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Subestação

Aula 8: Subestações A. T. de Consumidor

Apresentação
Nesta aula, abordaremos os tipos de subestações existentes, para tensões acima e abaixo de 69KV. Destacaremos as
subestações da distribuição abaixo de 69kV, que representam a maioria das subestações instaladas. Ao final, trataremos
da documentação necessária para ligação nova da subestação.
Objetivos
Descrever os tipos subestações;

Identificar suas diferenças e particularidades;

Reconhecer os procedimentos para ligação de uma subestação.

Palavras iniciais
A subestação compreende o local onde serão instalados os
equipamentos para redução ou aumento do nível de tensão
e os equipamentos de medição e controle da energia,
podendo ser abrigada, quando é empregada em obras civis
para construção de local fechado em alvenaria ou
desabrigada, ao tempo, podendo ser simplificada para
consumidores da distribuição ou para grandes subestações
da transmissão e subtransmissão.
Subestação da Light da Zona Industrial de Santa Cruz. Fonte: Agência Brasil.

Subestação com tensão igual ou superior a 69kV


Subestações de grande porte, normalmente utilizadas na transmissão de energia ou para subtransmissão, reduzindo a tensão
para níveis de distribuição de energia. Possuem arranjos de barramentos diversos, normalmente um disjuntor na entrada, onde
é ligado o circuito que chega à subestação. No disjuntor, são interligados os relés que atuam na proteção dos circuitos.

Legenda:

LT – Linha de Transmissão
EL – Vão de entrada de linha
SL – Vão de saída de linha
B1 – Barramento média tensão
B2 – Barramento alta tensão
TR – Vão de transformador
BC – Vão de regulação
AL – Vão de alimentação
D – Disjuntor
Rd – Relé diferencial
 Diagrama unifilar de subestação 69KV.

Analisando o diagrama, verificamos dois circuitos de alimentação em paralelo, que, por uma questão de confiabilidade,
correspondem a um reserva, que somente é utilizado em caso de falta do primeiro.
Os transformadores para esta classe de tensão possuem comutadores automáticos para chaveamento do tap do secundário,
que serve para alterar a relação de transformação para que, se a tensão de entrada for inferior a nominal, a saída possa ter
tensão nominal.

Em alguns casos, é comum a instalação de transformadores reservas, que são interligados ao sistema em caso de defeito,
com potência suficiente para atender toda a carga. No caso de subestações com maior potência, ela é dividida por alguns
transformadores, tendo, neste caso, somente um reserva.

Também são instalados os TC e TP para a medição e proteção do sistema, acoplados aos diversos relés das subestações.

Subestações com tensão inferior a 69kV


São instalações com tensão primária a partir de 3kV, que recebem o ramal alimentador da concessionária local e, normalmente,
salvo em projetos especiais, em acordo com a distribuidora, devem ficar no limite do logradouro público e ter acesso livre às
equipes da concessionária local. As instalações para estas subestações devem seguir as premissas da NBR14039 (Instalações
Elétricas de Média tensão – 1kV a 36kV).

Para estas classes de tensão, as subestações podem ser simplificadas ou


abrigadas (convencionais).

Subestações simplificada
Modalidade mais simples para consumidores, em que a potência demandada não ultrapassa os 300KVA, e a proteção geral é
feita por fusíveis na alta tensão. Nesse tipo de subestação, o transformador é instalado diretamente no poste, com disjuntor
somente no lado de baixa tensão, acondicionada em padrão conforme a concessionária local.

Junto ao padrão, é instalado o aterramento, que também segue normas específicas de cada concessionária, como a
quantidade e espaçamento das hastes e a bitola do cabo do aterramento. A medição é realizada no lado de A. T., em medidor
inacessível ao consumidor, sendo instalado do lado B. T. apenas um mostrador com os principais parâmetros de medição.

Veja, a seguir, um esquema da subestação simplificada padrão concessionária LIGHT S.E.S.A., no Rio de Janeiro.
 Padrão de montagem MT de subestação simplificada LIGHT.

