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MODULO 01 – O SEP E SEUS RISCOS

Lição 01

Organização do Sistema de Potência (SEP)

 Aspectos Organizacionais
Concedente para regulação e fiscalização: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica.
 Geração;
 Transmissão e
 Distribuição de energia elétrica

As concessões são de responsabilidade do Ministério de Minas e Energia (MME)

Além da agência reguladora federal (ANEEL) e das estaduais, existem outros organismos também
importantes e vitais para a adequada coordenação da expansão e operação do sistema.

• ONS – Operador Nacional do Sistema, encarregado de planejar e coordenar a operação elétrica e


energética de todo o sistema brasileiro.

• EPE – Empresa de Planejamento Energético, encarregada de planejar a expansão dos sistemas elétricos e
energéticos.

• CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, responsável pelos contratos de compra e venda
de energia e pela contabilidade da energia fornecida ou recebida pelos geradores, distribuidores, consumidores
livres e comercializadores.

Sistema Elétrico de Potência (SEP) - em sentido amplo:


É o conjunto de todas as instalações e os equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica.

O sistema elétrico brasileiro apresenta como particularidade, grandes extensões de linhas de trans-
missão e um parque produtor de geração predominantemente hidráulica. O mercado consumidor (47,2 milhões
de unidades) concentra-se nas regiões Sul e Sudeste, mais industrializados. A região Norte é atendida de
forma intensiva por pequenas centrais geradoras, a maioria das termelétricas é à base de óleo diesel.

Os sistemas de energia elétrica organizam-se numa estrutura baseada em processos verticais e


horizontais, como você pode verificar no diagrama abaixo.

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 Geração ou Produção de Energia Elétrica.

Barragem

Saída do Gerador Subestação Elevadora

Linha de
Transmissão

Linha de
Distribuição

Ramal de Ligação

Subestação Abaixadora

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Normalmente, as fontes de energia elétrica, di-
tas convencionais são as usinas hidrelétricas de
grande porte (com potência acima de 30 MW) e as
usinas termelétricas.
A geração de energia por usinas
hidrelétricas representa mais de 70% de nossa
produção, concentrando–se nas regiões Sul e
Sudeste do País.
Verifique a seguir a definição dos termos, de
acordo com a NBR 5460 – Sistemas Elétricos de
Potência.

 Usina Hidrelétrica
É a usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia potencial gravitacional
da água.

Podemos encontrar usinas hidrelétricas do tipo:

 Usina (hidrelétrica) a fio d’água – usina hidrelétrica que utiliza diretamente a vazão do rio, tal como se
apresenta no local;

 Usina (hidrelétrica) com acumulação – usina hidrelétrica que dispõe do seu próprio reservatório de
regularização.

NOTA: Grandes usinas o nível de tensão na saída dos geradores está normalmente na faixa de 6 kV a 25 kV.

 Usina Termelétrica
Com relação às usinas termelétricas, apresentam em geral, como característica básica:
 Menor custo de construção;
 Maior custo de operação e de manutenção e
 Possibilidade de serem alocadas mais próximas do mercado consumidor.

Usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia térmica. Os tipos mais utilizados
no Brasil são:
 Unidade (termelétrica) a combustão interna – unidade termelétrica cujo motor primário é um motor de
combustão interna;

 Unidade (termelétrica) a gás – unidade termelétrica cujo motor primário é uma turbina a gás;

 Unidade (termelétrica) a turbina – unidade termelétrica cujo motor primário é uma turbina a vapor;

 Usina nuclear – usina termelétrica que utiliza a reação nuclear como fonte térmica.

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 Geração Nuclear

Situadas normalmente o mais próximo possível dos locais de consumo com o objetivo de minimizar os
custos de transmissão, dependendo também dos aspectos de segurança e conservação ambiental.

Como fontes alternativas de energia elétrica:


 Energia solar fotovoltaica;
 Usinas eólicas;
 Usinas utilizando-se da queima de biomassa (madeira e bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo) e
outras fontes menos usuais como as que utilizam a força das marés.

NOTA: Devido aos longos prazos de maturação de projetos de geração de grandes envergaduras, no Brasil,
vêm sendo desenvolvidos estudos para a verificação da viabilidade técnica e dos custos associados à
transmissão de energia da Amazônia para as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do País, na qual estão
envolvidas distâncias acima de 2.000 km.

 Transmissão
Baseados na função que exerce, pode-se definir transmissão
como o transporte de energia elétrica caracterizada pelo valor nominal
de tensão:

 Entre a subestação elevadora de uma usina elétrica e a


subestação abaixadora em que se inicia a subtransmissão,
alimentando um sistema de distribuição e fornecendo energia
elétrica a um grande consumidor.

 Entre as subestações que fazem a interligação dos sistemas


elétricos de dois concessionários, ou de áreas diferentes do
sistema de um mesmo concessionário.

As tensões usuais de transmissão adotadas no Brasil em


corrente alternada podem variar de 138 kV até 765 kV, incluindo, neste
intervalo, as tensões: 230 kV, 345 kV, 440 kV, 500 kV e 750 kV.

Os sistemas de subtransmissão contam com níveis mais baixos de tensão, tais como 34,5 kV, 69 kV
ou 88 kV.

NOTA: Sistema que opera em corrente contínua, Sistema de Itaipu (± 600 kV)

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No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é constituído
basicamente de:
 Geradores
 Estações de elevação de tensão;
 Linhas de transmissão
 Subestações seccionadoras
 Estações transformadoras abaixadoras.

Na transmissão em corrente contínua, a estrutura é essencialmente a mesma, diferindo apenas pela


presença das estações conversoras junto à subestação elevadora (para retificação da corrente) e junto a
subestação abaixadora (para inversão da corrente) e, ainda, pela ausência de subestações intermediárias
abaixadoras ou de seccionamento.

As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de linhas em corrente


alternada, enquanto que as estações conversoras apresentam custo elevado. Portanto, a transmissão em
corrente contínua apresenta-se vantajosa na interligação de sistemas com freqüências diferentes ou para a
transmissão de energia a grandes distâncias.

 Subtransmissão (34,5 kV – 69 kV – 88 kV)


É a transmissão de energia elétrica entre uma subestação abaixadora de um sistema de transmissão e
uma ou mais subestações de distribuição.

 Subestação
É parte de um sistema de potência concentrada em um dado local, compreendendo, primordialmente,
nas extremidades das linhas de transmissão e/ou de distribuição, com os respectivos dispositivos de manobra,
controle e proteção, incluindo obras civis e estruturas de montagem, podendo incluir também transformadores,
equipamentos conversores e outros equipamentos. Podemos citar dentre os tipos de subestação:

Subestação elevadora – Subestação transformadora na qual a tensão de saída é maior que a


tensão de entrada;

Subestação abaixadora – Subestação transformadora na qual a tensão de saída é menor que a


tensão de entrada;

 Distribuição

NOTA: Por definição, distribuição é a transferência de energia para os consumidores, a partir dos pontos
onde se considera terminada a transmissão (ou subtransmissão), até a medição de energia, inclusive.

Os principais componentes do sistema elétrico de distribuição são:

• Redes primárias;
• Redes secundárias;
• Ramais de serviço;
• Medidores;
• Transformadores de distribuição;
• Capacitores e reguladores de rede.

Consumidores que possuem uma carga instalada superior a 75 kW serão atendidos em tensão

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primária (média ou alta, dependendo de sua demanda).

Dentre os outros níveis de tensão primária de distribuição:


 2,3 kV; 3,8 kV; 6,6 kV; 11,9 kV; 13,8 kV; 25 kV; 34,5 kV.

Quanto ao nível de tensão de distribuição dos sistemas secundários


 220/127 volts
 380/220 volts
 230/150 volts

 Aspectos sobre a Operação de Sistemas Elétricos.

A freqüência é controlada automaticamente nos próprios geradores por meio dos reguladores de
velocidade, equipamentos que injetam mais ou menos água, vapor ou gás nas turbinas que acionam os
geradores, dependendo do aumento ou da diminuição da demanda.

Lição 02

Riscos Típicos no SEP e a sua prevenção.


Os riscos típicos do SEP – Sistema Elétrico de Potência é caracterizado por:

1 - Proximidade e contatos com partes energizadas;


2 – Indução Eletromagnética;
3 - Descarga atmosférica;
4 - Eletricidade estática;
5 - Campo elétrico e magnético;
6 - Comunicação, identificação e sinalização;
7 - Trabalho em altura, máquina e equipamentos especiais;

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1 - Proximidade e contato com partes energizadas.

Definição: Trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada, ainda que seja com
uma parte do seu corpo ou com extensão condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou
equipamentos que esteja manipulando.

• Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja
possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de
acidentes.

• Saiba que as partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas, devem ser
dispostas de modo à permitir um espaço suficiente para que você tenha um trabalho seguro.

• As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante, na impossibilidade de se
conservarem distâncias que evitem contatos casuais, devem ser isoladas por barreiras que ofereçam,
de forma segura, resistência a esforços mecânicos usuais.

• Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que eventualmente
possa ficar sob a tensão dever ser aterrada, desde que esteja em local acessível a contatos.

 Proteção contra o risco de contato


• As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que tecnicamente possível, devem ser
providas de proteção complementar por meio de controle a distância, manual e/ou automático.

• As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indireto com a água e que possam permitir fuga de
corrente, devem ser projetadas e executadas, em especial, quanto à blindagem, ao isolamento e ao
aterramento.

• Respeitar as distâncias de segurança entre as tensões (fase-fase e fase-terra), utilização correta dos EPI’s e
dos EPC’s (ao contato, ao potencial e a distância).

• As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, a


inflamabilidade e as influências eletromagnéticas.

• É vedados o uso de adornos (brincos, correntinhas, entre outros) pessoais nos trabalhos com instalações
elétricas ou em suas proximidades.

• Os trabalhos que exigem o acesso à zona controlada devem ser realizados mediante procedimentos
específicos respeitando as distâncias previstas na tabela B.

Zona de risco: Entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive acidentalmente,
de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais
autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados ao trabalho.

Zona controlada: Entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões
estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados.

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Verifique na tabela a seguir a faixa de tensão nominal da instalação elétrica e a faixa de
tensão para as zonas de risco e controlada.

Faixa de Rr – Raio de Rc – Raio de


tensão delimitação delimitação Tabela B – Tabela de raios de delimitação de zonas de
Nominal da entre zonas entre zonas risco, controlada e livre.
instalação de riscos e controlada e
elétrica em controlada livre em
KV em metros metros ZL = Zona livre.
<1 0,20 0,70 ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores
≥10 e <3 0,22 1,22 autorizados.
≥3 e <6 0,25 1,25
≥6 e <10 0,35 1,35 ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores
≥10 e <15 0,38 1,38 autorizados e com a adoção de técnicas,
≥15 e <20 0,40 1,40 instrumentos e equipamentos apropriados ao
≥20 e <30 0,56 1,56 trabalho.
≥30 e 36 0,58 1,58
≥36 e <45 0,63 1,63 PE = Ponto da instalação energizado.
≥45 e <60 0,83 1,83
SI = Superfície isolante construída com material
≥60 e <70 0,90 1,90
resistente e dotada de todos dispositivos de
≥70 e <110 1,00 2,00
segurança
≥110 e<132 1,10 3,10
≥132 e <150 1,20 3,20
≥150 e <220 1,60 3,60
≥220 e <275 1,80 3,80
≥275 e <380 2,50 4,50
≥380 e <480 3,20 5,20
≥480 e <700 5,20 7,20

NOTA: Caso você esteja em perigo, os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades,
devem ser suspensos de imediato.

Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a entrada em operações de novas
instalações ou equipamentos elétricos, devem ser previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas
com circuitos desenergizados e seus respectivos procedimentos de trabalho.

Além disso, o responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando verificar a
situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível.
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2 - Indução Eletromagnética
A passagem da corrente elétrica em condutores gera um campo
eletromagnético que, por sua vez, induz uma corrente elétrica em condu-
tores próximos. Assim, pode ocorrer a passagem de corrente elétrica em
um circuito desenergizado se ele estiver próximo a outro circuito
energizado.

Por isso é fundamental que você, além de desligar o circuito no


qual vai trabalhar e de bom senso confirmar com equipamentos
apropriados (voltímetros ou detectores de tensão), se o circuito está
efetivamente sem tensão.

Saiba que nos trabalhos com linhas transversais e/ou paralelas


deve-se utilizar o sistema de aterramento temporário, tantos quantos
necessários.

O aterramento temporário é um equipamento de proteção coletiva, destinado a promover a


equipotencialização para proteção pessoal, contra a energização indevida do circuito em intervenção.

3 - Descargas Atmosféricas
Ao longo dos anos, várias teorias foram desenvolvidas para
explicar o fenômeno dos raios. Atualmente, tem-se que a fricção entre
as partículas de água e gelo, que formam as nuvens, provocada pelos
ventos ascendentes, de forte intensidade, dá origem a uma grande
quantidade de cargas elétricas.

As descargas atmosféricas são um dos maiores causadores de


acidentes em sistemas elétricos causando prejuízos, tanto materiais
quanto para a segurança pessoal. Com o crescente aumento dessas
descargas, tornou-se necessário a avaliação do risco de exposição a
que estão submetidos os edifícios, sendo este um meio eficaz de
verificar a necessidade de instalação de pára-raios. Os pára-raios
captam os raios e direcionam os mesmo para o sistema de aterramento.

Os sistemas de aterramento têm como primeiro objetivo à segurança pessoal. Devem ser projetados
para atendem os critérios de segurança tanto em alta freqüência, descargas atmosféricas e telefonia quanto
em baixas freqüências, como curtos-circuitos em motores trifásicos. Para que o aterramento seja eficaz, é
necessário que seja um sistema estável, ou seja, que apresente uma invariabilidade nos valores da resistência
de terra. Deve-se levar em consideração, também, a viabilização do projeto, objetivando o ponto ótimo no que
se diz respeito a configuração do sistema e ao resultado desejado.

Costuma-se adotar o valor da resistência de terra em torno de 10 Ω, mas na prática este valor pode ser
bem variável. Adotando-se o aterramento com equipotencialização, por exemplo, o objetivo final é manter todo
o sistema a um mesmo potencial. Deste trabalho, conclui-se a importância do conhecimento de projetos para
os sistemas de aterramento e pára-raios de maneira minuciosa ressaltando suas características peculiares.

Como sendo um fenômeno da natureza, podemos apenas amenizar os efeitos utilizando métodos seguros de
pára-raios e aterramento evitando trabalho com o tempo carregado (chuvoso).

4 - Eletricidade Estática

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 ESD: Descarga Eletrostática

Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor


de proteção específica e de dispositivos de descarga elétrica.

Luva em tecido dissipativo de


poliéster e nylon carbono. Ideal
para salas limpas e manipulação
de componentes sensíveis a ESD

Pulseira Antiestática elástica com cabo espiral, resistor


de 1 Mega Ohm, pino banana e garra jacaré.Utilizada
de forma a remover com segurança a estática do
operador protegendo os componentes sensíveis a ESD

A eletricidade estática é uma carga elétrica em repouso, ela é gerada principalmente por um
desbalanceamento de elétrons localizados sob uma superfície ou no ar do ambiente.

O desbalanceamento de elétrons (em todos os casos, gerado pela falta ou pelo excesso de elétrons)
gera um campo elétrico capaz de influenciar outros objetos que se encontram a uma determinada distância. O
nível de carga é afetado pelo tipo de material, pela velocidade de contato e pela separação dos corpos, da
umidade e de diversos fatores.

5 - Campo Elétrico e Magnético

Campo magnético
A maioria dos equipamentos tem certo grau de sensibilidade
à perturbação de origem eletromagnética. Um simples raio que caia
perto de uma instalação que tenha muitos sensores, transdutores
associados a sinal e comandos pode causar um mau
funcionamento, ou seja, não significa que esse equipamento será
danificado, mas será levada a ele uma informação que será
codificada, não como um raio que caiu, mas como uma informação
que o equipamento tomará e que vai ser errada.

Isso é uma perturbação de origem eletromagnética, porque


o raio cria um campo eletromagnético que vai provocar o mau
funcionamento dos comandos do controle de operação.

Os sistemas de controle destinados à segurança devem estar protegidos contra esse fenômeno classi-
ficado como compatibilidade eletromagnética e os equipamentos devem estar imunes a esse tipo de in-
terferência.

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Deve haver uma preocupação em imunizar o equipamento para evitar o mau funcionamento contra o
fenômeno de perturbação e, ao mesmo tempo, evitar que o equipamento produza ruídos de natureza de campo
eletromagnético que perturbe tanto o seu funcionamento quanto o de outros.

Para isso que existe o estudo de um bom aterramento, da escolha adequada do tipo de aterramento
para evitar correntes comuns, ou seja, assegurar, ao usuário da instalação, certa segurança para o
equipamento instalado e evitar certos tipos de sobretensão que são provocados por falhas na rede elétrica,
como um curto–circuito, por exemplo.

Mais uma finalidade do aterramento é a de promover uma referência de potenciais para a boa operação dos
sistemas elétricos, em especial quando há partes isoladas eletricamente, como um transformador.

Importante - Corrente elétrica gera campo magnético

Existe grande controvérsia a respeito dos efeitos dos campos eletromagnéticos no ser humano. Não
existe fundamentação científica em muitos trabalhos divulgados, porém algumas observações são feitas a
seguir:

• muitos trabalhos sobre o tema apresentam problemas metodológicos e muitos se baseiam em exposição
anterior, que é de difícil mensuração ou comprovação;

• a legislação brasileira não determina os limites de tolerância para exposição ocupacional aos campos
eletromagnéticos.

NOTA: Do ponto de vista médico, não existe nenhum exame que possa ser formalmente realizado como
indicador de efeito ou de exposição a campos eletromagnéticos.

Na Europa prevalece, em relação aos campos eletromagnéticos, o Princípio da Precaução, proposto na


Conferência RIO-92: “O Princípio da Precaução é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o
estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados. Este Princípio afirma que na ausência da
certeza científica formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de
medidas que possam prever este dano”.

6 - Comunicação, Identificação e Sinalização.


É importante ressaltar que a comunicação e identificação são partes importantes do controle do risco,
como padronização dos procedimentos de transmissão e operação, criando uma linguagem simples, fazendo
uma nomenclatura e utilizando métodos seguros (cartões de segurança, painéis de controle e padronizações
das cores) e utilização de cones, cercas e fi tas.

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7 - Trabalho em alturas, em máquinas e em equipamentos especiais.

Todo funcionário exposto a risco de queda deverá trabalhar protegido por corrimões, guarda-corpos,
cintos de segurança, trava-quedas ou quaisquer outros equipamentos de proteção contra quedas. Também é
importante que você conheça todas as máquinas e os equipamentos nos locais onde são realizados serviços
com eletricidade, pois muitas vezes é necessário o controle de outras energias e dispositivos além da energia
elétrica.

Para o trabalho em altura são requeridas padronizações do cinturão tipo pára-quedista, com talabarte
de segurança de acordo com a altura e estrutura a serem utilizadas (cintos abdominais, talabarte e trava-
quedas) e padronizações de suas máquinas e equipamentos com o seu manual de procedimentos para a
utilização adequada (como limite de abertura, carga instalada e condições de uso).

As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida/parada e outros que


se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de aciona-
mento acidental, para isso estes devem ser localizados de modo que:

A - Seja acionado ou desligado pelo operador na sua posição de trabalho;

B - Não se localize na zona perigosa de máquina ou do equipamento;

C - Possa ser acionado ou desligado em caso de emergência, por outra pessoa que não seja o operador;

D - Não possa ser acionado ou desligado, involuntariamente, pelo operador ou de qualquer outra forma
acidental;

E - Não acarrete riscos adicionais.

Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam as máquinas e os equipamentos devem ser
vistoriados e limpos sempre que apresentarem riscos provenientes de graxas, óleos e outras substâncias que
os tornem escorregadios.
As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos devem ser dimensionados
de forma que o material, os trabalhadores e os transportadores mecanizados possam se movimentar com
segurança.

As máquinas e os equipamentos de grandes dimensões devem ter escadas e passadiços que


permitam acesso fácil e seguro aos locais em que seja necessária a execução de tarefas.

 Regras Gerais
Verifique a seguir algumas regras essenciais para evitar acidentes de trabalho em sua empresa.

1. O local deverá ser sinalizado por meio de placas indicativas e ser feito um isolamento para prevenir
acidentes com transeuntes ou com pessoas que estejam trabalhando embaixo.
Ex: Cuidado - Homens trabalhando acima desta área!

2. É obrigatório o uso do cinto de segurança para trabalhos em altura superior a 2 metros.

3. O transporte do material, para cima ou para baixo, deverá ser feito preferencialmente com a utilização de
cordas em cestos especiais ou de forma mais adequada.

4. Materiais e ferramentas não podem ser deixados desordenadamente nos locais de trabalho sobre andaimes,
plataformas ou qualquer estrutura elevada, dessa forma, evita-se acidentes com pessoas que estejam
trabalhando ou transitando sob as mesmas.

5. As ferramentas não podem ser transportadas em bolsos, mas pode-se utilizar sacolas especiais ou cintos
apropriados.
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6. Recomenda-se que todo trabalho em altura seja previamente autorizado pelo SESMT da empresa
contratante.

 Recomendações para trabalho em Altura


Caso você esteja trabalhando em alturas, verifique a
seguir os cuidados que você deverá ter para evitar acidentes.

• Analisar atentamente o local de trabalho, antes de iniciar o


serviço.

• Sob forte ameaça de chuva ou ventos fortes, suspender


imediatamente o serviço.

• Nunca andar diretamente sobre materiais frágeis (telhas, ripas


estuques), instalar uma prancha móvel.

• Usar cinto de segurança ancorado em local adequado.

• Não amontoar ou guardar coisa alguma sobre o telhado.

• É proibido arremessar material para o solo, deve ser utilizado equipamento adequado (cordas ou cestas
especiais). Caso não seja possível, a área destinada para jogar o material deve ser cercada, sinalizada e com
a devida autorização do SESMT da empresa contratante.

• Usar equipamento adequado (cordas ou cestas especiais) para erguer materiais e ferramentas.
• Instalações elétricas provisórias devem ser realizadas exclusivamente por eletricistas autorizados.
• Imobilizar a escada ou providenciar para que alguém se posicione na base para calçá-la.
• Ao descer ou subir escadas, fazer com calma e devagar.
• Não improvisar.

 Medidas de Controle de riscos Elétricos

Verifique a seguir as medidas de controle que você deverá adotar para evitar acidentes elétricos em
sua empresa.

• Desenergização.
• Aterramento funcional (TN/TT/IT) de proteção temporária.
• Equipotencialização.
• Seccionamento automático da alimentação.
• Dispositivo de corrente de fuga.
• Extra baixa tensão.
• Bloqueios e impedimentos.
• Isolamento das partes vivas.
• Separação elétrica. – Ex: Utiliza-se em salas cirúrgicas.

