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PROJETO DE INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO
AGOSTO/2004
Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Carga Instalada: Soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados na unidade
consumidora, em condições de entrar em funcionamento, expressa em quilowatts (kW).
Demanda: Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela
parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo
especificado.
Demanda Medida: Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no
intervalo de 15 minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).
Ponto de Entrega: Primeiro ponto de fixação dos condutores do ramal de ligação na propriedade
do consumidor. É o ponto até o qual a concessionária se obriga a fornecer energia elétrica, com a
participação nos investimentos necessários, responsabilizando-se pela execução dos serviços, pela
operação e pela manutenção.
Ramal de Ligação: Conjunto de condutores e acessórios instalados pela concessionária entre o
ponto de derivação da rede secundária e o ponto de entrega.
Ramal de Entrada: Conjunto de condutores, acessórios e equipamentos instalados pelo
consumidor, a partir do ponto de entrega até a medição.
Ramal Alimentador: Conjunto de condutores e acessórios instalados pelo consumidor, após a
medição para alimentação das instalações internas da unidade consumidora.
Subestação: Parte das instalações elétricas da unidade consumidora atendida em tensão primária
de distribuição que agrupa os equipamentos, condutores e acessórios destinados à proteção,
medição, manobra e transformação de grandezas elétricas.
Na área de concessão da COSERN, a energia elétrica disponível, para todo o Rio Grande do
Norte, tem as seguintes características: em BT = 380/220 V, 60 Hz, com sistema a 4 fios (3F + N).
em AT (MT) = 13,8 kV, 60 Hz, com sistema a 3 fios (3F).
OBSERVAÇÕES:
• Em instalações monofásicas não é permitida a utilização dos seguintes equipamentos:
1) máquina de solda com potência > 3 kVA
2) motores 1φ com potência > 3 cv
• Alimentação de motores 3φ com potência > 7,5 cv, necessariamente tem que ser realizada através
de chave de partida com redução da corrente (estrela-triângulo ou compensadora).
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Conexões do Transformador
Ramal de Ligação
(da Concessionária) Transformador
de Distribuição
Ramal Alimentador
(Quadro Terminal de Cargas)
A instalação elétrica é uma das etapas extremamente importantes de uma construção (casas,
apartamentos, comércio, indústria etc.), portanto as instalações elétricas devem ser preocupação de todos
os profissionais envolvidos (engenheiros, técnicos e eletricistas) e usuários (proprietários e todos que
fazem uso da eletricidade). Porém, compete aos engenheiros e técnicos elaborarem os projetos de acordo
com as Normas vigentes (NBR 5410, NBR 5444, Normas e Padrões da Concessionária Local etc.).
A preocupação com a elaboração do projeto, com a execução correta das instalações e com a
utilização de componentes de boa qualidade, contribui diretamente para a conservação de energia.
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As normas técnicas brasileiras são elaboradas pela ABNT e registradas pelo Inmetro.
A NBR 5410 é uma norma de uso obrigatório no projeto, na execução e na manutenção de instalações
elétricas de baixa tensão em:
• estabelecimentos residenciais; • estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;
• estabelecimentos comerciais; • edificações pré-fabricadas;
• estabelecimentos de uso público; • trailers, campings, marinas e instalações análogas;
• estabelecimentos industriais; • canteiros de obras, feiras, exposições e instalações temporárias.
Situação 1 Situação 2
Energia Elétrica na PROJETO Energia Elétrica no
Rede de Distribuição Ponto de Utilização
Projetar uma instalação elétrica para qualquer tipo de prédio ou local consiste essencialmente em
selecionar, dimensionar e localizar, de maneira racional, os equipamentos e outros componentes
necessários a fim de proporcionar, de modo seguro e efetivo, a transferência de energia elétrica desde
uma fonte até os pontos de utilização.
As etapas que devem ser seguidas num projeto de instalações elétricas prediais, válidas, em
princípio, para qualquer tipo de prédio (residencial, comercial, industrial etc.), são as seguintes:
a) Análise inicial;
b) Fornecimento de energia normal;
c) Quantificação da instalação;
d) Esquema básico da instalação;
e) Seleção e dimensionamento dos componentes;
f) Especificação e contagem dos componentes.
a) Análise inicial:
Etapa preliminar do projeto de instalações elétricas de qualquer prédio, constituindo em colher
os dados básicos para a execução do trabalho.
1. Estudo, com cliente e/ou arquiteto, de todos os desenhos constantes do projeto de arquitetura
– plantas, cortes, detalhes importantes etc.
2. Análise dos outros sistemas a serem implantados no local (hidráulico, tubulações, ar
condicionado etc.) e das características elétricas dos equipamentos de utilização previstos.
3. Tipos de linhas elétricas a utilizar.
4. Setores ou equipamentos que necessitam de energia de substituição.
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5. Resistividade.
6. Iluminação de emergência.
7. Localização da entrada de energia.
b) Fornecimento de energia normal:
Etapa que consiste na determinação das condições em que o prédio será alimentado com
energia elétrica.
1. Tensões de fornecimento.
2. Esquema de aterramento.
3. Padrão de entrada e medição a ser utilizada.
4. Nível de curto-circuito no ponto de entrega de energia.
c) Quantificação da instalação:
Etapa em que se determina a potência instalada e a demanda (Tabela).
1. Marcação dos pontos de luz (em planta).
2. Marcação dos pontos de tomadas de corrente e outros pontos de utilização (em planta).
3. Divisão da instalação em circuitos (Tabela).
4. Cálculo da potência instalada e da demanda (potência de alimentação).
d) Esquema básico da instalação:
Etapa que resultará em um esquema unifilar, onde estarão indicados os componentes principais
da instalação e suas interligações elétricas.
e) Seleção e dimensionamento dos componentes:
Etapa que seleciona e dimensiona todos os componentes que fazem parte do projeto elétrico,
desde a proteção até os condutores.
f) Especificação e contagem dos componentes:
Etapa responsável pela especificação técnica dos componentes e contagem dos mesmos.
2. Ponto de comando. É o dispositivo por meio do qual se governa um ponto ativo. (ex.
interruptor, disjuntor, botões etc.).
⇒ Condutores de circuitos terminais. Saem dos quadros terminais e alimentam os pontos de luz,
as tomadas e os aparelhos fixos.
A) FIOS DIRETOS. São os dois condutores (fase e neutro) que, desde a chave de circuito no
quadro terminal de distribuição, não são interrompidos, embora forneçam derivações ao
longo de sua extensão.
O fio neutro vai, sem exceção, diretamente a todos os pontos ativos.
O fio fase vai diretamente apenas às tomadas e pontos de luz que não dependem de
comando, aos interruptores simples e a somente um dos interruptores paralelos.
B) FIO DE RETORNO. É o condutor-fase que, depois de passar por um interruptor ou jogo de
interruptores, “retorna”, ou melhor, “vai” ao ponto de luz.
C) FIOS ALTERNATIVOS. São os condutores que só existem nos comandos compostos, e
que permitem, alternativamente, a passagem da corrente ou ligam um interruptor paralelo
(three-way) com outro intermediário (four-way).
