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Curso de Termografia Nível I

CAPÍTULO 01

INTRODUÇÃO

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1) temperatura
A termologia (termo = calor, logia = estudo) é o ramo da física que estuda o
calor e seus efeitos sobre a matéria. Ela é o resultado de descobertas que o homem
vem fazendo desde a antiguidade, sendo que no século XIX atinge o seu ápice graças a
cientistas como Joule, Carnot, Kelvin e muitos outros.
A temperatura é o método número 1 de medição usado no mundo.

Fig. 1.1

Quando o dia está frio e o vento sopra em nossa direção, a sensação gelada
aumenta muito. Isso é a sensação térmica, ou seja, a temperatura que sentimos
devido à ação do vento, da umidade e de outros fatores, diferentemente da
temperatura normal do ambiente. O mesmo efeito ocorre quando esfriamos uma sopa,
por exemplo, quanto maior estiver a velocidade do ar que sopramos, maior será a
perda de calor da matéria e conseqüentemente, a sopa se esfriará mais rápido.
Por que dissemos que a temperatura é o primeiro método de medição utilizado
no mundo? Ora, basta observarmos ao nosso redor para perceber isto. Tudo que está
em nossa volta, seja um ser animado ou inanimado, possui uma temperatura normal
de trabalho ou constante.
O que seria uma temperatura de normal de trabalho ou constante?
É muito fácil responder. É a temperatura normal em que se encontra o corpo,
não trazendo nenhuma deformação física, necessidade de compensação térmica ou
desgaste a este material.
No decorrer do curso mostraremos porque um material sofre uma deformação
física devido a alterações de sua temperatura normal.

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1.1) Energia Infravermelha
Todas as coisas emitem constantemente energia térmica para o ambiente na
forma de energia infravermelha. Esta energia infravermelha é invisível aos nossos
olhos.
Por que a energia infravermelha é invisível aos nossos olhos? O Infravermelho
não é visível devido ao comprimento de onda em que ele se encontra. Não se
preocupe, pois estudaremos o espectro eletromagnético com bastante detalhe nas
próximas lições.

Fig. 1.2

1.2) O que é Infravermelho?


O aluno quando liga seu rádio para ouvir uma música (FM, AM, OC) ou sua TV
no canal preferido deve se perguntar. Como consigo escutar música com alta qualidade
no meu rádio FM? Como minha TV mostra as imagens em cores perfeitas, sem
nenhum fio ou conexão interligando a outro aparelho? É um mistério? Mágica ou são
fenômenos que a ciência não pode explicar?
Muito pelo contrário, foi à ciência que nos trouxe todas estas tecnologias para
dentro de casa. E você escuta suas musicas no radio, vê seu jogo de futebol na TV
graças ao Espectro Eletromagnético. Vamos abordar aqui de uma forma bem rápida,
porque, mais adiante trataremos de uma forma mais profunda.
O espectro eletromagnético é a distribuição da intensidade da radiação
eletromagnética com relação ao seu comprimento de onda ou freqüência.
Cada tipo de onda eletromagnética contida no espectro possui seu comprimento
de onda e freqüência especifica.
Abaixo temos uma tabela demonstrando algumas regiões do espectro
eletromagnético, seu comprimento de onda e suas respectivas freqüências.

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Fig. 1.3
Percebe-se, por exemplo, que quanto maior o comprimento d onda, menor é
sua freqüência e conseqüentemente, menor sua energia. É o caso das freqüências de
rádio, que possui baixa energia.
Para os raios Gama e X, estes possuem pequeníssimo comprimento de onda,
altíssima freqüência e conseqüentemente uma altíssima energia.
Por este motivo, dizemos que ondas de alta freqüência possuem altíssima
energia proporcionando perigo.
Percebe-se que o espectro de luz visível é muito pequeno, na faixa de 7 x 10-5
cm (0,7 Micron) até 4 x 10-5 cm (0,4 Micron).
O espectro de infravermelho, que é o objetivo de nosso curso, está logo acima
do espectro visível, na faixa de 10 cm (1000 Microns) até 7,5 x 10-5 cm (0,75 Micron).