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Lição 03

 Técnicas de Análise de Risco no SEP


Os acidentes são provocados por uma seqüência concatenada de eventos, porém o potencial de
acidentes industriais causados pelo homem tem crescido com o desenvolvimento tecnológico.

O manuseio de materiais perigosos em quantidades acima de valor limite, específico para cada tipo de
substância, exige o estabelecimento de um programa de gerenciamento de riscos a fim de garantir padrões
mínimos de segurança, tanto para os empregados de uma empresa como para o público externo e o meio
ambiente.
Antes de prosseguirmos, é importante lembrar que enquanto o perigo está associado com a fonte com
potencial de causar acidentes, o risco está associado à probabilidade e conseqüências.

NOTA: É importante saber que todos os envolvidos nos serviços em eletricidade são responsáveis pela
prevenção de acidentes. Portanto é fundamental que os profissionais que compõem as equipes de trabalho,
apliquem as técnicas de análise de riscos, com o objetivo de reduzir as probabilidades de acidentes, em todas
as etapas das intervenções realizadas no sistema elétrico de potência.

 Objetivo
É informar e capacitar os participantes para a identificação de perigos e implementação de medidas de
prevenção, e controle em cumprimento à NR 10 da portaria 3214/78, item 10.2.1.

 Gerenciamento de riscos.
É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e administrativos que têm o
objetivo de analisar os riscos existentes no SEP, e propor medidas de controle objetivando mantê-lo operando
dentro dos requerimentos de segurança considerados toleráveis.

“Para gerenciar riscos é necessário, em primeiro lugar; uma mudança no conceito de segurança
industrial, tanto no aspecto da prevenção como no aspecto da ação.”

A segurança, no seu conceito inicial, visa à prevenção como “minimização de acidentes com lesão
pessoal e perda de tempo”. A ênfase nas taxas de acidentes, que causam afastamento de trabalhadores, era
vista como metas em diversas empresas. Com isto alguns acidentes, com alto potencial de perdas, deixaram
de ser estudados, pois não chegaram a causar acidentes pessoais com afastamento.

No caso da ação, a mudança está na forma de atuação gerencial. No conceito inicial, o responsável
pela segurança de uma indústria era centralizado em um órgão que tinha a função de prevenir e de minimizar
os acidentes na empresa. É óbvio que por mais competentes que fossem esses profissionais, não poderiam
estar em todos os lugares o tempo todo fazendo prevenção. Quem faz a prevenção dos acidentes é o gerente
e sua equipe de profissionais que conhecem os procedimentos operacionais, de manutenção, de inspeção,
etc., ou seja, a responsabilidade pela segurança será de todos os envolvidos nas atividades desde o
gerenciamento a operação, recebendo dos profissionais de segurança o apoio em termos de assessoria e de
consultoria para assuntos específicos de segurança industrial.

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 Análise de riscos.

“A análise de riscos procura identificarem antecipadamente os perigos nas instalações, nos processos, nos
produtos e nos serviços, e analisar os riscos associados ao homem, ao meio ambiente e à propriedade,
propondo medidas para o seu controle”.

As principais metodologias técnicas utilizadas no desenvolvimento de “análise de risco” são:


 Análise Preliminar de Risco - APR;
 Análise de Modos de Falhas e Efeitos - FMEA;
 Hazard and Operability Studies - HAZOP;
 Análise de Risco de Tarefa - ART;
 Análise Preliminar de Perigo - APP; dentre outras.

Nota:
HAZOP - É uma técnica de identificação de riscos qualitativa baseada na premissa de que os riscos, os
acidentes e os problemas de funcionamento em uma instalação acontecem por causa de algum desvio nas
variáveis do processo, comparado com os parâmetros normais de operação.

Os principais passos para a avaliação dos riscos:

• identificar e avaliar o perigo;


• estimar a probabilidade e gravidade do dano;
• analisar o risco;
• decidir se o risco é tolerável;
• controlar o risco (com medidas de controle).

NOTA: Em outras palavras, avaliar riscos é responder a três perguntas. Confira.


1. As quais perigos o trabalhador está exposto?
2. Qual a probabilidade de ocorrer um acidente?
3. Quais medidas devem ser adotadas para que os acidentes não ocorram?

Exemplos: Identificação em usinas, subestações, linhas de transmissão e distribuição, seus efeitos e as


medidas de controle necessárias para garantir a segurança nas intervenções.

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SUBESTAÇÃO
Perigos Efeitos Medidas preventivas
- Não se aproximar de pontos/partes
energizadas.
Choque elétrico com
- Não tocar em equipamentos, cubículos e
queimaduras, contração
Pontos/partes energizadas. estruturas.
muscular/fibrilação ventri-
-Usar botas.
cular.
-Aguardar 10 minutos para descarga dos
capacitores.
Desconforto, mal–estar,
sobressalto, correria e
queda devido ao grande
estampido quando os
Disjuntores e chaves
disjuntores são manobra- - Manter a calma.
seccionadoras.
dos, assim como na ocor-
rência de arco elétrico,
quando da manobra de
chaves seccionadoras.
- Observar as caixas de ar–condicionado das
edificações.
- Evitar se abaixar para observar a parte
Parte baixa dos equipamentos inferior dos equipamentos de grande porte.
Pancada na cabeça com
e construções com baixa -Olhar para cima com o fim de observar se
lesões leves ou graves.
altura. existem componentes suspensos ou em fase
de montagem.
- Não permanecer e, mesmo, evitar passar
debaixo de carga suspensa.
Manobras indevidas de
Desligamentos e proble-
equipamentos, dispositivos - Não acionar qualquer comando.
mas operacionais.
elétricos e válvulas.
Barramentos e conexões de - Manter distância de segurança; não levantar
Induções elevadas e arco
equipamentos apresentando os braços, escadas e nem qualquer outro
elétrico.
baixa altura. objeto.
Falha de equipamentos em -Manter distância dos equipamentos em
Lesões leves ou graves.
manobra. manobra.
- Não andar sobre as tampas das canaletas
Bases sem equipamentos. Lesões leves ou graves.
devido à possibilidade de quebra.
Tampas de caneletas Queda com possibilidade
- Evitar toque entre pessoas
quebradas ou enfraquecidas. de lesões leves ou graves.
- Não devem ter acesso às instalações, os
portadores de aparelhos eletrônicos, a
Induções e cargas exemplo de marca–passos.
Lesões leves ou graves
eletrostáticas. - Observar a base, mantendo distância dos
chumbadores existentes e eventual sobra de
material.
- Utilizar óculos com proteção UV.
Raio ultravioleta (UV). Catarata, câncer de pele.
- Utilizar protetor solar.

16
DISTRIBUIÇÃO
Perigos Efeitos Medidas Preventivas
- Não tocar nas estruturas e nem fazer o seu
Choque elétrico com
escalamento
Pontos / partes queimaduras, contração
- Não levantar peças metálicas de grande dimensão
energizadas muscular/fibrilação
debaixo de linhas.
ventricular.
- Usar bota.
- Direção defensiva;
- Sinalização da área de localização de muncks e
Acidente de trânsito Lesões leves ou graves
outros veículos;
- Sinalização adequada da área de trabalho.
- Usar botas de cano médio
Animais peçonhentos Envenenamento. - Permanecer alerta para o perigo na existência de
vegetação.
Desnível acentuado da Queda com possibilidade - Observar a existência de grandes buracos no
estrada de acesso. de lesões leves ou graves acesso
- Não ficar debaixo de árvores e nem nas suas
Descarga atmosférica Lesões graves proximidades
- Permanecer debaixo da linha ou deitado no solo.
Poda de árvores com
Lesões leves ou graves
tombamento no sentido
quando da ocorrência de - Solicitar instrução à profissional especializado.
das linhas de
arcos elétricos.
distribuição
Parte inferior das Pancada na cabeça com - Utilizar capacete nos trabalhos na região das
estruturas. lesões leves ou graves estruturas.
Choque elétrico podendo
Aproximação de cabos - Manter a distância de segurança na utilização de
provocar lesões leves ou
energizados. máquinas, caminhões (caçambas / munks).
graves

LIÇÃO 04

Condições Impeditivas para Execução de Serviços.


A nova NR-10, visando a garantir uma maior proteção aos trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade, estabeleceu diversos procedimentos a serem
seguidos durante a realização dessas atividades.

 As principais condições impeditivas


A ausência ou a deficiência de qualquer uma das condições a seguir impede o início ou o
prosseguimento de serviços realizados em instalações elétricas do SEP. Vale ressaltar que essas condições
são as principais, pois na análise de riscos do serviço podemos constatar outras situações que possam impedir
a execução da atividade. São elas:

• As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 volts em corrente


alternada ou superior a 120 volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por
trabalhadores que atendam o que estabelece o item 10.8 da NR-10 (habilitação, qualificação,
capacitação e autorização);

• Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles executados no Sistema
Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados individualmente;

• Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas que interajam com o

17
SEP, somente pode ser realizada mediante ordem de serviço específica para data e local, assinada por
superior responsável pela área;

• Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos em
atividades no SEP, devem dispor de equipamento que permita a comunicação permanente com os
demais membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do serviço;

• Falta ou deficiência de EPCs e ou de EPIs.

É importante que você saiba que outros aspectos também devem ser considerados.
Veja a seguir.

 Condições ambientais
• Condições climáticas - depende das características da atividade;

• Serviço em linha viva - só poderá ser realizado durante o dia e em condição climática favorável.
Nenhum serviço deve ser iniciado se houver condições que comprometam a integridade física da
equipe.

 Condições pessoais
Antes do início das atividades todos os trabalhadores deverão fazer uma avaliação das
condições físicas e mentais da equipe.

 Instalações elétricas desenergizadas / energizadas


Quando da realização de serviços em instalações elétricas desenergizadas, a NR-10 irá lhe
informar que somente será considerada desenergizada a instalação elétrica se os procedimentos
apropriados forem obedecidos, conforme a seqüência abaixo:

A - Seccionamento;
B - Impedimento de reenergização;
C - Constatação da ausência de tensão;
D - Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos;
E - Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;
F - Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

NOTA: Só depois de constatar que a instalação está realmente desenergizada é que se deve efetuar a
liberação dos trabalhos.

18
 Quando houver a necessidade de reenergização, esta deve ser autorizada a
partir dos seguintes passos:

A - Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;


B - Retirado da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização;
C - Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais;
D - Remoção da sinalização de impedimento de reenergização; e
E - Destravamento se houver e religamento dos dispositivos de seccionamento.

As medidas constantes, nesses passos, podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou


eliminadas em função das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado,
autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo
nível de segurança originalmente preconizado.

 Trabalhos envolvendo alta tensão (AT)

Realização de serviços em que os


trabalhadores que intervenham em instalações elétricas
energizadas com alta tensão (acima de 1000 v) deverão
exercer as suas atividades dentro dos limites
estabelecidos como zonas controladas e de risco.

Antes de iniciar trabalhos em circuitos


energizados em AT, o supervisor imediato e a equipe,
responsáveis pela execução do serviço, devem realizar
uma avaliação prévia. Também deverão fazer o estudo
e o planejamento das atividades e ações a serem
desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos
básicos de execução de trabalhos seguros envolvendo
risco elétrico.

Os serviços em instalações elétricas


energizadas em AT somente podem ser realizados
quando houver procedimentos específicos, detalhados
e assinados por profissional autorizado.

A intervenção em instalações elétricas


energizadas em AT, dentro dos limites estabelecidos
como zona de risco, somente pode ser realizada
mediante a desativação, também conhecida como
bloqueio, dos conjuntos e dispositivos de religamento
automático do circuito, sistema ou equipamento.

