esperado para essa
instalação/equipamento.
 Defeito x Perturbação
 Perturbação ou Distúrbio:
 É o desligamento forçado de um ou mais componentes do
sistema elétrico, acarretando quaisquer das seguintes
conseqüências: corte de carga, desligamento de outros
componentes do sistema ou danos em equipamentos.

 Segundo, o ONS, também se caracteriza como perturbação a


variação de tensão ou freqüência fora dos limites, mesmo
não acarretando desligamento forçado (falha da proteção).
 Origem
 Interna
 Externa
 Natureza das Faltas
 Permanentes
 Transitórias
 Curto-circuito
 São todos os defeitos provocados por um contato entre um
condutor alimentado e a terra ou entre condutores e a terra ou
entre condutores.
 Características dos Curto-circuitos
 Condição anormal e indesejável, porém inevitável;
 Elevação brutal da corrente e considerável queda de tensão;
 Danifica equipamentos.
 Tipo de Curto-circuitos
 Trifásico;
 Trifásico à terra Trifásico à terra
Bifásico à terra
 Bifásico;
Fase-terra
 Bifásico à terra; Trifásico
 Fase-terra. Bifásico
Fase A
Fase B
Fase C
 Conseqüências de um Curto-circuito
 Aquecimento e avarias originadas pelo arco elétrico.
 Perigo para operadores próximos a equipamentos não
dimensionados para a intensidade da corrente de defeito.
 Esforços eletrodinâmicos que podem afetar a estrutura de barras
e conexões.
 Desequilíbrio das tensões e correntes nas três fases.
 Queda de tensão elevada que pode afetar o funcionamento de
máquinas, causar a perda da estabilidade do sistema elétrico.
 Efeitos indesejáveis do c.c. (caso persista)
 Redução da margem de estabilidade
 Danos a equipamentos
 Explosões
 Efeito cascata
 Formas de minimizar os efeitos
 Limitar o curto-circuito através da utilização reatores ou resistores.
 Utilizar materiais capazes de suportar os efeitos mecânicos e
térmicos dos curto-circuitos.
 Isolar o elemento defeituoso de forma rápida;
 Utilizar proteções adequadas.
 Formas de prevenção:
 Fazer manutenção preventiva;
 Utilizar procedimentos de operação adequado;
 Estudo de coordenação de isolamento (pára-raios);
 Proteção contra a ação de animais, poluição etc.
 Fazer estudo de Engenharia de Confiabilidade
 O Sistema Elétrico deve dispor de sistema de controle e proteção
que possa rapidamente detectar as condições anormais no sistema e
tomar as ações apropriadas.

 O sistema elétrico não é projetado para operar continuamente na


presença destes fenômenos e estas condições anormais a que está
submetido são indesejáveis e inevitáveis.

 Para reduzir e/ou evitar danos no sistema elétrico e perigo para os


seres humanos, bem como fornecer energia para os consumidores
de forma confiável, segura e com qualidade,.
 Sistema de Controle
 É a soma de diferentes tarefas que interagem com o processo e
com o operador.
AMBIENTE Componentes do Processo:
 Geradores
S  Linhas de transmissão
I  Serviços auxiliares
 Equipamentos
S PROCESSO
T
(SISTEMA ELÉTRICO)
E
M
A Componentes do Controle:
 Relés
CONTROLE  Controle de banco (CAC)
T DE  Automatismos
O PROCESSO  Sistemas de Automação
T  Sistemas de comunicação.
A
L

OPERADOR
 Formas de Controle
 Controle preventivo

 Ações de controle que visem a aumentar a segurança do


sistema.
 Controle corretivo

 Ações de controle que levam o sistema do estado de alerta


para o estado normal.
 Controle emergencial

 Ações de controle – desconexão de seção em falta, re-


direcionamento de potência ou corte de carga - que levam o
sistema ao estado normal ou de alerta
 Controle restaurativo

 Ações de controle para o restabelecimento da integridade do


sistema.
 Formas de Controle

FORMAS DE CONTROLE

MANUAL AUTOMÁTICO

LOCAL REMOTO • Função de Religamento


• Seletividade Lógica
• Atuação do relés
Equipamento SCADA • CAC Bco Capacitores
Disjunção Relé
 Hierarquia do Sistema de Automação – Evolução do Sistema de Controle
Nível 3
SCADA/COS
Nível 2 UTR - Exerce as funções
de controlar e monitorar
todos os componentes da
subestação e realizar a
comunicação local com
UCS o nível 1 e remota
com o nível 3

Nível 1 Relés Eletromecânicos ou


Estáticos
UCPs

Composto pelos vãos,


Nível 0 disjuntores e secionadores
Processo TPs, TCs
 Hierarquia do Sistema de Automação – Evolução do Sistema de Controle
Nível 3
SDA SCADA/COS
Nível 2
SCADA Controlar e monitorar
IHM todos os componentes da
subestação e realizar a
comunicação local com
UCS o nível 1 e remota
com o nível 3

Relés Núméricos
Nível 1 ou
Digitais
UCPs

Disjuntores, TPs, TCs,


Nível 0 Secionadores
Processo
 Hierarquia do Sistema de Automação – Evolução do Sistema de Controle
Nível 3
SDA SCADA/COS
Nível 2
SCADA Controlar e monitorar
IHM todos os componentes da
subestação e realizar a
comunicação local com
UCS o nível 1 e remota
com o nível 3

Relés Núméricos
Nível 1 ou
Digitais
UCPs

Disjuntores, TPs, TCs,


Nível 0 Secionadores
Processo
 Sistema de Automação
 Sistema de Automação
 Sistema de Automação
 Sistema de Automação – Sistema SCADA
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Tópico 2: Filosofia de Proteção

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