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Resenha: “Instalações elétricas de baixa tensão” — Universidade Federal de

Uberlândia - Faculdade de Engenharia Elétrica - GEE025 - Instalações Elétricas


Páginas: 23 a 35.
Lucas Mellone, Sarah Castilho e Rogério de Andrade

Introdução:

- As instalações elétricas de baixa tensão compreendem em instalações elétricas


prediais aplicadas a obras de pequeno a médio porte, como residências, prédios
residenciais, pequenos prédios comerciais, comércios, etc. Regulamentadas pela
NBR-5410, este tipo de instalação elétrica aplica até 1000V em corrente alternada e
1500V em tensão contínua.

Linhas elétricas:

- Englobam condutores e eventuais elementos de fixação, suporte e proteção


mecânica.
- São classificados em diferentes tipos, com variações de suportes que poderão
englobar diferentes métodos construtivos.
- Suas respectivas classificações a saber: linha aberta, linha aérea, linha aparente,
linha em parede ou teto, linha embutida, linha subterrânea e linha pré fabricada.
- Novamente, as classificações acima dizem respeito ao tipo de estrutura em que o
cabeamento será instalado, bem como sua construção. A NBR 5410:2004 padroniza
os 15 métodos de instalação de linhas elétricas aéreas, sua descrição, ilustração e
seu método de referência, conforme a tabela presente na página 90.

Condutores elétricos:

- Os condutores elétricos utilizados em instalações prediais deverão possuir isolação,


conforme especificado em norma.
- A ausência de isolação poderá ocorrer apenas quando expressamente permitido.
- Os tipos de condutores, a saber, são os seguintes: Condutor isolado, cabo unipolar e
cabo multipolar. Suas diferenças principais estão no método construtivo de cada tipo
de cabo e sua capacidade de isolação.
- Os tipos de isolação para cada construção utilizam os seguintes materiais: PVC,
XLPE ou EPR, cada um com suas fraquezas e qualidades.

Quadro de Distribuição:

- Quadro de Distribuição (QD) recebe energia através de alimentações e a distribui


para um ou mais circuitos;
- Para localização correta do QD deve ser feito o cálculo de centro de carga a partir
da previsão da carga da instalação (segundo fórmulas para obter CCy e CCx
presentes na apostila);
- Caso impraticável, o quadro deve ser instalado no local mais próximo previsto pelas
fórmulas de CCy e CCx;
Quadro de Distribuição:
- Os disjuntores de BT são dispositivos de proteção que podem interromper um
circuito a partir do comando ou automaticamente;
- Os disjuntores de BT possuem 2 sistemas de proteção. Através de lâminas
bimetálicas ou a partir da atração magnética causada por elevadas correntes em
placas ferromagnéticas;
- A queda dos disjuntores depende das características de tensões nominais, correntes
nominais, corrente convencional de atuação e disparo instantâneo, regulamentados
pela norma IEC 60898;

Dispositivos DR
- Meio mais eficaz de proteção de pessoas contra choques elétricos;
- Provoca a interrupção do circuito quando a soma fasorial (I DR) das correntes
ultrapassa um valor preestabelecido, a corrente diferencial-residual nominal de
atuação (IΔn)

Dimensionamento de condutores
- Dimensionamento técnico do circuito determinado a partir da NBR 5410
- Seis critérios necessários para dimensionamento de circuitos:
- Seção mínima: As seções mínimas admitidas (ditas por razões mecânicas) em
qualquer instalação de baixa tensão estão definidas na tabela 47 da página 113.
- Capacidade de condução de corrente: Critério importante pelo qual precisa seguir 3
passos: • Calcular a corrente de projeto do circuito (para cada
tipo de condutor e com auxílio de tabelas encontradas na norma);
• Determinar o projeto de instalação; • Aplicar os fatores de correção
adequados (para temperatura, resistividade térmica do solo e agrupamento de
circuitos, todos com suas tabelas na norma). Obs: Há necessidade
também do cálculo da corrente de projeto corrigida.
- Queda de tensão:
- Proteção contra sobrecargas
- Proteção contra curto-circuito
- Proteção contra contatos indiretos