Os equipamentos e dispositivos desativados


devem ser sinalizados com identificação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho
específico padronizado.

Os equipamentos, as ferramentas e os dispositivos isolantes ou equipados com materiais isolantes, destinados


ao trabalho em alta-tensão, devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos,
obedecendo-se às especificações do fabricante, aos procedimentos da empresa e na ausência destes,
anualmente.

 Proteção contra incêndio e explosão


19
As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra
incêndio e explosão.

Os materiais, as peças, os dispositivos, os equipamentos e os sistemas destinados à aplicação em


instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.

Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor


de proteção específica e de dispositivos de descarga elétrica.

Lição 05

Procedimentos de Trabalho; Análise e Discussão.

 Proteção contra incêndio e explosão

“Procedimento de trabalho é o nome que se dá aos documentos que relatam todas as fases de execução de
uma atividade ou de um processo com todos os detalhes, tendo como premissa fundamental os requisitos de
segurança”.

As atividades de construção, operação e manutenção em instalações elétricas devem ser exercidas de


acordo com as normas, instruções e os procedimentos emitidos pelos respectivos órgãos competentes de
modo a ser executado corretamente e com segurança.

Na execução de todo e qualquer serviço em instalações elétricas, deve-se levar sempre em


consideração as instruções e recomendações pertinentes a cada caso específico. Verifique a seguir algumas
realidades em que os procedimentos de trabalho são evidenciados.

• Toda atividade operacional realizada por um trabalhador, que interaja no SEP, é passível de ser detalhada em
uma seqüência lógica.

• A garantia da segurança em serviços no SEP é fundamental e obrigatória.

• Os trabalhos no SEP estão classificados nas áreas de construção/montagem, manutenção e operação de


instalações.

• A técnica de linha viva é uma realidade de manutenção e construção nas quais os trabalhadores atuam
diretamente ou “em proximidade” dos equipamentos e condutores energizados.
• Os trabalhos podem ser executados em instalações industriais ou de concessionárias, de instalações
localizadas em subestações e usinas ou linhas de transmissão e distribuição de energia, urbanas ou rurais.

20
 Planejamento de serviços.

NOTA: O planejamento de serviço é a etapa que antecipa e não deve ser confundido com a aplicação de um
procedimento de trabalho.

O planejamento recorre a situações não-repetitivas, enquanto que o procedimento se aplica ao


processo de trabalho rotineiro e repetitivo.
O planejamento está ligado à experiência, à iniciativa, ao conhecimento técnico e à análise de
situação, assim como o procedimento está ligado à aplicação da disciplina, da ordem e da constante
preocupação de melhora.

Um grande problema encontrado no dia-a-dia de muitos profissionais é a falta de tempo para preparar
o serviço a ser executado. Você já deve ter vivenciado esse momento. Muitas vezes é dito que não há tempo
para planejar os serviços de forma adequada, em particular, no tempo gasto para a análise e a prevenção de
acidentes por conta dos riscos envolvidos nas atividades, porém sempre é necessário encontrar tempo para
socorrer vítimas e reparar equipamentos em função dessa negligência. A fase de planejamento é fundamental
para o sucesso da proposta dos serviços a serem realizados. A Análise de Riscos deve ser elaborada para a
garantia da avaliação do trabalho a ser realizado, incluindo o modo de execução a ser adotado, os recursos
humanos e materiais necessários, assim como os critérios e limites de riscos admitidos para essa realização.

 Sistema de Gestão de Segurança

o No gerenciamento dos projetos

Pode-se considerar qualquer intervenção em sistemas elétricos, energizados ou não, como


fase posterior de um projeto em execução. Considerando que um projeto é uma ação temporária para produzir
um serviço de propósito único e sob condições únicas de recursos, meio ambiente (sistema elétrico) e
condições de segurança (níveis de perigo), deve ser tratado pelas normas e práticas adequadas de geren-
ciamento de projetos, para aperfeiçoar tempo e procedimentos, dessa forma, definindo os procedimentos para
um bom planejamento de trabalho. As avaliações das condições de segurança passam, então, ne-
cessariamente por essa etapa.

o No gerenciamento de processos

O trabalho a ser desenvolvido em sistemas elétricos, energizados ou não, independente de


sua forma ou classificação, ou seja:

• É composto por processos distintos;

• A solicitação de um serviço é um procedimento que antecede a realização de qualquer


trabalho;

• Os processos têm em comum uma definição clara de procedimentos. Ex.: serviços de


montagem em instalações de alta-tensão; serviços de manutenção em instalações de alta-
tensão;

• Serviços de operação em instalações de alta tensão, etc.

21
 Objetivo do Planejamento
Um planejamento de trabalho tem como objetivo instruir os serviços realizados nas instalações do
SEP, incluindo entre outros um programa de execução e uma técnica de análise de risco.

 Desenvolvimento do programa executivo


Verifique a seguir os itens que devem constar em um programa executivo.

o Descrição do trabalho
Descrever detalhadamente a intervenção que será realizada para facilitar o entendimento
em sua execução.

o Recursos humanos
Determinar os recursos humanos que serão necessários para realizar a manutenção,
discriminando nomes, funções e órgãos de origem. É imperativo que esses sejam habilitados
para desenvolver os trabalhos programados.

o Recursos materiais
Relacionar todos os materiais, equipamentos, ferramentas e instrumentos que serão
utilizados na manutenção, deixando claro suas quantidades e referências, inclusive, para
facilitar suas aquisições, de acordo com as seguintes ações:

A - Prever reserva estratégica dos itens vitais à intervenção;

B - Prever um checklist dos itens em tempo hábil de se adquirir/substituir algum componente;

C - Responsabilizar os órgãos/pessoas que adquirirão os itens e prazos.

o Transporte/comunicação.
A - Definir os veículos que serão utilizados para transportar as pessoas e os materiais para o
local da intervenção.

B - Definir o sistema de comunicação que será usado para receber/ entregar a instalação e
para permitir comunicação confiável internamente à equipe de execução e, com a operação de
instalação e/ou de sistema.

C - Responsabilizar os órgãos/pessoas que providenciarão transpor-te/comunicação.

D - Exigir teste da comunicação antes e durante a intervenção.

D - Exigir que, pelo menos, um veículo esteja sempre pronto a prestar socorro a um eventual
acidentado.

F - Exigir que o motorista do veículo disponha do Plano de Atendimento ao Acidentado,


contendo o roteiro das clínicas/hospitais mais próximos da instalação, e que o mesmo esteja
familiarizado com o trânsito daquelas imediações.

22
 Providências preliminares
São as ações que antecedem a intervenção propriamente dita para se obter sucesso na sua execução.

Deve–se prever, caracterizando algumas responsabilidades.

A - Estudo minucioso do local onde será executado o trabalho, complementado com diagramas, para
identificar:
• as dificuldades de acesso, ao lado da intervenção;
• os pontos energizados nas proximidades;
• as distâncias envolvidas;
• os pontos de acesso de trabalho.

B - No caso de trabalhos com instalações desenergizadas, a elaboração de um projeto de aterramento que


identifique os pontos que serão aterrados, a técnica a ser empregada e os materiais/ ferramentas que serão
usados, conforme os procedimentos de aterramento temporário para linhas e barramentos desligados.

C - Estudo das normas e instruções técnicas de manutenção passíveis de serem aplicadas ao trabalho.

D - Análise dos fatores mecânicos e elétricos envolvidos, de modo a se garantir a segurança do pessoal e a
condição de operacionalidade da instalação.

E - Análise da adequação do ferramental em relação aos fatores eletromecânicos envolvidos, à suportabilidade


e à técnica a ser empregada.

F - Inspeção e/ou testes de todos os materiais, equipamentos e ferramental inclusive os EPI’s e os EPC’s.

G - Solicitação de acompanhamento, quando necessário, de representante da Operação e da Segurança do


Trabalho. Pode–se prever, quando se julgar adequado, o apoio, no local, de uma ambulância com profissionais
da área médica (médicos e/ou enfermeiros).

H - Providenciar a aquisição de kits de primeiros socorros. Exigir que todos os membros da equipe conheçam a
utilização do kit e que estejam atualizados nas técnicas de primeiros socorros.

I- Discussão do trabalho com a equipe, de modo que não fi quem dúvidas sobre o papel de cada um e dos
participantes em cada etapa e também sobre os riscos envolvidos na intervenção.

J - O responsável pela intervenção deverá inteirar–se com o operador encarregado da instalação ou operador
supervisor de turno com relação às partes da instalação que ficarão energizadas durante a intervenção.

K - Elaboração de diagramas coloridos que apresentem claramente as partes do sistema que ficarão
energizadas durante a intervenção.

I - Realizar, em conjunto com a Operação, a delimitação/sinalização da área liberada para intervenção.

M - Realizar a delimitação da área de trabalho.

N - Programa de manobras: confirmar se as manobras constantes no Programa de Manobras atendem as


configurações/condições necessárias para realização da intervenção, especialmente.

O - Bloqueio dos equipamentos/religamento de linha de transmissão: confirmar a realização do bloqueio dos


equipamentos que, acidentalmente operados, possam energizar as áreas liberadas para intervenção,
especialmente os equipamentos acionados remotamente. Confirmar a colocação de Cartões de Segurança nos
acionamentos desses equipamentos. Para linhas de transmissões energizadas, confirmar o bloqueio do
religamento automático.

P - Controle e numeração: a cada emissão de um programa executivo, o serviço de manutenção deverá


numerá-lo a fim de possibilitar o seu arquivamento, controle e melhoria do processo.

23
 Descrição da técnica
Esgotada a parte de análise e definição da técnica a ser empregada, deve–se partir para o seu
detalhamento, conforme a seguir.

A - Descrever cada etapa da intervenção, fazendo referência, quando for o caso, dos anexos e das instruções
de manutenção inerentes e indicando os responsáveis por cada evento.

B - Deixar claro, em cada situação, os processos de acesso do eletricista ao potencial.

C - Para as intervenções em área desenergizada, deixar clara a realização de aterramento temporário da


instalação.

D - Definir, nominalmente, a supervisão técnica e a condição técnica dos trabalhos, de modo que se tenha,
para a equipe, uma só voz de comando.

E - Alertar, quando necessário, aspectos de segurança durante a descrição das etapas.

F - Deixar claras as ações vitais à segurança da intervenção, tais como:

• confirmar as condições de recebimento dos equipamentos;


• confirmar a configuração da instalação (principalmente SE);
• confirmar a realização de delimitação e a sinalização da área liberada;
• confirmar a utilização dos EPI’s e dos EPC’s;

• confirmar a execução do aterramento temporário e a sua retirada após a conclusão dos serviços.
G - Nos trabalhos em conexões elétricas exigir a utilização do pulo de continuidade temporário.

 Análise Preliminar de Riscos - APR


A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste no estudo e na reflexão, durante a fase de
preparação do Programa Executivo, dos riscos que estarão ou que poderão estar presentes na execução
dos trabalhos. Esses riscos são das seguintes naturezas:

• Riscos pessoais – poderão acidentar pessoas;


• Riscos operacionais – poderão desligar as instalações;
• Riscos estruturais – poderão danificar o sistema físico;
• Riscos do objeto de ação - poderão diminuir a qualidade intrínseca do trabalho.

A APR é um procedimento imprescindível para processos não padronizados do tipo: “Cada caso é um caso”.

Quando o processo não está padronizado, deve–se identificar a seqüência dos trabalhos (o passo-a-passo).

Após, terminado o passo-a-passo, deve–se preencher o(s) formulário(s) de APR observando a matriz
de riscos e, em seguida, qualificá-lo(s) no formulário da APR, explicitando se o risco é:
• desprezível;
• moderado; ou
• crítico.

