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Subestação Elétrica – Aula nº 2 1

Diagramas de subestações
O diagrama é a representação gráfica por meio de símbolos que
caracterizam um equipamento. Numa subestação, indica a quantidade de
equipamentos, suas funções e interligação. Num diagrama deve-se manter a
posição real dos equipamentos o mais próximo possível da realidade.
O diagrama deve possibilitar absoluta clareza a seus usuários,
facilitando a sua interpretação. Procure fazer traços bem definidos, usando
sempre ângulos retos nas derivações de barramentos, linhas de alimentação e
atuação.
Os diagramas podem ser unifilares, onde todos os condutores são
representados por um único traço, e multifilares onde cada condutor será
representado por um traço.
Os diagramas mais usados em subestação, podem ser completos,
simplificados ou específicos. Abordaremos alguns tipos:

a) Diagramas unifilares simplificados: indica somente o arranjo funcional


elétrico e a disposição dos principais equipamentos da SE. Assim, neste tipo de
diagrama, figuram os barramentos, transformadores de força, reguladores de
tensão, banco de capacitores, chaves seccionadoras, chaves fusíveis,
disjuntores, religadores, transformador de aterramento e chaves de aterramento
rápido. Em certos casos, alguns dos equipamentos citados não são indicados.

b) Diagramas unifilares completos: este diagrama além de indicar os


mesmos elementos do simplificado, mostra também outros detalhes de medição,
proteção e forma de atuação dos relés. Assim, teremos também tipos de TC´s,
TP’s, medidores, sistemas de proteção, para-raios, comunicação, a quantidade
dos equipamentos instalados, seu modo de operação e Inter travamentos. Em
última análise, num diagrama unifilar completo podemos saber tudo sobre a
subestação sob o ponto de vista funcional e elétrico, menos os aspectos físicos.

c) Diagramas unifilares operacionais: basicamente são diagramas iguais


aos simplificados, diferenciando deles apenas quanto a identificação dos
equipamentos de manobra (seccionadoras e disjuntores). Estes diagramas,
destinam-se ao planejamento e/ou orientação quanto às operações necessárias
de uma SE.

d) Diagramas funcionais ou elementares: este tipo de diagrama é


destinado a mostrar o funcionamento dos equipamentos existente de uma SE.
Geralmente estes diagramas mostram o funcionamento dos circuitos de
comando, sinalização e medição. Nos diagramas funcionais são indicados os
contatos (normalmente abertos ou fechados), elementos ativos (bobinas de
acionamento, motores, etc.), sinalizadores (lâmpadas, sirenes, etc.), fusíveis,
fontes de alimentação (CA ou CC).
e) Diagramas trifilares: são representações gráficas dos circuitos elétricos,
levando em consideração as três fases do sistema trifásico. Destinam-se a
detalhar principalmente as conexões das fases entre si e permitem uma
visualização da sequência de fase (faseamento). Embora pouco utilizados
servem para uma análise geral, mas tornam-se complexos e confusos quando
se tenta representar uma SE completa.

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f) Diagramas sinóticos: é uma espécie de diagrama unifilar simplificado,


utilizado sobre os painéis e mesas de comando, onde o operador pode visualizar
se os equipamentos de manobra se encontram abertos ou fechados.

Esquema de fiação: este tipo de esquema é utilizado para representar a


maneira com que os vários equipamentos ou aparelhos devem ser conectados
entre si. Geralmente estas conexões (fiação) tem início e término em réguas ou
bornes de ligação devidamente identificados. No esquema de fiação também
são indicados as bitolas e quantidades dos condutores, tornando mais fácil a
instalação, conferência ou correção das ligações.

Barramentos
É um dispositivo elétrico cuja finalidade é receber energia elétrica de uma
ou mais fontes na mesma tensão, e distribuir para uma ou mais cargas na
mesma tensão. É através do barramento que são feitas as conexões entre as
linhas de transmissão ou distribuição. Podem ser de tubos, barras metálicas ou
cabos de alumínio.

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Símbolo Denominação

Um exemplo de barramento duplo:

Barramento principal e de
transferência.

BP = Barramento principal.
BT = Barramento de transferência.

Pórtico
O pórtico de uma subestação é toda a estrutura metálica que suporta as
linhas de transmissão que chegam ou saem, assim como, os barramentos ali
existentes.
Às dimensões do pórtico depende da tensão do circuito a ele ligado devido
ao afastamento entre fases. Veja a tabela de dimensões conservativas:

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TENSÃO (kV) PÓRTICO ( m ) DISTÂNCIA FASE - F ASE ( m )

230 16 4
138 12 3
69 8 2
34,5 6 1,5
13,8 4 1
Tabela de dimensões conservativas

Exemplo de um pórtico de 230 kV quanto às dimensões conservativas.