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A NBR 5410 recomenda a adoção das seguintes cores no encapamento isolante dos condutores:
No aterramento:
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6 – SIMBOLOGIA PADRONIZADA
(NBR 5444 – Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais)
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A. Dutos e Distribuição:
B. Quadros de Distribuição:
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C. Interruptores:
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E. Tomadas:
F. Motores e Transformadores:
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Fig. 7-1
4. Segure os condutores com o alicate e inicie as primeiras voltas com os dedos (Fig. 7-5).
5. Finalize a primeira parte da emenda com auxílio de outro alicate (Fig. 7-6).
Fig. 7-10
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Fig. 7-11
Fig. 7-12
3. Inicie a emenda pelo condutor flexível fazendo as espiras até completá-las (Fig. 7-13).
4. Com auxílio de um alicate universal, dobre o condutor rígido sobre o flexível (Fig. 7-14).
Fig. 7-13
Fig. 7-14
5. Dobre o condutor rígido como mostra a figura 7-15.
6. Segure o condutor rígido pelo olhal, com auxílio de um alicate de pressão, fazendo as espiras
conforme indicado na figura 7-16, até a conclusão da emenda.
Fig. 7-17
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Fig. 7-18
Fig. 7-19
Fig. 7-20
Fig. 7-23
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Fig. 7-26
Fig. 7-27
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Fig. 7-32
Fig. 7-33
Fig. 7-34
Fig. 7-35
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Fig. 7-39
Fig. 7-40
Fig. 7-41
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Fig. 7-42
l = 2πR p + d c
Onde:
l = comprimento da circunferência do olhal, em mm.
Rp = raio do parafuso, em mm.
dc = diâmetro do condutor, em mm. Fig. 7-43
π = 3,14...
Notas: 1- O olhal deve ser colocado como indica a figura 7-44, com a
finalidade de que não se abra ao apertar o parafuso. 2- Caso o parafuso seja
do tipo não removível ou imperdível, deve-se elaborar um olhal semifechado
de maneira que permita colocá-lo debaixo da cabeça, dando a seguir, o
fechamento final do olhal com auxílio de um alicate de bico. 3- A fixação de
condutores flexíveis a elementos deve ser feita por meio de terminais
apropriados. Na impossibilidade de se usar terminais, deve-se estanhar o
condutor para manter os fios unidos no momento do aperto do parafuso.
Fig. 7-44
7.4 – Tipos de Conectores
Os conectores são dispositivos destinados a unir elétrica e mecanicamente dois ou mais
condutores entre si, ou um condutor a um borne de interruptores, tomadas, disjuntores etc. Os conectores
podem ser encontrados das mais variadas formas e tamanhos, destinados aos diversos tipos de serviços.
Para condutores com seção superior a 10 mm2, usam-se, com vantagem, os conectores.
Fig. 7-45 – Tipos de conectores. Fig. 7-46 – Conector para conexão bimetálica.
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Fig. 7-47 – Conector rápido. Fig. 7-48 – Instrução de uso (todos os modelos).
7.5 – Prensa-Cabos
São dispositivos com rosca, sendo utilizados para vedação de entradas de cabos em caixas de
derivação e outros aparelhos. Possui amplo campo de aplicações em indústrias químicas,
automobilísticas, naval, de máquinas e equipamentos, fabricantes de painéis e outras.
As ligas (misturas) de materiais usadas nos trabalhos de eletricidade para soldagem de emendas e
terminais, apresentam baixo ponto de fusão na proporção de 67% de estanho e 33% de chumbo. Com
esta proporção a solda se funde a uma temperatura de 170ºC. A solda pode ser encontrada com diversos
formatos, conforme apresentado nas figuras abaixo.
Fig. 7-51 – Forma de barra (≅35 cm). Fig. 7-52 – Solda em forma de fios.
A solda encontrada em forma de fios, cujo diâmetro varia entre 0,8 a 1,5 mm, que é a mais
usada em eletrônica, apresenta uma proporção de 60% de estanho e 40% de chumbo. Possui no seu
interior, um núcleo de resina que tem por finalidade facilitar a aderência da solda nos locais em que deve
ser aplicada.
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Fig. 8-1
Nunca tente ligar as chaves elétricas que estão no alto dos postes.
Este é um serviço que só a Companhia de Energia de sua cidade pode
executar.
Fig. 8-2
Fig. 8-3
Fig. 8-4
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Fig. 8-5
Fig. 8-6
Fig. 8-7
Fig. 8-8
Não faça construções nem plante árvores de grande porte sob os fios da
rede elétrica.
Para a sua segurança, a faixa de terreno embaixo da rede elétrica deve estar
sempre limpa e livre.
Fig. 8-9
Não queime lixo ou mato sob as linhas.
Nem perto delas. O fogo ou mesmo o excesso de calor danifica os cabos e
as estruturas, causando curto-circuito e interrompendo o fornecimento de
energia.
Fig. 8-10
Fig. 8-11
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Fig. 8-12
Não troque lâmpadas penduradas no teto sem estar bem-amparado e o
disjuntor desligado.
A gravidade do acidente muitas vezes esta na queda ao chão e não apenas no
choque elétrico.
Segure a lâmpada sempre pelo bulbo, evitando tocar a rosca.
Utilize sempre escadas de madeira (ou cadeiras de plástico) e nunca escadas
metálicas.
Fig. 8-13
Fig. 8-14
Fig. 8-15
Fig. 8-16
Fig. 8-18
Fig. 8-19
Cercas eletrificadas.
Para sua utilização é necessário consultar a Companhia de Energia de sua
cidade.
Sua finalidade é manter animais numa área determinada (pastagens, curral
etc.) através de aparelhos eletrificadores.
Fig. 8-20
Fig. 8-21
Fig. 8-23
Fig. 8-24
B) Massagem Cardíaca
1. Coloque a vítima deitada de costas sobre uma superfície plana e dura.
2. Coloque as mãos (somente a parte próxima ao punho) uma sobreposta à outra, na cavidade da
parte média do esterno.
3. Faça pressão com vigor, mantendo os braços esticados e usando seu próprio peso para
pressionar. Repita a operação 60 vezes por minuto.
• Se tiver que fazer respiração e massagem ao mesmo tempo, para cada 15 massagens, faça
2 respirações.
• Se o socorro for em dupla, para cada 5 massagens, faça 1 respiração.
Fig. 8-25 – Socorro realizado em dupla, com respiração boca a boca e massagem cardíaca.
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Esquema Funcional: Apresenta todo o sistema elétrico e permite interpretar, com clareza e rapidez,
o funcionamento ou seqüência funcional dos circuitos. Neste esquema, mostra-se o equipamento
exatamente como ele é encontrado à venda no mercado, ou como ele é industrialmente fabricado.
Diagrama Multifilar: Representa todo o sistema elétrico, em seus detalhes, com todos os condutores,
sendo que nesta representação, cada traço é um fio que será utilizado na ligação dos componentes.