Para o caso de riscos críticos, deve-se trabalhar no Programa Executivo, visando reduzir a criticidade
do risco por meio de novas técnicas ou equipamentos.

A graduação dos riscos deve ser feita considerando que as medidas preventivas bloquearão os
eventos. A coluna “conseqüências do evento” deve supor que as medidas preventivas falharão.

24
 Quantificação e critérios para riscos

A graduação dos riscos é feita para cada atividade, enquadrando-a no seu grau de severidade:
• mínima;
• marginal; ou.
• crítica.

Na probabilidade de ocorrências, tem-se:


• rara;
• remota;
• média.

 Avaliação da execução da manutenção.


Após a execução da manutenção, deverá fazer uma reunião com os componentes da equipe
de modo a avaliar o trabalho realizado com vistas a aperfeiçoar o esquema adotado. Em programações
longas, essa avaliação deve ser diária, objetivando possíveis alterações/correções de percurso.

Durante a leitura do Módulo 01, você aprendeu como é formada a estrutura do SEP e os riscos
que podemos controlar os que impedem os serviços e a importância dos procedimentos para garantir a
segurança das operações realizadas.

MODULO 02 - SISTEMA DE CONTROLE

Lição 01

Equipamentos e Ferramentas de Trabalho

 Cuidados Especiais

• Todo e qualquer serviço deve ser executado com equipamentos


e ferramentas adequados aos serviços a executar e aprovadas
pela empresa.

• Os equipamentos e as ferramentas a serem utilizados devem ser


previamente inspecionados, estar em bom estado de conservação
e, após seu uso, serem limpos, inspecionados, acondiciona dos e
guardados em locais apropriados.

• Ferramentas, equipamentos ou métodos de trabalho não-


padronizados pela empresa não devem ser usados sem a
aprovação prévia dos setores competentes.

• O empregado não deve trabalhar com ferramentas nos bolsos ou junto ao corpo, não deve, também,
arremessá-las e nem colocá-las em local que ofereça risco de queda.

• Não são recomendados o uso, em serviços com eletricidade, de fitas e metros metálicos ou fitas de pano com
reforço metálico.

25
 Equipamentos e materiais (alguns)

• alicate saca fusível cartucho e/ou tipo NH.

• alicate universal 210 mm com cabo isolado para 1000 volts;

• lâmpada de prova (néon) para circuito elétrico;

• canivete para eletricista;

• jogo de chave de fenda;

• maleta de lona;

• detector de presença de tensão;

• equipamento de resgate de acidentado;

• caixa de primeiros socorros.

Além desses equipamentos citados, outros deverão ser empregados de acordo com a
necessidade do serviço especificado pela supervisão técnica

 Escada
.
o Inspeção da escada
Antes do início do trabalho, o responsável deve fazer uma inspeção visual na escada:

o Manutenção e guarda da escada


O responsável pela manutenção e guarda deverá observar:

 As escadas devem ser guardadas em local abrigado e seco, com boa ventilação e que
permita o fácil manuseio.

 É expressamente proibido qualquer tipo de adaptação ou de reparo não especificado pelos


desenhos ou pelas normas de construção, tais como furar os montantes para fixação da
bandeira, pregar ou amarrar montante rachado ou substituir de graus.

o Colocação e fixação da escada.

O responsável deverá observar:

26
 Especificação dos equipamentos e das ferramentas.
Os equipamentos e as ferramentas serão especificados com base na análise de riscos de
todas as atividades de trabalho, no ato do planejamento.

 Controle de riscos
Todos os equipamentos e as ferramentas de trabalho utilizadas deverão garantir e atender os
seguintes requisitos para aplicabilidade em atividades de operação, manutenção e construção de
sistemas elétricos de potência:

• Ser dielétricamente isolado, quando pertinente;

• Possuir características de resistências mecânicas adequadas à sua aplicação;

Os principais equipamentos de proteção: Utilizados no sistema elétrico de potência


são:
• Conjunto de cinto pára-quedista / acessórios. (conforme especificações técnicas da empresa e dos
acessórios);
• Botina de segurança sem componente metálico tipo C4 e solado bidensidade (conforme especificação técnica
da empresa);
• Botina de segurança com biqueira de aço para atividades sem contato com energia elétrica (conforme
especificação técnica da empresa);
• Óculos de segurança com característica UVA e UVB, tonalidade cinza ou transparente (conforme
especificação técnica da empresa);
• Capacete Classe B;
• Equipamentos isolados para linha viva;
• Capa de chuva ou similar;
• Roupa e bota;
• Luva de vaqueta/raspa;
• Luva de proteção/cobertura para luvas de borracha;
• Luva isolante de borracha utilização de acordo com as classes de tensão;
• conjunto de aterramento AT/BT;
• Detector de tensão;

 Ensaio de ferramentas e equipamentos


Ao fazer ensaios de ferramentas e equipamentos, você deverá levar em consideração as seguintes
atividades:

• Todos os equipamentos de proteção individual e coletiva, bem como as ferramentas de trabalho, deverão ser
ensaiados periodicamente conforme as normas de fabricação e internas das empresas, no mínimo observando
rigidez dielétrica, resistência mecânica e avaliação das condições de ergonomia;

• Todos os ensaios deverão ser registrados de forma documental garantindo assim rastreabilidade, além de
registrarem a data de validade dos testes de forma indelével nos equipamentos e nas ferramentas aprovados;

• Os equipamentos e as ferramentas, que por meio de tecnologia apropriada e certificada não possam ser
recuperados, devem ser inutilizados de forma a impedir seu uso.

27
Lição 02

Sinalização e Isolamento de Área de Trabalho

 Conceitos principais
Os equipamentos de sinalização devem ser utilizados para de limitar a área de trabalho, diferenciar os
equipamentos energizados e desenergizados, os canteiros de obras e o trânsito de veículos e de pedestres.

o Bandeira de sinalização
A bandeira de sinalização deve ser usada para auxiliar a demarcação de locais de trabalho
onde possa haver risco de acidente.

o Cone de sinalização
No isolamento de áreas, orientação e sinalização do trânsito no local de trabalho, deve ser
usado o cone refletivo. Antes e após a sua utilização, o cone deve ser inspecionado, verificando-se
a perda de cor e dos dizeres, bem como a existência de fissuras ou de desgaste em geral.

o Fita de sinalização

A fita de sinalização deve ser usada no isolamento de áreas, orientação e sinalização


diurna e noturna do local de trabalho.

A fita deve ser encaixada na extremidade dos cones, podendo ser fixada também em
grades portáteis, em cavaletes, em torno de postes, nas escadas e em outros equipamentos,
delimitando a área de trabalho.

o Placa de sinalização
A placa de sinalização deve ser fixada em local visível a fi m de alertar os riscos existentes
a seguir.

1. PERIGO DE ALTA-TENSÃO – Para ser fixada em local visível onde seja necessário alertar a
presença de alta-tensão, para funcionários e terceiros.

2. É PROIBIDO FUMAR – Para ser fixada em local visível e em locais onde haja risco de incêndio.

3. IMPEDIDO, NÃO LIGUE – Para ser fixada como aviso de impedimento em equipamentos
elétricos.

28
 Protetor isolante de sinalização

Nos trabalhos próximos a condutores ou a equipamentos


energizados ou que ofereçam risco de energização, devem ser
usados os protetores isolantes, devendo-se adotar o tipo adequado
ao nível de tensão elétrica de trabalho.

 Sinalização de segurança
A sinalização de segurança consiste num procedimento padronizado e normatizado pela empresa
destinado a orientar, alertar e advertir as pessoas sobre os riscos ou as condições de perigo existentes,
proibições de ingresso ou acesso e cuidados ou, ainda, aplicados para a identificação dos circuitos ou partes.

É fundamental a existência de procedimentos de sinalização padronizados, documentados e que sejam


conhecidos por todos os trabalhadores próprios e os prestadores de serviços.

Saiba que os materiais de sinalização constituem-se de cone, fita, grade, sinalizador luminoso, corda,
bandeirola, bandeira, placa, etc. A seguir você estudará os principais materiais de sinalização.

Finalidade (figura 1): Utilizada em conjunto com o balizador cônico quando


da delimitação e do isolamento de áreas de trabalho, podendo ainda ser
fixadas em colunas/pórticos. Não deverá ser utilizada em suportes de
equipamentos energizados e não pertencentes ao processo de liberação.

Fig. 1 Fita de sinalização


Fita de Sinalização

Finalidade (figura 2): Delimitação de áreas de trabalho de obras civis,


serviços e obras executadas em áreas internas e externas e em vias
públicas, podendo, se necessário, ser acoplada ao cone de sinalização.

Fita de sinalização Zebrada

Finalidade (figura 3): Utilizada em conjunto com o balizador cônico


quando da delimitação e do isolamento de áreas de trabalho em
regime de linha energizada.

Esta fita é também utilizada em com a placa Equipamento


Energizado quando ocorrer à existência de equipamentos
energizados dentro de áreas liberadas para serviços em regime
desenergizado, nas quais o equipamento energizado deverá
permanecer delimitado e sinalizado de forma a não existir acesso ao
mesmo (sem entrada).
Fita de Sinalização –Amarelo-Limão

29
Finalidade (figura 4): Sinalização de áreas de serviços e de obras em vias
públicas ou rodovias e orientação de trânsito de veículos e pedestres, podendo
ser utilizado em conjunto com a fita zebrada, o sinalizador strobo, a bandeira,
etc. Também tem a finalidade de identificação/visualização local de instalação de
aterramentos temporários, durante os serviços executados nos períodos diurno e
noturno.

Cone de Sinalização

Finalidade (figura 5): Isolamento e sinalização de áreas de trabalho,


poços de inspeção, entrada de galerias subterrâneas e situações
semelhantes.

Grade dobrável

Finalidade (figura 6): destinada a advertir as pessoas quanto ao


perigo de ultrapassar áreas delimitadas onde haja a possibilidade de
choque elétrico, devendo ser instalada em caráter permanente.

Finalidade (figura 7): Destinada a advertir e a sinalizar equipamento


energizado, estando ou não no interior da área delimitada para traba-
lhos. Utilizada em conjunto com a fita de sinalização amarelo-limão.
Destina-se, também, a sinalizar cubículos ou painéis adjacentes
àquele liberado para manutenção a fim de evitar engano de
identificação.

Placa Equipamento Energizado

Finalidade (figura 8): Destinada a alertar quanto à possibilidade do equi-


pamento entrar em operação a qualquer momento, sem aviso prévio.

30
Finalidade (figura 9): Destinada a alertar quanto à obrigatoriedade do uso
de determinado equipamento de proteção individual.

Finalidade (figura 10): Destinada a alertar quanto à necessidade do


acionamento do sistema de exaustão do ambiente, antes de se
adentrar para retirada da concentração de gases no local.

Finalidade (figura 11): Advertir quanto ao perigo de choque elétrico ao


adentrarem na área delimitada. Instalada nos muros e nas cercas
externas das instalações com equipamentos energizados.

Finalidade (figura 12): Advertir quanto ao perigo de choque elétrico.


Instalada nas torres de transmissão.

Lição 03
31
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)

EPC é todo dispositivo ou produto, de uso Coletivo utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Em todos os serviços executados em instalações elétricas, devem ser previstas e adotadas, prioritariamente,
medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
As medidas de proteção coletiva compreendem prioritariamente a desenergização elétrica e na sua
impossibilidade o emprego de tensão de segurança, conforme estabelecido na NR-10.