1.3) O que é o Infravermelho?


O infravermelho faz parte do espectro eletromagnético. Como dissemos
anteriormente, o espectro IV (Infravermelho) está na faixa de 0,75 uM a 1000 uM.
Mícron = uM = 1/1.000.000 ou milésima parte.
Na maioria dos casos, o espectro infravermelho não é visível aos nossos olhos,
mas em alguns casos, este se torna visível, pois está bem próximo do campo visual.
Os raios infravermelhos não causam danos, pois está num comprimento de
onda abaixo da luz visível.
Como sabemos, ondas curtas (alta freqüência) são bastante perigosas.
O infravermelho também gera reflexão, o que não se torna uma anomalia. Este
caso iremos estudar com mais detalhes a frente.

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Fig. 1.4

1.4) Imagem Infravermelha

Fig. 1.5

Imagem infravermelha é a técnica de transformar uma radiação infravermelha


invisível em uma Imagem Visível.
A câmera infravermelha detecta a energia emita por um objeto, modifica esta
energia e nos mostra a imagem Infravermelha.
Portanto, podemos afirmar que termografia infravermelha é o mapeamento sem
contato e análise dos padrões térmicos da superfície de um objeto.
Para formação de uma imagem térmica, devemos ter Diferenças de
Temperatura. Se tivermos uma superfície com temperatura constante, não se formará
nenhuma imagem. Através das diferenças de temperatura nesta superfície, é que
serão formadas as imagens térmicas.

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1.5) Entendendo os Objetos Analisados
Por que precisamos entender os objetos a serem avaliados?
A câmera nos apresenta uma imagem da energia vinda da superfície da maioria
dos objetos. A temperatura superficial está relacionada ao material do objeto,
componentes que constituem sua superfície, as ações externas que influenciam sua
superfície, etc.
Também podemos classificar a forma de trabalho dos componentes internos
desta esta superfície.
Por exemplo, quando medidos um transformador, a temperatura de sua
superfície é uma soma de todos os processos que ocorrem no seu interior
(funcionamento), ações externas, tipo de tinta, etc.
Portanto, ao analisar um objeto, devemos levar em consideração uma série de
fatores que serão abordados posteriormente. Esta análise será feita no capítulo de
Transferência de Calor.
Resumindo, para interpretar e avaliar uma imagem térmica devemos conhecer
o tipo de material e a forma como ele opera.

1.6) Especificações de um Instrumento Infravermelho


 Varredura do Detector: 320 x 240; 120 x 160 etc.
Os números 320 x 240 significam o número de pontos por polegadas, chamados
Pixel, que compõem a imagem térmica. Através destes números, conhecemos o
número de pixels de uma imagem, neste caso multiplicamos 320 por 240 e
encontramos 76.800 pixels.
Este valor nos mostra com quantos pontos é formado a imagem térmica.
Certamente, quanto maior o número de Pixels, melhor será a imagem.
 Temperatura Mínima Detectável: 0,1 C @ 30 C

Diz-nos a mínima diferença de temperatura que o detector de infravermelho


consegue detectar. Os detectores mais utilizados hoje utilizam valores entre 0,1 a 0,06
Crença de temperatura que o detector de infravermelho consegue detectar. Os
detectores mais utilizados hoje utilizam valores entre 0,1 a 0,06 C.
Quanto menor este valor, mais preciso se torna a medição de temperatura. Por
exemplo, em aplicações médicas, não podemos utilizar um detector com temperatura
mínima detectável maior do que 0,5 C, pois caso contrário, seria muito difícil detectar
um problema relacionado com uma pequena alteração da temperatura.
 Precisão Medição: +/- 2%

O detector deverá garantir uma precisão estável e confiante numa faixa de


temperatura de trabalho. Geralmente os detectores garantem uma precisão de +/- 2%
numa faixa de temperatura de trabalho de –40C até 50C

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Fig. 1.6

1.7) Câmera Infravermelha Básica

Fig. 1.7

Os componentes básicos de uma câmera infravermelha são: Parte ótica,


Detector, Eletrônicos, Visualizador de Imagens, Alimentação e Acessórios.
Estudaremos a seguir cada componente que faz parte da Câmera Infravermelha.