Esquema Funcional
N1
F1
N2
F2
T
Fig. 9-2 – Diagramas multifilar e unifilar para o esquema funcional da Fig. 9-1.
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As figuras apresentadas a seguir mostram de forma detalhada onde estão localizadas as caixas
de passagem, o quadro elétrico e o trajeto de todos os eletrodutos. As perspectivas cônica e cavaleira
apresentam o posicionamento dos pontos elétricos e mostram, com uma maior clareza, o
encaminhamento dos eletrodutos.
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Fig. 9-8 – Ponto de luz, interruptor de uma seção e tomada de 100 VA a 30 cm do piso.
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Fig. 9-11 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções.
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Fig. 9-12 – Dois pontos de luz comandados por um interruptor de duas seções e tomada de 100 VA.
Fig. 9-13 – Lâmpada acesa por um interruptor de uma seção, pelo qual chega a alimentação.
Fig. 9-14 – Duas lâmpadas acesas por um interruptor de duas seções, pelo qual chega a alimentação.
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Fig. 9-15 – Duas lâmpadas comandadas por interruptores independentes, de uma seção cada.
Fig. 9-16 – Ligação de uma lâmpada com interruptores three-way. Lâmpada apagada, circuito aberto.
Fig. 9-17 – Ligação de uma lâmpada com interruptores three-way. Lâmpada acesa, circuito fechado.
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Fig. 9-18 – Three-way (interruptor paralelo), a alimentação chega pelo interruptor. Lâmpada apagada.
Fig. 9-19 – Ligação de uma lâmpada com dois interruptores three-way e um four-way.
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Fig. 9-20 – Lâmpada acionada por dois interruptores three-way (paralelos) e um four-way (intermediário).
Por razões de economia, não é conveniente que as lâmpadas dos halls de serviço e sociais dos
prédios fiquem acesas durante toda a noite, e às vezes durante todo o dia, no caso dos halls sem
iluminação natural. Além disso, alguém poderia acender uma luz num hall e esquecer-se de apagá-la.
Emprega-se, por isso, um sistema que permite, com o acionamento de qualquer um dos
interruptores do circuito, ligar simultaneamente, por exemplo, as lâmpadas dos halls de todos os andares,
mesmo que seja de um único ponto de comando. Um aparelho denominado minuteria, após um certo
tempo, admitamos um minuto (ou um intervalo de tempo predeterminado), desliga as lâmpadas sob o seu
comando.
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10 – ESTIMATIVA DE CARGA
10.1 – Iluminação:
O projetista escolherá criteriosamente os locais onde devem ser previstas as tomadas de uso
específico, e deverá prever o número de tomadas de uso geral que assegure conforto ao usuário.
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2. Comerciais:
a) Escritórios com área ≤ 40 m2, 01 tomada para cada 3 m ou fração de perímetro, ou
01 tomada para cada 4 m2 ou fração de área (adota-se o critério que conduzir ao
maior número de tomadas).
b) Escritórios com área > 40 m2, 10 tomadas para os primeiros 40 m2, acrescentando-se
01 tomada para cada 10 m2 ou fração de área restante.
c) Lojas, 01 tomada para cada 30 m2 ou fração, não computadas as tomadas destinadas
a lâmpadas, vitrines e demonstração de aparelhos.
1. Tomadas de Uso Específico (TUE´s). Adota-se a potência nominal (de entrada) do aparelho
a ser usado (Tabela 10-1). As tomadas de uso específico devem ser instaladas no máximo a
1,5 m do local previsto para o equipamento a ser alimentado.
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Um quadro de distribuição pode ser entendido como o “coração” de uma instalação elétrica, já
que distribui energia elétrica por toda a edificação e acomoda os dispositivos de proteção dos diversos
circuitos elétricos.
ATENÇÃO:
Nos cômodos como cozinha e áreas de serviço, observar para que a instalação do QD ou QL não
atrapalhe a colocação de armários. A sugestão para a sua instalação é atrás de portas, desde que não
seja porta de correr.
O QD ou QL não deverá ser instalado em locais onde existe a possibilidade de, por determinados
períodos, ficarem fechados com chave ou ser de alguma forma impossibilitado o acesso, como por
exemplo: quartos, sótãos, depósitos, porões e banheiros.
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Fig. 11-1 – Quadro elétrico contendo dispositivos de proteção e barramentos de neutro e de terra.
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Fig. 11-3 – Esquema de montagem do QD, com proteção geral através de Disjuntor DR (3F+1N).
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Fig. 11-4 – Esquema de montagem do QD, proteção geral com Interruptor DR (3F+1N) e Disjuntor (3F).
Fig. 11-5 – Esquema de montagem do QD, com proteção geral através de Disjuntor Termomagnético (3F).
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A potência instalada (Pinst) ou potência nominal (Pn) de uma instalação elétrica ou de um circuito
elétrico é a soma das potências nominais dos equipamentos de utilização (inclusive tomadas de corrente)
pertencentes ao mesmo.
No projeto de instalações elétricas de baixa tensão de uma residência, a potência instalada pode
ser calculada pela fórmula a seguir: Pinst = Piluminação + PTUG´s + PTUE´s.
Piluminação – Potência instalada de iluminação.
PTUG´s – Potência instalada das tomadas de uso geral.
PTUE´s – Potência instalada das tomadas de uso específico.
O fator de demanda representa uma porcentagem de quanto das potências previstas serão
utilizadas simultaneamente no momento de maior solicitação de carga pela instalação. Este fator é
utilizado para não superdimensionar os condutores do circuito de alimentação geral, tendo em vista que
numa residência nem todas as lâmpadas e tomadas são utilizadas ao mesmo tempo.
EXEMPLO:
Piluminação = 2.440 VA; PTUG´s = 7.900 VA; PTUE´s = 16.480 VA (Nº de TUE´s = 08).
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Tabela 12-1 – Fator de demanda para (a) potências de iluminação + tomadas de uso geral – TUG´s e
(b) para tomadas de uso específico – TUE´s em um projeto de instalações elétricas residencial.
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Observações Importantes:
Se os circuitos ficarem muito carregados, os condutores adequados para suas ligações irão resultar em
uma seção nominal (bitola) muito grande, dificultando:
• a colocação dos condutores dentro dos eletrodutos;
• as conexões terminais dos interruptores e das tomadas.
Sempre que possível a seção nominal dos condutores deve ser menor ou igual a 4 mm2.
Resistivos
(Lâmpadas Pn Pn
In = In =
Circuitos incandescentes e VF VL
Monofásicos resistências)
F + N; F + F;
2F + N Indutivos Pn Pn
(Reatores e In = In =
motores) VF ⋅ cos ϕ ⋅ η V L ⋅ cos ϕ ⋅ η
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Equilibrados Pn
In =
(3F) 3 ⋅ VL ⋅ cos ϕ ⋅ η
Circuitos
Trifásicos
Desequilibrados Pn
In =
(3F + N) 3 ⋅ VF ⋅ cos ϕ ⋅ η
Tabela 14-1 – Valores típicos para o fator de potência e o rendimento, a ser utilizados na falta de dados
específicos do fabricante. Para os equipamentos de uso mais comum em instalações elétricas residenciais.
