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CEFET-RN / CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO RN

UNED / UNIDADE DE ENSINO DESCENTRALIZADA DE MOSSORÓ


GERÊNCIA EDUCACIONAL DA GESTÃO TECNOLÓGICA
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CEP. 59.628-330 – Fone: (84) 315-2752

PROJETO DE INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO

CURSO: ELETROTÉCNICA TURMA: 2º MÓDULO


PROFESSOR: GILENO JOSÉ DE VASCONCELOS VILLAR
BASES TECNOLÓGICAS:
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO
DESENHO DE DIAGRAMAS E CROQUIS ELÉTRICOS

AGOSTO/2004
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

1 – O SISTEMA ELÉTRICO E SUAS ETAPAS


Um sistema elétrico, na sua concepção mais geral, é constituído pelos equipamentos e materiais
necessários para transportar a energia elétrica desde a usina geradora (fonte) até os pontos onde ela será
utilizada ou consumida (carga).
Etapas Básicas: Geração, Transmissão, Distribuição e Utilização (ou Consumo).
a) Geração de Energia Elétrica:
É desenvolvida nas usinas geradoras que produzem energia elétrica por transformação, a partir
das fontes primárias. As usinas podem ser classificadas em:
• Hidroelétrica, que utilizam a energia mecânica das quedas d’água;
• Termoelétricas, que utilizam a energia térmica da queima dos combustíveis (carvão, óleo
diesel, gasolina, gás natural etc.);
• Nucleares, que utilizam a energia térmica proveniente da fissão ou fusão nuclear (urânio,
plutônio, tório etc.).
b) Transmissão de Energia Elétrica:
Como os geradores são para potências elevadas (MW) e a tensão gerada é razoavelmente baixa
(kV), a corrente elétrica no gerador é de grande intensidade (kA). Portanto, se faz necessário que seja
construída perto da usina geradora uma subestação elevadora de tensão.
Dentro dessa subestação, são colocados os transformadores elevadores, que recebem dos
geradores as tensões, em geral, de 6,9 kV ou 13,8 kV e elevam-nas para as tensões de transmissão, que
são de 138 kV, 230 kV, 500 kV etc. Como a corrente produzida (pelos geradores) é muito alta,
inviabilizando o transporte até os centros de consumo, eleva-se a tensão (conseqüentemente, diminuindo
a corrente para um mesmo valor de potência) para que se faça a transmissão dessa energia a longas
distâncias através de torres de transmissão, com bitolas de condutores mais finas e menores perdas na
linha. Muitas vezes segue-se a transmissão uma etapa intermediária denominada de sub-transmissão, com
tensões um pouco mais baixas, normalmente 69 kV.
c) Distribuição de Energia Elétrica:
As linhas de transmissão alimentam subestações abaixadoras, geralmente situadas nos centros
urbanos; delas partem as linhas de distribuição primária. Estas podem ser aéreas, utilizando cabos nus, ou
subterrâneas, utilizando cabos isolados. As linhas de distribuição primária, com tensões de 13,8 kV,
alimentam indústrias e prédios de grande porte; e as linhas de distribuição secundária, com tensões de
220 V (entre fase e neutro) e 380 V (entre fases), alimentam os chamados pequenos consumidores:
residências, pequenos prédios, oficinas, pequenas indústrias etc.
d) Utilização da Energia Elétrica (Consumo):
Ocorre nas instalações elétricas, onde a energia é transformada pelos equipamentos elétricos em
energia mecânica, térmica ou luminosa, para ser finalmente utilizada.

2 – FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA


O fornecimento de energia elétrica pode ocorrer das seguintes maneiras:
a) Ligação Provisória: parques de diversões, circos, feiras, exposições, solenidades festivas,
vendedores ambulantes e obras públicas, com carga instalada até 50 kW e prazos preestabelecidos.
b) Ligação de Obras: efetuada com medição, sem prazo definido, para atendimento de obra de
construção civil ou reforma de edificação.
c) Ligação Definitiva: correspondem as ligações das unidades consumidoras com medição e em
caráter definitivo, de acordo com um dos padrões indicados nas Normas da Concessionária.

2.1 – Definições Importantes


Alguns dos termos técnicos mais utilizados em normas de fornecimento de energia elétrica:
Energia Elétrica Ativa: energia elétrica que pode ser convertida em outra forma de energia,
expressa em quilowatts-hora (kWh).
Energia Elétrica Reativa: energia elétrica que circula continuamente entre os diversos campos
elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em
quilovar-hora (kvarh).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Carga Instalada: Soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados na unidade
consumidora, em condições de entrar em funcionamento, expressa em quilowatts (kW).
Demanda: Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela
parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo
especificado.
Demanda Medida: Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no
intervalo de 15 minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).
Ponto de Entrega: Primeiro ponto de fixação dos condutores do ramal de ligação na propriedade
do consumidor. É o ponto até o qual a concessionária se obriga a fornecer energia elétrica, com a
participação nos investimentos necessários, responsabilizando-se pela execução dos serviços, pela
operação e pela manutenção.
Ramal de Ligação: Conjunto de condutores e acessórios instalados pela concessionária entre o
ponto de derivação da rede secundária e o ponto de entrega.
Ramal de Entrada: Conjunto de condutores, acessórios e equipamentos instalados pelo
consumidor, a partir do ponto de entrega até a medição.
Ramal Alimentador: Conjunto de condutores e acessórios instalados pelo consumidor, após a
medição para alimentação das instalações internas da unidade consumidora.
Subestação: Parte das instalações elétricas da unidade consumidora atendida em tensão primária
de distribuição que agrupa os equipamentos, condutores e acessórios destinados à proteção,
medição, manobra e transformação de grandezas elétricas.

2.2 – Definição da Tensão de Alimentação


Os alimentadores são definidos de acordo com a carga do consumidor e os níveis de tensão mais
utilizados na alimentação dos consumidores, são os mostrados abaixo:
1. Alimentação em Baixa Tensão:
• 220 V (Monofásico), Carga Instalada ≤ 15 kW
(Iluminação e Motores 1φ)
• 380/220 V (Trifásico), 15 kW < Carga Instalada ≤ 75 kW
(Iluminação e Motores 3φ)
2. Alimentação em Alta Tensão (Alta Tensão de Distribuição):
• 13,8 kV (Trifásico), 75 kW < Carga Instalada ≤ 2,5 MW
(Transformador ou Subestação Particular)
3. Alimentação em Alta Tensão (Tensão de Sub-Transmissão):
• 69 kV (Trifásico), Carga Instalada > 2,5 MW
(Subestação Particular)

Na área de concessão da COSERN, a energia elétrica disponível, para todo o Rio Grande do
Norte, tem as seguintes características: em BT = 380/220 V, 60 Hz, com sistema a 4 fios (3F + N).
em AT (MT) = 13,8 kV, 60 Hz, com sistema a 3 fios (3F).

OBSERVAÇÕES:
• Em instalações monofásicas não é permitida a utilização dos seguintes equipamentos:
1) máquina de solda com potência > 3 kVA
2) motores 1φ com potência > 3 cv
• Alimentação de motores 3φ com potência > 7,5 cv, necessariamente tem que ser realizada através
de chave de partida com redução da corrente (estrela-triângulo ou compensadora).

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FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA


PARA UMA UNIDADE CONSUMIDORA
ALIMENTADA EM BAIXA TENSÃO
(Exemplo do Padrão de Entrada) Rede de Distribuição Primária
Alta Tensão – AT

Conexões do Transformador

Ramal de Ligação
(da Concessionária) Transformador
de Distribuição

Rede de Distribuição Secundária


Baixa Tensão – BT
Ramal de Entrada
(do Consumidor)

Ponto de Entrega Condutor de Aterramento


(Limite) do Transformador
Quadro Geral de Entrada
(Medição e Proteção Geral)

Ramal Alimentador
(Quadro Terminal de Cargas)

Haste de Aterramento do Quadro Haste de Aterramento do Sistema


Geral da Unidade Consumidora Elétrico da Concessionária
(Neutro e Condutor Terra) (Neutro da Rede Secundária)

A instalação elétrica é uma das etapas extremamente importantes de uma construção (casas,
apartamentos, comércio, indústria etc.), portanto as instalações elétricas devem ser preocupação de todos
os profissionais envolvidos (engenheiros, técnicos e eletricistas) e usuários (proprietários e todos que
fazem uso da eletricidade). Porém, compete aos engenheiros e técnicos elaborarem os projetos de acordo
com as Normas vigentes (NBR 5410, NBR 5444, Normas e Padrões da Concessionária Local etc.).
A preocupação com a elaboração do projeto, com a execução correta das instalações e com a
utilização de componentes de boa qualidade, contribui diretamente para a conservação de energia.

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

3 – OS ÓRGÃOS OFICIAIS E AS NORMAS TÉCNICAS


ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica.
NB-3 - Surgiu em 1960 como resumo da norma americana (NEC - National Electrical Code).
NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão - Procedimentos.

3.1 – Norma NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão - Procedimentos:


⇒ Instalação elétrica de baixa tensão: é uma instalação que tem tensão igual ou inferior a 1.000 V em
corrente alternada (CA) ou 1.500 V em corrente contínua (CC).
⇒ Em 1990 foram feitas algumas alterações na NBR 5410:
Verificação Final da Instalação, antes da Alimentação (Certificado de Inspeção);
Condutor de Proteção (PE) ou Fio Terra (Terra);
Dispositivo a Corrente Diferencial-Residual (DR - Interruptor de Corrente de Fuga);
Extra-Baixa Tensão de Segurança (50 VCA ou 120 VCC).
⇒ Obrigatoriedade do uso da norma:
Lei Federal nº 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor (CDC)
Art. 39 - VIII: É vedado ao fornecedor de produtos e serviços colocar no mercado de consumo, qualquer
produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes, ou
se normas específicas não existirem, pela ABNT ou outra entidade oficial credenciada pelo
CONMETRO.
Art. 10 - O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou
deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

As normas técnicas brasileiras são elaboradas pela ABNT e registradas pelo Inmetro.
A NBR 5410 é uma norma de uso obrigatório no projeto, na execução e na manutenção de instalações
elétricas de baixa tensão em:
• estabelecimentos residenciais; • estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;
• estabelecimentos comerciais; • edificações pré-fabricadas;
• estabelecimentos de uso público; • trailers, campings, marinas e instalações análogas;
• estabelecimentos industriais; • canteiros de obras, feiras, exposições e instalações temporárias.

3.2 – Resolução nº 456/00 ANEEL / MME


A Resolução nº 456, de 29 de novembro de 2000, da Agência Nacional de Energia Elétrica,
estabelece de forma atualizada e consolidada, as Condições Gerais de Fornecimento de Energia
Elétrica.
Art. 3º. Efetivado o pedido de fornecimento à concessionária, esta cientificará o interessado:
I. da obrigatoriedade de:
a) observância, nas instalações elétricas da unidade consumidora, das normas expedidas pelos
órgãos oficiais competentes, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou outra
organização credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (CONMETRO), e das normas e padrões da concessionária, postos à disposição do
interessado;
..............................................................................................................................................................................
Art. 118. A concessionária deverá manter nas agências de atendimento, em local de fácil visualização e
acesso, exemplares desta Resolução e das Normas e Padrões da mesma, para conhecimento ou consulta
dos interessados.
Parágrafo único. A concessionária deverá fornecer exemplar desta Resolução,
gratuitamente, quando solicitado pelo consumidor.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

3.3 – Atender à Norma é Fundamental


A Norma fixa as condições mínimas exigíveis às instalações elétricas, a fim de garantir o seu
funcionamento perfeito, a segurança das pessoas e animais domésticos e a conservação dos bens.
Todo projeto elétrico é elaborado a partir de um projeto de engenharia civil (plantas, cortes e
detalhes), e deve seguir as recomendações da NBR 5410/97 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão -
Procedimentos, e a NBR 5444/86 - Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais.

3.4 – Falhas Mais Comuns nas Instalações Elétricas de Baixa Tensão


A seguir serão enumeradas as falhas mais comuns que são introduzidas nas instalações elétricas,
motivadas muitas vezes por negligência ou falta de conhecimento. São elas:
1. Ausência de Aterramento, ou Aterramento Inadequado;
2. Materiais que Não Atendem às Normas Técnicas;
3. Pontos de Luz e Tomadas de Corrente no Mesmo Circuito Terminal;
4. Emendas ou Conexões Malfeitas;
5. Instalação de Arandela em Substituição ao Ponto de Luz no Teto;
6. Previsão de Tomadas em Quantidade Insuficiente;
7. Falta de Coordenação entre Condutores e Dispositivos de Proteção;
8. Verificação Final das Instalações Não Realizada.

3.5 – Finalidade do Projeto Elétrico


O projeto visa, sobretudo, definir a melhor maneira de fornecer energia elétrica da rede de
distribuição (da concessionária local) até os pontos de utilização.

Situação 1 Situação 2
Energia Elétrica na PROJETO Energia Elétrica no
Rede de Distribuição Ponto de Utilização

4 – O PROJETO ELÉTRICO E SUAS ETAPAS

Projetar uma instalação elétrica para qualquer tipo de prédio ou local consiste essencialmente em
selecionar, dimensionar e localizar, de maneira racional, os equipamentos e outros componentes
necessários a fim de proporcionar, de modo seguro e efetivo, a transferência de energia elétrica desde
uma fonte até os pontos de utilização.
As etapas que devem ser seguidas num projeto de instalações elétricas prediais, válidas, em
princípio, para qualquer tipo de prédio (residencial, comercial, industrial etc.), são as seguintes:
a) Análise inicial;
b) Fornecimento de energia normal;
c) Quantificação da instalação;
d) Esquema básico da instalação;
e) Seleção e dimensionamento dos componentes;
f) Especificação e contagem dos componentes.

a) Análise inicial:
Etapa preliminar do projeto de instalações elétricas de qualquer prédio, constituindo em colher
os dados básicos para a execução do trabalho.
1. Estudo, com cliente e/ou arquiteto, de todos os desenhos constantes do projeto de arquitetura
– plantas, cortes, detalhes importantes etc.
2. Análise dos outros sistemas a serem implantados no local (hidráulico, tubulações, ar
condicionado etc.) e das características elétricas dos equipamentos de utilização previstos.
3. Tipos de linhas elétricas a utilizar.
4. Setores ou equipamentos que necessitam de energia de substituição.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

5. Resistividade.
6. Iluminação de emergência.
7. Localização da entrada de energia.
b) Fornecimento de energia normal:
Etapa que consiste na determinação das condições em que o prédio será alimentado com
energia elétrica.
1. Tensões de fornecimento.
2. Esquema de aterramento.
3. Padrão de entrada e medição a ser utilizada.
4. Nível de curto-circuito no ponto de entrega de energia.
c) Quantificação da instalação:
Etapa em que se determina a potência instalada e a demanda (Tabela).
1. Marcação dos pontos de luz (em planta).
2. Marcação dos pontos de tomadas de corrente e outros pontos de utilização (em planta).
3. Divisão da instalação em circuitos (Tabela).
4. Cálculo da potência instalada e da demanda (potência de alimentação).
d) Esquema básico da instalação:
Etapa que resultará em um esquema unifilar, onde estarão indicados os componentes principais
da instalação e suas interligações elétricas.
e) Seleção e dimensionamento dos componentes:
Etapa que seleciona e dimensiona todos os componentes que fazem parte do projeto elétrico,
desde a proteção até os condutores.
f) Especificação e contagem dos componentes:
Etapa responsável pela especificação técnica dos componentes e contagem dos mesmos.

5 – ELEMENTOS COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA

5.1 – Os Pontos Elétricos


Ponto elétrico é o termo empregado para designar aparelhos fixos de consumo. (ex. pontos de
luz, tomadas de corrente, interruptores etc.). Um centro de luz com seu respectivo interruptor constituem
dois pontos elétricos. Os pontos elétricos podem ser de dois tipos, conforme apresentados a seguir:
1. Ponto útil ou ponto ativo. É o dispositivo onde a corrente elétrica é realmente utilizada
(consumida) ou produz efeito ativo. (ex. receptáculo onde é colocada uma lâmpada ou
tomada onde se liga um aparelho eletrodoméstico).
Os principais pontos ativos são:
1. PONTO SIMPLES: Corresponde a um aparelho fixo (ex. chuveiro elétrico, uma só lâmpada ou
grupo de lâmpadas funcionando em conjunto).
2. PONTO DE DUAS SEÇÕES: (ex. duas lâmpadas ligadas independentemente uma da outra).
3. TOMADA SIMPLES: Quando nela pode-se ligar somente um aparelho. Em geral são de 15 A,
250 V (Existem tomadas para uso industrial, de 30 A, 440 V).
4. TOMADA DUPLA: Quando nela podem ser ligados simultaneamente dois aparelhos.
5. TOMADA COMBINADA: Quando, embora reunida numa só caixa, pode servir a finalidades
diversas. (ex. corrente para TV e antena).
6. TOMADA COM TERRA: Quando a tomada de corrente tem uma ligação auxiliar para
aterramento (o potencial da terra é zero em relação às pessoas).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

2. Ponto de comando. É o dispositivo por meio do qual se governa um ponto ativo. (ex.
interruptor, disjuntor, botões etc.).