 MEDIDAS DE PROTEÇÃO

o Aterramento Temporário

O aterramento temporário é feito quando vai


se trabalhar em redes desenergizadas. Trata-se de
uma medida de segurança para a vida do
trabalhador, pois evita que ocorra acidentes caso a
linha seja energizada indevidamente por um fator
aleatório.

Tem-se, portanto que o simples desligamento


de uma linha de distribuição não garante a segurança
do eletricista, e o aterramento provisório das fases da
rede de AT é fundamental para que as condições
adequadas de trabalho sejam obtidas.
Aterramento temporário em redes de Alta
tensão

o Aterramento temporário em redes de Baixa tensão

Antes da instalação do conjunto de aterramento provisório o eletricista deve certificar-se que a linha
encontra-se desenergizada, com auxílio de um detector de tensão acoplado a uma vara de manobra.

Uma vez feito este teste procede-se a sequência de ligações de conectores de cabos de aterramento
provisórios:

32
o Detector de Tensão
Equipamento usado para identificação de ausência de tensão antes da instalação de aterramento
temporário.

33
o Travas e Bloqueadores

Garra de travamento de alta visibilidade Garra de travamento com cadeados

Trava para disjuntores

o Mantas de Borracha

34
o Cone de Borracha para Sinalização

Material de segurança usado para sinalização e proteção do local de trabalho é fornecido nas cores
Laranja e Branco / Preto e Amarelo.

o Fita Zebrada para Segurança


Material de segurança usado para isolamento do local de trabalho é fornecida em rolos 7
cm x 185 metros no cor amarela e preta.

Lição 04

Equipamento de Proteção Individual - EPI


Conforme a Norma Regulamentadora nº 6, equipamento de proteção individual – EPI é todo dispositivo
ou produto de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar
a segurança e a saúde no trabalho.

O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à


venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional compe-
tente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito
estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

A - Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do
trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

B - Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e

C - Para atender situações de emergência.

35
 Cabe ao empregador:

A - Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;

B - Exigir seu uso;

C - Fornecer ao empregado somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de


segurança e saúde no trabalho;

D - Orientar e treinar o empregado sobre o uso adequado, a guarda e a conservação;

E - Substituir, imediatamente, quando danificado ou extraviado;

F - Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica e

G - Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade observada.

 Cabe ao empregado:
A - Utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina;

B - Responsabilizar-se pela sua guarda e conservação;

C - Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso e

D - Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

 Cabe ao empregador: (Conforme o art. 157 da CLT)

I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;


II. Instruir o empregado, através de ordens de serviço, quanto às precauções a serem tomadas no
sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças profissionais.

 Cabe aos empregados: (Conforme o art. 158 da CLT)

I. Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas


pelo empregador;

• À observância das instruções expedidas pelo empregador e

• Ao uso dos equipamentos de proteção individual – EPI’s fornecidos pela empresa.

 Caracterizando os equipamentos de proteção individual para trabalho em altura.

 Cinto
o Cinto de Segurança
O cinto tem a finalidade de unir o trabalhador com o talabarte de segurança. Em caso de queda, o
mesmo tem o objetivo de sustentar o usuário e distribuir a força de impacto por todo o corpo do trabalhador
através das fitas ajustáveis ao tronco do trabalhador. Para isso, é necessário que o mesmo seja perfeitamente
ajustado à morfologia do usuário.

36
o Cinto de Segurança tipo Abdominal
O cinto de segurança tipo abdominal somente deve ser utilizado em serviços de
eletricidade e em situações em que funcione como limita-dor de movimentação, conforme NR-
18. Aprovada pela portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego.

o Cinto de Segurança tipo Pára-quedista

O cinto de segurança tipo pára-quedista deve ser


utilizado em atividades a mais de 2 m de altura do piso, nas
quais haja risco de queda do trabalhador, conforme NR- 18,
aprovada pela portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e
Emprego.

 Talabarte de Posicionamento
Equipamento destinado ao posicionamento confortável em um posto de trabalho ou
para a limitação de movimentação. Esse equipamento não deverá ser utilizado como
equipamento anti-queda.

 Cordas para Trabalho em Altura


As cordas para segurança em trabalhos em altura deverão ser compatíveis com as
atividades e os equipamentos utilizados. Essas cordas deverão ser do tipo “capa e alma”,
confeccionadas em 100% poliamida ou mista com poliamida e poliéster.

As cordas deverão possuir laudo de resistência de ruptura por tração estática emitido por
laboratório idôneo.

 Luvas

o Luvas de Borracha para Eletricista

• Nos trabalhos em condutores ou equipamentos energizados, ou que


ofereçam risco de energização, mesmo quando operados com vara de
manobra, devem ser usadas luvas de borracha, devendo-se adotar a
classe adequada ao nível da tensão elétrica de trabalho.

• As luvas de borracha para eletricistas somente devem ser utilizadas


recobertas.

• Devem ser cobertas externamente por luvas de napa, quando de baixa-


tensão, e de vaqueta, quando de alta–tensão.

• As luvas de borracha para eletricistas não devem ser amassadas e nem


abandonadas em local que comprometa a sua segurança.

• O empregado que utiliza luva de borracha deve ter as unhas cortadas rentes e as mãos desprovidas de anéis
ou de outros objetos capazes de danificar as mesmas.

37
Verifique na tabela abaixo a relação dos tipos/contatos/tarja para luva de borracha.

TIPO CONTATO TARJA


Classe 00 500V Bege
Classe 0 1000V Vermelha
Classe I 7,5 kV Branca
Classe II 17 kV Amarela
Classe III 26,5 kV Verde
Classe IV 36 kV Laranja

Tabela 3 – Tipos/contatos/tarja para luva de borracha

o Luvas de Cobertura
• Para proteção das luvas de borracha para eletricistas.
• Antes e após a sua utilização, as luvas devem ser inspecionadas,
aquelas que apresentarem defeito devem ser substituídas.

• A luva não deve ser usada ao avesso com a intenção de seu


aproveitamento na formação de um novo par.

• As luvas de cobertura não devem ficar dobradas nem abandonadas


em local que comprometa a sua segurança.

• As luvas de napa ou de vaqueta devem ser guardadas em separado das luvas de borracha, completamente
limpas e secas e em recipiente individual apropriado.

Finalidade: Exclusivamente como proteção da luva isolante de borracha.

o Luvas de Proteção Tipo Condutiva

Finalidade: Proteção das mãos e dos punhos quando o empregado


realiza trabalhos ao potencial.

o Luvas de Segurança em Borracha Nitrílica

Finalidade: Proteção das mãos e punhos do


empregado contra agentes químicos e biológicos.

38
o Luva de Segurança em PVC

Finalidade: Proteção das mãos e dos punhos do empregado contra


recipientes contendo óleo, graxa, solvente.

 Proteção da Cabeça

o Capacete

 Capacete de Segurança tipo:


Aba Frontal (jóquei) e Aba Total

Finalidade: Proteção da cabeça do empregado


contra quedas do mesmo nível, níveis diferentes,
impactos físicos (trabalho a céu aberto),
provenientes de queda ou de projeção de objetos,
choque elétrico e irradiação solar.

 Capacete de Segurança tipo:


Aba Frontal com Protetor Facial

Finalidade: Proteção da cabeça e face em trabalho no qual haja


risco de explosões com projeção de partículas e queimaduras
provocadas por abertura de arco voltaico.

o Capuz de Segurança tipo Balaclava

Finalidade: Proteção facial do usuário contra riscos provenientes de


abertura de arco elétrico (tecido antichama).

39
o Óculos de Proteção

• De acordo com o tipo de serviço, no qual haja


desprendimento de partículas, intensos raios
luminosos ou poeiras, devem ser usados óculos
de segurança.

• As lentes devem ser mantidas sempre limpas e


isentas de poeira, óleo ou graxa.

Finalidade: Proteção dos olhos contra impactos


mecânicos, partículas volantes e raios
ultravioleta.

 Proteção Auditiva

o Protetor Auditivo tipo Concha

Finalidade: Proteção dos ouvidos nas atividades e nos


locais que apresentem ruídos excessivos.

o Protetor Auditivo tipo Inserção (Plug)

Finalidade: Proteção dos ouvidos nas atividades e nos


locais que apresentem ruídos excessivos.

o Equipamento de Proteção
Respiratória - EPR

 Respirador de Proteção
Semifacial Filtrante (com Filtro)
 Respirador de Adução de Ar
(Máscara Autônoma)
 Respirador de Proteção
Semifacial Filtrante
(descartável)

Finalidade: Proteção respiratória em atividades e em locais que apresentem tal necessidade, em atendimento
à instrução Normativa nº 1 de 11/04/1994 – (Programa de Proteção Respiratória: Recomendação/Seleção e
Uso de Respiradores).

40
 Proteção dos membros inferiores

o Calçado de Segurança tipo Botina de


Couro

Finalidade: Proteção dos pés.

o Calçado de Segurança tipo Bota de Couro


(Cano Médio – Coturno)

Finalidade: Proteção dos pés e das pernas contra


torção, escoriações, derrapagens e umidade.

o Calçado de Segurança tipo Bota de Borracha


(Cano Longo)

Finalidade: Proteção dos pés e das pernas contra


umidade, derrapagens e agentes químicos agressivos.

o Calçado de Segurança tipo Condutivo (Coturno)

Finalidade: Proteção dos pés quando o


empregado realiza trabalhos ao potencial.

41
o Perneira de Segurança

Finalidade: Proteção das pernas contra objetos


perfurantes, cortantes e ataque de animais peçonhentos.

MODULO 03 – TRABALHO SOB TENSÃO

Lição 01

Técnica de Trabalho com Linha Viva Método à Distância

Foi o primeiro método desenvolvido, o eletricista


executa as operações com o auxílio de ferramentas montadas nas
extremidades dos bastões isolantes. Com esse método, é
possível trabalhar em todas as classes de tensão. Em tensões de
até 69 kV, onde as distâncias entre fases são menores, os
condutores são afastados de sua posição normal por meio de
bastões suportes, moitões, etc. Todo conjunto de equipamento é
projetado para facilitar os movimentos dos eletricistas, no alto dos
postes ou das estruturas, com total segurança, tanto na manobra
das articulações para afastamento dos condutores como nas
manipulações das cadeias de isoladores.

Nesse método, o eletricista deve observar rigorosamente à


distância de trabalho, ou seja, a sua distância com o condutor energizado.

As distâncias mínimas para trabalho em linha viva são fornecidas a seguir.

3,8 kV – 0,64 m

34,5 kV – 0,75 m

69 kV – 0,95 m
138 kV – 1,10 m

230 kV – 1,55 m

345 kV – 2,15 m

500 kV – 3,40 m

42
o Descrição dos Serviços

• substituição de isoladores de pino e/ou acessórios como pinos ou amarração, cadeia com
isolador de suspensão em estruturas simples ou duplas;

• substituição de cruzetas, simples ou duplas, em ângulos suaves com isolador de pino ou


suspensão;

• instalação e/ou substituição de postes com estrutura simples;

• substituição de pára-raios e/ou de equipamentos. Nos locais de difícil acesso, como alto de morro
ou local aonde não se chega com a cesta aérea, aplica-se esse método de trabalho com muita
eficiência para atendimento desse tipo de serviço. Também se mostra muito útil nas estruturas das
subestações para se executar manutenção, limpeza de isoladores, pára-raios, etc.

 Técnica de Trabalho com Linha Viva Método ao contato


No método ao contato, o trabalhador tem contato com a rede
energizada, mas não fica no mesmo potencial da rede elétrica, pois está
devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de proteção individual e
equipamentos de proteção coletiva adequados à tensão da rede.