EQUIPAMENTOS cos θ Rendimento η
ILUMINAÇÃO
Incandescente 1,0 1,0
Mista 1,0 1,0
COM APARELHOS NÃO-COMPENSADOS
(baixo fator de potência - cos θ)
Fluorescente
com starter - 18 a 65 W 0,50 0,60 a 0,83
partida rápida - 20 a 110 W 0,50 0,54 a 0,80
Vapor de mercúrio
220 V - 50 a 1.000 W 0,50 0,87 a 0,95
Vapor de sódio a alta pressão
70 a 1.000 W 0,40 0,90
Iodeto metálico
220 V - 230 a 1.000 W 0,60 0,90 a 0,95
380 V - 2.000 W 0,60 0,90
COM APARELHOS COMPENSADOS
(alto fator de potência - cos θ)
Fluorescente
com starter - 18 a 65 W 0,85 0,60 a 0,83
partida rápida - 20 a 110 W 0,85 0,54 a 0,80
Vapor de mercúrio
220 V - 50 a 1.000 W 0,85 0,87 a 0,95
Vapor de sódio a alta pressão
70 a 1.000 W 0,85 0,90
Iodeto metálico
220 V - 230 a 1.000 W 0,85 0,90 a 0,95
380 V - 2.000 W 0,85 0,90
MOTORES (trifásicos, com rotor de gaiola)
até 600 W 0,50 —
de 1 a 4 CV 0,75 0,75
de 5 a 50 CV 0,85 0,80
mais de 50 CV 0,90 0,90
RESISTORES (aquecimento elétrico) 1,0 1,0
50
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Observação Importante:
Nos circuitos terminais devem ser considerados os valores apresentados abaixo:
f1 = f2 = f3 = f4 = 1,0. Logo, para os circuitos terminais Ip = In.
15 – OS CONDUTORES ELÉTRICOS
Fig. 15-1 – Fio: é um condutor sólido, maciço, em geral de seção circular, com ou sem isolamento.
Fig. 15-2 – Cabo: é um conjunto de fios encordoados, não isolados entre si.
Os cabos podem ser isolados ou não (cabo nu), conforme o uso a que se destina. São mais
flexíveis que um fio de mesma capacidade de carga.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Isolação - É aplicada sobre o condutor com a finalidade de isolá-lo eletricamente do ambiente que o
circunda ou de outros condutores próximos (instalados no mesmo eletroduto).
Ex: Cloreto de Polivinila (PVC), Polietileno (PE).
Cobertura - É um invólucro externo não metálico e contínuo, sem função de isolação, destinado a
proteger o fio ou cabo contra influências externas.
Trataremos especificamente dos condutores para baixa tensão (0,6 kV – 0,75 kV – 1 kV).
Em geral, os fios e cabos são designados em termos de seu comportamento quando submetidos à
ação do fogo, isto é, em função do material de sua isolação e cobertura. Assim os cabos elétricos podem
ser classificados em quatro grandes categorias:
(1) Propagadores de chama – São aqueles que entram em combustão sob a ação direta da chama e a
mantém mesmo após a retirada da chama. Tais cabos podem contribuir para o desenvolvimento e a
propagação dos incêndios.
Ex - Etilenopropileno (EPR) e o Polietileno reticulado (XLPE).
(2) Não propagadores de chama – Removida a chama ativadora, a combustão do material cessa. A chama
se auto-extingue após cessar a causa ativadora da mesma.
Ex - Cloreto de polivinila (PVC) e o neoprene.
(3) Resistentes à chama – Mesmo em caso de exposição prolongada, a chama não se propaga ao longo do
material isolante do cabo.
Ex - Sintenax Antiflam, da Pirelli e o Noflam BWF 750 V, da Ficap.
(4) Resistentes ao fogo – São materiais especiais incombustíveis, que permitem o funcionamento do
circuito elétrico mesmo em presença de um incêndio (exposição à chama direta, 750 ºC, por 3 horas). Tais
cabos são particularmente utilizados para circuitos de segurança e sinalizações de emergência.
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Observação Importante:
Situações nas quais o condutor neutro não pode ser reduzido:
• Em circuitos monofásicos e bifásicos, qualquer que seja a seção da fase;
• Em circuitos trifásicos, quando o condutor fase tiver seção menor ou igual a 25 mm2, em
cobre ou em alumínio (ver Tabela 15-2);
• Em circuitos trifásicos, quando for prevista a presença de harmônicos para qualquer seção.
Uma vez determinadas as seções possíveis para o condutor, calculadas de acordo com os critérios
utilizados, escolhe-se em tabela de capacidade de condutores, padronizados e comercializados, o fio ou
cabo cuja seção seja igual ou maior do que o valor da seção calculada.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
O condutor não pode ser submetido a um aquecimento exagerado provocado pela passagem da
corrente elétrica, pois a isolação e a cobertura do mesmo poderiam vir a ser danificadas. Entre os fatores
que devem ser considerados na escolha da seção de um fio ou cabo, supostamente operando em condições
de aquecimento normais, destacam-se:
1. O tipo de isolação e de cobertura do condutor, em geral é de PVC;
2. O número de condutores carregados, isto é, de condutores vivos, efetivamente percorridos
pela corrente (ver Tabela 16-1);
3. A maneira de instalar os cabos (ver Tabela 16-2);
4. A proximidade de outros condutores, agrupamento com outros circuitos (ver Tabela 16-3);
5. A temperatura ambiente ou do solo no caso de linhas subterrâneas (ver Tabela 16-4);
Referência Descrição
1 Condutores isolados, cabos unipolares ou multipolares em eletroduto embutido em parede
termicamente isolante.
A 2 Cabos unipolares ou cabos multipolares embutidos diretamente em parede isolante.
3 Condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto contido em canaleta
fechada.
1 Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto aparente.
2 Condutores isolados ou cabos unipolares em calha.
3 Condutores isolados ou cabos unipolares em moldura.
B 4 Condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto contido em canaleta
aberta ou ventilada.
5 Condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto embutido em
alvenaria.
6 Cabos unipolares ou cabos multipolares contidos em blocos alveolados.
1 Cabos unipolares ou cabos multipolares diretamente fixado em parede ou teto.
2 Cabos unipolares ou cabos multipolares embutidos diretamente em alvenaria.
C 3 Cabos unipolares ou cabos multipolares em canaleta aberta ou ventilada.
4 Cabo multipolar em eletroduto aparente.
5 Cabo multipolar em calha.
1 Cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto enterrado no solo.
D 2 Cabos unipolares ou cabos multipolares enterrados – diretamente – no solo.
3 Cabos unipolares ou cabos multipolares em canaleta fechada.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Tabela 16-3 – Fatores de correção para agrupamento de mais de um circuito ou mais de um cabo
multipolar instalado em eletroduto ou calha, ou agrupados sobre uma superfície — k1.
Para a correção da corrente de projeto calculada (Ip) para cada circuito, se faz necessário consultar
a planta com a representação gráfica da fiação e seguir o percurso dos condutores de cada circuito,
observando neste trajeto qual a situação em que temos o maior número de circuitos agrupados no
eletroduto.