Os pontos de comando podem ser constituídos por:


1. INTERRUPTOR SIMPLES OU UNIPOLAR: Acende ou apaga uma só lâmpada ou grupo de
lâmpadas funcionando em conjunto. Em geral são de 10 A, 250 V.
Observação: O dimmer é um dispositivo que permite variar a luminosidade de uma ou várias
lâmpadas incandescentes, girando-se um botão. Podem ser de 500 W/110 V e 1.000 W/220 V.
2. INTERRUPTOR DE DUAS SEÇÕES: Acende ou apaga separadamente duas lâmpadas ou dois
grupos de lâmpadas funcionando em conjunto.
3. INTERRUPTOR DE TRÊS SEÇÕES: Acende ou apaga separadamente três lâmpadas ou três
grupos de lâmpadas funcionando em conjunto.
4. INTERRUPTOR PARALELO (THREE-WAY): Operando com outro da mesma espécie,
acende ou apaga, de pontos diferentes, o mesmo ponto útil. Emprega-se em corredores, escadas
ou salas grandes, e em geral são de 10 A, 250 V.
5. INTERRUPTOR INTERMEDIÁRIO (FOUR-WAY): Colocado entre interruptores paralelos,
que acende e apaga, de qualquer ponto, o mesmo ponto ativo. É usado na iluminação de halls,
corredores e escadas de um prédio.

OBSERVAÇÃO: Os interruptores e tomadas de embutir são guarnecidos por placas ou espelhos.

5.2 – Os Condutores Elétricos (Fiação Elétrica)

No traçado do projeto de instalações elétricas é necessária a marcação dos fios contidos na


tubulação, para determinar-se o diâmetro da mesma e para orientar o trabalho da futura enfiação.

Os condutores de alimentação podem ser divididos em (ver Figura 6-1):

⇒ Condutores de circuitos terminais. Saem dos quadros terminais e alimentam os pontos de luz,
as tomadas e os aparelhos fixos.

⇒ Condutores de circuitos de distribuição. Ligam o barramento ou chaves do quadro de


distribuição ao quadro terminal.

⇒ Condutores de circuitos de distribuição principal. Ligam a chave geral do prédio ao quadro


geral de distribuição ou ao medidor.

Os condutores de alimentação que constituem os circuitos terminais classificam-se em:

A) FIOS DIRETOS. São os dois condutores (fase e neutro) que, desde a chave de circuito no
quadro terminal de distribuição, não são interrompidos, embora forneçam derivações ao
longo de sua extensão.
O fio neutro vai, sem exceção, diretamente a todos os pontos ativos.
O fio fase vai diretamente apenas às tomadas e pontos de luz que não dependem de
comando, aos interruptores simples e a somente um dos interruptores paralelos.
B) FIO DE RETORNO. É o condutor-fase que, depois de passar por um interruptor ou jogo de
interruptores, “retorna”, ou melhor, “vai” ao ponto de luz.
C) FIOS ALTERNATIVOS. São os condutores que só existem nos comandos compostos, e
que permitem, alternativamente, a passagem da corrente ou ligam um interruptor paralelo
(three-way) com outro intermediário (four-way).

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 6-1 – Diagrama básico de instalação de um edifício residencial ou comercial.

5.3 – As Cores dos Condutores

A NBR 5410 recomenda a adoção das seguintes cores no encapamento isolante dos condutores:

• Condutores Fases: preto, branco, vermelho ou cinza;

• Condutor Neutro: azul-claro;

• Condutor Terra: verde ou verde-amarelo.

No aterramento:

• Condutor PE: verde ou verde-amarelo;

• Condutor PEN: azul-claro.

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

6 – SIMBOLOGIA PADRONIZADA
(NBR 5444 – Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais)

Na elaboração de projetos de instalações elétricas, empregam-se símbolos gráficos para a


representação dos “pontos” e demais elementos que constituem os circuitos elétricos.
Tabela 6-1 – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.
A. Dutos e Distribuição:

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Tabela 6-1 (cont.) – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.

A. Dutos e Distribuição:

B. Quadros de Distribuição:

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Tabela 6-1 (cont.) – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.

C. Interruptores:

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Tabela 6-1 (cont.) – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.

D. Luminárias, Refletores e Lâmpadas:

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Tabela 6-1 (cont.) – Símbolos e convenções para projetos de instalações elétricas.

E. Tomadas:

F. Motores e Transformadores:

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7 – EMENDAS OU CONEXÕES EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


Nas instalações elétricas em geral, as emendas ou conexões são, na maioria das vezes,
inevitáveis. A sua execução pode trazer tanto problemas elétricos como mecânicos, por isso, sempre que
possível, devemos evitá-las. Outro agravante na execução das emendas é a perda em torno de 20% da
força de tração e de 20% da capacidade de condução de corrente elétrica. Por isso, para eliminar os
problemas com as emendas ou conexões é necessário executá-las obedecendo a certos critérios, que
permitam a passagem da corrente elétrica sem perdas de energia (perdas por efeito joule) e evitando
também, problemas inerentes à elevada densidade de corrente.

7.1 – Emendas de Condutores em Linha Aberta ou Externa (Instalações Aparentes)


CASO 1 – Emenda de Condutor em Prolongamento
Essa emenda consiste na união de condutores, permitindo o prolongamento da linha elétrica. A
sua utilização é recomendada em instalações de linha aberta ou externa (instalações elétricas aparentes).
A) Prolongamento entre Condutores Rígidos
PROCESSO DE EXECUÇÃO
1. Remova o isolante, aproximadamente 50 vezes o diâmetro d do condutor (Fig. 7-1).
2. Para remover o isolante proceda como mostram as figuras 7-2 e 7-3.
3. Cruze as pontas, formando um ângulo de 90º a 120º, aproximadamente (Fig. 7-4).

Fig. 7-1

Fig. 7-2 Fig. 7-3 Fig. 7-4

4. Segure os condutores com o alicate e inicie as primeiras voltas com os dedos (Fig. 7-5).
5. Finalize a primeira parte da emenda com auxílio de outro alicate (Fig. 7-6).

Fig. 7-5 Fig. 7-6


6. Inicie a segunda parte da emenda, segurando a primeira parte com o alicate (Fig. 7-8).
7. Dê o aperto final com o auxílio de dois alicates (Fig. 7-9).

Fig. 7-7 Fig. 7-8 Fig. 7-9


8. O aspecto final da emenda pode ser visto na figura 7-10.

Fig. 7-10
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

B) Prolongamento entre Condutor Rígido e Flexível


PROCESSO DE EXECUÇÃO
1. Remova a isolação de ambos os condutores conforme a figura 7-11.
2. Cruze os condutores, fazendo com que formem um ângulo de 90º entre si, e que o condutor flexível
fique afastado 20d da isolação do condutor rígido (Fig. 7-12).

Fig. 7-11
Fig. 7-12

3. Inicie a emenda pelo condutor flexível fazendo as espiras até completá-las (Fig. 7-13).
4. Com auxílio de um alicate universal, dobre o condutor rígido sobre o flexível (Fig. 7-14).

Fig. 7-13
Fig. 7-14
5. Dobre o condutor rígido como mostra a figura 7-15.
6. Segure o condutor rígido pelo olhal, com auxílio de um alicate de pressão, fazendo as espiras
conforme indicado na figura 7-16, até a conclusão da emenda.

Fig. 7-15 Fig. 7-16

7. Aspecto final da emenda (Fig. 7-17).

Fig. 7-17

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

C) Prolongamento entre Condutores Flexíveis


PROCESSO DE EXECUÇÃO
As figuras a seguir, indicam a seqüência de execução desse tipo de emenda.

Fig. 7-18
Fig. 7-19

Fig. 7-20

CASO 2 – Emenda de Condutor em Derivação


Esse tipo de emenda tem como objetivo unir o extremo de um condutor (RAMAL) numa região
intermediária do alimentador (REDE), a fim de possibilitar a alimentação de um ponto elétrico. A sua
utilização é recomendada em instalações de linha aberta ou externa (instalações elétricas aparentes).

A) Derivação entre Condutores Rígidos – Derivação Simples


PROCESSO DE EXECUÇÃO
As figuras a seguir, indicam a seqüência de execução desse tipo de emenda.

Fig. 7-21 Fig. 7-22

Fig. 7-23
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

B) Derivação entre Condutores Rígidos – Derivação com Trava


PROCESSO DE EXECUÇÃO
As figuras a seguir, indicam a seqüência de execução desse tipo de emenda.

Fig. 7-24 Fig. 7-25

Fig. 7-26
Fig. 7-27

Fig. 7-28 Fig. 7-29

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

C) Derivação de um Condutor Rígido com um Flexível


PROCESSO DE EXECUÇÃO
As figuras a seguir, indicam a seqüência de execução desse tipo de emenda.

Fig. 7-30 Fig. 7-31

Fig. 7-32

D) Derivação de um Condutor Flexível com um Rígido


PROCESSO DE EXECUÇÃO
As figuras a seguir, indicam a seqüência de execução desse tipo de emenda.

Fig. 7-33
Fig. 7-34

Fig. 7-35
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

7.2 – Emendas de Condutores em Caixas de Passagem/Derivação (Instalações Embutidas)

CASO 1 – Emenda de Condutor em Prolongamento


Esse tipo de emenda tem como objetivo o prolongamento do condutor ou a derivação do
mesmo, a fim de possibilitar a alimentação de um ponto elétrico. A sua utilização é recomendada em
instalações embutidas, onde as emendas ou conexões devem ser realizadas sempre dentro das caixas de
passagem ou derivação, e nunca no interior dos eletrodutos (por exemplo, no meio de um trecho).
A) Prolongamento entre Condutores Rígidos
PROCESSO DE EXECUÇÃO
As figuras a seguir, indicam a seqüência de execução desse tipo de emenda.

Fig. 7-36 Fig. 7-37 Fig. 7-38

1. Remova a isolação, aproximadamente 30 vezes o diâmetro d do condutor. Em seguida coloque-os


um ao lado do outro (Fig. 7-36).
2. Cruze os condutores, segurando-os com um alicate, fazendo com que formem um ângulo de 90º a
120º, aproximadamente (Fig. 7-37).
3. Continue segurando os condutores com auxílio de um alicate, e inicie as primeiras voltas (espirais)
com os dedos (Fig. 7-38).

Fig. 7-39
Fig. 7-40

4. Termine a emenda com auxílio de outro alicate (Fig. 7-39).


5. Aspecto final da emenda (Fig. 7-40).

Fig. 7-41

6. O travamento da emenda é dispensável, no entanto pode ser feito na impossibilidade da soldagem


(Fig. 7-41).

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7.3 – Olhal ou Ponta de Conexão


Quando se deseja conectar condutores rígidos e flexíveis diretamente aos bornes de elementos,
tais como interruptores, tomadas, receptáculos, dispositivos de proteção e controle, barramentos de
Quadros de Luz ou Quadros de Distribuição e outros, executa-se essa operação por meio de OLHAL.
As figuras 7-42, 7-43 e 7-44 mostram os procedimentos para a execução do olhal, bem como a
sua correta fixação.

Fig. 7-42

l = 2πR p + d c
Onde:
l = comprimento da circunferência do olhal, em mm.
Rp = raio do parafuso, em mm.
dc = diâmetro do condutor, em mm. Fig. 7-43
π = 3,14...

Notas: 1- O olhal deve ser colocado como indica a figura 7-44, com a
finalidade de que não se abra ao apertar o parafuso. 2- Caso o parafuso seja
do tipo não removível ou imperdível, deve-se elaborar um olhal semifechado
de maneira que permita colocá-lo debaixo da cabeça, dando a seguir, o
fechamento final do olhal com auxílio de um alicate de bico. 3- A fixação de
condutores flexíveis a elementos deve ser feita por meio de terminais
apropriados. Na impossibilidade de se usar terminais, deve-se estanhar o
condutor para manter os fios unidos no momento do aperto do parafuso.

Fig. 7-44
7.4 – Tipos de Conectores
Os conectores são dispositivos destinados a unir elétrica e mecanicamente dois ou mais
condutores entre si, ou um condutor a um borne de interruptores, tomadas, disjuntores etc. Os conectores
podem ser encontrados das mais variadas formas e tamanhos, destinados aos diversos tipos de serviços.
Para condutores com seção superior a 10 mm2, usam-se, com vantagem, os conectores.

Fig. 7-45 – Tipos de conectores. Fig. 7-46 – Conector para conexão bimetálica.
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O conector rápido isolante é confeccionado em polipropileno, tendo como característica isolar e


não propagar a chama. Possui internamente uma mola de aço em formato quadrado, a qual garante a
firmeza da conexão, unindo com facilidade dois ou mais condutores rígidos e/ou flexíveis, de seções
iguais ou diferentes, proporcionando excelente condutibilidade elétrica. O conector dispensa o uso de
soldas, alicate, chave de fenda e fita isolante.

Fig. 7-47 – Conector rápido. Fig. 7-48 – Instrução de uso (todos os modelos).

7.5 – Prensa-Cabos
São dispositivos com rosca, sendo utilizados para vedação de entradas de cabos em caixas de
derivação e outros aparelhos. Possui amplo campo de aplicações em indústrias químicas,
automobilísticas, naval, de máquinas e equipamentos, fabricantes de painéis e outras.

Fig. 7-49 – Vista em corte do prensa-cabos. Fig. 7-50 – Detalhes do prensa-cabos.

7.6 – Tipos de Solda


A solda é uma liga (mistura) de dois materiais: o ESTANHO e o CHUMBO; conforme a
proporção pode ser utilizada para a realização de diversos trabalhos.
É utilizada para unir condutores elétricos dando à emenda as seguintes propriedades:
• Boas condições de condutibilidade elétrica (bom contato elétrico);
• Impedir o processo de oxidação;
• Resistir melhor aos esforços mecânicos.
21
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

As ligas (misturas) de materiais usadas nos trabalhos de eletricidade para soldagem de emendas e
terminais, apresentam baixo ponto de fusão na proporção de 67% de estanho e 33% de chumbo. Com
esta proporção a solda se funde a uma temperatura de 170ºC. A solda pode ser encontrada com diversos
formatos, conforme apresentado nas figuras abaixo.

Fig. 7-51 – Forma de barra (≅35 cm). Fig. 7-52 – Solda em forma de fios.

A solda encontrada em forma de fios, cujo diâmetro varia entre 0,8 a 1,5 mm, que é a mais
usada em eletrônica, apresenta uma proporção de 60% de estanho e 40% de chumbo. Possui no seu
interior, um núcleo de resina que tem por finalidade facilitar a aderência da solda nos locais em que deve
ser aplicada.

7.7 – Cuidados ao se Efetuar uma Soldagem


1. Mantenha o ferro de soldar encostado numa emenda ou conexão pelo tempo estritamente necessário.
Caso ultrapasse esse tempo poderá haver o comprometimento da soldagem.
2. O aquecimento muito prolongado de uma emenda ou conexão aquecerá também o(s) condutor(es), e
poderá danificar sua isolação.
3. Utilize apenas a quantidade de solda necessária para se efetuar uma boa soldagem.

7.8 – Materiais Isolantes e Isolação de Emendas ou Conexões


Os materiais isolantes podem apresentar vários formatos: em forma de fita plana, longa, com
substância adesiva em um dos lados, ou de autofusão, ou ainda, em forma de tubo termocontrátil, ou seja,
ele se contrai ao ser submetido a uma determinada temperatura. Podem ser, também, em forma líquida.

CASO 1 – Isolar com Fita Isolante


PROCESSO DE EXECUÇÃO
1. Prenda a ponta da fita isolante à isolação do condutor (Fig. 7-53).
2. Inicie a primeira camada enrolando a fita isolante sobre a emenda, de modo que cada volta cubra
metade da volta anterior (Fig. 7-54).

Fig. 7-53 Fig. 7-54


3. Sem cortar a fita, retorne até completar a segunda camada (Fig. 7-55).
4. Aspecto final da isolação com fita isolante (Fig. 7-56).
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Fig. 7-55 Fig. 7-56

CASO 2 – Isolar com Isolante Tubular Termocontrátil


PROCESSO DE EXECUÇÃO
1. Introduza o isolante tubular termocontrátil na emenda ou conexão (Fig. 7-57).
2. Aplique calor acima de 115ºC, até que ocorra a contração do isolante termocontrátil (Fig. 7-58).
3. Aspecto final da isolação com isolante termocontrátil (Fig. 7-59).

Fig. 7-57 Fig. 7-58 Fig. 7-59

CASO 3 – Isolar com Isolante Líquido


PROCESSO DE EXECUÇÃO
1. Aplique o isolante líquido com o pincel até formar uma camada de pelo menos 1 mm (Fig. 7-60).
2. Aspecto final da isolação com isolante líquido (Fig. 7-61).

Fig. 7-60 Fig. 7-61

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8 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

8.1 – Evite Acidentes com Energia Elétrica


Centenas de pessoas - na maioria crianças - têm sido vítimas de acidentes, muitas vezes fatais,
pelo fato de tocarem imprudentemente em fios elétricos.
É fácil entender: ao tocar nos fios que conduzem eletricidade, a pessoa acaba servindo de
caminho para a passagem da corrente elétrica. Quando isso acontece, a força da eletricidade pode causar
graves queimaduras, ferimentos e até mesmo a morte.
Não permita que isso aconteça. Em seu próprio benefício, siga as orientações; procure
conversar e explicar a outras pessoas como evitar acidentes por choque elétrico.
A força da eletricidade deve servir para melhorar as condições de vida das pessoas e facilitar a
realização de tarefas importantes para a sociedade. Nunca para prejudicar e causar danos...