Fig. 1.8

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1.7.1) Componente Ótico Infravermelho
Os componentes óticos de uma câmera infravermelha são similares ao
de uma câmera fotográfica visual normal. Sua função é captar e focar a energia que
chega ao detector da câmera. O sistema ótico atua como um amplificador para o
detector. Este permite ao detector “ver” a menor quantidade de radiação
infravermelha.
O sistema ótico é um componente extremamente importante de uma câmera
infravermelha.
Se a parte ótica estiver danificada, não teremos boas medições de temperatura,
ou seja, toda a câmera estará comprometida e conseqüentemente seu trabalho.
As lentes infravermelhas são feitas de cristais. Usualmente são feitas de:
 Germânio (Ge)
 Silício (Si)
 Safira (Al2O3)
 Fluoreto de Cálcio (Janelas Infravermelhas)
 Seleneto de Zinco (ZnSe)

Abaixo temos um gráfico nos mostrando a transmitância dos materiais óticos


relacionados acima.

Fig. 1.9

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Hoje no mercado possuímos câmeras de ondas curtas e ondas longas. As
câmeras de ondas curtas são fabricadas com o espectro infravermelho na faixa de 2 a
5 Microns e normalmente utiliza o Germânio (4,7 uM), como fonte de fabricação. Para
as câmeras de ondas longas, estão na faixa de 8 a 14 Microns e utilizam tanto o
Seleneto de Zinco (uM) como o Germânio (10,6 uM).

Mais adiante estudaremos estes dois tipos de câmeras e entenderemos o


porquê de ondas curtas e ondas longas.
Os itens óticos possuem uma fina camada de materiais anti-reflexivos, por isso são
materiais são muito caros e cuidados especiais devem ser tomados quanto a eles.

Eles devem ser tratados com cuidado, particularmente quando efetuar uma
limpeza. Eles também devem ser protegidos do calor, produtos químicos ou
atmosferas salinas.

Jamais utilize materiais químicos ao efetuar uma limpeza destas lentes, pois
prejudicará e removerá esta fina camada química aplicada aos materiais óticos.

1.7.2) Detector
O detector acreditamos que seja o componente mais sensível de uma câmera
termográfica. Por este motivo, este componente representa de 60 a 70% do valor de
um equipamento.

O detector (ou sensor infravermelho) hoje em dia ainda pode-se dizer que é um
segredo de estado, ou seja, é um componente com características militar aonde sua
venda é restrita e controlada por órgãos governamentais Americanos, pois eles que
detém esta tecnologia.
Mas esta realidade está por acabar, pois outros países como Japão, China,
Alemanha já desenvolvem seu Detector.
Como dissemos anteriormente, possuímos o detector de ondas curtas e ondas
longas, sendo que cada um deverá ser aplicado corretamente a.
No mercado também encontramos detectores refrigerados e não refrigerados. O
detector precisa de uma forma geral ser refrigerado, para que sua própria temperatura
de trabalho não interfira na medição dos raios infravermelhos.
Já os detectores não refrigerados, estes são na verdade refrigerados
eletronicamente pela própria câmera.
O aluno já deve ter ouvido falar em termovisores refrigerados a Nitrogênio. Pois
bem, se utilizava a uns 10 anos atrás estes termovisores. Hoje em dia, apesar de eles
estar funcionando perfeitamente, não são mais utilizados em inspeções térmicas,
devido ao tamanho e peso do instrumento. Outra desvantagem, é que o operador
tinha que recarregá-lo em plena inspeção térmica, na maioria das vezes.
Imagine você ter que fazer a inspeção de linhas aéreas, Subestações, etc. e ter
que parar o trabalho para recarregá-lo com Nitrogênio líquido.
Muito bem, este nitrogênio liquida era utilizado para resfriar o detector e
simultaneamente servir de referencia ao equipamento.
O operador levava para o campo, um termovisor que pesava 25 kg ou mais,
Baterias, Cabos e ainda tinha que levar o tanque de Nitrogênio para uma eventual
recarga.