EXEMPLO: Em um trecho de uma instalação elétrica o Circuito 1 (Iluminação) tem o seu maior
agrupamento com mais quatro circuitos. A corrente de projeto calculada para o Circuito 1 foi de 4,8 A.
Qual o valor da corrente de projeto corrigida?
Maior número de circuitos agrupados dentro dos eletrodutos = Circuito 1 + 4 Circuitos = 5 Circuitos.
Valor do fator de correção k1, (ver Tabela 16-3) = 0,60.
Ip 4,8
I p '= = = 8 A.
k1 0,60
Tabela 16-4 – Fator de correção para temperaturas ambientes diferentes de 30ºC para cabos não
enterrados e de 20ºC (temperatura do solo) para cabos enterrados — k2.
Ambiente Do Solo
Temperatura Fator Térmico (k2) Temperatura Fator Térmico (k2)
(°C) Isolação (°C) Isolação
PVC EPR ou XLPE PVC EPR ou XLPE
10 1,22 1,15 10 1,10 1,07
15 1,17 1,12 15 1,05 1,04
20 1,12 1,08 25 0,95 0,96
25 1,06 1,04 30 0,89 0,93
35 0,94 0,96 35 0,84 0,89
40 0,87 0,91 40 0,77 0,85
45 0,79 0,87 45 0,71 0,80
50 0,71 0,82 50 0,63 0,76
55 0,61 0,76 55 0,55 0,71
60 0,50 0,71 60 0,45 0,65
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Ip Ip Ip
I p '= ou ou
k1 k2 k1 × k 2
Observação Importante:
Para qualquer dos dois casos, a queda de tensão, a partir do quadro terminal até o dispositivo ou
equipamento consumidor de energia, deverá ser, no máximo, de 2% (ver Figura 16-1).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Fig. 16-1 – Limites máximos de queda de tensão estabelecidos pela NBR 5410 (7%) e COPEL (5,5%).
Conhecendo-se:
• O material do eletroduto (se é magnético ou não-magnético).
• A corrente de projeto, Ip (em ampères).
• O fator de potência, cos θ.
• A queda de tensão admissível para o caso, em porcentagem (∆V%). Se 4% usar 0,04.
• O comprimento do circuito, l (em km).
• A tensão nominal do circuito, Vn (em volts).
Calcula-se:
• A seção nominal do condutor, entrando na Tabela 16-6 com o valor calculado acima.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Tabela 16-6 – Quedas de tensão unitárias. Condutores isolados com PVC em eletroduto ou calha fechada.
Eletroduto ou calha de
Eletroduto ou calha de material não-magnético
material magnético
Circuito monofásico ou
Circuito monofásico Circuito trifásico
Seção trifásico
Nominal cos θ = 0,80 cos θ = 0,95 cos θ = 0,80 cos θ = 1,0 cos θ = 0,80 cos θ = 0,95
(mm2) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km)
1,5 23,03 27,6 20,2 24,0 23,0 27,4
2,5 14,03 16,9 12,4 14,7 14,0 16,8
4 8,9 10,6 7,8 9,2 9,0 10,5
6 6,0 7,1 5,2 6,1 5,9 7,0
10 3,6 4,2 3,2 3,7 3,5 4,2
16 2,3 2,7 2,0 2,3 2,3 2,7
25 1,5 1,7 1,3 1,5 1,5 1,7
35 1,1 1,2 0,98 1,1 1,1 1,2
50 0,85 0,94 0,76 0,82 0,86 0,95
70 0,62 0,67 0,55 0,59 0,64 0,67
95 0,48 0,50 0,50 0,43 0,50 0,51
120 0,40 0,41 0,36 0,36 0,42 0,42
150 0,35 0,34 0,31 0,30 0,37 0,35
185 0,30 0,29 0,27 0,25 0,32 0,30
240 0,26 0,24 0,23 0,21 0,29 0,25
Atenção:
Para o cálculo da queda de tensão num circuito deve ser utilizada a corrente de projeto do circuito.
Tabela 16-7 – Soma dos produtos potências (watts) x distâncias (m), Vn = 110 volts (V).
Tabela 16-8 – Soma dos produtos potências (watts) x distâncias (m), Vn = 220 volts (V).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Os condutores e equipamentos que fazem parte de um circuito elétrico devem ser protegidos
automaticamente contra curtos-circuitos e contra sobrecargas (intensidade de corrente acima do valor
compatível com o aquecimento do condutor e que poderiam danificar a isolação do mesmo ou deteriorar
o equipamento). Os dispositivos classificam-se conforme o objetivo ao qual se destinam:
1. Dispositivos que assegurem apenas proteção contra curto-circuito (Disjuntores com Proteção
Eletromagnética apenas e Fusíveis).
2. Dispositivos que protejam eficazmente apenas contra sobrecargas (Disjuntores com Proteção
Térmica apenas e Relés Térmicos).
3. Dispositivos que proporcionem segura proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos
(Disjuntores com Proteção Térmica e Eletromagnética).
O fusível pode ser considerado como uma resistência devidamente protegida que deve fundir com
a passagem da corrente de sobrecarga ou curto-circuito. Os tipos mais comuns são:
a) Fusível Tipo Rolha: é um fusível de baixa tensão em que um dos contatos é uma peça
roscada, que se fixa no contato roscado correspondente da base (ver Figura 17-1).
b) Fusível Tipo Cartucho: é um fusível de baixa tensão cujo elemento fusível é encerrado em
um tubo protetor de material isolante, com contatos nas extremidades. Pode se apresentar de
duas formas tipo virola e tipo faca ou baioneta (ver Figura 17-2 e 17-3).
c) Fusível Diazed (ou tipo “D”): é um fusível limitador de corrente, de baixa tensão, cujo
tempo de interrupção é tão curto que o valor de crista da corrente de curto-circuito presumida
não é atingido. Estes fusíveis são usados na proteção de condutores de rede de energia
elétrica e circuitos de comando (na proteção de motores empregam-se fusíveis do tipo
retardado, que não fundem com a corrente de partida do motor). São empregados para
correntes de 2 a 100 A (ver Figura 17-4).
d) Fusível NH: é um fusível limitador de corrente de alta capacidade de interrupção, para
correntes nominais de 6 a 1.000 A em aplicações industriais. Protegem os circuitos contra
curtos-circuitos e também contra sobrecargas de curta duração, como acontece na partida de
motores de indução com rotor em gaiola (ver Figura 17-5).