Subestação simplificada
abrigada
Outros projetos de subestação simplificada podem ser
montados após apresentação junto à concessionária e
obtenção da aprovação. Um desses projetos alternativos
pode ser a instalação de subestação em um pavimento
subsolo ou em um pavimento acima do térreo, mantendo-se
a proteção do lado de A. T. através de chave fusível, em que
os equipamentos são instalados dentro da edificação,
protegidos do tempo, em local de alvenaria ou com outro Para-raios de linha.
material incombustível.

Mesmo nesses casos, a proteção geral no lado de A. T. ainda é feita por chave fusível, sendo necessário instalar para-raios de
linha e seccionadora sobre o transformador.

Nestes casos, as premissas de segurança devem ser observadas conforme a NR-10 do MTE, (Segurança em Instalações com
Eletricidade), como:

Aterramento de partes metálicas

Observância de espaços suficientes para a circulação dos profissionais autorizados


Acesso ao local em tamanho suficiente para a retirada e instalação de novos equipamentos

Deve haver barreiras físicas compostas por grades, que podem ser
removidas em casos de manutenção, impedindo o acesso ao
transformador e às partes com alta tensão (13,8KV), cuja distância da
grade até a parte viva seja suficiente para que não ocorra
centelhamentos perigosos.

Essa distância também deve ser ponderada no momento da especificação da grade para não permitir que segmentos
corporais possam atravessa-la e estar a uma distância perigosa da parte viva.
 Subestação simplificada abrigada.

Subestação simplificada
blindada
Também se trata de projeto especial da concessionária, que
deve ser autorizado antes da montagem. Sua característica
principal é a construção de um cubículo de chapa metálica
fechado por todos os lados, onde o ramal de entrada é
obrigatoriamente subterrâneo.

O cubículo tem dimensões especificadas pela


concessionária, com compartimentos internos para abrigar
a chegada dos cabos com a mufla na ponta, a proteção
geral através de fusíveis, o para-raios, o transformador e o
disjuntor geral de B. T. A espessura da chapa é definida pela
concessionária em função do esforço que deve ser
suportado na condição de funcionamento normal e na
Subestação simplificada blindada padrão Eletropaulo.
ocorrência de um curto circuito. A chapa deve ser revestida
por pintura em cor também definida pela concessionária.

Subestação abrigada convencional


Da mesma forma que a simplificada, este tipo de subestação deve ser construído no limite com a via pública ou recuado em
local mais próximo possível, dentro das instalações do consumidor. O ramal de entrada pode ser aéreo ou subterrâneo quando
a subestação é construída no limite com o logradouro público ou somente subterrâneo quando é recuada.

A seguir, conheça outras características desse tipo de subestação.

 Características da subestação abrigada convencional

 Clique no botão acima.

Sua construção é feita de alvenaria e laje, por ter custo final inferior a outros materiais e oferecer a resistência
mecânica necessária, além de ser incombustível. No entanto, outros materiais que atendam a esses requisitos podem
ser utilizados. O projeto padrão da concessionária prevê a construção da subestação no pavimento térreo, podendo,
mediante justificativa, a construção no primeiro pavimento acima ou abaixo do térreo.

Os transformadores da subestação devem ser separados por barreiras físicas, assim como a entrada de cabos com o
disjuntor de média tensão. Deve haver chave seccionadora a montante do disjuntor de média tensão e a montante de
cada transformador, cuja abertura somente pode ser realizada sem carga como forma de confirmação visual da
interrupção do circuito.

A medição da subestação é normalmente realizada no lado de A. T., na derivação do ramal de entrada da


concessionária, sendo instalado no cubículo de medição somente um mostrador que informa as grandezas elétricas
mais importantes (consumo, demanda, potência reativa).
A medição pode ser feita também no interior da subestação, através da instalação de TP e TC no cubículo de medição.
Em ambos os casos de medição, os equipamentos são fornecidos pela concessionária de energia.

Da mesma forma que a subestação simplificada abrigada, devem ser instaladas barreiras físicas compostas por
grades e telas metálicas, vazadas, aterradas para resguardar as pessoas que entram na subestação contra contato
acidental com a parte viva e manter distância segura para evitar uma proximidade que cause um centelhamento
perigoso. Essas recomendações encontram-se na NR -10 do MTE.