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Tudo isto somado, nos leva a crer que os termovisores resfriados eram
enormes! Certamente sim, mas com o passar dos anos, chegou num termovisor
refrigerado por ventilação forcada, ou seja, colocou-se um pequeno ventilador no
termovisor e um grande dissipador de calor no Detector. Com isto, conseguiu reduzir
bastante seu tamanho e peso, mas apareceu outro conveniente, a PRECISÃO.
Um equipamento refrigerado e medindo uma temperatura baixa (+/- 20 Graus
Celsius), é facilmente verificada a aparição de pequenos ruídos na tela, em forma de
pontos.
Por que isto ocorria. Ora, se formos medir uma temperatura que esteja abaixo
da temperatura ambiente, este equipamento realmente irá perder um pouco sua
temperatura de referencia.
Normalmente um detector de Infravermelho trabalha na temperatura de 40 C.
Ok! Falamos de termovisores de ondas curtas e ondas longas. Na área de
Fornos e caldeiras, utilizamos os de ondas curtas, aonde uma pequena oscilação na
temperatura não irá afetar muito o sistema.
Em áreas Elétricas, Mecânica, Medicina, Alguns Processos Industriais, utilizamos
tanto os de ondas curtas quanto os de ondas longas.
Atualmente os de ondas longas estão sendo mais aplicados e vendidos,
justamente por causa de sua precisão, tamanhos e a não necessidade de resfriamento.
Discutiremos este assunto mais adiante e o aluno irá entender perfeitamente qual a
diferença entre ondas curtas e longas.
Nas termologias atuais, o aluno encontrará as seguintes descrições:
 Detector de Resposta Espectral tipo SW (Short Wave) ou LW (Long Wave).
 Detector Cooled (resfriado) ou Uncooled (Não Resfriado)

Fig. 1.10

1.7.3) Eletrônicos
A parte eletrônica realiza o trabalho de digitalizar, processar e formatar o sinal
para que a imagem seja visualizada.
O processador também executa a calibração da câmera devido às mudanças de
temperatura interna da câmera.

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Na década de 70, os termovisores eram fabricados com circuitos integrados
convencionais e transistores. Por isso, tinham muitas placas eletrônicas, sendo que
cada uma delas executava uma função diferente dentro da câmera.
Isto foi modificando nos anos 80 e 90, aonde se buscava uma solução para o
tamanho e peso do termovisor.
No início dos anos 2000, isto foi alcançado por varias empresas de umas formas
gerais, conseguindo a fabricação de microprocessadores que executavam múltiplas
tarefas, desde o controle do detector até a visualização das imagens.
Isto, de certa forma, está trazendo benefícios, pois o preço de um equipamento
está em queda, os recursos aumentaram e haverá muito por vir.
Acredito que logo poderemos comprar uma câmera termográfica numa loja de
eletrônica.

1.7.4) Display
O display é o componente da câmera termográfica aonde visualizamos a
imagem infravermelha. Há três tipos de displays utilizados nas câmeras comerciais:
 Viewfinder – este é uma pequena peça o qual possui um pequeno TRC (tubo de
raios catódicos) dentro;
 Monitor LCD – Pequeno monitor de LCD, geralmente de 5 Polegadas que é
acoplado ao termovisor;
 Óculos display – Óculos especiais para visualização da imagem térmica.

Com o monitor LCD há uma perda considerável sob a luz solar, neste caso o
view finder se adaptada melhor.
View
Finder

Display
Fig. 1.11

1.7.5) Baterias
As baterias usadas na maioria das câmeras são de HyNiMe (Metal Níquel ou Li
(Litium Íon). Essas baterias podem ser carregadas a qualquer momento quando
necessário. Não há necessidade de esperar ate que se descarreguem totalmente para
efetuar uma nova carga. Outra vantagem é que o tempo desde a descarga total até
sua plena carga é de aproximadamente 1 hora.