Fig. 17-1 – Fusível tipo rolha. Fig. 17-2 – Fusível cartucho tipo virola.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Tampa Base
Capa de Proteção
Fusível
Parafuso de Ajuste
Base Unipolar
DIA - diâmetro
DIAZED: Z - 2 partes (bipartido) NH: N - baixa tensão
ED - rosca tipo Edson H - alta capacidade de interrupção
ATENÇÃO: Qualquer corrente que exceda um valor nominal pré-fixado (por exemplo, a corrente
nominal de um equipamento In ou a capacidade de condução de corrente de um condutor Iz) é chamada de
Sobrecorrente. Se tivermos um valor nominal de 50 A, uma corrente de 51 A, será uma sobrecorrente e
uma de 5.000 A também será uma sobrecorrente. Nas instalações elétricas, as sobrecorrentes podem ser
de dois tipos: as correntes de sobrecarga (subdimensionamento de circuitos, substituição de equipamentos
por outros de potência maior ou inclusão de equipamentos não previstos) e as correntes de falta (falha na
isolação dos condutores, corrente de fuga ou corrente de curto-circuito).
• Sobrecarga: corrente elétrica de intensidade moderada e longa duração, não produzida por falta.
• Curto-Circuito: corrente elétrica de altíssima intensidade e curta duração, produzida por uma
falta direta entre condutores vivos (fases e neutro).
A norma brasileira de instalações elétricas de baixa tensão (NBR 5410) utiliza a expressão
“dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual” ou, abreviadamente, “dispositivos DR”, para se
referir, genericamente, à proteção diferencial-residual — qualquer que seja a forma que ela venha a
assumir. De fato, o “dispositivo” de que fala a norma pode ter várias “caras” (ver Figura 17-9).
Fig. 17-9 – As normas referem-se a “dispositivos DR” de forma genérica. Isso significa que o
“dispositivo” pode ser um interruptor DR [bipolar, (1a), ou tetrapolar, (1b)], um disjuntor DR (2), uma
tomada com proteção DR (3) ou, ainda, um relé DR e respectivo TC toroidal (4) — associados, neste
último caso, ao disparador de um disjuntor ou contator.
A situação é análoga se alguma pessoa vier a tocar uma parte viva do circuito protegido, pois a
porção de corrente que irá circular pelo corpo da pessoa provocará, igualmente, um desequilíbrio na soma
vetorial das correntes — diferença então detectada pelo dispositivo DR, tal como se fosse uma corrente de
falta à terra. A corrente diferencial-residual também é conhecida como corrente de fuga (IFalta, ICC ou Ich).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Fig. 17-10 – Ocorrendo uma corrente de falta à terra Id, a corrente “de retorno” I2 não será mais igual à
corrente “de ida” I1 e essa diferença provoca a circulação de uma corrente I3 no enrolamento de detecção.
Cria-se, no circuito magnético do relé, um campo que vence o campo permanente gerado pelo pequeno
ímã, liberando a alavanca. A liberação da alavanca detona o mecanismo de abertuta dos contatos.
1º) Posição Fechada 2º) Início do Disparo 3º) Posição Aberta após o Disparo
Fig. 17-13 – Seqüência de funcionamento mecânico do disjuntor DR, fabricante Bticino.
O dispositivo DR tem por finalidade a proteção de vidas humanas contra acidentes provocados
por choques, no contato acidental com redes ou equipamentos elétricos energizados. Oferece, também,
proteção contra incêndios que podem ser provocados por falhas no isolamento dos condutores e
equipamentos. A experiência mostra que não se pode, na prática, evitar que ocorra uma certa corrente de
fuga natural para a terra, apesar do isolamento da instalação. Quando a corrente de fuga atinge valores
que possam comprometer a desejada segurança para os seres humanos (30 mA) ou apresentar riscos de
incêndio em instalações industriais (500 mA), o dispositivo DR atua, desligando o circuito.
Quando a corrente diferencial-residual, IDR ou corrente de fuga for igual ou superior a I∆N
(corrente diferencial-residual nominal de atuação do dispositivo), o fluxo criado no núcleo toroidal do
disparador, pela corrente proveniente da bobina secundária do transformador, provoca a desmagnetização
do núcleo, abrindo o contato da parte móvel e, conseqüentemente, os contatos principais do dispositivo.
Os contatos principais têm por função permitir a abertura e o fechamento do circuito e são dimensionados
de acordo com IN (corrente nominal do dispositivo).
Quanto a sensibilidade os dispositivos DR podem ser divididos em dois grupos, que são:
1º) Dispositivos DR de Baixa Sensibilidade: são destinados à proteção contra contatos indiretos e
contra incêndios, I∆N > 30 mA (a NBR 5410 recomenda usar DR com I∆N = 300 mA).
As instalações elétricas sempre apresentam correntes de fuga. O valor de tais correntes, que fluem
para a terra, dependerá de diversos fatores, dentre os quais podemos destacar: a qualidade dos
componentes e dos equipamentos de utilização empregados, a qualidade da mão de obra de execução da
instalação, a idade da instalação e o tipo de prédio. Via de regra, as correntes de fuga variam desde uns
poucos miliampères até alguns centésimos de ampère.
Nessas condições, antes de instalar um dispositivo DR, sobretudo em instalações mais antigas, é
necessário efetuar uma medição preventiva destinada a verificar a existência, pelo menos, de correntes de
fuga superiores a um certo limite. Se o resultado dessa medição for favorável, isto é, se não existirem
correntes significativas fluindo para a terra, poder-se-á instalar um dispositivo DR como proteção geral
contra contatos indiretos; caso contrário, só poderão ser instalados dispositivos DR nas derivações da
instalação (geralmente em circuitos terminais).
Definitivamente, o DR tem muito má vontade com a instalação incorreta (mas mais barata!) de
interruptores paralelos, de campainhas e outros vícios de construção.
Dizem, também, que ele não simpatiza com cachorros, ratos e outros animais que apreciam o
PVC de eletrodutos e condutores, por compulsão inata ou necessidade alimentar.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Fig. 17-14 – Utilização dos dispositivos DR como proteção geral e como proteção de circuitos terminais.
Para que seja estabelecida a coordenação entre a seção dos condutores de um circuito e o
respectivo dispositivo de proteção contra correntes de sobrecarga, devem ser satisfeitas as condições
impostas pela NBR 5410 (para proteção com disjuntores), que são:
1) Ip ≤ IN ≤ Iz
2) I2 ≤ 1,45×Iz P
P
Onde:
Ip ⇒ Corrente de projeto do circuito.
IN ⇒ Corrente nominal da proteção.
Iz ⇒ Capacidade de condução de corrente.
I2 ⇒ Corrente convencional de atuação para disjuntores.
Disjuntores Termomagnéticos (IN): 5, 6, 10, 15, 16, 20, 25, 32, 35, 40, 50, 60, 63, 70, 90 e 100 A.
Disjuntores DR (IN): 16, 25, 40, 63, 80 e 100 A.
Disjuntores DR (I∆N): 10, 30, 100, 300 e 500 mA.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Fig. 17-15 – Seletividade entre fusíveis em série. Fig. 17-16 – Seletividade entre disjuntor e fusível.
Fig. 17-17 – Proteção com disjuntores no alimentador (geral) e nos ramais (circuitos terminais).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
18 – CONDUTOS ELÉTRICOS
Chamamos de conduto elétrico a uma canalização destinada a conter condutores elétricos. Nas
instalações elétricas são utilizados vários tipos de condutos: eletrodutos, calhas, molduras, blocos
alveolados, canaletas, bandejas, escadas para cabos, poços e galerias.