As dimensões da subestação devem obedecer ao projeto da concessionária, mas, como regra, devem permitir a livre
circulação das pessoas autorizadas do consumidor ou da concessionária e a retirada ou instalação de equipamentos,
inclusive os transformadores, que são de maior porte.

Subestação abrigada blindada


São projetadas em cubículo fechado, em chapa, para atender a situações específicas, cujos projetos devem ser aprovados pela
concessionária previamente à montagem. O ramal de entrada é obrigatoriamente subterrâneo, possuindo os mesmos
equipamentos de uma subestação abrigada convencional, mas de forma mais compacta.

 Subestação blindada
Procedimentos para ligação de subestações
Os procedimentos para ligação de subestação em média tensão são definidos pela ANEEL e repassados às concessionárias de
energia. Como base, abordaremos os procedimentos para aprovação de ligação nova estabelecidos pela LIGHT S.E.S.A no Rio
de Janeiro. Para outras concessionárias, deve ser realizada consulta aos procedimentos necessários, que apresentam poucas
variações.

As tensões de fornecimento de distribuição da LIGHT são: 13,8; 25; 34,5 e


138kV, cujos padrões foram estabelecidos com base na resolução 414/10
da ANEEL.

Vejamos os procedimentos que devem ser realizados:

Apresentação de projeto e documentação


Quando a entrada do pedido de ligação nova é apresentada, o projeto e as documentações são
realizados pela concessionária. Um estudo do projeto para determinar se a rede de distribuição
comporta o acréscimo da demanda é solicitado. Na entrada da documentação pelo consumidor, é
iniciada a contagem do prazo estabelecido para a nova ligação.

Aumento de carga e extensão de rede


Quando a rede da concessionária não possui os requisitos técnicos necessários para atendimento da
nova carga, é necessário um aumento de carga da rede de distribuição e o prazo de atendimento
poderá ser estendido.
Se o local não possuir rede de distribuição em M. T. para atendimento da ligação nova, a
concessionária realiza projeto de extensão de rede para viabilizar o atendimento cujos custos podem
ser repartidos entre a concessionária e o cliente.

Construção da subestação
 Após a aprovação do projeto e a autorização da montagem, o cliente deve construir a subestação
conforme os requisitos do projeto da concessionária, seguindo as normas técnicas pertinentes. A
concessionária se reserva ao direito de não ligar o ramal de entrada se o projeto da subestação tiver
quaisquer alterações não acordadas previamente.

O cliente é responsável pelos equipamentos fornecidos pela concessionária para medição. Além disso, é responsável pela
conservação do local da medição, quando esta é feita dentro das instalações do consumidor. Em casos especiais, é solicitado
ao consumidor que ceda espaço para construção de local para abrigar equipamentos de medição, proteção e derivação ou
outros.

Atenção
Obrigatoriamente, os serviços em subestações devem ser realizados por profissional qualificado, com habilitação comprovada
por seu conselho de classe, juntamente com a emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) devidamente quitada
e procuração emitida pelo proprietário de local de instalação, habilitando o profissional a cuidar da ligação nova junto à
concessionária.

Documentação necessária
Veja a seguir a relação de documentação que deve ser apresentada, lembrando que esta é a documentação requisitada pela
LIGHT S.E.S.A no Rio de Janeiro.

Para outras concessionárias, deve ser feita uma consulta prévia da documentação.

Clique nos botões para ver as informações.

Pessoa Jurídica 

Cópia do cartão do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;


Cópia da Inscrição Estadual ou Municipal, se houver;
Cópias da Carteira de Identidade e do Cadastro de Pessoa Física (CPF) dos representantes legais;
Procuração com reconhecimento de firma se for o caso;
Certidão de ônus reais;
Contrato de comodato;
Contrato de locação ou escritura do imóvel;
Cópia do documento de constituição da pessoa jurídica;
Formulário de Elaboração de Contrato CUSD e CCER – Clientes Públicos;
Formulário de Elaboração de Contrato CUSD e CCER – Clientes Privados.