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Fig. 1.12

1.7.6) Acessórios
Há muitos acessórios disponíveis para diversos modelos de câmeras. Este item
será abordado no momento oportuno.
Um dos acessórios mais utilizados são as lentes telefotos. Estas lentes possuem
Ganho ótico de aproximadamente 2 a 3 x. Devido ao custo elevado de cada lente,
muitas empresas não a adquirem.

Fig. 1.13

1.8) Manutenção e Calibração


A maioria dos fabricantes recomenda que a câmera infravermelha seja calibrada
a cada 1 ano. Isto realmente depende especificamente de cada proprietário e de que
forma ele utiliza seu equipamento.
Alguns proprietários admitem fazer a calibração anualmente, outros não. No
entanto, cada situação deverá ser analisada individualmente.
A calibração de uma câmera termográfica é feita em laboratórios especiais, com
a utilização de um equipamento chamado “Corpo Negro”.
Geralmente todas as calibrações dos instrumentos termográficos são feitas
através de Softwares (Firmware) e ajustes de ângulo e alinhamento de peças
mecânicas.
Uma câmera utilizada esporadicamente pode ser feita sua calibração a cada 2
anos, por exemplo. Já uma câmera que é utilizada diariamente, em altas temperaturas
ambiente estas, deve ser analisada minuciosamente e diminuir drasticamente seu
tempo de calibração.

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1.9) O Relatório
O relatório é muito importante no que diz aos resultados finais. Devemos
procurar manter as imagens mais nítidas possível, para melhorar a qualidade do
relatório.
Devemos ter em mente o seguinte: O último valor da inspeção infravermelha é
a informação que estará contida em um relatório.
Portanto, decisões serão tomadas a partir das informações apresentadas no
relatório, para reparo, modificação, redesign ou não fazer nada.
Teremos quase um capítulo tratando de relatório.

1.10) Por quê a Temperatura?


A temperatura é considerada em todos os dias de nossa vida. Este é um fator
em todos os produtos feitos, todos os processos industriais, máquina ou sistema
elétrico deste planeta.

Fig. 1.14

Como dissemos no inicio do curso, todos os seres do planeta são monitorados


pela temperatura. É a grandeza mais transparente e eficaz na propagação de um
problema qualquer, por exemplo, uma pessoa com febre, Um motor desalinhado
gerando aquecimento, uma bomba com o rolamento danificado, um bolo que não assa
corretamente devido a fugas de calor, etc.

1.11) Visão Geral de Instrumentação Térmica


Os instrumentos para medição de temperatura incluem dispositivos por contato
e sem contato.

Fig. 1.15

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1.11.1) Dispositivos de Medição por Contato
Os dispositivos por medição por contato são dispositivos que devem estar em
contato com o objeto o qual desejamos conhecer sua temperatura. Por este motivo,
estes dispositivos por contato não são utilizados na área elétrica. Jamais tente medir
um dispositivo elétrico, colocando medidores por contato é expressamente proibido e
perigoso.
Os dispositivos que incluem a medição por contato podem incluir os dispositivos
para expansão de fluidos (termômetro), Termo acopladores, Detector tipo resistência,
termistor (utilizado na indústria) e dispositivos de mudança de estado (Plástico e
tecidos).
Cada componente acima possui suas particularidades e propriedades, aonde
cada um é aplicado em seus respectivos processos. Por exemplo: gostaria de medir a
temperatura dos mancais de uma turbina, Qual dos componentes acima seria o mais
indicado? Logicamente utilizaria um Termistor (RTD), o qual varia sua resistência em
função da variação da temperatura.

Fig. 1.16

1.11.2) Dispositivos de Medição sem Contato


Estes dispositivos são classificados como Instrumentos de Sensores
Infravermelhos e são divididos em 4 categorias:
a) Termômetros de radiação
b) Pirômetros óticos
c) Scanners de Linha
d) Termovisores (Câmeras térmicas)

Fig. 1.17

a) Termômetros de radiação
Termômetros de radiação são dispositivos que medem a temperatura
convertendo a Radiação Infravermelha emitida por um objeto para

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temperatura. Há dispositivos portáteis e fixos, como podemos observar na
figura seguinte.
O termômetro de radiação possui apenas 1 (um) pixel (ponto), portanto ele é
um detector pontual. Há uma serie de desvantagens do termômetro de
radiação, entre as mais importantes podemos destacar a distancia
(limitadíssima) e que não consegue captar todo o nível de energia que um
objeto emite.
O aluno já deve ter tido contato com um destes dispositivos. Muitas vezes ele é
chamado de pirômetro ótico, mas entenda o aluno que seu nome correto é
Termômetro de Radiação.