(1) Eletroduto – É um elemento de linha elétrica fechada, de seção circular ou não, destinado a conter
condutores elétricos, permitindo tanto a enfiação quanto a retirada dos condutores por puxamento. São
usados em linhas elétricas embutidas ou aparentes. Os eletrodutos podem ser metálicos (aço ou alumínio)
ou de material isolante (PVC, polietileno, fibro-cimento etc.).
(2) Calha – É um conduto fechado utilizado em linhas aparentes, com tampas desmontáveis em toda sua
extensão, para permitir a instalação e a remoção dos condutores. As calhas podem ser metálicas (aço ou
alumínio) ou isolantes (plástico); as paredes podem ser maciças ou perfuradas e a tampa simplesmente
encaixada ou fixada com auxílio de ferramenta.
(3) Moldura – É um conduto utilizado em linhas aparentes, fixado ao longo de paredes, compreendendo
uma base com ranhuras para colocação de condutores e uma tampa desmontável em toda sua extensão.
Recebe o nome de alizar, quando fixada em torno de um vão de porta ou janela, e rodapé, quando fixada
junto ao ângulo parede-piso. As molduras podem ser de madeira ou plástico (Sistema X – Pial Legrand).
(4) Bloco Aoveolado – É um bloco de construção, com um ou mais furos que, por justaposição com
outros blocos, forma um ou mais condutos fechados.
Fig. 18-3 – Moldura com duas ranhuras. Fig. 18-4 – Bloco aoveolado com dois condutos.
(5) Canaleta – É um conduto com tampas ao nível do solo, removíveis e instaladas em toda sua extensão.
As tampas podem ser maciças e/ou ventiladas e os cabos podem ser instalados diretamente ou em
eletrodutos.
(6) Bandeja – É um suporte de cabos constituído por uma base contínua com rebordos e sem cobertura,
podendo ser ou não perfurada; é considerada perfurada se a superfície retirada da base for superior a 30%.
As bandejas são geralmente metálicas (aço ou alumínio).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Fig. 18-5 – Canaleta com tampas maciças e ventiladas. Fig. 18-6 – Bandeja não perfurada.
(7) Escada para Cabos – É um suporte constituído por uma base descontínua, formada por travessas
ligadas a duas longarinas longitudinais, sem cobertura. As travessas devem ocupar menos de 10% da área
total da base. Assim como as bandejas, as escadas são geralmente metálicas.
(8) Poço – É um conduto vertical formado na estrutura do prédio. Nos poços, via de regra, os condutores
são fixados diretamente às paredes ou a bandejas ou escadas verticais ou são instalados em eletrodutos.
(9) Galeria Elétrica – É um conduto fechado que pode ser visitado em toda sua extensão. Geralmente nas
galerias os condutores são instalados em bandejas, escadas, eletrodutos ou em outros suportes (como
prateleiras, ganchos etc.).
Fig. 18-7 – Escada para cabos. Fig. 18-8 – Prateleira e gancho para cabos.
Observação Importante:
Os termos “Leito para cabos”, “Perfilado” e “Eletrocalha”, não normalizados, são muitas vezes
usados para designar “Escadas para cabos”, “Calhas” ou “Bandejas”.
Fig. 18-9 – Termos mais utilizados pelos profissionais da área (Catálogos dos Fabricantes).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Fig. 18-10 – Proteção contra choque mecânico. Fig. 18-11 – Proteção externa ou revestimento.
Muito embora a definição atual de eletroduto não faça qualquer referência à forma da seção, os
de seção circular são os de uso mais freqüente e se constituem no tipo mais comum de conduto elétrico.
Os eletrodutos, que, em função do material usado podem ser metálicos ou isolantes ou ainda
magnéticos ou não magnéticos, classificam-se em rígidos, curváveis, flexíveis e transversalmente
elásticos.
a) Eletrodutos Metálicos Rígidos: são geralmente de aço-carbono, com proteção interna e externa
feita com materiais resistentes à corrosão, podendo, em certos casos, ser fabricados em aço
especial ou em alumínio. Os eletrodutos metálicos rígidos são fabricados em “varas” de 3 metros.
b) Eletrodutos de PVC Rígidos: são fabricados com derivados de petróleo; são isolantes elétricos,
não sofrem corrosão nem são atacados pelos ácidos. Podem possuir roscas para serem emendados
com luvas, ou podem ser do tipo soldável com ponta e bolsa (extremo com diâmetro expandido).
c) Eletrodutos Metálicos Flexíveis: podem ser constituídos, em geral, por uma fita de aço enrolada
em hélice, por vezes com uma cobertura impermeável de plástico, ou isolantes, de polietileno ou
de PVC. Sua aplicação típica é na ligação de equipamentos que apresentem vibrações ou
pequenos movimentos durante seu funcionamento.
d) Eletrodutos de PVC Flexíveis: são fabricados em PVC auto-extingüente, devido a sua
praticidade com elevada resistência diametral, são também resistentes contra amassamento. Sua
principal vantagem sobre os eletrodutos rígidos é a facilidade de instalação e o fato de
dispensarem o uso das tradicionais curvas. São os eletrodutos flexíveis plásticos (Tigreflex).
Fig. 18-12 – Eletroduto metálico flexível. Fig. 18-13 – Acessórios da linha de eletrodutos.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Observações Importantes:
Os eletrodutos são caracterizados por seu tamanho nominal. Tamanho nominal do eletroduto é o
diâmetro externo do eletroduto expresso em milímetros, padronizado por norma.
Nas linhas embutidas não devem ser utilizados pseudo-eletrodutos flexíveis plásticos conhecidos
por “mangueiras”, que não suportam qualquer tipo de esforço e comprometem os condutores.
Não deve haver trechos contínuos retilíneos de tubulação (sem interposição de caixas de
passagem) superiores a 15 metros, sendo que nos trechos com curvas essa distância deve ser
reduzida de 3 metros para cada curva de 90º. Assim, por exemplo, um trecho de tubulação contendo
3 curvas não poderá ter um comprimento superior a 6 metros [15 - (3 × 3) = 6].
Em um mesmo eletroduto só podem ser instalados condutores de circuitos diferentes quando eles
pertencerem à mesma instalação e as seções dos respectivos condutores fase estiverem
compreendidas num intervalo de 3 valores normalizados (por exemplo, 2,5 mm2, 4 mm2 e 6 mm2).
A soma das áreas totais dos condutores contidos num eletroduto não pode ser superior a 40% da
área útil do eletroduto (ver Figura 18-14).
EXEMPLO:
1) Número de condutores instalados no trecho do eletroduto de PVC = 6 condutores.
2) Maior seção dos condutores instalados no trecho = 4 mm2.
RESPOSTA: O tamanho nominal do eletroduto será de 20 mm (ver Tabela 18-1).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Tabela 18-1 – Ocupação máxima dos eletrodutos de PVC por condutores de mesma seção.