Esse método consiste em proteger o eletricista com luvas e mangas


isolantes, com o auxílio de uma plataforma, andaime ou veículo equipado com
cesta aérea, ele executa os serviços diretamente com as mãos. Toda a zona
de trabalho é protegida, também, com coberturas isolantes apropriadas e, à
medida que decorrem as tarefas, vai-se descobrindo o espaço estritamente
necessário à operação em causa, tais como executar uma derivação,
substituir um isolador, efetuar uma emenda, etc. Dessa forma, anula-se a
possibilidade do eletricista poder fechar dois pontos de potenciais diferentes
ou que os elementos de trabalho (fios, chaves, ferramentas) o possam fazer
ocasionando um curto-circuito. Esse método é utilizado somente para linhas
de distribuição e de subestações com tensões de até 34,5 kV.

o Descrição dos Serviços

Praticamente todos os serviços que se fazem necessários nas redes de distribuição aérea
podem ser executados com as redes energizadas, especialmente agora com o desenvolvimento de
ferramentas e de equipamentos que garantem a segurança dos trabalhadores.

43
Lição 02

Procedimento de Segurança para Trabalho em Painéis e Cubículos.


Intervenções em painéis e cubículos são atividades onde os trabalhadores estão freqüentemente
expostos aos riscos de choque elétrico e arco elétricos. Ao realizar serviços nestes locais, você deve pensar
na segurança em primeiro lugar.

Se planejar seu trabalho cuidadosamente, seguir procedimentos seguros e usar o equipamento


apropriado poderá evitar os acidentes.

Antes de entrar em um cubículo de uma subestação, abrir um painel ou o gabinete de um


equipamento, examine o ambiente de trabalho, onde você vai posicionar o seu medidor e seus outros
equipamentos. Além disso, tome os seguintes cuidados:

• Identifique uma rota de fuga que possa usar em caso de emergência;

• Certifique-se de que sabe exatamente como acessar o equipamento em questão;


• Procure trabalhar em uma posição confortável e segura;

• Verifique se há riscos ambientais presentes, como galhos de árvores, animais ou água;

• Tenha certeza de que a ventilação e a iluminação são suficientes;

• Mantenha um ajudante qualificado por perto, que também entenda de segurança elétrica;

• Sempre informe onde estará trabalhando. Utilize os procedimentos de sua empresa referentes a
ordens de serviços e permissões para o trabalho;

• Selecione adequadamente suas ferramentas e equipamentos de segurança;

• Proteção para os olhos e ouvidos, luvas, vestimentas e tapetes isolantes;

• Verifique se suas ferramentas estão isoladas adequadamente;

• Sempre que possível trabalhe em circuitos não energizados;

Importante:
De acordo com a norma IEC 61010, são definidas 04 categorias de risco:
CAT IV – Origem da instalação. Cabines de entrada e outros cabeamentos externos.
CAT III– Distribuição da instalação, incluindo barramentos principais, alimentadores e demais circuitos;
cargas permanentemente instaladas.
CAT II – Tomadas ou plugues; cargas removíveis.
CAT I – Circuitos eletrônicos protegidos.

Lição 03

44
Equipamentos e Ferramentas de Trabalho
As análises técnicas das concorrências e a aceitação dos materiais em laboratórios passam por
rígidos processos de engenharia. Além dos testes de recebimento, os materiais são necessariamente
submetidos a outros testes e a ensaios elétricos. Em função disso, devemos implantar uma sistemática de
controle dessas ferramentas e equipamentos que possam aumentar a sua vida útil, reduzir custos com
reposição, aumentando sua disponibilidade para os serviços e garantindo maior segurança aos eletricistas
que trabalham em redes energizadas.

o Dispositivos de Isolação Elétrica

As coberturas protetoras para linha viva são usadas nos trabalhos pelo método ao contato,
sendo instaladas com luvas isolantes de borracha ou pelo método a distância, uma vez que dispõem
de olhais para serem operadas com o bastão de manobra.

Isoladores tipo calha.

São elementos construídos com materiais dielétricos (não-condutores de eletricidade) que têm por
objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que estão energizadas para que os serviços possam
ser executados sem a exposição do trabalhador ao risco elétrico. Têm de ser compatíveis com os níveis de
tensão do serviço. Normalmente são de cor laranja. Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para
evitar sujeiras e umidade que possam torná-los condutivo. Também devem ser inspecionados a cada uso.

Veja alguns exemplos!

• Calha isolante (em geral são de polietileno rígido).

• Mantas ou lençol de isolamento.

45
o Escada
A escada deve possuir isolação compatível com a classe de tensão dos
locais onde os trabalhos serão executados. Além disso, é necessária a
adoção de procedimentos de testes e de limpeza para garantia de
isolação do equipamento.

A escada a ser utilizada ao potencial deve ser submetida a um


ensaio (antes de ser transportada ao local de trabalho) utilizando-se um

microamperímetro para verificação das condições de isolamento, antes

de sua utilização.

Se a escada apresentar valores superiores aos descritos, deve


ser submetida à limpeza e novamente testada, se os valores
permanecerem superiores aos recomendados, não realize o trabalho
nesse método e sim pelo método a distância.

o Varas de Manobra

São fabricadas com materiais isolantes, normalmente em fibra de vidro e de epóxi, e, em geral, na cor
laranja. São segmentos (de aproximadamente 1 m cada) que se somam de acordo com a necessidade de
alcance.

As varas de manobra são providas de suporte universal e cabeçote, nas quais, na ponta, pode-se
colocar o detector de tensão, o gancho para desligar a chave fusível ou para conectar o cabo de aterramento
nos fi os, etc. Nessa ponta há uma “borboleta” na qual se aperta com a mão o que se deseja acoplar. As
varas mais usuais suportam uma tensão de até 100 kV para cada metro. Sujeiras (poeiras, graxas) reduzem
drasticamente o isolamento. Por isso, antes de serem usadas, devem ser limpas de acordo com o
procedimento.

Outro aspecto importante é o acondicionamento para o transporte, que deve ser adequado. Para
tensões acima de 60 kV, devem ser testadas quanto à sua condutividade antes de cada uso, com aparelho
próprio.

46
o Bastões
Os bastões são similares e do mesmo material das
varas de manobra. São utilizados para outras operações de
apoio. Nos bastões de salvamento há ganchos para remover o
acidentado. O bastão de manobra, também conhecido como
“bastão pega-tudo”, foi originalmente projetado para operação
de grampos de linha viva e de grampos de aterramento,
porém, face à sua versatilidade, possui hoje múltiplas
aplicações, principalmente na manutenção de instalações elé-
tricas energizadas.

MODULO 4 – ORGANIZAÇÃO COMO FATOR DE SEGURANÇA

Lição 01

Métodos de Trabalho (Ao Contato – Ao Potencial – À Distância)


Na execução de qualquer serviço que envolva energia elétrica, a escolha do método de trabalho a ser
adotado pela sua equipe de trabalho é de fundamental importância para que se evite a ocorrência de
acidentes.

Os cuidados citados anteriormente são fundamentais para uma correta e segura execução dos
serviços, sem a ocorrência de prejuízos materiais ou humanos, por meio de rigorosa observação dos
controles de riscos, indispensáveis para a execução de trabalhos.

 Manutenção com Linha Energizada – Linha Viva

Esta atividade deve ser realizada mediante a adoção de


procedimentos e de metodologia específica que garantam a

segurança dos trabalhadores conforme estudado no Módulo 03.

o Método ao Contato

Como o trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da
rede elétrica, todos os equipamentos de proteção individual e de proteção coletiva devem ser
adequados à tensão da rede para garantir que o mesmo esteja devidamente isolado.

Portanto, todos os procedimentos de utilização de EPI’s e EPC’s devem ser seguidos

obedecendo-se as técnicas de segurança para não haver falha durante as operações no SEP.

o Método ao Potencial
47
O trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo potencial. Por isso, é

necessário o emprego de medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no corpo

inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado um conjunto de vestimentas condutivas (roupas,


capuzes, luvas e botas) ligadas por meio de cabo condutor elétrico e cinto à rede objeto da atividade.

São imprescindíveis que sejam feitos os testes necessários com todas as roupas condutivas

necessárias para manter uma perfeita equalização do campo elétrico distribuído no operador.

o Método a Distância
Lembre-se que neste método o trabalhador interage com a parte energizada a uma distância
segura pelo emprego de procedimentos, equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes
apropriados. Todos os equipamentos utilizados, como varas de manobra, bastões e escadas, devem
ser submetidos a testes de isolação para garantir que não haverá potencial de choque elétrico para o
operador.

Lição 02

Prontuário e Cadastro das Instalações.


A revisão da Norma Regulamentadora nº 10 – NR 10 (Portaria 598 de 07/12/2004 do MET) estabelece
os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistema preventivos,
de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em
instalações elétricas e serviços com eletricidade, e no item 10.2.4 determina que:

1. (NR 10 – Item 10.2.4) - As empresas com cargas instaladas superiores a 75 kW devem constituir
e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3,
no mínimo:

o Relatório anual de auditoria de conformidade com a Norma NR-10, com recomendações e cronograma
de regularização visando o controle dos riscos elétricos;

o Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde, implantadas


e relacionadas nesta Norma e descrição das medidas de controle existentes;

o Documentação das inspeções e medidas do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e


aterramentos elétricos;

o Especificação do ferramental e dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

o Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização, dos profissionais


e treinamentos realizados;

o Certificação de equipamentos e matérias elétricos instalados em áreas classificadas;

o Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas de adequações,


contemplando os itens anteriores.

48
“As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus
estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de
proteção” - NR 10 – item - 10.2.3.

1. O que é o prontuário das instalações elétricas – (PIE)?


É um documento na forma de um manual que estabelece o sistema de segurança elétrica da empresa. O
PIE sintetiza o conjunto de procedimentos, ações, documentações e programas que a empresa mantém ou
planeja executar para proteger os trabalhadores dos riscos elétricos. Todas as empresas com potência superior
a 75 kW devem manter o PIE atualizado.

2. Como organizar o prontuário?


Como definido na NR 10, em seu item 10.2.6.

O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido atualizado pelo empregador ou
pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos
nas instalações e serviços em eletricidade.

3. Como Estruturar o Prontuário?


O primeiro passo para organizar o prontuário das Instalações Elétricas é a realização de um
Diagnóstico NR 10 de situação da empresa que analise e indique os requisitos da NR 10 ainda não atendidos
pela empresa (não conformidade). E caso a empresa não possua, será também necessário elaborar os
Laudos Técnicos das Instalações Elétricas e Laudo do SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas
Atmosféricas).

Laudo Técnico das Instalações Elétricas – Tem a finalidade de verificar a


conformidade com as NBR 5410 (BT), NBR 14039 (MT), NBR 5418
(Instalações em áreas classificadas) e outros.

Laudo Técnico de Inspeção do SPDA – É um documento técnico das


inspeções e medições realizadas no SPDA e Aterramento Elétrico da
empresa com a finalidade de verificar a conformidade com a NBR 5419 e
NR 10. (Item 10.2.4)

Nota: O diagnóstico, juntamente com o laudo das Instalações Elétricas vai fazer parte do Relatório Técnico
das Inspeções. Este, por sua vez, juntamente com o Laudo do SPDA, vai fazer a base para a estrutura do
Prontuário.

Resumindo:
Laudo das Instalações Elétricas + Diagnóstico NR 10 = Relatório Técnico das Inspeções.
Relatório Técnico das Inspeções + Laudo SPDA = Base para o Prontuário Elétrico.