Fig. 1.18

b) Pirômetro Ótico
O pirômetro ótico utiliza o principio do aquecimento de um filamento, o qual o
operador acompanha este aquecimento e visualiza a cor do filamento. À medida
que este filamento vai se aquecendo, o mesmo é comparado com o objeto a ser
medido e quando ambas as cores atingem o mesmo nível de cor, determina-se
como a temperatura do objeto focado.
Certamente, será um tanto trabalhoso medir temperaturas de uma planta
química, siderúrgica, etc. utilizando um pirômetro ótico. Alem do tempo gasto
para medir cada ponto, a precisão é o operador quem determina.
Na figura seguinte podemos observar claramente como é feita a medição de
temperatura utilizando um pirômetro ótico.
Na primeira medição, o filamento da lâmpada é inicialmente mais frio do que o
alvo e aparece mais escuro.
Na segunda medição, a corrente do filamento é aumentada até este se tornar
mais quente do que o alvo. Neste caso, o filamento fica mais brilhante do que o
alvo.
Na terceira medição, a corrente é reduzida até que a temperatura do filamento
se iguala a do alvo. Percebe-se neste caso, que a cor do filamento é
exatamente igual à cor do objeto focado.

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Fig. 1.19

c) Scanner de Linha
O Scanner de linha emprega o detector de elementos de linha. A fonte deve se
mover para criar duas imagens dimensionais. Hoje em dia os Scanners de Linha
são geralmente empregados em monitorar e controlar processos industriais.
Como exemplo, podemos citar uma Estufa rotatória, uma esteira onde passa
material, etc.
Há processos onde o scanner de linha fica fixo e há processos onde o mesmo
fica móvel. Geralmente ele é utilizado fixo.

Fig. 1.20
d) Termovisores
Termovisores são câmeras infravermelhas que detectam o objeto alvo através
da radiação infravermelha e nos mostra a imagem térmica numa tela de LCD,
View Finder, etc.
Como o termovisor faz isto? Os temovisores possuem uma matriz de plano
Focal (MPF ou MFP). Esta matriz de plano focal é muito importante, pois envolve
a distancia entre o detector e o objeto alvo.
Por exemplo, um termômetro de radiação consegue enxergar apenas 1 ponto
(Pixel). Já um termovisor comercial, forma a imagem térmica utilizando até
78600 pontos (pixels), estes pontos são distribuídos em linhas e colunas,
geralmente 240 Linhas x 320 Colunas.

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Na próxima figura, podemos visualizar um termovisor de uso industrial.

Fig. 1.21

Temos dois tipos de câmeras infravermelhas dimensionais:


1) Imagiadores Térmicos: Estes são utilizados pelos bombeiros e não
possuem softwares de análise das imagens, são simplesmente
geradores de imagens térmicas;
2) Radiômetros térmicos: Estes alem de gerar imagens térmicas, estas
poderão ser analisadas por um software inclusive possuir habilidades de
edição e melhorias da imagem térmica.

1.12) Vantagens dos Instrumentos sem Contato sobre o de


Contato
 São evidentemente sem contato, não interferindo qualquer processo, não
danificando o produto necessita alterar o sistema de trabalho dos objetos em
foco;
 Possibilidade de diversas aplicações;
 Pode avaliar padrões térmicos, simplesmente analisando a imagem;
 Rapidamente coleta grandes quantidades de informações térmicas;
 Captura e analisa objetos em movimento

1.13) História da Análise Térmica e Termografia


Em 1800, o astrônomo Alemão, nasceu em Hanover e aos 18 anos mudou-se
para a Inglaterra, Sr. Willian Herschel (1738 – 1822), descobre os raios
infravermelhos, ou seja, o espectro infravermelho. Portanto, Willian Herschel é
considerado o avô da termografia.