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Disjuntores
É um dispositivo elétrico capaz de interromper a corrente elétrica com
carga, e inclusive condições de curto-circuito, sem sofrer os danos ocasionados
pelo arco voltaico e quando acoplado a relés, proporciona um perfeito sistema
de proteção aos circuitos a ele ligados.
Citarei alguns tipos de disjuntores usados em subestação:
- Disjuntor a óleo com grande - GVO

Disjuntores com grande volume de óleo e a gás, instalados num barramento de 230 kV.

- Disjuntor a óleo de pequeno volume

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- Disjuntor a gás “SF6”

Os dois primeiros diferem em vários aspectos, a começar pelas suas


dimensões. O disjuntor a volume reduzido de óleo possui uma tecnologia mais
sofisticada, sendo seu tempo de abertura dos contatos menor que o de grande
volume. Possui ainda a vantagem da facilidade de manutenção e manuseio
podendo ser extraível. Como desvantagem em relação ao de grande volume,
estão as manutenções que devem ser feitas com maior freqüência. O disjuntor
a gás, utiliza o gás SF6 (hexafluoreto de enxofre) como elemento para eliminar
o arco voltaico na chave. Trabalharemos somente com esses tipos de
disjuntores, por serem os mais utilizados, apesar de existir outros modelos no
mercado.

Disjuntores SF6 de 230 kV


- Disjuntor a ar comprimido
É um princípio de interrupção antigo, mas utilizado ainda hoje. Seu
mecanismo eletropneumático preenche duas funções simultaneamente:
proporcionar a operação mecânica do disjuntor através da abertura e
fechamento dos contatos, além de eliminar o arco voltaico através de ar
comprimido na pressão necessária para o funcionamento da chave interna. A
eliminação do arco se dá por meio de um jateamento de fluxo de ar comprimido
sobre o mesmo, sendo que após esse fluxo esse ar é descarregado na
atmosfera.

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Símbolo Denominação

Disjuntor (o símbolo vale para


todos os tipos)

Chaves Seccionadoras
É um dispositivo elétrico e/ou mecânico de manobra destinado a isolar um
circuito ou trecho de circuito ou um equipamento. Normalmente está intertravada
com um disjuntor, porque só pode ser aberta ou fechada quando esse disjuntor
estiver aberto, ou seja, na subestação a chave não pode ser operada quando há
circulação de corrente (carga).
Abertura de seccionadora com carga:

Quanto aos tipos construtivos e operação de chaves seccionadoras,


temos:

Abertura lateral ou vertical

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Dupla abertura lateral

Abertura central

Abertura central: as duas hastes condutoras são apoiadas nas colunas


isolantes laterais, fazendo-as girar lateralmente abrindo no centro. O movimento
de abertura e fechamento da lâmina é seccionada em duas partes fixadas ao
topo das colunas rotativas, ficando o contato macho na extremidade de uma das
partes da lâmina e a fêmea na outra. Pode ser montado na posição horizontal ou
vertical, sendo aplicadas para isolar circuitos, equipamentos, para by-pass
(passagem ao lado) ou como chave seletora.

Abertura lateral: as hastes condutoras abrem lateralmente. Sendo


composta por duas colunas de isoladores ligadas a uma única base, sendo o
contato fixo suportado por uma coluna fixa e o contato móvel por uma coluna
rotativa. O movimento de abertura ou fechamento da lâmina dá-se em um plano
lateral ou vertical. Podem ser montadas na posição horizontal, vertical ou
invertida, sendo aplicadas para isolar circuitos, equipamentos, para by-pass
(passagem ao lado) ou como chave seletora.

Abertura lateral ou vertical depende da montagem:

Dupla abertura lateral: as duas hastes condutoras são montadas sobre


uma coluna isolante que gira juntamente com o mecanismo de manobra. O
movimento de abertura ou fechamento do contato móvel dá-se num plano

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paralelo ao plano de montagem da base, através da rotação da coluna central.


Podem ser montadas na posição horizontal, vertical ou invertida, sendo
aplicadas para isolar circuitos, equipamentos, para by-pass (passagem ao lado)
ou como chave seletora.