49
Lição 03

Programação e Planejamento dos Serviços

 Programação dos Serviços

Programar: É definir etapas ou procedimentos ordenados para a execução de serviços em


determinado período de tempo, utilizando o método adequado, os recursos mínimos necessários, tanto
pessoais quanto materiais, as ferramentas e os equipamentos, além de equipamentos de segurança,

considerando as interferências possíveis do meio ambiente com o trabalho.

Trabalhar com segurança em instalações elétricas requer organização e atenção do que se está
fazendo. Organizar o trabalho antes de executar qualquer tarefa é de fundamental importância. Organizar
significa pensar antes de iniciar a tarefa, mas pensar em quê?

 Em primeiro lugar, na maneira mais segura de fazer a tarefa;

 Na maneira mais simples de fazer a tarefa, evitando complicações ou controles exagerados.

 No modo mais barato de fazer a tarefa;

 No meio menos cansativo para quem vai realizar a tarefa;

 Num procedimento que seja mais rápido;

 Em obter a melhor qualidade e o resultado mais confiável e

 Numa forma de trabalho que não prejudique o meio ambiente, ou seja, que não cause a
poluição do ar, da água e do solo.

Observe que esses itens mencionados acima não podem


ser pensados separadamente, todos devem ser pensados juntos
para que no final haja equilíbrio entre eles, de modo que um não
prejudique o outro. Além disso, é preciso pensar, também, na
quantidade e na qualidade das pessoas e dos materiais
necessários, na hora e no local em que eles devem estar
disponíveis.
Quando você faz, com antecedência, um estudo de todos os
fatores que vão interferir no trabalho e reúne o que é necessário
para a sua execução, você está na verdade organizando o trabalho
para alcançar bons resultados.

50
 Planejamento dos Serviços

Planejar: É pensar antes, durante e depois de agir.


Quando planejamos, buscamos alcançar objetivos e quando queremos fazê-lo de uma forma
participativa, compartilhamos diferentes saberes e diferentes ações, necessariamente precisamos trabalhar
com um método de planejamento.

 Funções do Responsável

 Apresentar os itens das normas e dos procedimentos relativos às


solicitações de intervenção que tenham rebatimento nessa etapa.
Falar sobre os prazos de desligamento;

 Fazer a apresentação completa das normas e dos procedimentos


internos relativos ao Planejamento Executivo e à análise de riscos
envolvidos na realização das atividades a serem desenvolvidas,
em decorrência da liberação de instalações e de equipamentos.
Nessa etapa, deverão ser discutidas e analisadas as respon-
sabilidades entre os membros das equipes. Cabe ainda ao instrutor
estabelecer casos práticos e enfatizar a necessidade de validação
do planejamento “in loco”.

 Os normativos internos relativos aos procedimentos para a solicitação de liberação de instalações


ou de equipamentos, incluindo a realização de manobras, a delimitação e a sinalização da área de
trabalho e o bloqueio de impedimento de reenergização (apresentar os itens das normas e dos
procedimentos de operação, de manutenção e de segurança dos trabalhos pertinentes);

 Execução dos serviços (inclusive o passo-a-passo de procedimentos de manutenção);

 Devolução para a operação e a normalização das instalações e do equipamento (apresentar os


itens das normas e/ou dos procedimentos de operação, de manutenção e de segurança dos
trabalhos pertinentes).

Lição 03

Liberação de Instalações e Equipamentos (Desenergização e Reenergização de circuitos)

Nota: As informações aqui apresentadas são apenas ilustrativas, não substituindo de forma alguma
as normas internas das empresas ou as determinações dos fabricantes.

A necessidade de liberação de instalações e equipamentos decorre da necessidade de manutenção

preventiva, corretiva, emergencial e de urgência. Já que você está fazendo um curso que visa à sua

segurança, saiba que para atender os requisitos de segurança preconizados pela NR-10 é imperioso o
cumprimento das condições que se seguem.

51
Definição de Desenergização
A desenergização é o conjunto de ações coordenadas entre si, seqüenciadas e controladas,
destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho durante o tempo de
intervenção. Do exposto, conclui-se que somente será considerada desenergizada a instalação elétrica
liberada para trabalho mediante os procedimentos apropriados e obedecida toda a seqüência que você
estudará a seguir, porém o desligamento de circuito é diferente de desenergização de circuito. Na
desenergização estão previstas todas as medidas contra reenergização acidental, já no desligamento não
estão necessariamente contempladas todas as medidas contra essa reenergização.

o Desenergização de Circuitos - Veja abaixo a sequência:

I - Seccionamento
II - Impedimento da reenergização
III - Constatação da ausência de tensão
IV - Instalação de aterramento temporário
V - Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada
VI - Instalação da sinalização de impedimento de reenergização

I- Seccionamento - Nesta etapa a equipe de manutenção, em conjunto com a de operação,


através da análise de diagrama funcional e de inspeção visual in loco, deverá verificar se
efetivamente foi promovido o seccionamento do trecho onde haverá a atividade de manutenção
em atendimento ao Planejamento Executivo e à Análise Preliminar de Perigo. O referido
seccionamento deverá garantir que não existem fontes de tensão alimentando circuitos existentes
na área de trabalho que possam colocar em risco a segurança dos trabalhadores envolvidos, direta
ou indiretamente, na atividade de manutenção;

52
II- Impedimento da reenergização - Nesta etapa, a equipe de manutenção, em conjunto
com a de operação, através da análise de diagrama funcional e também da inspeção visual in loco,
deverá assegurar-se de que a operação efetuou a aplicação de travamentos mecânicos, cadeados
e dispositivos auxiliares de travamento suficientes para garantir que não haverá possibilidade de
reversão indesejada do seccionamento elétrico das fontes de tensão que alimentam os circuitos
objetos da intervenção e que possam oferecer risco a pessoas envolvidas na intervenção;

Chave operada e bloqueada


com trava e cadeado

III - Constatação da ausência de tensão - Deverá verificar a ausência de tensão com


medidores testados, podendo ser realizada por contato ou por aproximação e de acordo com os
procedimentos específicos;

Detector de Tensão

53
IV - Instalação de aterramento temporário (com equipotencialização dos condutores
dos circuitos) – Constatada a inexistência de tensão, a equipe de manutenção deverá efetuar o
aterramento temporário das partes elétricas que possam colocar em perigo os trabalhadores caso
haja alguma entrada de potencial. Usando-se luvas isolantes e bastões compatíveis com o nível de
tensão que se está trabalhando, os membros da equipe designados para a tarefa de aterramento
deverão conectar as garras de aterramento aos condutores-fases, previamente desligados,
obtendo-se assim uma equalização de potencial entre as partes condutoras no ponto de trabalho.
Nessa etapa, deverá ser observado que esse procedimento está sendo realizado em uma
instalação apenas desligada, o que pressupõe os cuidados relativos à possibilidade de ocorrência
de arcos. É importante controlar a quantidade de aterramentos temporários implantados de forma a
garantir a retirada de todas as unidades antes da reenergização;

V - Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada – Na


impossibilidade da desenergização de algum circuito situado na zona controlada, para que não
possam ser acidentalmente tocados, a equipe de manutenção deverá providenciar isolação
conveniente através de: mantas, calhas, capuz de material isolante, etc., de forma a proteger as
pessoas envolvidas na intervenção;

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VI – Instalação da sinalização de impedimento de reenergização – A equipe de
manutenção deverá verificar, em conjunto com a de operação, se foram adotadas todas as
medidas de sinalização adequadas de segurança destinadas à advertência e a identificação da
razão de desenergização e dá informação ao responsável através de cartões adequadamente
fixados;

Conclusão: Somente depois de atendidas as etapas anteriores, as instalações poderão ser consideradas
liberadas para os serviços de manutenção.

o Reenergização de Circuitos

O estado de instalação desenergizada deverá ser mantido até a autorização para a


reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedimentos a seguir.

I – Retirada de todas as ferramentas, utensílios e equipamentos – Nesta etapa, a


equipe de manutenção deverá efetuar a remoção de todo o ferramental e os utensílios para fora da
zona controlada, a fim de permitir a liberação da instalação.

II – Retirada, da zona controlada, de todos os trabalhadores não envolvidos


no processo de reenergização – o coordenador responsável efetuará a contagem, a
identificação e retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo
de reenergização.

III - Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das


proteções adicionais – deverá ser providenciada retirada dos materiais usados para a
proteção de partes energizadas próximas ao local de trabalho e de utensílios empregados na
manutenção da equipotencialização. É importante observar que o procedimento se inicia numa
instalação desenergizada, mas termina em instalações apenas desligadas, o que sugere a adoção
de técnicas, equipamentos e procedimentos próprios para circuitos energizados.
Preferencialmente, os membros da equipe designados para a desinstalação dos aterramentos
deverão ser os mesmos que efetuaram a instalação.

IV - Remoção da sinalização de impedimento de reenergização – a equipe de


manutenção deverá acompanhar e apoiar, se for o caso, a retirada das placas e dos avisos de
impedimento de reenegização pela equipe de operação. Essa atividade também será realizada
com medidas e técnicas adotadas para os trabalhos com circuitos energizados.

V - Destravamento e religamento dos dispositivos de seccionamento – efetuar


a remoção dos elementos de bloqueio, do travamento ou mesmo da reinserção de elementos
condutores que foram retirados para garantir o não-religamento e, finalmente, a reenergização do
circuito ou trecho, restabelecendo a condição de funcionamento das instalações. Nessa etapa, os
membros da equipe de manutenção, que detêm algum componente do bloqueio em seu poder,
deverão participar do destravamento em conjunto com a equipe de operação.

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Conclusão: somente depois de atendidas as etapas anteriores, as instalações poderão ser consideradas
liberadas para os serviços de operação.

Situações Específicas
As medidas apresentadas anteriormente poderão sofrer alteração, substituição, ampliação ou até
mesma eliminação em função das peculiaridades de cada situação por profissionais legalmente habilitados,
autorizados e mediante justificativa técnica previamente formalizadas, desde que seja mantido o mesmo nível
de segurança originalmente preconizado.

Circuitos com Possibilidade de Reenergização

Na execução de serviços em que as medidas de desenergização não sejam possíveis, caracterizando


que o circuito está apenas desligado, deverão ser adotadas as técnicas de trabalho em circuitos energizados
vigentes na empresa.

De acordo com a NR-10, subitem 10.5.4 – “Os serviços a serem executados em instalações
elétricas desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem
atender ao que estabelece o disposto no item 10.6”.

Item 10.6 – Segurança em Instalações Elétricas Energizadas.


.
Além disso, é muito importante que antes de qualquer serviço, em alta tensão, seja realizada uma
avaliação prévia para gerenciamento dos riscos, conforme a NR-10, subitem 10.7.5 – “Antes de iniciar tra-
balhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e a equipe, responsáveis pela execução do
serviço, deve realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem
desenvolvidas de forma a tender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança
em eletricidade aplicáveis ao serviço”.

Isto quer dizer que antes do início de qualquer atividade no Sistema Elétrico de Potência, o responsável deverá
reunir toda a equipe e abordar os seguintes tópicos:

• Revisar os procedimentos programados estudando e planejando as ações a executar;

• Equalizar o entendimento de todos, com a eliminação de dúvidas de execução, conduzindo ao uso de práticas
seguras de trabalho e as melhores técnicas, sabidamente corretas, testadas e aprovadas;

• Alertar a cerca de outros riscos possíveis, não previstos nas instruções de segurança dos procedimentos;

• Discutir a divisão de tarefas e responsabilidades;

• Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no serviço e até mesmo no procedimento
de trabalho;

• Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a relação de equipamentos de segurança e
trabalho;

• Difusão de conhecimentos, criando novas motivações.

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