Queda de tensão
- A queda de tensão entre a origem da instalação e qualquer ponto de utilização não
deve ser superior a 4% nos circuitos terminais e a 7% nos circuitos de distribuição,
dados em relação ao valor da tensão nominal da instalação.
- Temos 3 métodos de cálculo para a queda de tensão:
a) Método de cálculo 1
Com base nesse valor da queda de tensão máxima admissível, podemos calcular a
seção do condutor diretamente através das fórmulas:
- Onde: Sc : seção em mm2; % V∆ : queda de tensão máxima, em %; Vx : tensão do
circuito fase-neutro ou fase-fase, em V; L : comprimento do circuito, em m; IB : corrente
de projeto, em A; ρ : resistividade do material condutor = cobre = 1/56 ⋅ Ω mm2/m, K = 200
se o circuito for monofásico ou bifásico e K = 173,2 se o circuito for trifásico.

b) Método de cálculo 2
- Outra maneira de determinar a queda de tensão é a partir de tabelas fornecidas
pelos fabricantes de condutores elétricos.
- O procedimento é descrito a seguir: Conhecem-se: • Material do eletroduto (se é magnético
ou não); • Corrente de projeto (IB), em A; • Fator de potência (FP); • Queda de tensão
admissível para o caso ( % V∆ ), em %; • Comprimento do circuito (L), em m; • Tensão entre
fases (V), em V.
- Calcula-se:
∆U. L . Ib = 10. Vfn. % V∆
- Onde: ∆U : queda de tensão, em V/A.km;
- Entrando na tabela, obtém-se a seção nominal do condutor.

c) Método de cálculo 3
- Pode-se também determinar a queda de tensão a partir das expressões:
- Carga Distribuída
∆U = t. (r. cos φ + x. sen φ ) ∑IB. L
- Carga Concentrada
∆U = t. L. IB (r. cos φ + x. sen φ )
- Onde: U ∆ : queda de tensão, em V; L : comprimento do circuito, em km IB : corrente de
projeto, em A; r : resistência do condutor, em Ω/km; x : reatância indutiva do condutor, em
Ω/km; t : coeficiente que depende do tipo de circuito; cosϕ, senϕ : fator de potência e fator
reativo da carga.
- O somatório é calculado considerando a corrente e o comprimento de cada trecho.

Sobrecarga
- A NBR 5410 prescreve que devem ser previstos dispositivos de proteção para
interromper toda corrente de sobrecarga nos condutores dos circuitos antes que esta
possa provocar um aquecimento prejudicial à isolação, às ligações, aos terminais ou
às vizinhanças das linhas. A característica de funcionamento de um dispositivo
protegendo um circuito contra sobrecargas deve satisfazer às duas seguintes
condições:
Ib ≤ In ≤ Iz. k1. k2. k3. k4 e I2 ≤ 1,45 Iz. k1. k2. k3. k4
- Onde: Ib : corrente de projeto do circuito, em A; Iz : capacidade de condução de
corrente dos condutores; In : corrente nominal do dispositivo de proteção (ou
corrente de a ajuste para dispositivos ajustáveis); I2 : corrente convencional de
atuação, para disjuntores, ou corrente convencional de fusão, para fusíveis.
- A condição, I2 ≤ 1,452 Iz , é aplicável quando for possível assumir que a temperatura limite
de sobrecarga dos condutores não venha a ser mantida por um tempo superior a 100h durante
12 meses consecutivos, ou por 500h ao longo da vida útil do condutor. Quando isso ocorrer, a
condição deve ser substituída por: I2 ≤ Iz
- Todos os disjuntores especificados de acordo com as normas NBR IEC 60898,
60947-2 e NBR 5361 atendem a condição de I2.
Curto-circuito
- A suportabilidade a correntes de curto-circuito dos condutores, determina o tipo de
dispositivo de proteção dos mesmos, podendo modificar sua seção.
- Os condutores devem ser protegidos por dispositivos de proteção com as seguintes
características:
Ik ≤ Ir
- Onde: Ik : corrente de curto-circuito presumida; Ir : corrente máxima de interrupção
(ruptura) do dispositivo de proteção.
- De posse do valor da corrente de curto-circuito no secundário do transformador de
alimentação, a corrente de curto-circuito trifásica presumida na extremidade de um
circuito pode ser obtida através da tabela 8.12.
- Adicionalmente à capacidade de interrupção de curto-circuitos, a integral de Joule (energia)
que o dispositivo de proteção deixa passar, deve ser inferior ou igual à energia necessária para
aquecer o condutor desde a temperatura máxima para serviço contínuo até a temperatura
limite de curto-circuito: I². t ≤ K². S²
- Onde: I : corrente de curto-circuito presumida simétrica, valor eficaz; t : é a duração
do curto-circuito, calculado para o disjuntor (curvas do fabricante), em segundos;
K : constante definida pelo tipo de isolação do condutor; S : seção do condutor em
mm2.

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