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Fig. 1.22

Em 1840, J. Herschel produz o primeiro termograma em um “Filme


Infravermelho”.
Em 1946 os militares desenvolveram o primeiro scanner infravermelho de linha.
Uma imagem foi produzida colocando algumas linhas juntas. Um termograma levava
uma hora para ser produzido.
Em 1965 foi produzida comercialmente a primeira câmera em “tempo real”,
produzindo 20 imagens por segundo, o modelo AGA 651.
Hoje este equipamento está exposto no museu em Charlotte, EUA.

Fig. 1.23
Em 1990 foi lançado o primeiro termovisor 320 x 240 de ondas curtas
refrigerado, formando uma imagem térmica com 70.000 pontos.

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Fig. 1.24

Em 1997 lançou o primeiro termovisor 320 x 240 não refrigerado com FPA –
Focal Plane Array (Plano de foco distante).

Fig. 1.25

Em 2004 foi lançado o primeiro termovisor 320 x 240 FPA com preço inferior a
20.000 Dólares.

Fig. 1.26

1.14) Como Ler um Termograma


Um termograma é o Mapeamento da Densidade térmica. Todo termograma
possui uma escala de energia, a qual contém as cores de maior energia e cores de
menor energia. As cores com maior energia são as cores que representam as
temperaturas maiores. Já as cores com menor energia, representam as cores de
menor temperatura.
Todos os dados que um termograma nos mostra depende da configuração que
ajustamos na Câmera infravermelha.

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Fig. 1.27
OBS: Utilizamos o Tom de Cinza para ajustes de Foco numa câmera
termográfica.

1.15) Aplicações da Termografia


Aonde uma diferença da energia irradiada pode indicar uma condição anormal,
há uma aplicação para a Termografia Infravermelha!

1.15.1) Militar
Devemos considerar a aplicação militar como uma das pioneiras na aplicação da
Termografia infravermelha.
Como dissemos anteriormente, os militares desenvolveram os primeiros
scanners de linha, dando um ponta pé inicial na aplicação e modernização dos atuais
equipamentos termográficos.
Na aplicação militar, destacamos os mísseis controlados por sensores
infravermelhos, o mapeamento térmico das aeronaves, etc.

Fig. 1.28

1.15.2) Aplicação da Lei


Em alguns países europeus e asiáticos, estacionamentos estão dispondo de
monitoramento térmico, protegendo contra intrusos que se aproveitam ao tentar
invadir os automóveis à noite.
Dizemos que o monitoramento térmico monitora atividades ilegais.
A energia emitida por um corpo, não depende de a luz solar. Tanto no escuro
quanto no claro, a emissão infravermelha é visível a lente do termovisor.

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Isto é devido à faixa de espectro em que se encontra o infravermelho. Quando
direcionamos uma câmera infravermelha para uma pessoa, o que a câmera capta é a
emissão infravermelha emitida pelo corpo da pessoa, e as diferenças de temperatura é
que faz formar a imagem da pessoa. Se não houver diferença de temperatura, não
haverá formação de imagem. Isto já foi dito anteriormente e o aluno deve fixar bem
na sua mente.

Fig. 1.29
Nas fronteiras dos entre os países, as pessoas colocam produtos dentro de
rodas de automóveis, tentando enganar os agentes de patrulha da fronteira.
Após a aplicação da termografia nesta área, levantou-se que 50% das pessoas
que cruzam uma fronteira são pessoas ilegais.

Fig. 1.30

1.15.3) Aplicações Bombeiros


Há um ditado que diz o seguinte: Sistema Infravermelho Salva Vidas. Este
ditado é adotado pelo corpo de bombeiros dos Estados Unidos.
Num incêndio de grande escala, os bombeiros precisam localizar corpos
humanos o mais rápido possível. Para eles, a aplicação do termovisor não é para
determinar a temperatura no ambiente, mas única e exclusivamente para localizar
corpos.
O termovisor permite aos bombeiros ter uma imagem térmica em tempo real
numa densa camada de fumaça. Sensores visuais não podem ver além de 6 Polegadas
de espessura de fumaça.
Concluindo, o termovisor permite resgates rápidos e seguros.