Abertura vertical: as três colunas isolantes cujas hastes condutoras são


articuladas a partir de uma coluna intermediária abrindo verticalmente. O
movimento de abertura ou fechamento do contato móvel (lâmina) dá-se num
plano que contém o eixo longitudinal da base e é perpendicular ao plano de sua
montagem. Sua forma construtiva permite que a distância entre fases possa ser
reduzida ao mínimo permitido. Podem ser montadas horizontal, vertical ou
invertida, e são usadas para isolar circuitos e equipamentos, para by-pass
(passagem ao lado) ou como chave seletora.
Abertura vertical:

Quanto as funções das chaves seccionadoras na subestação, temos:


Desviar o fluxo elétrico “bay-pass” de equipamentos tais como disjuntores e
capacitores série com objetivos de manutenção ou por razões operativas; Isolar
equipamentos como disjuntores, capacitores série, barramentos,
transformadores ou isolamento de linhas em manutenção. Manobra de
barramentos em subestação.
Quanto ao tipo de comando, pode ser:
 Abertura por vara de manobra (unipolares);
 Por comando tripolar manual;
 Por comando tripolar motorizado.

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Disjuntor com seccionadoras bay pass


Chave seccionadora baipasse (passagem ao lado) em subestação é uma
ponte feita sobre um disjuntor. Utiliza-se a chave baipasse somente em casos
de manutenção e por curto espaço de tempo. Sua principal finalidade é isolar um
disjuntor sem interromper o fluxo de energia, sendo a ligação feita antes das
chaves seccionadoras do disjuntor, para possibilitar o seu isolamento em caso
de manutenção.

Símbolo Denominação

Chave baipasse em um disjuntor

52 – Número que representa os


disjuntores

01 – Numeração sequencial do
disjuntor no diagrama unifilar

Disjuntor de transferência
Em geral, nas Subestações de grande porte, cujo fornecimento de energia
elétrica não deve ser interrompido, mesmo em caso de avaria no disjuntor,
justifica-se a utilização de disjuntores de transferência.

Símbolo Denominação

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Disjuntor de transferência.

Tendo somente um disjuntor de transferência no barramento, ele deve ser


utilizado somente no período de manutenção de um outro disjuntor do
barramento, devendo estar sempre disponível para o uso.
Exemplo prático de um disjuntor de transferência ligado nos barramentos
principal “BP” e de transferência “BT”:

Supondo-se que o disjuntor 52-01 esteja ligado, para desligá-lo para uma
eventual manutenção, a sequência de operações utilizando-se o disjuntor de
transferência 52-04, seria:
1ª Operação: Fechar as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-
04;
2ª Operação: Fechar a chave 29-06 do baipasse;
3ª Operação: Fechar o disjuntor de transferência 52-04;
4ª Operação: Abrir o disjuntor 52-01;
5ª Operação: Abrir as chaves 29-05 e 29-07 do disjuntor 52-01.

Para fechar novamente o disjuntor 52-01, a operação deve ser inversa (da
5ª para a 1ª operação, trocando o abrir por fechar e vice-versa), lembrando que
nessa operação de manobra, a tensão deve sempre passar pelo disjuntor devido
ao arco voltáico, sendo que as chaves seccionadoras devem ser operadas
sempre sem tensão e após abertura do disjuntor.
Lembrete do professor: Nunca esquecer que a manobra de fechamento

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ou abertura de um barramento de subestação deve ser sempre realizada por


meio do disjuntor, que elimina o arco voltaico através do óleo, do gás, etc.

Disjuntor extraível
São utilizados em tensões até 69 kV e são facilmente removíveis do
circuito. No símbolo, as setas indicam que o equipamento pode ser retirado do
circuito, pois não possuem ligações permanentes. Para esse caso não há
necessidade de chaves seccionadoras para isolar o disjuntor. Em caso de
manutenção basta removê-lo do circuito. Quanto ao espaço que ocupa dentro
do pátio da SE, pois dependendo da disposição dos transformadores de corrente
sobre a estrutura, pode-se alcançar uma redução de espaço de até 45% em
comparação a uma subestação convencional.
Como vantagem principal do seu uso, além da redução de espaço tem a
clara visualização do seccionamento da linha e da posição do disjuntor.
As conexões elétricas entre o armário de comando e o disjuntor são feitas com
cabos altamente flexíveis. Através do uso de tomadas múltiplas evitam-se erros
de conexão e assim, o tempo de montagem se reduz consideravelmente.
Somente quando uma das posições finais - disjuntor inserido ou extraído - é
alcançada, é possível abrir e/ou fechar o disjuntor. O movimento com o disjuntor
fechado não é possível. Deste modo se evita uma operação errônea, equivalente
a abrir uma seccionadora em carga. A operação do disjuntor fica bloqueada no
caso de falha das chaves magnéticas ou interrupção do movimento do disjuntor
entre as posições conectado e desconectado.

Símbolo Denominação

Disjuntor extraível.

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