O QUE NÃO PODEMOS FAZER?

Nunca suba em postes.


Nem nos estais, que são os cabos de aço que seguram os postes.
E mais, jamais se aproxime de transformadores.
Sempre que for preciso, aja com segurança: chame a Companhia de Energia
de sua cidade.

Fig. 8-1

Nunca tente ligar as chaves elétricas que estão no alto dos postes.
Este é um serviço que só a Companhia de Energia de sua cidade pode
executar.

Fig. 8-2

Não toque em fios caídos no chão.


O melhor é nem se aproximar porque toda a terra em volta do fio
arrebentado poderá dar choque.
Chame a Companhia de Energia de sua cidade.

Fig. 8-3

Não se arrisque. Abaixe as barras do pulverizador ao passar sob fios


elétricos.
E se você estiver arando ou gradeando a terra na faixa da rede elétrica,
tome cuidado também para não danificar os estais.

Fig. 8-4
24
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Evite podar árvores que estejam perto da rede.


O motivo é simples: os galhos podados poderão cair sobre os fios,
provocando curto-circuito.
Quando for necessário podar, corte o perigo: chame a Companhia de
Energia de sua cidade.

Fig. 8-5

Não instale antena perto da rede elétrica.


Nenhum tipo de antena pode ficar perto de fios elétricos.
Instale-a sempre a uma distância no mínimo igual à altura da antena, pois
em caso de queda da antena a mesma não atingirá os fios da rede.

Fig. 8-6

Nunca empine papagaios ou pipas próximo aos fios da rede elétrica.


Nem utilize material metálico na confecção das pipas.
E se o tempo estiver úmido, procure outra distração.

Fig. 8-7

Cuidado ao deslocar andaimes próximos à rede elétrica.


Todo cuidado é pouco.
Encostar andaime, escada ou outro material nos fios elétricos pode ser fatal.

Fig. 8-8

Não faça construções nem plante árvores de grande porte sob os fios da
rede elétrica.
Para a sua segurança, a faixa de terreno embaixo da rede elétrica deve estar
sempre limpa e livre.

Fig. 8-9
Não queime lixo ou mato sob as linhas.
Nem perto delas. O fogo ou mesmo o excesso de calor danifica os cabos e
as estruturas, causando curto-circuito e interrompendo o fornecimento de
energia.

Fig. 8-10

A presença de água aumenta o choque.


Não ligue, nem desligue, aparelhos elétricos pela tomada, em lugares
úmidos, molhados ou se os pés estiverem molhados.

Fig. 8-11
25
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Evite fazer manutenção em qualquer equipamento elétrico quando ele estiver


ligado à tomada.
O choque elétrico é a “mordida da eletricidade”.
E pode ser fatal.

Fig. 8-12
Não troque lâmpadas penduradas no teto sem estar bem-amparado e o
disjuntor desligado.
A gravidade do acidente muitas vezes esta na queda ao chão e não apenas no
choque elétrico.
Segure a lâmpada sempre pelo bulbo, evitando tocar a rosca.
Utilize sempre escadas de madeira (ou cadeiras de plástico) e nunca escadas
metálicas.
Fig. 8-13

PERIGO! Não permita que crianças introduzam objetos nas tomadas.


Metais, corpo humano, solo, ar úmido e água, entre outros, são bons
condutores de eletricidade.

Fig. 8-14

Não ligue diversos aparelhos em uma mesma tomada.


O uso de “benjamins” (ou Tê) pode provocar sobrecarga nas tomadas de
corrente e a conseqüência é FOGO. Evite incêndios não sobrecarregando
a instalação elétrica.

Fig. 8-15

NUNCA entre em subestações.


Nas subestações, estão localizados vários equipamentos energizados, e
somente funcionários da Empresa de Energia de sua cidade, treinados, ou
pessoas autorizadas podem entrar nessas áreas.

Fig. 8-16

O QUE PRECISAMOS FAZER?

Para emendar fios elétricos.


Uma das maneiras consiste em usar conectores, feitos especialmente
para isso.
Outra, é agindo assim: desencape os fios a emendar, tirando o isolante;
cruze as pontas desencapadas e enrole uma sobre a outra.
Em seguida, é só cobrir (ISOLAR) a emenda com fita isolante.
Fig. 8-17
26
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

O chuveiro elétrico deve ser aterrado.


Se o chuveiro não tiver o fio terra, você corre o risco de tomar choque em
vez de banho.
Observe a sua correta ligação e, durante o banho, não mude a posição da
chave verão-inverno.

Fig. 8-18

Cercas que passam debaixo da rede têm de ser seccionadas e aterradas.


Para fazer isso, peça instruções à Companhia de Energia de sua cidade.

Fig. 8-19
Cercas eletrificadas.
Para sua utilização é necessário consultar a Companhia de Energia de sua
cidade.
Sua finalidade é manter animais numa área determinada (pastagens, curral
etc.) através de aparelhos eletrificadores.

Fig. 8-20

8.2 – Salvamento - O Que é Preciso Fazer


Em caso de acidentes com eletricidade, aja rápido: os primeiros 3 minutos após o choque
elétrico são vitais para a recuperação do acidentado.
Antes de qualquer coisa, observe se a rede elétrica que deu origem ao choque elétrico está
desligada. Em seguida, utilizando materiais que não conduzam eletricidade - madeira seca por exemplo -
procure afastar o acidentado da área eletrificada.
Se ele não estiver consciente, inicie imediatamente a respiração boca a boca, conforme as
instruções a seguir. Se for necessário, faça a massagem cardíaca.

A) Respiração Boca a Boca

1. Deite a vítima de costas e incline sua cabeça para trás.

Fig. 8-21

2. Remova dentaduras ou pontes móveis ou qualquer outro corpo


estranho da boca da vítima.
Fig. 8-22
27
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

3. Feche as narinas da vítima. Coloque sua boca com firmeza,


sobre a boca da vítima. Sopre até o peito da vítima se
encher.

Fig. 8-23

4. Libere a boca da vítima, deixando o ar sair livremente


Repita as operações 13 a 16 vezes por minuto.

Fig. 8-24

B) Massagem Cardíaca
1. Coloque a vítima deitada de costas sobre uma superfície plana e dura.
2. Coloque as mãos (somente a parte próxima ao punho) uma sobreposta à outra, na cavidade da
parte média do esterno.
3. Faça pressão com vigor, mantendo os braços esticados e usando seu próprio peso para
pressionar. Repita a operação 60 vezes por minuto.
• Se tiver que fazer respiração e massagem ao mesmo tempo, para cada 15 massagens, faça
2 respirações.
• Se o socorro for em dupla, para cada 5 massagens, faça 1 respiração.

Fig. 8-25 – Socorro realizado em dupla, com respiração boca a boca e massagem cardíaca.

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

9 – REPRESENTAÇÃO DOS DIAGRAMAS MULTIFILAR E UNIFILAR

Esquema Funcional: Apresenta todo o sistema elétrico e permite interpretar, com clareza e rapidez,
o funcionamento ou seqüência funcional dos circuitos. Neste esquema, mostra-se o equipamento
exatamente como ele é encontrado à venda no mercado, ou como ele é industrialmente fabricado.

Diagrama Multifilar: Representa todo o sistema elétrico, em seus detalhes, com todos os condutores,
sendo que nesta representação, cada traço é um fio que será utilizado na ligação dos componentes.

Diagrama Unifilar: Representa um sistema elétrico simplificado, que identifica o número de


condutores e representa seus trajetos por um único traço. Geralmente, representa a posição física dos
componentes da instalação, porém não representa com clareza o funcionamento e seqüência
funcional dos circuitos.

Esquema Funcional
N1

F1

N2

F2
T

Fig. 9-1 – Exemplo de um esquema funcional com lâmpada, interruptor e tomada.

Diagrama Multifilaarr Diagrama Unifilar


N1
F1
N2
F2
T

Fig. 9-2 – Diagramas multifilar e unifilar para o esquema funcional da Fig. 9-1.

29
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

9.1 – Detalhes do Posicionamento das Caixas de Passagem e do Trajeto dos Eletrodutos

As figuras apresentadas a seguir mostram de forma detalhada onde estão localizadas as caixas
de passagem, o quadro elétrico e o trajeto de todos os eletrodutos. As perspectivas cônica e cavaleira
apresentam o posicionamento dos pontos elétricos e mostram, com uma maior clareza, o
encaminhamento dos eletrodutos.

Fig. 9-3 – Perspectiva cônica (representação simplificada).

Fig. 9-4 – Perspectiva cavaleira (representação simplificada).


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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 9-5 – Instalações em eletrodutos (detalhamento das caixas de passagem).

Fig. 9-6 – Diagrama unifilar (representação utilizada nos projetos elétricos).

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

9.2 – Esquemas Fundamentais para Instalações de Lâmpadas, Interruptores e Tomadas

Os esquemas apresentados a seguir representam trechos constitutivos de um circuito de


iluminação e tomadas, e poderiam ser designados como “subcircuitos” ou circuitos parciais. O condutor-
neutro é sempre ligado ao receptáculo de uma lâmpada e à tomada. O condutor-fase alimenta o
interruptor e a tomada. O condutor de retorno liga o interruptor ao receptáculo da lâmpada.

Fig. 9-7 – Ponto de luz e interruptor simples, isto é, de uma seção.

Fig. 9-8 – Ponto de luz, interruptor de uma seção e tomada de 100 VA a 30 cm do piso.

32
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 9-9 – Ponto de luz no teto, arandela e interruptor de duas seções.

Fig. 9-10 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor simples.

Fig. 9-11 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções.
33
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 9-12 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções e tomada de 100 VA.

Fig. 9-13 – Lâmpada acesa por um interruptor de uma seção, pelo qual chega a alimentação.

Fig. 9-14 – Duas lâmpadas acesas por um interruptor de duas seções, pelo qual chega a alimentação.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 9-15 – Duas lâmpadas comandadas por interruptores independentes, de uma seção cada.

Fig. 9-16 – Ligação de uma lâmpada com interruptores three-way. Lâmpada apagada, circuito aberto.

Fig. 9-17 – Ligação de uma lâmpada com interruptores three-way. Lâmpada acesa, circuito fechado.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 9-18 – Three-way (interruptor paralelo), a alimentação chega pelo interruptor. Lâmpada apagada.

Fig. 9-19 – Ligação de uma lâmpada com dois interruptores three-way e um four-way.

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 9-20 – Lâmpada acionada por dois interruptores three-way (paralelos) e um four-way (intermediário).

Fig. 9-21 – Instalação de uma Minuteria em um corredor.


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9.3 – Minuteria (ou Telerruptor)

Por razões de economia, não é conveniente que as lâmpadas dos halls de serviço e sociais dos
prédios fiquem acesas durante toda a noite, e às vezes durante todo o dia, no caso dos halls sem
iluminação natural. Além disso, alguém poderia acender uma luz num hall e esquecer-se de apagá-la.

Emprega-se, por isso, um sistema que permite, com o acionamento de qualquer um dos
interruptores do circuito, ligar simultaneamente, por exemplo, as lâmpadas dos halls de todos os andares,
mesmo que seja de um único ponto de comando. Um aparelho denominado minuteria, após um certo
tempo, admitamos um minuto (ou um intervalo de tempo predeterminado), desliga as lâmpadas sob o seu
comando.

Fig. 9-22 – Instalação de uma Minuteria em uma escada.

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10 – ESTIMATIVA DE CARGA

10.1 – Iluminação:

1. No caso de residências e apartamentos, nos quais, em geral, se emprega a iluminação


incandescente, não há necessidade da elaboração de um projeto luminotécnico. Eventualmente
são previstas arandelas nas paredes ou sancas de luz indireta. Para a determinação das cargas
de iluminação pode ser adotado o seguinte critério:
a) Em cômodos ou dependências com área ≤ 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima
de 100 VA.
b) Em cômodos ou dependências com área > 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima
de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m2
inteiros (NBR 5410).
2. No caso de escritório, estabelecimento comercial e industrial, não se dispensa o projeto de
iluminação (projeto luminotécnico), principalmente se a iluminação for fluorescente ou a
vapor de mercúrio (ex. fábricas, armazéns, pátios de armazenamento etc.).

10.2 – Tomadas de Corrente:

Os aparelhos eletrodomésticos e as máquinas de escritório são normalmente alimentados por


tomadas de corrente.
As tomadas podem ser divididas em duas categorias:
A) TOMADAS DE USO GERAL (TUG´s): Nelas são ligados aparelhos portáteis como
abajures, enceradeiras, aspiradores de pó, liqüidificadores, batedeiras, televisores,
aparelhos de som etc.
B) TOMADAS DE USO ESPECÍFICO (TUE´s): Alimentam aparelhos fixos ou
estacionários, que embora possam ser removidos trabalham sempre num determinado
local. É o caso dos chuveiros elétricos, máquinas de lavar roupa, aparelhos de ar
condicionado etc.

O projetista escolherá criteriosamente os locais onde devem ser previstas as tomadas de uso
específico, e deverá prever o número de tomadas de uso geral que assegure conforto ao usuário.

Existem tabelas que indicam as potências nominais de aparelhos eletrodomésticos e que se


precisa conhecer para a elaboração da lista de carga.

10.3 – Número Mínimo de Tomadas de Uso Geral (TUG´s):

1. Residenciais (casas e apartamentos):


a) Cômodo ou dependência com área ≤ 6 m2, pelo menos 01 tomada.
b) Cômodo ou dependência com área > 6 m2, pelo menos 01 tomada para cada 5 m ou
fração de perímetro, uniformemente distribuídas.
c) Banheiros, 01 tomada junto ao lavatório (pia), no mínimo 60 cm do limite do boxe.
d) Cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias, 01 tomada para cada 3,5 m
ou fração de perímetro, sendo que acima de cada bancada (pia) com largura ≥ 30 cm,
deve ser prevista pelo menos 01 tomada.
e) Despensa, varandas, garagens e sótãos, 01 tomada no mínimo.

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

2. Comerciais:
a) Escritórios com área ≤ 40 m2, 01 tomada para cada 3 m ou fração de perímetro, ou
01 tomada para cada 4 m2 ou fração de área (adota-se o critério que conduzir ao
maior número de tomadas).
b) Escritórios com área > 40 m2, 10 tomadas para os primeiros 40 m2, acrescentando-se
01 tomada para cada 10 m2 ou fração de área restante.
c) Lojas, 01 tomada para cada 30 m2 ou fração, não computadas as tomadas destinadas
a lâmpadas, vitrines e demonstração de aparelhos.

10.4 – Potência a prever nas Tomadas:

1. Tomadas de Uso Específico (TUE´s). Adota-se a potência nominal (de entrada) do aparelho
a ser usado (Tabela 10-1). As tomadas de uso específico devem ser instaladas no máximo a
1,5 m do local previsto para o equipamento a ser alimentado.

2. Tomadas de Uso Geral (TUG´s) (valores mínimos).


a) Instalações Residenciais:
• Em banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço: 600 VA por tomada,
até 03 tomadas, e 100 VA para as demais.
• Outros cômodos ou dependências: 100 VA por tomada.
b) Instalações Comerciais:
• 200 VA por tomada.

Tabela 10-1 – Potências nominais típicas de aparelhos eletrodomésticos, segundo recomendações da


concessionária COSERN (sempre que possível utilizar informações dos fabricantes).

Equipamento Potência (Watt) Equipamento Potência (Watt)


Aparelho de Som 20 Forno microondas 1.320
Aspirador de pó 1.000 Mini-forno elétrico 900
Aquecedor de água 4.000 a 8.000 Freezer 200 a 400
Barbeador elétrico 60 Furadeira 360
Batedeira 100 a 300 Geladeira doméstica 260
Bebedouro 160 Liquidificador 290
Cafeteira elétrica 725 Lixadeira 1.700
Centrífuga 300 Máquina de costura 86
Chuveiro elétrico 3.800 Máquina de lavar louça 1.700
Circulador de ar 100 Máquina de lavar roupa 450
Ar cond. 7.000 BTU 900 Microcomputador +
650
Ar cond. 8.500 BTU 1.300 Impressora
Ar cond. 10.000 BTU 1.400 Moedor de alimentos 330
Ar cond. 12.000 BTU 1.600 Multiprocessador 400
Ar cond. 18.000 BTU 2.600 Pipoqueira 1.000
Ar cond. 21.000 BTU 2.800 Rádio relógio 5
Ar cond. 30.000 BTU 3.600 Rádio toca-fitas 16
Enceradeira 330 Sauna 5.000
Espremedor de frutas 140 Secador de roupa 890
Exaustor doméstico 300 Secador de cabelos 500 a 1.200
Faca elétrica 750 Televisor 75 a 300
Ferro elétrico 1.000 Torradeira 500 a 1.200
Ferro de solda 100 Ventilador portátil 60 a 100
Fogão residencial 9.150 Videocassete 35

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Demanda Provável = 12,60 kVA


e
Carga Instalada = 24,14 kW

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

11 – O QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO E SEU DIAGRAMA UNIFILAR

Um quadro de distribuição pode ser entendido como o “coração” de uma instalação elétrica, já
que distribui energia elétrica por toda a edificação e acomoda os dispositivos de proteção dos diversos
circuitos elétricos.