Pessoa Física 

Cópias da Carteira de Identidade e do Cadastro de Pessoa Física (CPF);


Certidão de Ônus Reais;
Contrato de Comodato;
Contrato de Locação ou Escritura do Imóvel.
Formulário de Elaboração de Contrato CUSD e CCER.
Subestação simplificada 

Formulário CTS - preenchido e assinado pelo responsável técnico (5 vias);


Quadro descritivo de cargas (2 vias);
Planta de situação/localização (4 vias) cotada;
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, devidamente quitada (1 via);
Procuração, em papel timbrado e com reconhecimento de firma (1 via);
Carta de Solicitação do Serviço (2 vias);
Diagrama Unifilar geral (4 vias);
Diagrama esquemático do intertravamento elétrico Light e geração própria, se for o caso (2 vias);
Carta de não paralelismo com a rede da LIGHT, se for o caso (2 Vias);
Esquemático de ligação do dispositivo diferencial e catálogo do fabricante, se for o caso (2 vias);
Cópia da licença de obras no caso de ligação provisória (2 vias).

Subestação convencional 

Formulário CTC - Preenchido e assinado pelo responsável técnico (5 vias);


Quadro descritivo de cargas (2 vias);
Planta de Situação/Localização (4 vias) cotada;
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) devidamente quitada (1 via);
Procuração em papel timbrado e com reconhecimento de firma (1 via);
Carta de Solicitação do Serviço (2 vias);
Diagrama unifilar da subestação com todos os equipamentos da subestação (4 vias);
Diagrama esquemático de controle da proteção de entrada (2 vias);
Diagrama esquemático do intertravamento elétrico Light e geração própria (2 vias);
Descritivo operacional do sistema de transferência automático (2 vias);
Planta baixa da subestação com corte transversal e longitudinal (4 vias);
Relação de materiais da subestação (2 vias);
Declaração de conformidade da subestação blindada (2 vias);
Carta de não paralelismo entre a geração própria e a rede da LIGHT (2 vias);
Cópia da licença de obras no caso de ligação provisória (2 vias).

Atividades
1. Complete as lacunas das sentenças sobre as subestações com tensão maior que 69kV.
Os transformadores para esta classe de tensão, possuem _______________ automáticos para chaveamento do tap do secundário,
que serve para alterar a relação de_______________ .
Em alguns casos, é comum a instalação de transformadores ____________, que são interligados ao sistema em caso de defeito
de outro, com __________ suficiente para atender toda a carga.

A alternativa que completa corretamente as lacunas é:

a) Comutadores, transformação, reserva, potência.


b) Seccionadoras, corrente, secos, tamanho.
c) Disjuntores, potência, à óleo, enrolamento.
d) Projetos, energia, secos, tamanho.
e) Chaves, energia, à óleo, tamanho.
2. Assinale a alternativa que completa a frase corretamente.

As subestações simplificadas somente podem ser até a potência de:

a) 200kVA.
b) 250kVA
c) 300kVA
d) 150kVA.
e) 100kVA.

3. Sobre as subestações abrigadas, analise as sentenças a seguir:

I. Deve ser construída no limite com a via pública ou recuada em local mais próximo possível dentro das instalações do
consumidor.
II. O ramal de entrada pode ser aéreo ou subterrâneo quando a subestação é recuada.
III. Os projetos da concessionária para subestação convencional preveem a construção da subestação no pavimento térreo, no
primeiro pavimento ou no subsolo.

Atribuindo V para verdadeiro e F para falso, assinale a alternativa com a sequência correta:

a) V, V, V.
b) V, F, V.
c) F, V, V.
d) V, V, F.
e) V, F, F.

Notas

Título modal 1

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Referências
Barros, Benjamim Ferreira, Gedra, Ricardo Luís. Cabine Primária - Subestações de alta tensão de consumidor. São Paulo: Érica,
2011.

MAMEDE, João Filho. Proteção de sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

Próxima aula

Cálculos em subestações e alguns equipamentos.

Explore mais

Subestação abrigada (sheltered substation).

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