19 – ATERRAMENTO ELÉTRICO
Com o aterramento objetiva-se assegurar sem perigo o escoamento das correntes de falta e fuga
para terra, satisfazendo as necessidades de segurança das pessoas e funcionais das instalações. Em
princípio, todos os circuitos de distribuição e terminais devem possuir um condutor de proteção que
convém fique no mesmo eletroduto dos condutores vivos do circuito.
O condutor de proteção (“TERRA”) é designado por PE, e o neutro, pela letra N. Quando o
condutor tem funções combinadas de neutro e de condutor de proteção, é designado por PEN. Quando os
condutores de proteção (PE) forem identificados através de cor, deve ser usada a dupla coloração verde-
amarelo ou, opcionalmente, a cor verde. No caso dos condutores PEN deve ser usada a cor azul-claro (a
mesma que identifica o neutro), com indicação verde-amarelo nos pontos visíveis e/ou acessíveis.
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Quando a alimentação se realizar em baixa-tensão, o condutor neutro deve sempre ser aterrado na
origem da instalação do consumidor, ou seja, no quadro geral.
Fig. 19-3 – Sistema TN-C-S (Clássico). Fig. 19-4 – Alimentação por rede pública BT (TN-C-S).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
Fig. 19-5 – Sistema TT (Clássico). Fig. 19-6 – Alimentação por rede pública BT (TT).
Tabela 19-1 – Seção mínima dos condutores de proteção em relação à seção dos condutores fases.
A instalação de tomadas que possuem aterramento deve ser realizada com bastante atenção, pois,
a conexão dos condutores (Fase, Neutro e Terra) tem que estar de acordo com o padrão normalizado.
Fig. 19-7 – Padrão de polarização das tomadas 2P+T com um terminal para ligação à terra.
Tabela 19-2 – Equipamentos elétricos mais comuns e suas respectivas classes de isolação.
Fig. 19-8 – Padrão de Entrada adotado pela COSERN (Alimentação por rede pública BT).
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Desenvolvimento de Projetos Elétricos de Baixa Tensão - Instalações Elétricas Prediais
20 – O CHOQUE ELÉTRICO
O contato entre um condutor vivo e a massa de um elemento metálico, a corrente de fuga normal,
ou ainda uma deficiência ou falta de isolamento em um condutor ou equipamento (máquina de lavar
roupa, chuveiro elétrico, geladeira etc.) podem representar risco. Uma pessoa que neles venha a tocar
recebe uma descarga de corrente, em virtude da diferença de potencial entre a fase energizada e a terra. A
corrente atravessa o corpo humano, no sentido da terra. O choque elétrico e seus efeitos serão tanto
maiores quanto maiores forem: a superfície do corpo humano em contato com o condutor e com a
terra, a intensidade da corrente, o percurso da corrente no corpo humano e o tempo de duração do
choque.
Para evitar que a pessoa receba essa descarga, funcionando como um condutor terra, as carcaças
dos motores e dos equipamentos elétricos são ligadas à terra. Assim, quando houver falha no isolamento
ou um contato de elemento energizado com a carcaça do equipamento, a corrente irá fluir diretamente
para terra pelo condutor de proteção, curto-circuito que provocará a queima do fusível de proteção da fase
ou o desligamento do disjuntor.
Apesar do cuidado que existe no isolamento, muitos equipamentos, mesmo em condições normais
de funcionamento, apresentam correntes de “fuga” através de suas isolações. Esta corrente, caracterizada
pela chamada corrente diferencial-residual, seria nula se não houvesse fugas. Quando essa corrente
atinge determinado valor, provoca a atuação de um dispositivo de proteção denominado dispositivo de
proteção à corrente diferencial-residual (dispositivo DR). Em geral, o dispositivo DR vem incorporado
ao disjuntor termomagnético que protege o circuito e atuam para correntes de fuga a partir de 30 mA.
O choque elétrico pode produzir na vítima o que se denomina “morte aparente”, isto é, a perda
dos sentidos, a anoxia (paralisação da respiração por falta de oxigênio), a asfixia (ausência de respiração)
e a anoxemia (ausência de oxigênio no sangue como conseqüência da anoxia). A violenta contração
muscular provocada pelo choque pode afetar o músculo cardíaco, determinando sua paralisação e a morte.
Não havendo fibrilação ventricular, o paciente tem condições de sobreviver, se socorrido a tempo.
Um dos casos mais graves é aquele em que a pessoa segura com uma das mãos o fio fase e com a
outra o fio neutro, pois a corrente entra por uma das mãos e, antes de sair pela outra, passa pelo tórax,
onde se acham órgãos vitais para a respiração e a circulação (ver Figura 20-1a).
Se a pessoa segurar um fio desencapado ou apertá-lo com um alicate sem isolamento, a corrente
segue das mãos para os pés, descarregando na terra. A corrente passa pelo diafragma e pela região
abdominal, e os efeitos podem ser graves (ver Figura 20-1b).
Quando se pisa num condutor desencapado, a corrente circula através das pernas, coxas e
abdômen. O risco é, no caso, menor do que o anterior (ver Figura 20-1c).
Tocando-se com os dedos a fase e o neutro, ou a fase e a terra, o percurso da corrente é pequeno,
e as conseqüências não são graves (ver Figura 20-1d).
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(a) (b)
(c) (d)
Fig. 20-1 – Percurso da corrente no corpo humano quando ocorre um choque elétrico.
V
I ch =
Rcont.1 + Rcont.2 + Rcorpo
Rcont.1 e Rcont.2 são resistências de contato do corpo com os condutores ou entre condutor e terra. São da
ordem de 15.000 Ω/cm2 de pele. Rcorpo é a resistência do corpo à passagem da corrente. Depende do
percurso, isto é, dos pontos de ligação do corpo com as partes energizadas dos circuitos. Rcorpo ≅ 500 Ω,
desde a palma da mão à outra ou à planta do pé. Quando a pele se acha molhada, a resistência de contato
torna-se menor porque a água penetra em seus poros e melhora o contato.
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A Tabela 20-1 indica valores de resistência total para o caso de freqüência igual a 60 Hz e
diversas hipóteses de contato do corpo com elementos energizados.
Tabela 20-1 – Resistência total, incluindo as resistências por contatos para corrente alternada – 60 Hz.
• os Contatos Indiretos: que são os contatos de pessoas ou animais com massas que ficaram sob
tensão devido a uma falha de isolamento. Os contatos indiretos, por sua vez, são particularmente
perigosos, uma vez que o usuário que encosta a mão numa massa, por exemplo, na carcaça de um
equipamento de utilização, não vai suspeitar de uma eventual energização acidental, provocada por
uma falta ou por um defeito interno no equipamento. Exatamente por isso a NBR 5410 dá uma ênfase
especial à proteção contra contatos indiretos (condutor de proteção e dispositivos DR).
Fig. 20-3 – Ciclo cardíaco completo cuja duração média é de 750 milésimos de segundo.
Tabela 21-1 – Relação dos materiais, com seus quantitativos (especificação e contagem).
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BIBLIOGRAFIA
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LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. – Rio de Janeiro – RJ.
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Hélio Creder – 9ª Edição.
LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. – Rio de Janeiro – RJ.
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