11.1 – Quantidade de Circuitos Elétricos


Antes da especificação técnica (tensão nominal, corrente nominal, capacidade de curto-circuito e
grau de proteção – segundo a NBR 6808), propriamente dita, de um quadro de distribuição, é preciso
dimensioná-lo, começando pela quantidade de circuitos que ele deverá acomodar – e obtendo-se, com
essa informação, uma primeira idéia das dimensões e do tipo de quadro.
A quantidade de circuitos de uma instalação elétrica depende, entre outros fatores, de sua
potência instalada, da potência unitária das cargas a serem alimentadas, dos critérios adotados na
distribuição dos pontos, do maior ou menor “conforto elétrico” previsto, do grau de flexibilidade que se
pretende e da reserva assumida visando futuras necessidades (crescimento da carga).
A NBR 5410 oferece um bom ponto de partida para essa definição. É verdade que o
posicionamento da norma, sobre quantidade de circuitos, se afigura bem mais explícito no campo das
instalações elétricas residenciais. Aliás, ela oferece aí várias regras que podem ser encaradas como o
receituário mínimo da instalação. Mas a utilidade desses critérios, sobretudo pela lição conceitual que
encerram, se estende muito além do domínio residencial.

11.2 – Capacidade de Reserva dos Quadros


Em seu artigo 6.5.9.2, a NBR 5410 estipula que todo quadro de distribuição, não importa se geral
ou de um setor da instalação, deve ser especificado com capacidade de reserva (espaço), que permita
ampliações futuras, compatíveis com a quantidade e tipo de circuitos efetivamente previstos inicialmente.
Esta previsão de reserva deve obedecer aos seguintes critérios:
a) Quadros com até 6 circuitos: prever espaço reserva para no mínimo 2 circuitos;
b) Quadros de 7 a 12 circuitos: prever espaço reserva para no mínimo 3 circuitos;
c) Quadros de 13 a 30 circuitos: prever espaço reserva para no mínimo 4 circuitos;
d) Quadros acima de 30 circuitos: prever espaço reserva para no mínimo 15% dos circuitos.
A norma frisa que a capacidade de reserva por ela indicada deverá ser considerada no cálculo do
circuito de distribuição que alimenta o quadro em questão.

11.3 – Localização do Quadro de Distribuição


O quadro de distribuição (QD) ou quadro de luz (QL) deve ser colocado:
1. Em locais de fácil acesso. Exemplo: cozinha, área de serviço e corredores.
2. E ... de preferência, o mais próximo possível do medidor.
3. Ou ... em locais onde haja maior concentração de cargas com potências elevadas, como por
exemplo: cozinhas, áreas de serviço, banheiros e ambientes onde possam existir aparelhos de
ar condicionado.

ATENÇÃO:
Nos cômodos como cozinha e áreas de serviço, observar para que a instalação do QD ou QL não
atrapalhe a colocação de armários. A sugestão para a sua instalação é atrás de portas, desde que não
seja porta de correr.
O QD ou QL não deverá ser instalado em locais onde existe a possibilidade de, por determinados
períodos, ficarem fechados com chave ou ser de alguma forma impossibilitado o acesso, como por
exemplo: quartos, sótãos, depósitos, porões e banheiros.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 11-1 – Quadro elétrico contendo dispositivos de proteção e barramentos de neutro e de terra.

11.4 – Partes Componentes de um Quadro de Distribuição

• Dispositivo de proteção geral;


• Barramentos de interligação das fases;
• Dispositivos de proteção dos circuitos terminais;
• Barramento de neutro;
• Barramento de proteção (terra);
• Estrutura: composta de caixa metálica, chapa de montagem dos componentes, isoladores,
tampa (espelho) e sobretampa.

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 11-2 – Diagrama unifilar de um quadro de distribuição de cargas.

Fig. 11-3 – Esquema de montagem do QD, com proteção geral através de Disjuntor DR (3F+1N).

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 11-4 – Esquema de montagem do QD, proteção geral com Interruptor DR (3F+1N) e Disjuntor (3F).

Fig. 11-5 – Esquema de montagem do QD, com proteção geral através de Disjuntor Termomagnético (3F).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

12 – DIMENSIONAMENTO DO CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO GERAL

12.1 – Potência Instalada (ou Carga Instalada)

A potência instalada (Pinst) ou potência nominal (Pn) de uma instalação elétrica ou de um circuito
elétrico é a soma das potências nominais dos equipamentos de utilização (inclusive tomadas de corrente)
pertencentes ao mesmo.

No projeto de instalações elétricas de baixa tensão de uma residência, a potência instalada pode
ser calculada pela fórmula a seguir: Pinst = Piluminação + PTUG´s + PTUE´s.
Piluminação – Potência instalada de iluminação.
PTUG´s – Potência instalada das tomadas de uso geral.
PTUE´s – Potência instalada das tomadas de uso específico.

12.2 – Fator de Demanda

O fator de demanda representa uma porcentagem de quanto das potências previstas serão
utilizadas simultaneamente no momento de maior solicitação de carga pela instalação. Este fator é
utilizado para não superdimensionar os condutores do circuito de alimentação geral, tendo em vista que
numa residência nem todas as lâmpadas e tomadas são utilizadas ao mesmo tempo.

A experiência do projetista e o conhecimento das circunstâncias que influem no fator de demanda


permitirão que seja encontrado um valor aplicável a cada contexto específico de instalação. No caso das
instalações elétricas residenciais o valor do fator de demanda pode ser determinado com o auxílio das
Tabelas 12-1 (a) e (b).

12.3 – Potência de Demanda (Demanda Provável ou Potência de Alimentação)

Na realidade, não se verifica o funcionamento de todos os pontos ativos simultaneamente, de


modo que não seria econômico dimensionar os alimentadores do quadro geral (situado no muro) ao
quadro terminal (situado dentro da casa), considerando a carga como sendo a soma de todas as potências
nominais instaladas. Portanto, considera-se que a potência realmente demandada pela instalação (Pd)
seja inferior à potência instalada (Pinst), e a relação entre ambas é designada como fator de demanda, que
se representa pela letra g. A potência de demanda (Pd) também é chamada de potência de alimentação
(Palim) ou de demanda máxima.

No projeto de instalações elétricas de baixa tensão de uma residência, a potência de demanda


pode ser calculada pela fórmula a seguir: Pd = (Piluminação + PTUG´s).g1 + PTUE´s .g2.
g1 – Fator de demanda para potência de Iluminação e TUG´s.
g2 – Fator de demanda para potência de TUE´s.

EXEMPLO:
Piluminação = 2.440 VA; PTUG´s = 7.900 VA; PTUE´s = 16.480 VA (Nº de TUE´s = 08).

Pinst = Piluminação + PTUG´s + PTUE´s = 2.440 VA + 7.900 VA + 16.480 VA.


Pinst = 26.820 VA x 0,9 = 24.138 W = 24,14 kW.

Pd = (Piluminação + PTUG´s) x g1 + PTUE´s x g2.


(Piluminação + PTUG´s) = (2.440 VA x 1,0 + 7.900 VA x 0,8) = 8.760 W, pela tabela 12-1 (a) temos g1 = 0,31.
NºTUE´s = 08, pela tabela 12-1 (b) temos g2 = 0,57.
Pd = (2.440 VA + 7.900 VA) x 0,31 + 16.480 VA x 0,57 = 10.340 VA x 0,31 + 16.480 VA x 0,57.
Pd = 3.205,4 + 9.393,6 = 12.599,0 VA = 12,60 kVA.

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Tabela 12-1 – Fator de demanda para (a) potências de iluminação + tomadas de uso geral – TUG´s e
(b) para tomadas de uso específico – TUE´s em um projeto de instalações elétricas residencial.

Potência (W) g1 Número de g2 Número de g2


0 a 1.000 0,86 TUE´s TUE´s
1.001 a 2.000 0,75 01 1,00 11 0,49
2.001 a 3.000 0,66 02 1,00 12 0,48
3.001 a 4.000 0,59 03 0,84 13 0,46
4.001 a 5.000 0,52 04 0,76 14 0,45
5.001 a 6.000 0,45 05 0,70 15 0,44
6.001 a 7.000 0,40 06 0,65 16 0,43
7.001 a 8.000 0,35 07 0,60 17 0,41
8.001 a 9.000 0,31 08 0,57 18-19-20 0,40
9.001 a 10.000 0,27 09 0,54 21-22-23 0,39
Acima de 10.000 0,24 10 0,52 24-25 0,38
(a) Iluminação + TUG´s (b) TUE´s

12.4 – Dimensionamento da Proteção Geral, dos Condutores do Ramal de Ligação e dos


Eletrodutos da Entrada de Energia dos Consumidores da COSERN
Tabela 12-2 – Padrão da COSERN para circuitos alimentadores de instalações elétricas residenciais.

TIPO DO CARGA DEMANDA PROTEÇÃO RAMAL DE ENTRADA ELETRODUTO


ALIMENTADOR INSTALADA PROVÁVEL [Disjuntor [Condutor Mínimo] RÍGIDO
[PInstalada] [PAlimentação] Máximo] (mm2) [PVC/AÇO]
(kW) (kVA) (A) Fase Neutro (mm - Polegadas)
C≤4 20
4<C≤6 30 6
MONOFÁSICO 6 < C ≤ 8 — 40 32 mm
8 < C ≤ 11 50 10
11 < C ≤ 15 70 16
D ≤ 16 25
6
16 < D ≤ 22 35
22 < D ≤ 26 40 10 50 mm
TRIFÁSICO 15 < C ≤ 75
26 < D ≤ 39 60 16
39 < D ≤ 50 80 25
50 < D ≤ 71 110 35 25 60 mm

13 – DIVISÃO DOS CIRCUITOS TERMINAIS


A divisão da instalação elétrica em circuitos terminais segue critérios estabelecidos pela
NBR 5410. Deve-se procurar dividir os pontos ativos (luz e tomadas) de modo que a carga, isto é, que a
potência se distribua, tanto quanto possível, uniformemente entre as fases do circuito alimentador
principal, e de modo que os circuitos terminais tenham aproximadamente a mesma potência. Além disso,
deve-se atender aos critérios especificados a seguir.

13.1 – Objetivos da Divisão da Instalação em Circuitos


A divisão da instalação em circuitos terminais tem os seguintes objetivos:
1. Limitar as conseqüências de uma falta, quando ocorrerá apenas o desligamento do circuito defeituoso;
2. Facilitar as verificações, os ensaios e a manutenção;
3. Evitar os perigos que possam resultar da falha de um circuito único, como no caso de iluminação.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

13.2 – Critérios para a Divisão da Instalação em Circuitos Terminais


Os circuitos terminais devem ser divididos pela função dos equipamentos que alimentam. Em
particular, devem ser previstos circuitos distintos para: ILUMINAÇÃO e TOMADAS;
Devem ser previstos circuitos individuais para tomadas de uso geral (TUG´s) da cozinha, copa-
cozinha e área de serviço;
Para cada equipamento eletrodoméstico fixo corresponde uma tomada de uso específico (TUE);
Devem ser previstos circuitos independentes para equipamentos de corrente nominal superior a 10 A;
Limitar em 2.200 VA (no caso de 220 V) a potência nominal máxima dos circuitos, exceto para os
circuitos exclusivos das TUE´s;
Cada circuito partindo do quadro terminal de distribuição deve sempre que possível ser projetado para
corrente de 15 A, podendo chegar a 20 A e, no caso de chuveiros e torneiras elétricas em circuito
fase-neutro, para correntes nominais ainda maiores;
Cada circuito deve ter seu próprio condutor neutro;
Um condutor de proteção (terra) pode ser comum a vários circuitos (respeitando-se a seção nominal);
Sempre que possível, deve-se projetar circuitos independentes para: quartos (ambientes íntimos),
salas (ambientes sociais) e cozinhas (dependências de serviço).
Para unidades residenciais, a norma francesa NFC 15-100 recomenda um máximo de 8 pontos para os
circuitos terminais de iluminação e de tomadas (adotaremos um máximo de 10 a 12 pontos ativos);
Nas instalações alimentadas com duas ou três fases, as cargas devem ser distribuídas entre as fases, de
modo a obter-se o maior equilíbrio possível (principalmente durante a utilização dos equipamentos).

Observações Importantes:
Se os circuitos ficarem muito carregados, os condutores adequados para suas ligações irão resultar em
uma seção nominal (bitola) muito grande, dificultando:
• a colocação dos condutores dentro dos eletrodutos;
• as conexões terminais dos interruptores e das tomadas.
Sempre que possível a seção nominal dos condutores deve ser menor ou igual a 4 mm2.

14 – CÁCULO DA INTENSIDADE DA CORRENTE


No projeto de instalações elétricas, para se poder dimensionar os condutores e dispositivos de
proteção, deve-se calcular previamente a intensidade da corrente elétrica que por eles irá passar.
Podemos distinguir duas conceituações para a corrente elétrica, aplicáveis ao caso.

14.1 – Corrente Nominal (In)


É a corrente consumida pelo equipamento de utilização, de modo a operar segundo condições
prescritas em seu projeto de fabricação que, em muitos casos, vem indicada na plaqueta fixada na carcaça
do equipamento. Quando isto não ocorre, deveremos calcular a corrente nominal In, conforme veremos a
seguir, usando para este cálculo as informações da Tabela 14-1.
Dependendo do tipo de circuito, poderá ser utilizada uma das equações a seguir:

Resistivos
(Lâmpadas Pn Pn
In = In =
Circuitos incandescentes e VF VL
Monofásicos resistências)
F + N; F + F;
2F + N Indutivos Pn Pn
(Reatores e In = In =
motores) VF ⋅ cos ϕ ⋅ η V L ⋅ cos ϕ ⋅ η

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Equilibrados Pn
In =
(3F) 3 ⋅ VL ⋅ cos ϕ ⋅ η
Circuitos
Trifásicos
Desequilibrados Pn
In =
(3F + N) 3 ⋅ VF ⋅ cos ϕ ⋅ η

In – Corrente nominal do equipamento ou circuito em A.


Pn – Potência elétrica nominal do equipamento ou circuito em W.
VF – Tensão de fase ou diferença de potencial entre fase e neutro (220 V).
VL – Tensão de linha ou diferença de potencial entre fases (380 V).
η – Rendimento do equipamento em %.
cosϕ – Fator de potência do equipamento ou do circuito.

Tabela 14-1 – Valores típicos para o fator de potência e o rendimento, a ser utilizados na falta de dados
específicos do fabricante. Para os equipamentos de uso mais comum em instalações elétricas residenciais.
EQUIPAMENTOS cos θ Rendimento η
ILUMINAÇÃO
Incandescente 1,0 1,0
Mista 1,0 1,0
COM APARELHOS NÃO-COMPENSADOS
(baixo fator de potência - cos θ)
Fluorescente
com starter - 18 a 65 W 0,50 0,60 a 0,83
partida rápida - 20 a 110 W 0,50 0,54 a 0,80
Vapor de mercúrio
220 V - 50 a 1.000 W 0,50 0,87 a 0,95
Vapor de sódio a alta pressão
70 a 1.000 W 0,40 0,90
Iodeto metálico
220 V - 230 a 1.000 W 0,60 0,90 a 0,95
380 V - 2.000 W 0,60 0,90
COM APARELHOS COMPENSADOS
(alto fator de potência - cos θ)
Fluorescente
com starter - 18 a 65 W 0,85 0,60 a 0,83
partida rápida - 20 a 110 W 0,85 0,54 a 0,80
Vapor de mercúrio
220 V - 50 a 1.000 W 0,85 0,87 a 0,95
Vapor de sódio a alta pressão
70 a 1.000 W 0,85 0,90
Iodeto metálico
220 V - 230 a 1.000 W 0,85 0,90 a 0,95
380 V - 2.000 W 0,85 0,90
MOTORES (trifásicos, com rotor de gaiola)
até 600 W 0,50 —
de 1 a 4 CV 0,75 0,75
de 5 a 50 CV 0,85 0,80
mais de 50 CV 0,90 0,90
RESISTORES (aquecimento elétrico) 1,0 1,0
50
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14.2 – Corrente de Projeto (Ip)

É a corrente que um circuito de distribuição ou terminal deve transportar, operando em condições


normais, quando não se espera que todos os equipamentos a ele ligados estejam sendo utilizados, isto é,
que funcionem simultaneamente.

Normalmente não estarão funcionando todos os equipamentos da instalação, principalmente os


que atuam ligados a tomadas, de modo que se pode considerar no dimensionamento dos alimentadores
uma corrente inferior (Ip), uma vez que a potência demandada é inferior à potência instalada. A corrente
de projeto Ip é calculada multiplicando-se a corrente nominal, correspondente à potência nominal, pelos
seguintes fatores:
f1 = g = fator de demanda. Aplicável a circuitos de distribuição (entre o quadro geral e o quadro
terminal). Não se usa em circuitos terminais, a partir do último quadro de distribuição.
f2 = fator de utilização. Decorre do fato de que nem sempre um equipamento é solicitado a
trabalhar com sua potência nominal. Isto acontece normalmente com motores e não deve ser
considerado como aplicável a lâmpadas e tomadas, aparelhos de aquecimento e de ar
condicionado. Para estes casos, f2 = 1, isto é, a potência utilizada é igual à potência nominal. Na
falha de indicações mais rigorosas quanto ao comportamento dos motores, pode-se adotar, para o
caso em questão, f2 = 0,75.
f3 = fator de crescimento de carga. Fator que leva em consideração um aumento futuro de carga
do circuito alimentador. Quando não se for prever nenhum aumento, f3 = 1.
f4 = fator aplicável a circuitos de motores. Na determinação de f4 costuma-se acrescentar 25% à
carga do motor de maior potência.
Pode ser calculada pela equação apresentada a seguir:
Ip = In . f1 . f2 . f3 . f4

Observação Importante:
Nos circuitos terminais devem ser considerados os valores apresentados abaixo:
f1 = f2 = f3 = f4 = 1,0. Logo, para os circuitos terminais Ip = In.

15 – OS CONDUTORES ELÉTRICOS

Condutor elétrico é um corpo constituído de material bom condutor, destinado à transmissão da


eletricidade. Em geral é de cobre eletrolítico e, em certos casos, de alumínio.

Fig. 15-1 – Fio: é um condutor sólido, maciço, em geral de seção circular, com ou sem isolamento.

Fig. 15-2 – Cabo: é um conjunto de fios encordoados, não isolados entre si.

Os cabos podem ser isolados ou não (cabo nu), conforme o uso a que se destina. São mais
flexíveis que um fio de mesma capacidade de carga.

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Com freqüência, os eletrodutos conduzem os condutores de fase, neutro e terra, simultaneamente.


Esses condutores são eletricamente isolados com um revestimento de material mau condutor de
eletricidade, e que constitui a isolação do condutor. Um cabo isolado é um cabo que possui isolação.
Além da isolação, recobre-se com uma camada denominada cobertura quando os cabos devem ficar em
instalação exposta, colocados em bandejas ou diretamente no solo.

Isolação - É aplicada sobre o condutor com a finalidade de isolá-lo eletricamente do ambiente que o
circunda ou de outros condutores próximos (instalados no mesmo eletroduto).
Ex: Cloreto de Polivinila (PVC), Polietileno (PE).

Fig. 15-3 – Diferenças entre isolação e isolamento.

Cobertura - É um invólucro externo não metálico e contínuo, sem função de isolação, destinado a
proteger o fio ou cabo contra influências externas.

Fig. 15-4 – Visualização da 1ª camada de isolação e da 2ª camada de cobertura, em um fio e em um cabo.

Os cabos podem ser:


• unipolares, quando constituídos por um condutor de fios trançados com cobertura
isolante protetora;
• multipolares, quando constituídos por dois ou mais condutores isolados, protegidos por
uma camada protetora de cobertura comum.

Fig. 15-5 – Exemplo de um cabo unipolar.

Fig. 15-6 – Exemplo de um cabo multipolar (com três condutores).


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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

15.1 – Tipos de Condutores

Trataremos especificamente dos condutores para baixa tensão (0,6 kV – 0,75 kV – 1 kV).
Em geral, os fios e cabos são designados em termos de seu comportamento quando submetidos à
ação do fogo, isto é, em função do material de sua isolação e cobertura. Assim os cabos elétricos podem
ser classificados em quatro grandes categorias:
(1) Propagadores de chama – São aqueles que entram em combustão sob a ação direta da chama e a
mantém mesmo após a retirada da chama. Tais cabos podem contribuir para o desenvolvimento e a
propagação dos incêndios.
Ex - Etilenopropileno (EPR) e o Polietileno reticulado (XLPE).
(2) Não propagadores de chama – Removida a chama ativadora, a combustão do material cessa. A chama
se auto-extingue após cessar a causa ativadora da mesma.
Ex - Cloreto de polivinila (PVC) e o neoprene.
(3) Resistentes à chama – Mesmo em caso de exposição prolongada, a chama não se propaga ao longo do
material isolante do cabo.
Ex - Sintenax Antiflam, da Pirelli e o Noflam BWF 750 V, da Ficap.
(4) Resistentes ao fogo – São materiais especiais incombustíveis, que permitem o funcionamento do
circuito elétrico mesmo em presença de um incêndio (exposição à chama direta, 750 ºC, por 3 horas). Tais
cabos são particularmente utilizados para circuitos de segurança e sinalizações de emergência.

15.2 – Seções Mínimas dos Condutores

• Em instalações residenciais só podem ser empregados condutores de cobre, exceto condutores de


aterramento e proteção.
• Em instalações comerciais é permitido o emprego de condutores de alumínio com seções iguais ou
superiores a 50 mm2.
• Em instalações industriais podem ser utilizados condutores de alumínio, desde que sejam obedecidas
simultaneamente as seguintes condições:
• Seção nominal dos condutores seja ≥ 16 mm2.
• Potência instalada seja igual ou superior a 50 kW.
• Instalações e manutenção qualificadas.

Tabela 15-1 – Seções mínimas dos condutores.

Tipo de Instalação Utilização do Circuito Seção mínima do condutor


(mm2) - Material
Circuitos de iluminação 1,5 - Cu
16 - Al
Cabos Circuitos de força 2,5 - Cu
isolados (Tomadas de corrente) 16 - Al
Instalações Circuitos de sinalização e 0,5 - Cu
fixas em circuitos de controle
geral Circuitos de força 10 - Cu
Condutores 16 - Al
nus Circuitos de sinalização e 4 - Cu
circuitos de controle
Para um equipamento específico Como especificado na
norma do equipamento
Ligações flexíveis feitas Para qualquer outra aplicação 0,75 - Cu
com cabos isolados (Extensões)
Circuitos a extra-baixa tensão 0,75 - Cu

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

15.3 – Redução da Seção do Condutor Neutro

Tabela 15-2 – Seção do condutor neutro, em relação ao condutor fase.

Seção dos condutores fase Seção mínima do condutor neutro


(mm2) (mm2)
De 1,5 a 25 Mesma seção do condutor fase
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
Notas:
a) Os valores acima são aplicáveis quando os condutores fase e o condutor neutro forem
constituídos pelo mesmo metal.
b) Em nenhuma circunstância o condutor neutro pode ser comum a vários circuitos.

Observação Importante:
Situações nas quais o condutor neutro não pode ser reduzido:
• Em circuitos monofásicos e bifásicos, qualquer que seja a seção da fase;
• Em circuitos trifásicos, quando o condutor fase tiver seção menor ou igual a 25 mm2, em
cobre ou em alumínio (ver Tabela 15-2);
• Em circuitos trifásicos, quando for prevista a presença de harmônicos para qualquer seção.

16 – DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES ELÉTRICOS

Após o cálculo da intensidade da corrente de projeto Ip de um circuito, procede-se o


dimensionamento do condutor capaz de permitir, sem excessivo aquecimento e com uma queda de tensão
predeterminada, a passagem da corrente elétrica. Além disso, os condutores devem ser compatíveis com
a capacidade dos dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito (sobrecorrentes).

Uma vez determinadas as seções possíveis para o condutor, calculadas de acordo com os critérios
utilizados, escolhe-se em tabela de capacidade de condutores, padronizados e comercializados, o fio ou
cabo cuja seção seja igual ou maior do que o valor da seção calculada.

Dimensionar um circuito, terminal ou de distribuição, é determinar a seção dos condutores e a


corrente nominal do dispositivo de proteção contra sobrecorrentes. No caso mais geral, o
dimensionamento de um circuito deve seguir as seguintes etapas:
1. Determinação da corrente de projeto;
2. Escolha do tipo de condutor e sua maneira de instalar (isto é, escolha do tipo de linha
elétrica a ser utilizado);
3. Determinação da seção do condutor pelo critério da capacidade de condução de corrente;
4. Determinação da seção do condutor pelo critério da queda de tensão admissível;
5. Escolha da proteção contra correntes de sobrecarga e aplicação dos critérios de
coordenação entre condutores e proteção contra correntes de sobrecargas;
6. Escolha da proteção contra correntes de curto-circuito e aplicação dos critérios de
coordenação entre condutores e proteção contra correntes de curtos-circuitos.
A seção dos condutores será a seção nominal que atender a todos os critérios utilizados.

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16.1 – Critério da Capacidade de Condução de Corrente (Critério do Aquecimento)

O condutor não pode ser submetido a um aquecimento exagerado provocado pela passagem da
corrente elétrica, pois a isolação e a cobertura do mesmo poderiam vir a ser danificadas. Entre os fatores
que devem ser considerados na escolha da seção de um fio ou cabo, supostamente operando em condições
de aquecimento normais, destacam-se:
1. O tipo de isolação e de cobertura do condutor, em geral é de PVC;
2. O número de condutores carregados, isto é, de condutores vivos, efetivamente percorridos
pela corrente (ver Tabela 16-1);
3. A maneira de instalar os cabos (ver Tabela 16-2);
4. A proximidade de outros condutores, agrupamento com outros circuitos (ver Tabela 16-3);
5. A temperatura ambiente ou do solo no caso de linhas subterrâneas (ver Tabela 16-4);

Tabela 16-1 – Número de condutores carregados.

Tipo do Circuito Número de Condutores Carregados


F+N
2
F+F
2F + N
3F 3
3F + N (equilibrado)
3F + N (lâmpadas de descarga) 4

Tabela 16-2 – Tipos de linhas elétricas.

Referência Descrição
1 Condutores isolados, cabos unipolares ou multipolares em eletroduto embutido em parede
termicamente isolante.
A 2 Cabos unipolares ou cabos multipolares embutidos diretamente em parede isolante.
3 Condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto contido em canaleta
fechada.
1 Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto aparente.
2 Condutores isolados ou cabos unipolares em calha.
3 Condutores isolados ou cabos unipolares em moldura.
B 4 Condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto contido em canaleta
aberta ou ventilada.
5 Condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto embutido em
alvenaria.
6 Cabos unipolares ou cabos multipolares contidos em blocos alveolados.
1 Cabos unipolares ou cabos multipolares diretamente fixado em parede ou teto.
2 Cabos unipolares ou cabos multipolares embutidos diretamente em alvenaria.
C 3 Cabos unipolares ou cabos multipolares em canaleta aberta ou ventilada.
4 Cabo multipolar em eletroduto aparente.
5 Cabo multipolar em calha.
1 Cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto enterrado no solo.
D 2 Cabos unipolares ou cabos multipolares enterrados – diretamente – no solo.
3 Cabos unipolares ou cabos multipolares em canaleta fechada.

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Tabela 16-3 – Fatores de correção para agrupamento de mais de um circuito ou mais de um cabo
multipolar instalado em eletroduto ou calha, ou agrupados sobre uma superfície — k1.

Número de Circuitos Agrupados Fator de Agrupamento (k1)


1 1,00
2 0,80
3 0,70
4 0,65
5 0,60
6 0,57
7 0,54
8 0,52
9 a 11 0,50
12 a 15 0,45
16 a 19 0,41
≥ 20 0,38

Para a correção da corrente de projeto calculada (Ip) para cada circuito, se faz necessário consultar
a planta com a representação gráfica da fiação e seguir o percurso dos condutores de cada circuito,
observando neste trajeto qual a situação em que temos o maior número de circuitos agrupados no
eletroduto.

Após a identificação do maior agrupamento de cada circuito no projeto, ou seja, após a


determinação do fator de correção (k1), divide-se o valor da corrente de projeto (Ip) pelo respectivo fator
de agrupamento obtendo-se uma corrente fictícia de projeto (Ip’), ou corrente de projeto corrigida.

EXEMPLO: Em um trecho de uma instalação elétrica o Circuito 1 (Iluminação) tem o seu maior
agrupamento com mais quatro circuitos. A corrente de projeto calculada para o Circuito 1 foi de 4,8 A.
Qual o valor da corrente de projeto corrigida?
Maior número de circuitos agrupados dentro dos eletrodutos = Circuito 1 + 4 Circuitos = 5 Circuitos.
Valor do fator de correção k1, (ver Tabela 16-3) = 0,60.
Ip 4,8
I p '= = = 8 A.
k1 0,60

Tabela 16-4 – Fator de correção para temperaturas ambientes diferentes de 30ºC para cabos não
enterrados e de 20ºC (temperatura do solo) para cabos enterrados — k2.

Ambiente Do Solo
Temperatura Fator Térmico (k2) Temperatura Fator Térmico (k2)
(°C) Isolação (°C) Isolação
PVC EPR ou XLPE PVC EPR ou XLPE
10 1,22 1,15 10 1,10 1,07
15 1,17 1,12 15 1,05 1,04
20 1,12 1,08 25 0,95 0,96
25 1,06 1,04 30 0,89 0,93
35 0,94 0,96 35 0,84 0,89
40 0,87 0,91 40 0,77 0,85
45 0,79 0,87 45 0,71 0,80
50 0,71 0,82 50 0,63 0,76
55 0,61 0,76 55 0,55 0,71
60 0,50 0,71 60 0,45 0,65
56
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Após a determinação de todos os fatores de correção que se façam necessários, calcula-se a


corrente de projeto corrigida Ip’, através da aplicação da fórmula apresentada a baixo, e entra-se com este
valor na Tabela 16-5 obtendo-se desta forma a bitola do condutor.

Ip Ip Ip
I p '= ou ou
k1 k2 k1 × k 2

Tabela 16-5 – Capacidade de condução de corrente, em ampères, para as maneiras de instalar A, B, C e D.


— Condutores e cabos de cobre, com isolação de PVC.
— 2 e 3 condutores carregados.
— Temperatura no condutor: 70ºC.
— Temperatura ambiente: 30ºC para linhas não-subterrâneas e 20ºC para linhas subterrâneas.

Condutores de COBRE, com isolação de PVC


Maneiras de Instalar (Tipos de Linhas)
Seções
A B C D
Nominais
Condutores Carregados Condutores Carregados Condutores Carregados Condutores Carregados
(mm2)
2 3 2 3 2 3 2 3
1 11 10,5 13,5 12 15 13,5 17,5 14,5
1,5 14,5 13 17,5 15,5 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 24 21 26 24 29 24
4 26 24 32 28 35 32 38 31
6 34 31 41 36 46 41 47 39
10 46 42 57 50 63 57 63 52
16 61 56 76 68 85 76 81 67
25 80 73 101 89 112 96 104 86
35 99 89 125 111 138 119 125 103
50 119 108 151 134 168 144 148 122
70 151 136 192 171 213 184 183 151
95 182 164 232 207 258 223 216 179
120 210 188 269 239 299 259 246 203

16.2 – Critério da Máxima Queda de Tensão Admissível (Critério da Queda de Tensão)

Para que os aparelhos, equipamentos e motores possam funcionar satisfatoriamente, é necessário


que a tensão, sob a qual a corrente lhes é fornecida, esteja dentro de limites prefixados. Ao longo do
circuito, desde o quadro geral ou a subestação até o ponto de utilização em um circuito terminal, ocorre
uma queda na tensão. Assim, é necessário dimensionar os condutores para que esta redução na tensão não
ultrapasse os limites estabelecidos pela norma NBR 5410, da ABNT.

Os limites para a queda de tensão nas instalações são os seguintes:


1. Instalações Alimentadas a partir da Rede de Alta Tensão, isto é, a partir da Subestação.
• Iluminação e tomadas: 7%
• Outros usos: 7%
2. Instalações Alimentadas Diretamente em Rede de Baixa Tensão, a partir do Quadro Geral.
• Iluminação e tomadas: 4%
• Outros usos: 4%

Observação Importante:
Para qualquer dos dois casos, a queda de tensão, a partir do quadro terminal até o dispositivo ou
equipamento consumidor de energia, deverá ser, no máximo, de 2% (ver Figura 16-1).

57
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 16-1 – Limites máximos de queda de tensão estabelecidos pela NBR 5410 (7%) e COPEL (5,5%).

Método da Queda de Tensão Unitária


Para o dimensionamento do condutor, pode-se adotar o procedimento a seguir descrito.

Conhecendo-se:
• O material do eletroduto (se é magnético ou não-magnético).
• A corrente de projeto, Ip (em ampères).
• O fator de potência, cos θ.
• A queda de tensão admissível para o caso, em porcentagem (∆V%). Se 4% usar 0,04.
• O comprimento do circuito, l (em km).
• A tensão nominal do circuito, Vn (em volts).
Calcula-se:

• A queda de tensão admissível, ∆V (em volts).


∆V = (∆V% ) × (Vn )

• A queda de tensão em [volts/(ampères×km)].


 V   ∆V 
 =
 A × km   I p × l 

• A seção nominal do condutor, entrando na Tabela 16-6 com o valor calculado acima.
58
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Tabela 16-6 – Quedas de tensão unitárias. Condutores isolados com PVC em eletroduto ou calha fechada.

Eletroduto ou calha de
Eletroduto ou calha de material não-magnético
material magnético
Circuito monofásico ou
Circuito monofásico Circuito trifásico
Seção trifásico
Nominal cos θ = 0,80 cos θ = 0,95 cos θ = 0,80 cos θ = 1,0 cos θ = 0,80 cos θ = 0,95
(mm2) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km)
1,5 23,03 27,6 20,2 24,0 23,0 27,4
2,5 14,03 16,9 12,4 14,7 14,0 16,8
4 8,9 10,6 7,8 9,2 9,0 10,5
6 6,0 7,1 5,2 6,1 5,9 7,0
10 3,6 4,2 3,2 3,7 3,5 4,2
16 2,3 2,7 2,0 2,3 2,3 2,7
25 1,5 1,7 1,3 1,5 1,5 1,7
35 1,1 1,2 0,98 1,1 1,1 1,2
50 0,85 0,94 0,76 0,82 0,86 0,95
70 0,62 0,67 0,55 0,59 0,64 0,67
95 0,48 0,50 0,50 0,43 0,50 0,51
120 0,40 0,41 0,36 0,36 0,42 0,42
150 0,35 0,34 0,31 0,30 0,37 0,35
185 0,30 0,29 0,27 0,25 0,32 0,30
240 0,26 0,24 0,23 0,21 0,29 0,25

Atenção:
Para o cálculo da queda de tensão num circuito deve ser utilizada a corrente de projeto do circuito.

Método Simplificado watts x metros


Roteiro:
a) Cálculo da corrente nominal;
b) Cálculo da corrente corrigida;
c) Cálculo da queda de tensão: ∑ (P (W ) ⋅ l (m) ) ;
d) Escolha do condutor.
Com os dados obtidos pela equação acima, entramos em uma das Tabelas 16-7 ou 16-8,
conforme o valor da tensão nominal do circuito e da máxima queda de tensão admissível.

EXEMPLO: Um circuito de distribuição trifásico com condutores instalados em eletrodutos de PVC


aparente, tensão nominal de 220 V, possui um comprimento total de 100 m (desde seu ponto inicial até o
quadro terminal de cargas). A queda de tensão máxima prevista é de 3% (pelas condições particulares do
projeto), o fator de potência considerado é de 0,80 e uma corrente de projeto calculada de 85 A.
Dimensione os condutores do circuito através da aplicação dos dois critérios estudados?
a) Critério da Máxima Capacidade de Condução de Corrente.
Ip = 85 A; S = 25 mm2, com Iz = 89 A.
b) Critério da Máxima Queda de Tensão Admissível.
∆V = ∆V(% ) × Vn = 0,03 × 220 = 6 ,6 V .
 V  ∆V 6 ,6 V
 = = = 0,78 .
 A × km  I p × l 85 × 0,1 A × km
Na Tabela 16-6, para o valor 0,78, achamos S = 50 mm2, com 0,76 = V/(A×km).
59
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Tabela 16-7 – Soma dos produtos potências (watts) x distâncias (m), Vn = 110 volts (V).

Condutor % de queda de tensão


Série métrica 1% 2% 3% 4%
(mm2) S ∑ (P ( watts ) × l (m) )
1,5 5 263 10 526 15 789 21 052
2,5 8 773 17 546 26 319 35 092
4 14 036 28 072 42 108 56 144
6 21 054 42 108 63 162 84 216
10 35 090 70 100 105 270 140 360
16 56 144 112 288 168 432 224 576
25 87 725 175 450 263 175 350 900
35 122 815 245 630 368 445 491 260
50 175 450 350 900 526 350 701 800
70 245 630 491 260 736 890 982 520
95 333 355 666 710 1 000 065 1 333 420
120 421 080 842 160 1 263 240 1 604 320
150 526 350 1 052 700 1 579 050 2 105 400
185 649 165 1 298 330 1 947 495 2 596 660
240 842 160 1 684 320 2 526 480 3 368 640
300 1 052 700 2 105 400 3 158 100 4 210 800
400 1 403 600 2 807 200 4 210 800 5 614 400
500 1 754 500 3 509 000 5 263 500 7 018 000

Tabela 16-8 – Soma dos produtos potências (watts) x distâncias (m), Vn = 220 volts (V).

Condutor % de queda de tensão


Série métrica 1% 2% 3% 4%
(mm2) S ∑ (P ( watts ) × l (m) )
1,5 21 054 42 108 63 163 84 216
2,5 35 090 70 180 105 270 140 360
4 56 144 112 288 168 432 224 576
6 84 216 168 432 253 648 336 864
10 140 360 280 720 421 080 561 440
16 224 576 449 152 673 728 898 304
25 350 900 701 800 1 052 700 1 403 600
35 491 260 982 520 1 473 780 1 965 040
50 701 800 1 403 600 2 105 400 2 807 200
70 982 520 1 965 040 2 947 560 3 930 080
95 1 333 420 2 666 840 4 000 260 5 333 680
120 1 684 320 3 368 640 5 052 960 6 737 280
150 2 105 400 4 210 800 6 316 200 8 421 600
185 2 596 660 5 193 320 7 789 980 10 360 640
240 3 368 640 6 737 280 10 105 920 13 474 560
300 4 210 800 8 421 600 12 632 400 16 843 200
400 5 614 400 11 228 800 16 843 200 22 457 600
500 7 018 000 14 036 000 21 054 000 28 072 000

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

17 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO DOS CIRCUITOS

Os condutores e equipamentos que fazem parte de um circuito elétrico devem ser protegidos
automaticamente contra curtos-circuitos e contra sobrecargas (intensidade de corrente acima do valor
compatível com o aquecimento do condutor e que poderiam danificar a isolação do mesmo ou deteriorar
o equipamento). Os dispositivos classificam-se conforme o objetivo ao qual se destinam:
1. Dispositivos que assegurem apenas proteção contra curto-circuito (Disjuntores com Proteção
Eletromagnética apenas e Fusíveis).
2. Dispositivos que protejam eficazmente apenas contra sobrecargas (Disjuntores com Proteção
Térmica apenas e Relés Térmicos).
3. Dispositivos que proporcionem segura proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos
(Disjuntores com Proteção Térmica e Eletromagnética).

17.1 – Tipos de Fusíveis

O fusível pode ser considerado como uma resistência devidamente protegida que deve fundir com
a passagem da corrente de sobrecarga ou curto-circuito. Os tipos mais comuns são:
a) Fusível Tipo Rolha: é um fusível de baixa tensão em que um dos contatos é uma peça
roscada, que se fixa no contato roscado correspondente da base (ver Figura 17-1).
b) Fusível Tipo Cartucho: é um fusível de baixa tensão cujo elemento fusível é encerrado em
um tubo protetor de material isolante, com contatos nas extremidades. Pode se apresentar de
duas formas tipo virola e tipo faca ou baioneta (ver Figura 17-2 e 17-3).
c) Fusível Diazed (ou tipo “D”): é um fusível limitador de corrente, de baixa tensão, cujo
tempo de interrupção é tão curto que o valor de crista da corrente de curto-circuito presumida
não é atingido. Estes fusíveis são usados na proteção de condutores de rede de energia
elétrica e circuitos de comando (na proteção de motores empregam-se fusíveis do tipo
retardado, que não fundem com a corrente de partida do motor). São empregados para
correntes de 2 a 100 A (ver Figura 17-4).
d) Fusível NH: é um fusível limitador de corrente de alta capacidade de interrupção, para
correntes nominais de 6 a 1.000 A em aplicações industriais. Protegem os circuitos contra
curtos-circuitos e também contra sobrecargas de curta duração, como acontece na partida de
motores de indução com rotor em gaiola (ver Figura 17-5).

Fig. 17-1 – Fusível tipo rolha. Fig. 17-2 – Fusível cartucho tipo virola.

Fig. 17-3 – Fusível tipo faca.

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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Tampa Base
Capa de Proteção

Fusível

Parafuso de Ajuste

Chave para Punho Saca Fusível


Parafuso de Ajuste
Anel de Proteção Fusível

Base Unipolar

DIA - diâmetro
DIAZED: Z - 2 partes (bipartido) NH: N - baixa tensão
ED - rosca tipo Edson H - alta capacidade de interrupção

Fig. 17-4 – Fusível Diazed. Fig. 17-5 – Fusível NH.

17.2 – Tipos de Disjuntores


Denominam-se disjuntores os dispositivos de manobra e proteção, capazes de estabelecer,
conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito, assim como estabelecer, conduzir por
tempo especificado e interromper correntes em condições anormais especificadas do circuito, tais como
as de curto-circuito. Podem ser unipolares, bipolares e tripolares. Os tipos mais comuns são:
a) Disjuntores Térmicos: possuem um dispositivo de interrupção da corrente constituído por
lâminas de metais de coeficientes de dilatação térmica diferentes (latão e aço), soldadas. A
dilatação desigual das lâminas, por efeito do aquecimento provocado por uma corrente de
sobrecarga moderada de longa duração, faz interromper a passagem da corrente no circuito,
porque a dilatação desigual das lâminas determina que as mesmas se curvem e desliguem o
dispositivo (ver Figura 17-6).
b) Disjuntores Magnéticos: são providos de relés magnéticos (bobinas de abertura) que atuam
mecanicamente, desligando o disjuntor quando ocorre uma corrente de curto-circuito que é
intensa e de curta duração (relés de máxima). Os tipos que possuem “bobina de mínima”
desarmam quando falta tensão em uma das fases (ver Figura 17-7).
c) Disjuntores Termomagnéticos: apresentam as características térmica e magnética em um
mesmo dispositivo. Também chamado de proteção magnetotérmica (ver Figura 17-8).
62
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

ATENÇÃO: Qualquer corrente que exceda um valor nominal pré-fixado (por exemplo, a corrente
nominal de um equipamento In ou a capacidade de condução de corrente de um condutor Iz) é chamada de
Sobrecorrente. Se tivermos um valor nominal de 50 A, uma corrente de 51 A, será uma sobrecorrente e
uma de 5.000 A também será uma sobrecorrente. Nas instalações elétricas, as sobrecorrentes podem ser
de dois tipos: as correntes de sobrecarga (subdimensionamento de circuitos, substituição de equipamentos
por outros de potência maior ou inclusão de equipamentos não previstos) e as correntes de falta (falha na
isolação dos condutores, corrente de fuga ou corrente de curto-circuito).
• Sobrecarga: corrente elétrica de intensidade moderada e longa duração, não produzida por falta.
• Curto-Circuito: corrente elétrica de altíssima intensidade e curta duração, produzida por uma
falta direta entre condutores vivos (fases e neutro).

Fig. 17-6 – Disjuntor com proteção térmica apenas.

Fig. 17-7 – Disjuntor com proteção eletromagnética apenas.

Fig. 17-8 – Disjuntor com proteção térmica e eletromagnética.


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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

17.3 – Dispositivos de Proteção a Corrente Diferencial-Residual (DR)

A norma brasileira de instalações elétricas de baixa tensão (NBR 5410) utiliza a expressão
“dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual” ou, abreviadamente, “dispositivos DR”, para se
referir, genericamente, à proteção diferencial-residual — qualquer que seja a forma que ela venha a
assumir. De fato, o “dispositivo” de que fala a norma pode ter várias “caras” (ver Figura 17-9).

Fig. 17-9 – As normas referem-se a “dispositivos DR” de forma genérica. Isso significa que o
“dispositivo” pode ser um interruptor DR [bipolar, (1a), ou tetrapolar, (1b)], um disjuntor DR (2), uma
tomada com proteção DR (3) ou, ainda, um relé DR e respectivo TC toroidal (4) — associados, neste
último caso, ao disparador de um disjuntor ou contator.

Nos projetos de instalações residenciais a proteção diferencial-residual, normalmente, é realizada


através de um dos seguintes dispositivos:
1. Interruptores diferenciais-residuais.
2. Disjuntores com proteção diferencial-residual incorporada (utilizar no projeto).
3. Blocos diferenciais acopláveis a disjuntores em caixa moldada ou a disjuntores modulares.

O princípio de funcionamento dos dispositivos DR se baseia na medição permanente da soma


vetorial das correntes que percorrem os condutores do circuito (ver Figura 17-10). Enquanto o circuito se
mantiver eletricamente são, a soma vetorial das correntes nos seus condutores é praticamente nula.
Ocorrendo falha no isolamento de um equipamento alimentado por esse circuito, circulará uma corrente
de falta para a terra — ou, numa linguagem rudimentar, haverá “vazamento” de corrente para a terra.
Devido a esse “vazamento”, a soma vetorial das correntes nos condutores monitorados pelo DR não é
mais nula e o dispositivo detecta justamente essa diferença de corrente, IDR (corrente diferencial-residual).

A situação é análoga se alguma pessoa vier a tocar uma parte viva do circuito protegido, pois a
porção de corrente que irá circular pelo corpo da pessoa provocará, igualmente, um desequilíbrio na soma
vetorial das correntes — diferença então detectada pelo dispositivo DR, tal como se fosse uma corrente de
falta à terra. A corrente diferencial-residual também é conhecida como corrente de fuga (IFalta, ICC ou Ich).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

Fig. 17-10 – Ocorrendo uma corrente de falta à terra Id, a corrente “de retorno” I2 não será mais igual à
corrente “de ida” I1 e essa diferença provoca a circulação de uma corrente I3 no enrolamento de detecção.
Cria-se, no circuito magnético do relé, um campo que vence o campo permanente gerado pelo pequeno
ímã, liberando a alavanca. A liberação da alavanca detona o mecanismo de abertuta dos contatos.

Fig. 17-11 – Vista em corte de um interruptor diferencial-residual tetrapolar (3F + 1N).


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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

17.4 – Funcionamento dos Dipositivos DR


A) Funcionamento Elétrico:
“As bobinas principais (P) são enroladas sobre o núcleo
magnético de modo a determinar, quando atravessadas pela corrente
I, dois fluxos magnéticos iguais e opostos, de modo que, em
condições normais de funcionamento, o fluxo resultante seja nulo.
A bobina secundária (B) é ligada ao relé polarizado.
Se a corrente diferencial-residual (isto é, a corrente que flui
para a terra) for superior ao limiar de atuação I∆N, a bobina
secundária enviará um sinal suficiente para provocar a abertura do
relé polarizado e, portanto, dos contatos principais.
Para verificar as condições de funcionamento do Fig. 17-12 – Princípio de funcionamento
dispositivo deve-se acionar o botão de teste (T); assim cria-se um elétrico dos dispositivos DR.
“desequilíbrio” de corrente tal que provoca a atuação do dispositivo
diferencial e a conseqüente abertura dos contatos principais”.
B) Funcionamento Mecânico:
Em condições normais de funcionamento do circuito, isto é, com corrente diferencial-residual
insuficiente para acionar o dispositivo DR, o campo magnético produzido pelo ímã permanente (M) é
suficiente para manter atraída a parte móvel do núcleo (N), vencendo a reação da mola (G). A alavanca de
desengate intermediário (L) mantém a alavanca (L1) em posição por meio do dente de engate (D).
Quando no circuito a corrente diferencial-residual supera o valor I∆N, a bobina secundária do
transformador diferencial envia um sinal (tensão V) à bobina (B), que produz um campo magnético tal
que sature o núcleo. Nessas condições, o campo magnético produzido pelo ímã permanente é reduzido e
então a mola (G) determina a abertura da parte móvel (N), agindo sobre o pino (P) que desloca a alavanca
(L). Inicia-se assim a fase de abertura.

1º) Posição Fechada 2º) Início do Disparo 3º) Posição Aberta após o Disparo
Fig. 17-13 – Seqüência de funcionamento mecânico do disjuntor DR, fabricante Bticino.

17.5 – Resumo Quanto à Utilização dos DR


Os interruptores ou disjuntores diferenciais-residuais devem ser utilizados para proteção:
a) das partes metálicas conectadas à terra que se tronem vivas;
b) de pessoas ou animais domésticos contra contatos acidentais com partes vivas da instalação elétrica;
c) contra perigos de incêndio devido a faltas à terra;
d) contra a presença de faltas à terra provocada por aparelhos eletrodomésticos ou instalações elétricas
em más condições de conservação;
e) em locais de grande concentração de umidade, comopor exemplo banheiros, área de serviço, cozinhas
e piscinas, o perigo de eletrocussão é gravíssimo; de fato, a imersão na água reduz a resistência que
limita a corrente que atravessa o corpo humano. Portanto, todo cuidado deve ser tomado com a
proteção nestes ambientes. Todas as tomadas de corrente devem ser instaladas distantes d’água, e
devem ser protegidas com um disjuntor ou interruptor diferencial-residual de alta sensibilidade.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

O dispositivo DR tem por finalidade a proteção de vidas humanas contra acidentes provocados
por choques, no contato acidental com redes ou equipamentos elétricos energizados. Oferece, também,
proteção contra incêndios que podem ser provocados por falhas no isolamento dos condutores e
equipamentos. A experiência mostra que não se pode, na prática, evitar que ocorra uma certa corrente de
fuga natural para a terra, apesar do isolamento da instalação. Quando a corrente de fuga atinge valores
que possam comprometer a desejada segurança para os seres humanos (30 mA) ou apresentar riscos de
incêndio em instalações industriais (500 mA), o dispositivo DR atua, desligando o circuito.

Quando a corrente diferencial-residual, IDR ou corrente de fuga for igual ou superior a I∆N
(corrente diferencial-residual nominal de atuação do dispositivo), o fluxo criado no núcleo toroidal do
disparador, pela corrente proveniente da bobina secundária do transformador, provoca a desmagnetização
do núcleo, abrindo o contato da parte móvel e, conseqüentemente, os contatos principais do dispositivo.
Os contatos principais têm por função permitir a abertura e o fechamento do circuito e são dimensionados
de acordo com IN (corrente nominal do dispositivo).

Quanto a sensibilidade os dispositivos DR podem ser divididos em dois grupos, que são:
1º) Dispositivos DR de Baixa Sensibilidade: são destinados à proteção contra contatos indiretos e
contra incêndios, I∆N > 30 mA (a NBR 5410 recomenda usar DR com I∆N = 300 mA).

2º) Dispositivos DR de Alta Sensibilidade: além de proporcionarem proteção contra contatos


indiretos, se constituem numa proteção complementar contra contatos diretos, I∆N ≤ 30 mA (a
NBR 5410 recomenda usar DR com I∆N = 30 mA).

17.6 – Aplicação dos Dispositivos DR

As instalações elétricas sempre apresentam correntes de fuga. O valor de tais correntes, que fluem
para a terra, dependerá de diversos fatores, dentre os quais podemos destacar: a qualidade dos
componentes e dos equipamentos de utilização empregados, a qualidade da mão de obra de execução da
instalação, a idade da instalação e o tipo de prédio. Via de regra, as correntes de fuga variam desde uns
poucos miliampères até alguns centésimos de ampère.

É evidente que para poder instalar um dispositivo DR na proteção de um circuito ou de uma


instalação (proteção geral), as respectivas correntes de fuga deverão ser inferiores ao limiar de atuação do
dispositivo. Por exemplo, não se pode nunca utilizar um DR (pelo menos um de alta sensibilidade) numa
instalação onde exista um chuveiro elétrico metálico com resistência nua (não blindada). No caso de
chuveiros elétricos deve-se utilizar um equipamento com resistência blindada e isolação classe II.

Nessas condições, antes de instalar um dispositivo DR, sobretudo em instalações mais antigas, é
necessário efetuar uma medição preventiva destinada a verificar a existência, pelo menos, de correntes de
fuga superiores a um certo limite. Se o resultado dessa medição for favorável, isto é, se não existirem
correntes significativas fluindo para a terra, poder-se-á instalar um dispositivo DR como proteção geral
contra contatos indiretos; caso contrário, só poderão ser instalados dispositivos DR nas derivações da
instalação (geralmente em circuitos terminais).

O dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual (DR) é inimigo de gambiarras. Por isso


mesmo conquistou o ódio dos eletricistas “espertos”. E ganhou o título de persona non grata, pelo seu
papel de dedo-duro dos erros cometidos durante a execução da instalação.

Definitivamente, o DR tem muito má vontade com a instalação incorreta (mas mais barata!) de
interruptores paralelos, de campainhas e outros vícios de construção.

Dizem, também, que ele não simpatiza com cachorros, ratos e outros animais que apreciam o
PVC de eletrodutos e condutores, por compulsão inata ou necessidade alimentar.

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Fig. 17-14 – Utilização dos dispositivos DR como proteção geral e como proteção de circuitos terminais.

17.7 – Determinação da Corrente Nominal do Dispositivo de Proteção

Para que seja estabelecida a coordenação entre a seção dos condutores de um circuito e o
respectivo dispositivo de proteção contra correntes de sobrecarga, devem ser satisfeitas as condições
impostas pela NBR 5410 (para proteção com disjuntores), que são:

1) Ip ≤ IN ≤ Iz

2) I2 ≤ 1,45×Iz P
P

Onde:
Ip ⇒ Corrente de projeto do circuito.
IN ⇒ Corrente nominal da proteção.
Iz ⇒ Capacidade de condução de corrente.
I2 ⇒ Corrente convencional de atuação para disjuntores.

Disjuntores Termomagnéticos (IN): 5, 6, 10, 15, 16, 20, 25, 32, 35, 40, 50, 60, 63, 70, 90 e 100 A.
Disjuntores DR (IN): 16, 25, 40, 63, 80 e 100 A.
Disjuntores DR (I∆N): 10, 30, 100, 300 e 500 mA.

EXEMPLO: Um circuito de distribuição trifásico com condutores instalados em eletrodutos de PVC


embutido e uma corrente de projeto de 86 A (em cada fase).
Dimensione os condutores e o dispositivo de proteção para o referido circuito?
a) Critério da Máxima Capacidade de Condução de Corrente.
Ip = 86 A; S = 25 mm2, com Iz = 89 A.
b) Proteção contra Correntes de Sobrecarga realizada com a utilização de Disjuntor.
Ip ≤ IN ≤ Iz ⇒ 86 A ≤ IN ≤ 89 A.
Como o valor de IN vai ter que ser 90 A, logo a seção do condutor aumenta: S = 35 mm2.
Resposta: Ip = 86 A; IN = 90 A; S = 35 mm2, com Iz = 111 A.
Condutores: 4 × 35 mm2, sendo 3F + 1N.
Dispositivo de Proteção: Disjuntor Termomagnético Trifásico com IN = 90 A.
ou Disjuntor DR Tetrapolar com IN = 100 A e I∆N = 30 mA.

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17.8 – Seletividade entre os Dispositivos de Proteção

A seletividade representa a possibilidade de uma escolha adequada de fusíveis e disjuntores, de


tal modo que, ao ocorrer um defeito em um ponto da instalação, o desligamento afete uma parte mínima
da mesma. Para que isto aconteça, é necessário que a proteção mais próxima do defeito ocorrido venha a
ser a primeira a atuar. Deve-se, então, coordenar os tempos de atuação dos disjuntores de proteção, de tal
modo que os tempos de desligamento cresçam à medida que as proteções se achem mais afastadas das
cargas, no sentido da fonte de suprimento de energia (ver Figuras 17-15 e 17-16).

Fig. 17-15 – Seletividade entre fusíveis em série. Fig. 17-16 – Seletividade entre disjuntor e fusível.

Para dois disjuntores: A protegendo a linha e A’ protegendo um ramal. Na faixa correspondente à


sobrecarga, a curva A-B do disjuntor de entrada deverá estar sempre acima da curva A’-B’ do disjuntor do
ramal (ver Figura 17-17). Para uma corrente de curto-circuito, ICC, a diferença ∆t, entre os tempos de
atuação dos dois disjuntores, deverá ser maior do que 150 ms. A corrente nominal do disjuntor geral deve
ser ajustada para um valor maior ou igual a 125% do valor ajustado para o disjuntor do circuito terminal.

I N (Geral ) ≥ 1,25 × I N ( Ramal )

Fig. 17-17 – Proteção com disjuntores no alimentador (geral) e nos ramais (circuitos terminais).
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18 – CONDUTOS ELÉTRICOS

Chamamos de conduto elétrico a uma canalização destinada a conter condutores elétricos. Nas
instalações elétricas são utilizados vários tipos de condutos: eletrodutos, calhas, molduras, blocos
alveolados, canaletas, bandejas, escadas para cabos, poços e galerias.

18.1 – Tipos de Condutos Elétricos

Os condutos elétricos são classificados nas seguintes categorias:

(1) Eletroduto – É um elemento de linha elétrica fechada, de seção circular ou não, destinado a conter
condutores elétricos, permitindo tanto a enfiação quanto a retirada dos condutores por puxamento. São
usados em linhas elétricas embutidas ou aparentes. Os eletrodutos podem ser metálicos (aço ou alumínio)
ou de material isolante (PVC, polietileno, fibro-cimento etc.).

(2) Calha – É um conduto fechado utilizado em linhas aparentes, com tampas desmontáveis em toda sua
extensão, para permitir a instalação e a remoção dos condutores. As calhas podem ser metálicas (aço ou
alumínio) ou isolantes (plástico); as paredes podem ser maciças ou perfuradas e a tampa simplesmente
encaixada ou fixada com auxílio de ferramenta.

Fig. 18-1 – Eletrodutos. Fig. 18-2 – Calha com tampa removível.

(3) Moldura – É um conduto utilizado em linhas aparentes, fixado ao longo de paredes, compreendendo
uma base com ranhuras para colocação de condutores e uma tampa desmontável em toda sua extensão.
Recebe o nome de alizar, quando fixada em torno de um vão de porta ou janela, e rodapé, quando fixada
junto ao ângulo parede-piso. As molduras podem ser de madeira ou plástico (Sistema X – Pial Legrand).

(4) Bloco Aoveolado – É um bloco de construção, com um ou mais furos que, por justaposição com
outros blocos, forma um ou mais condutos fechados.

Fig. 18-3 – Moldura com duas ranhuras. Fig. 18-4 – Bloco aoveolado com dois condutos.

(5) Canaleta – É um conduto com tampas ao nível do solo, removíveis e instaladas em toda sua extensão.
As tampas podem ser maciças e/ou ventiladas e os cabos podem ser instalados diretamente ou em
eletrodutos.

(6) Bandeja – É um suporte de cabos constituído por uma base contínua com rebordos e sem cobertura,
podendo ser ou não perfurada; é considerada perfurada se a superfície retirada da base for superior a 30%.
As bandejas são geralmente metálicas (aço ou alumínio).

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Fig. 18-5 – Canaleta com tampas maciças e ventiladas. Fig. 18-6 – Bandeja não perfurada.

(7) Escada para Cabos – É um suporte constituído por uma base descontínua, formada por travessas
ligadas a duas longarinas longitudinais, sem cobertura. As travessas devem ocupar menos de 10% da área
total da base. Assim como as bandejas, as escadas são geralmente metálicas.

(8) Poço – É um conduto vertical formado na estrutura do prédio. Nos poços, via de regra, os condutores
são fixados diretamente às paredes ou a bandejas ou escadas verticais ou são instalados em eletrodutos.

(9) Galeria Elétrica – É um conduto fechado que pode ser visitado em toda sua extensão. Geralmente nas
galerias os condutores são instalados em bandejas, escadas, eletrodutos ou em outros suportes (como
prateleiras, ganchos etc.).

Fig. 18-7 – Escada para cabos. Fig. 18-8 – Prateleira e gancho para cabos.

Observação Importante:
Os termos “Leito para cabos”, “Perfilado” e “Eletrocalha”, não normalizados, são muitas vezes
usados para designar “Escadas para cabos”, “Calhas” ou “Bandejas”.

Fig. 18-9 – Termos mais utilizados pelos profissionais da área (Catálogos dos Fabricantes).

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18.2 – Tipos de Eletrodutos

A principal função do eletroduto é proteger os condutores elétricos contra certas influências


externas (choques mecânicos, agentes químicos etc.) podendo também, em alguns casos, proteger o meio
ambiente contra perigos de incêndio e de explosão, resultantes de faltas envolvendo condutores e, até
mesmo, servir como condutor de proteção.

Fig. 18-10 – Proteção contra choque mecânico. Fig. 18-11 – Proteção externa ou revestimento.

Muito embora a definição atual de eletroduto não faça qualquer referência à forma da seção, os
de seção circular são os de uso mais freqüente e se constituem no tipo mais comum de conduto elétrico.

Os eletrodutos, que, em função do material usado podem ser metálicos ou isolantes ou ainda
magnéticos ou não magnéticos, classificam-se em rígidos, curváveis, flexíveis e transversalmente
elásticos.

a) Eletrodutos Metálicos Rígidos: são geralmente de aço-carbono, com proteção interna e externa
feita com materiais resistentes à corrosão, podendo, em certos casos, ser fabricados em aço
especial ou em alumínio. Os eletrodutos metálicos rígidos são fabricados em “varas” de 3 metros.
b) Eletrodutos de PVC Rígidos: são fabricados com derivados de petróleo; são isolantes elétricos,
não sofrem corrosão nem são atacados pelos ácidos. Podem possuir roscas para serem emendados
com luvas, ou podem ser do tipo soldável com ponta e bolsa (extremo com diâmetro expandido).
c) Eletrodutos Metálicos Flexíveis: podem ser constituídos, em geral, por uma fita de aço enrolada
em hélice, por vezes com uma cobertura impermeável de plástico, ou isolantes, de polietileno ou
de PVC. Sua aplicação típica é na ligação de equipamentos que apresentem vibrações ou
pequenos movimentos durante seu funcionamento.
d) Eletrodutos de PVC Flexíveis: são fabricados em PVC auto-extingüente, devido a sua
praticidade com elevada resistência diametral, são também resistentes contra amassamento. Sua
principal vantagem sobre os eletrodutos rígidos é a facilidade de instalação e o fato de
dispensarem o uso das tradicionais curvas. São os eletrodutos flexíveis plásticos (Tigreflex).

Fig. 18-12 – Eletroduto metálico flexível. Fig. 18-13 – Acessórios da linha de eletrodutos.
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18.3 – Dimensionamento dos Eletrodutos

As dimensões internas dos eletrodutos e respectivos acessórios, os comprimentos entre os pontos


de puxada e o número de curvas devem ser tais que os condutores ou cabos a serem protegidos possam
ser facilmente instalados e retirados após a instalação dos eletrodutos e acessórios.

Observações Importantes:
Os eletrodutos são caracterizados por seu tamanho nominal. Tamanho nominal do eletroduto é o
diâmetro externo do eletroduto expresso em milímetros, padronizado por norma.
Nas linhas embutidas não devem ser utilizados pseudo-eletrodutos flexíveis plásticos conhecidos
por “mangueiras”, que não suportam qualquer tipo de esforço e comprometem os condutores.
Não deve haver trechos contínuos retilíneos de tubulação (sem interposição de caixas de
passagem) superiores a 15 metros, sendo que nos trechos com curvas essa distância deve ser
reduzida de 3 metros para cada curva de 90º. Assim, por exemplo, um trecho de tubulação contendo
3 curvas não poderá ter um comprimento superior a 6 metros [15 - (3 × 3) = 6].
Em um mesmo eletroduto só podem ser instalados condutores de circuitos diferentes quando eles
pertencerem à mesma instalação e as seções dos respectivos condutores fase estiverem
compreendidas num intervalo de 3 valores normalizados (por exemplo, 2,5 mm2, 4 mm2 e 6 mm2).
A soma das áreas totais dos condutores contidos num eletroduto não pode ser superior a 40% da
área útil do eletroduto (ver Figura 18-14).

Eletrodutos de PVC Rígidos


Tamanho Nominal Referência de Rosca
(Diâmetro Externo) (Diâmetro Interno)
Milímetros – mm Polegadas – ”
16 ½
60% 20 ¾
25 1
32 1¼
40 1½
40% 50 2
60 2½
75 3
85 3½

Fig. 18-14 – Determinação da ocupação de um eletroduto e Tabela de equivalência entre diâmetros.

Dimensionar eletrodutos é determinar o tamanho


nominal do eletroduto para cada trecho da instalação.

Para dimensionar os eletrodutos de um projeto, basta saber o número de condutores instalados


dentro do eletroduto e qual a maior seção deles (ou qual a maior bitola dentre os condutores).

EXEMPLO:
1) Número de condutores instalados no trecho do eletroduto de PVC = 6 condutores.
2) Maior seção dos condutores instalados no trecho = 4 mm2.
RESPOSTA: O tamanho nominal do eletroduto será de 20 mm (ver Tabela 18-1).
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Tabela 18-1 – Ocupação máxima dos eletrodutos de PVC por condutores de mesma seção.

Seção Número de Condutores no Eletroduto


Nominal 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(mm2) Tamanho Nominal do Eletroduto
1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20
2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25
4 16 16 20 20 20 25 25 25 25
6 16 20 20 25 25 25 25 32 32
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40
25 25 32 32 40 40 40 50 50 50
35 25 32 40 40 50 50 50 50 60
50 32 40 40 50 50 60 60 60 70
70 40 40 50 50 60 60 75 75 75
95 40 50 60 60 75 75 75 85 85
120 50 50 60 75 75 75 85 85 —
150 50 60 75 75 85 85 — — —
185 50 75 75 85 85 — — — —
240 60 75 85 — — — — — —

19 – ATERRAMENTO ELÉTRICO

Aterramento é a ligação intencional de um condutor à terra. Em uma instalação elétrica o


aterramento pode ser de dois tipos:

a) Aterramento Funcional: consiste na ligação à terra de um dos condutores do sistema (o neutro),


com o objetivo de garantir o funcionamento correto, seguro e confiável da instalação.
b) Aterramento de Proteção: consiste na ligação à terra das massas e dos elementos condutores
estranhos à instalação (carcaças dos motores e transformadores, quadros metálicos etc.), com o
único objetivo de proporcionar proteção contra choque elétrico por contatos indiretos.

Algumas vezes são realizados aterramentos “conjuntos”, funcionais e de proteção.

Com o aterramento objetiva-se assegurar sem perigo o escoamento das correntes de falta e fuga
para terra, satisfazendo as necessidades de segurança das pessoas e funcionais das instalações. Em
princípio, todos os circuitos de distribuição e terminais devem possuir um condutor de proteção que
convém fique no mesmo eletroduto dos condutores vivos do circuito.

O aterramento é executado com o emprego de um:


• Condutor de proteção. Condutor de proteção contra os choques elétricos e que liga as massas
dos equipamentos ao terminal de aterramento principal (TAP – barramento de terra).
• Eletrodo de aterramento. Formado por um condutor ou conjunto de condutores (ou barras) em
contato direto com a terra, podendo constituir a malha de terra, ligados ao terminal de
aterramento. Quando o eletrodo de aterramento é constituído por uma barra rígida, denomina-
se haste de aterramento.

O condutor de proteção (“TERRA”) é designado por PE, e o neutro, pela letra N. Quando o
condutor tem funções combinadas de neutro e de condutor de proteção, é designado por PEN. Quando os
condutores de proteção (PE) forem identificados através de cor, deve ser usada a dupla coloração verde-
amarelo ou, opcionalmente, a cor verde. No caso dos condutores PEN deve ser usada a cor azul-claro (a
mesma que identifica o neutro), com indicação verde-amarelo nos pontos visíveis e/ou acessíveis.
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19.1 – Classificação dos Sistemas de Aterramento

A NBR 5410 classifica os sistemas de aterramento (considerando o aterramento funcional e o de


proteção), de acordo com a seguinte notação:
a) A primeira letra indica a situação da alimentação em relação à terra.
T – para um ponto diretamente aterrado.
I – isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou emprego de uma impedância de
aterramento, a fim de limitar a corrente de curto-circuito para a terra.
b) A segunda letra indica a situação das massas em relação à terra.
T – para massas diretamente aterradas, independentemente de aterramento eventual de um
ponto de alimentação.
N – massas ligadas diretamente ao ponto de alimentação aterrado (normalmente, é o ponto
neutro).
c) Outras letras (eventualmente), para indicar a disposição do condutor neutro e do condutor de
proteção.
S – quando as funções de neutro e de condutor de proteção são realizadas por condutores
distintos (ou separados).
C – quando as funções de neutro e de condutor de proteção são combinadas num único
condutor (que é o condutor PEN).

Quando a alimentação se realizar em baixa-tensão, o condutor neutro deve sempre ser aterrado na
origem da instalação do consumidor, ou seja, no quadro geral.

19.2 – Tipos de Sistemas de Aterramento

Os casos mais comuns dos diversos sistemas de aterramento encontram-se esquematizados


abaixo. No esquema TN a alimentação é aterrada e as massas são aterradas junto com a alimentação.

Fig. 19-1 – Sistema TN-S. Fig. 19-2 – Sistema TN-C.

Fig. 19-3 – Sistema TN-C-S (Clássico). Fig. 19-4 – Alimentação por rede pública BT (TN-C-S).
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No esquema TT a alimentação é aterrada e as massas são aterradas utilizando eletrodos


independentes.

Fig. 19-5 – Sistema TT (Clássico). Fig. 19-6 – Alimentação por rede pública BT (TT).

19.3 – Seção Nominal dos Condutores de Proteção

Tabela 19-1 – Seção mínima dos condutores de proteção em relação à seção dos condutores fases.

Seção dos condutores Seção mínima dos condutores


fases (S) de proteção (S’)
(mm2) (mm2)
S ≤ 16 S’ = S
16 < S ≤ 35 S’ = 16
S > 35 S’ ≥ S/2

19.4 – O Aterramento das Tomadas de Uso Geral e de Uso Específico

A instalação de tomadas que possuem aterramento deve ser realizada com bastante atenção, pois,
a conexão dos condutores (Fase, Neutro e Terra) tem que estar de acordo com o padrão normalizado.

Fig. 19-7 – Padrão de polarização das tomadas 2P+T com um terminal para ligação à terra.

19.5 – Classe de Isolação dos Equipamentos Elétricos

Tabela 19-2 – Equipamentos elétricos mais comuns e suas respectivas classes de isolação.

Classe de Isolação Características do Equipamento Exemplos


0 Só possui a isolação básica, carcaça plástica. Liquidificador, Ventilador,...
Tomada com dois pinos (F+N) e o condutor de Freezer, Geladeira, Máquina de
0, I proteção fixado na carcaça do equipamento. Lavar Roupa,...
I Tomada com três pinos (F+N+T). Ar Condicionado, Computador,...
Além da isolação básica (carcaça plástica) existe Chuveiro Elétrico, Furadeira,...
II uma isolação complementar (blindagem).
Equipamentos que trabalham com Extra Baixa Lâmpadas sub-aquáticas,
III Tensão de Segurança (EBTS – 12 V, no máximo). Banheiras,...
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Fig. 19-8 – Padrão de Entrada adotado pela COSERN (Alimentação por rede pública BT).

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20 – O CHOQUE ELÉTRICO

O contato entre um condutor vivo e a massa de um elemento metálico, a corrente de fuga normal,
ou ainda uma deficiência ou falta de isolamento em um condutor ou equipamento (máquina de lavar
roupa, chuveiro elétrico, geladeira etc.) podem representar risco. Uma pessoa que neles venha a tocar
recebe uma descarga de corrente, em virtude da diferença de potencial entre a fase energizada e a terra. A
corrente atravessa o corpo humano, no sentido da terra. O choque elétrico e seus efeitos serão tanto
maiores quanto maiores forem: a superfície do corpo humano em contato com o condutor e com a
terra, a intensidade da corrente, o percurso da corrente no corpo humano e o tempo de duração do
choque.

20.1 – O Condutor de Proteção (Fio Terra)

Para evitar que a pessoa receba essa descarga, funcionando como um condutor terra, as carcaças
dos motores e dos equipamentos elétricos são ligadas à terra. Assim, quando houver falha no isolamento
ou um contato de elemento energizado com a carcaça do equipamento, a corrente irá fluir diretamente
para terra pelo condutor de proteção, curto-circuito que provocará a queima do fusível de proteção da fase
ou o desligamento do disjuntor.

20.2 – O Dispositivo Interruptor de Corrente de Fuga (DR)

Apesar do cuidado que existe no isolamento, muitos equipamentos, mesmo em condições normais
de funcionamento, apresentam correntes de “fuga” através de suas isolações. Esta corrente, caracterizada
pela chamada corrente diferencial-residual, seria nula se não houvesse fugas. Quando essa corrente
atinge determinado valor, provoca a atuação de um dispositivo de proteção denominado dispositivo de
proteção à corrente diferencial-residual (dispositivo DR). Em geral, o dispositivo DR vem incorporado
ao disjuntor termomagnético que protege o circuito e atuam para correntes de fuga a partir de 30 mA.

20.3 – Os Efeitos do Choque Elétrico

O choque elétrico pode produzir na vítima o que se denomina “morte aparente”, isto é, a perda
dos sentidos, a anoxia (paralisação da respiração por falta de oxigênio), a asfixia (ausência de respiração)
e a anoxemia (ausência de oxigênio no sangue como conseqüência da anoxia). A violenta contração
muscular provocada pelo choque pode afetar o músculo cardíaco, determinando sua paralisação e a morte.
Não havendo fibrilação ventricular, o paciente tem condições de sobreviver, se socorrido a tempo.

As alterações musculares e outros efeitos fisiológicos da corrente (queimaduras, efeitos


eletrolíticos etc.) irão depender da intensidade e do percurso da corrente pelo corpo humano. A
corrente poderá atingir partes vitais ou não.

Um dos casos mais graves é aquele em que a pessoa segura com uma das mãos o fio fase e com a
outra o fio neutro, pois a corrente entra por uma das mãos e, antes de sair pela outra, passa pelo tórax,
onde se acham órgãos vitais para a respiração e a circulação (ver Figura 20-1a).

Se a pessoa segurar um fio desencapado ou apertá-lo com um alicate sem isolamento, a corrente
segue das mãos para os pés, descarregando na terra. A corrente passa pelo diafragma e pela região
abdominal, e os efeitos podem ser graves (ver Figura 20-1b).

Quando se pisa num condutor desencapado, a corrente circula através das pernas, coxas e
abdômen. O risco é, no caso, menor do que o anterior (ver Figura 20-1c).

Tocando-se com os dedos a fase e o neutro, ou a fase e a terra, o percurso da corrente é pequeno,
e as conseqüências não são graves (ver Figura 20-1d).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

(a) (b)

(c) (d)

Fig. 20-1 – Percurso da corrente no corpo humano quando ocorre um choque elétrico.

O organismo humano é mais sensível à corrente alternada do que à corrente contínua. Na


freqüência de 60 Hz, o limiar de sensação da corrente alternada é de 1 mA, ao passo que, no caso da
corrente contínua é de 5 mA. As perturbações orgânicas são mais acentuadas em acidentes com correntes
de baixa freqüência, denominadas industriais, do que para as freqüências elevadas. O corpo humano
comporta-se como um condutor complexo, mas, numa simplificação, podemos assimilá-lo a um condutor
simples e homogêneo. Suponhamos, portanto, que interposto a um circuito energizado sob uma tensão V,
o corpo humano seja percorrido por uma corrente elétrica Ich, determinada por:

V
I ch =
Rcont.1 + Rcont.2 + Rcorpo

Rcont.1 e Rcont.2 são resistências de contato do corpo com os condutores ou entre condutor e terra. São da
ordem de 15.000 Ω/cm2 de pele. Rcorpo é a resistência do corpo à passagem da corrente. Depende do
percurso, isto é, dos pontos de ligação do corpo com as partes energizadas dos circuitos. Rcorpo ≅ 500 Ω,
desde a palma da mão à outra ou à planta do pé. Quando a pele se acha molhada, a resistência de contato
torna-se menor porque a água penetra em seus poros e melhora o contato.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais

A Tabela 20-1 indica valores de resistência total para o caso de freqüência igual a 60 Hz e
diversas hipóteses de contato do corpo com elementos energizados.

Tabela 20-1 – Resistência total, incluindo as resistências por contatos para corrente alternada – 60 Hz.

Situação Resistência total Corrente no corpo sob


ordem de grandeza a tensão de 100 volts
(em ohms) (em miliampères)
1. A corrente entra pela ponta do dedo de uma das
mãos e sai pela ponta do dedo de outra mão
(dedos secos). 15.700 6
2. A corrente entra pela palma de uma das mãos e
sai pela palma da outra mão (secas). 900 111
3. A corrente entra pela ponta do dedo e sai pelos
pés calçados. 18.500 5
4. A corrente entra pela ponta do dedo e sai pelos
pés calçados ou descalços (molhados). 15.500 6
5. A corrente entra pela mão através de uma
ferramenta e sai pelos pés calçados (molhados). 600 116
6. A corrente entra pela mão molhada e sai por
todo o corpo mergulhado em uma banheira. 500 200

Os choques elétricos em uma instalação podem se originar de dois tipos de situação:


• os Contatos Diretos: que são os contatos de pessoas ou animais com partes vivas sob tensão (fases).
Os contatos diretos, que a cada ano causam milhares de acidentes graves (muitos até fatais) são
provocados, via de regra por falhas de isolamento, por ruptura ou remoção indevida de partes
isolantes ou por atitude imprudente de uma pessoa com uma parte viva (energizada).

• os Contatos Indiretos: que são os contatos de pessoas ou animais com massas que ficaram sob
tensão devido a uma falha de isolamento. Os contatos indiretos, por sua vez, são particularmente
perigosos, uma vez que o usuário que encosta a mão numa massa, por exemplo, na carcaça de um
equipamento de utilização, não vai suspeitar de uma eventual energização acidental, provocada por
uma falta ou por um defeito interno no equipamento. Exatamente por isso a NBR 5410 dá uma ênfase
especial à proteção contra contatos indiretos (condutor de proteção e dispositivos DR).

Fig. 20-2 – Choque elétrico por contato direto e contato indireto.


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Tabela 20-2 – Efeitos fisiológicos da corrente elétrica (choque elétrico).

Corrente Alternada de 15 a 100 Hz, trajeto entre extremidades do corpo,


pessoas de, no mínimo, 50 kg de peso.
Faixa de Corrente Reações Fisiológicas Habituais
0,1 a 0,5 mA Leve percepção superficial; habitualmente nenhum efeito.
0,5 a 10 mA Ligeira paralisia nos músculos do braço, com início de
tetanização; habitualmente nenhum efeito perigoso.
10 a 30 mA Nenhum efeito perigoso se houver interrupção em, no
máximo, 5 segundos.
30 a 500 mA Paralisia estendida aos músculos do tórax, com sensação de
falta de ar e tontura; possibilidade de fibrilação ventricular
se a descarga elétrica se manifestar na fase crítica do ciclo
cardíaco (diástole) e por um tempo superior a 200 ms.
Acima de 500 mA Traumas cardíacos persistentes; nesse caso o efeito é letal,
salvo intervenção imediata de pessoal especializado com
equipamento adequado (desfibrilador).

Fig. 20-3 – Ciclo cardíaco completo cuja duração média é de 750 milésimos de segundo.

Podem ser caracterizados quatro fenômenos patológicos críticos: a tetanização, a parada


respiratória, as queimaduras e a fibrilação ventricular, que passamos a descrever sucintamente.
• Tetanização: é a paralisia muscular provocada pela circulação de corrente através dos tecidos
nervosos que controlam os músculos. Superposta aos impulsos de comando da mente, a corrente os
anula podendo bloquear um membro ou o corpo inteiro. De nada valem, nesses casos, a consciência
do indivíduo e sua vontade de interromper o contato.
• Parada Respiratória: quando estão envolvidos na tetanização os músculos peitorais, os pulmões são
bloqueados e pára a função vital de respiração. Trata-se de uma situação de emergência.
• Queimaduras: a passagem de corrente elétrica pelo corpo humano é acompanhada do
desenvolvimento de calor por efeito Joule, podendo produzir queimaduras. As queimaduras
produzidas por corrente elétrica são, geralmente, as mais profundas e as de cura mais difícil, podendo
mesmo causar a morte por insuficiência renal.
• Fibrilação Ventricular: se a corrente atinge diretamente o músculo cardíaco, poderá perturbar seu
funcionamento regular. Os impulsos periódicos que, em condições normais, regulam as contrações
(sístole) e as expansões (diástole) são alterados: o coração vibra desordenadamente e, em termos
técnicos, “perde o passo” (ver Figura 20-3). A situação é de emergência extrema, porque cessa o
fluxo vital de sangue no corpo. Observe-se que a fibrilação é um fenômeno irreversível, que se
mantém mesmo quando cessa a causa; só pode ser anulada mediante o emprego de um equipamento
chamado “desfibrilador”, disponível, normalmente, apenas em hospitais e pronto-socorros.
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21 – EXEMPLO DA TABELA DE ESPECIFICAÇÃO DO MATERIAL

Em um projeto de instalações elétricas, todos os materiais utilizados devem estar especificados


tecnicamente e ter suas quantidades definidas.

Tabela 21-1 – Relação dos materiais, com seus quantitativos (especificação e contagem).

ESPECIFICAÇÃO DO MATERIAL QUANTIDADE


Condutor isolado, Cu/PVC, 450/750 V, tipo BWF, com
isolação em camada dupla, de acordo com a NBR 6148
(PIRASTIC SUPER ANTIFLAM).
1,5 mm2, isolação preta 150 metros
1,5 mm2, isolação azul-claro 150 metros
2,5 mm2, isolação preta 200 metros
2,5 mm2, isolação azul-claro 200 metros
2,5 mm2, isolação verde ou verde-amarelo 200 metros
4 mm2, isolação preta 30 metros
4 mm2, isolação azul-claro 30 metros
4 mm2, isolação verde ou verde-amarelo 30 metros
Eletroduto rígido de PVC, de acordo com a NBR 6150
(barras ou “varas” de 3 metros).
16 mm (½ ”) 96 metros
20 mm (¾ ”) 57 metros
25 mm (1 ”) 15 metros
32 mm (1 ¼ ”) 6 metros
Disjuntor termomagnético em caixa moldada, de acordo com a
NBR 5361, sem fator de correção para temperatura ambiente.
Monofásico, 10 A (Unipolar) 4 peças
Monofásico, 15 A (Unipolar) 7 peças
Monofásico, 25 A (Unipolar) 2 peças
Monofásico, 30 A (Unipolar) 1 peça
Trifásico, 40 A (Tripolar) 1 peça
Disjuntor termomagnético com proteção diferencial-residual
incorporada em caixa moldada, corrente diferencial-residual
nominal de atuação igual a 30 mA (I∆N).
Trifásico, 40 A (Tetrapolar) 1 peça
Equipamento (com espelho)
Interruptor de 1 seção (simples), 10 A 7 peças
Interruptor de 2 seções (duplo), 10 A 2 peças
Interruptor de 3 seções, 10 A 1 peça
Interruptor paralelo (three-way), 10 A 4 peças
Interruptor intermediário (four-way), 10 A 1 peça
Tomada universal (2P+T), 15 A 19 peças
Tomada universal (2P+T), 25 A 2 peças
Plafonier para ponto de luz 18 peças
Botão de campainha 1 peça
Campainha 1 peça

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22 – EXEMPLO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO

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BIBLIOGRAFIA

[ 1 ] INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS.


Geraldo Cavalin e Severino Cervelin – 4ª Edição.
Editora Érica Ltda. – São Paulo – SP.

[ 2 ] INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.
Ademaro A. M. B. Cotrim – 4ª Edição.
Pearson Education do Brasil Ltda. – São Paulo – SP.

[ 3 ] INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.
Julio Niskier e Archibald Joseph Macintyre – 4ª Edição.
LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. – Rio de Janeiro – RJ.

[ 4 ] INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.
Hélio Creder – 9ª Edição.
LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. – Rio de Janeiro – RJ.

[ 5 ] INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS.


João Mamede Filho – 6ª Edição.
LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. – Rio de Janeiro – RJ.

[ 6 ] REVISTA ELETRICIDADE MODERNA – EDIÇÃO ESPECIAL.


Guia EM da NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão – 2002.
Aranda Editora Ltda. – São Paulo – SP.
Arquivo eletrônico para download gratuito no site: www.procobrebrasil.org.

[ 7 ] MANUAL DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS RESIDENCIAIS.


© ELEKTRO / PIRELLI – Julho de 2003.
Edição complementada, atualizada e ilustrada com a revisão técnica do Prof. Hilton
Moreno, secretário da Comissão Técnica da NBR 5410 (CB-3/ABNT).
Arquivo eletrônico para download gratuito no site: www.procobrebrasil.org.

[ 8 ] MANUAL PIRELLI DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.


1ª Edição – 1993.
Editora Pini Ltda. – São Paulo – SP.

[ 9 ] NOVO PADRÃO DE ENTRADA PARA INSTALAÇÕES DE BAIXA TENSÃO.


Folheto Entregue aos Consumidores − Março 2001.
COSERN − Grupo IBERDROLA − Natal/RN.

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