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Fig. 1.31

1.15.4) Estudos Ambientais


O aluno já ouviu falar de derramamentos de produtos químicos em rios e
mares. Pois bem, utiliza-se a inspeção termográfica para avaliar a área que foi afetada
por este derramamento e tomar decisões para fazer a isolação correta desta área,
como poderá observar na próxima figura.
Com uma imagem ótica seria quase impossível determinar a dimensão desta
área afetada.

Fig. 1.32

Também podemos citar o controle de incêndios em florestas. Através das


imagens térmicas é possível detectar o foco do incêndio, permitindo os bombeiros
atacar o foco e eliminar a fonte do fogo.

Fig. 1.33

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1.15.5) Inspeções Elétricas
A termografia é sem dúvida aplicada em 80% nas áreas elétricas. Inspecionar
transformadores, linhas aéreas, painéis elétricos, conexões de cabos e barramentos,
etc., ou seja, por se tratar de uma técnica de inspeção sem contato, direcionou esta
aplicação quase que na totalidade para a área elétrica.
Nas inspeções elétricas temos duas formas de analise, uma é através de
medições das grandezas, tais como corrente elétrica, potencia ativa, reativa, fator de
potencia, etc. A outra forma de inspeção é através da visualização de uma conexão,
por exemplo, através de sua emissão infravermelha. Havendo um mau contato, haverá
um desprendimento das moléculas do material e conseqüentemente, haverá
aquecimento, devido ao atrito entre as moléculas.
A inspeção elétrica através da termografia será vista novamente à frente com
mais detalhes.

Fig. 1.34

1.15.6) Mecânica
A aplicação da termografia na mecânica vem crescendo dia a dia. É muito lógico
que uma falta de lubrificação, desalinhamento entre eixos, carga, montagem,
rolamento trará o aquecimento para a superfície do equipamento.
Logicamente que não se pode dar um laudo de um motor através apenas de
uma imagem térmica. Utiliza-se a termografia como primeiro passo para detectar um
problema interno do equipamento. De posse do laudo apresentando o aquecimento,
utiliza outras técnicas de analise mais apuradas para determinar exatamente a causa
do problema que está gerando o aquecimento excessivo.
Assim como a inspeção elétrica, a inspeção mecânica será abordada em outro
capitulo com bastante detalhe.

Fig. 1.35

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1.15.7) Processos
Aplicar a Termografia em diversos tipos de processos está se tornando comum
nos dias de hoje. Muitos produtos necessitam atingir ou manter-se numa temperatura
adequada para garantir uma boa qualidade.
Quando ao menos se imagina que a termografia nem faz parte de alguns
processos, aqui que nós nos enganamos. A Termografia é o carro chefe para manter a
qualidade do processo e dos equipamentos que se utilizam.
O aluno já deve ter observado aqueles nomes de fabricantes de geladeira que
são colocados na parte frontal dos refrigeradores. Muito bem, para fabricar tais
adesivos, se faz à utilização da termografia. Sobre uma mesa aquecida por diversas
resistências colocadas sob esta mesa, o operador derrama suavemente o líquido que
formará os adesivos. Como a mesa possui uma temperatura constante e estável, este
líquido vai com o tempo se moldando na forma desejada.
Ótimo, agora você me pergunta aonde fora utilizado a termografia. Antes de
cada derramamento do produto sobre esta mesa, se faz uma inspeção térmica da
mesa para verificar se alguma resistência esta queimada ou sobre aquecida. Desta
forma, ao derramar o produto, garante 100% de aproveitamento.
Esta é uma das aplicações da Termografia em processos industriais, mas como
veremos no decorrer do curso, as aplicações são diversas. Citaremos a seguir alguma
delas. Na medida do possível iremos tratar algumas aplicações com maiores detalhes.

Fig. 1.36 (Nível Tanque de Óleo)

 Medicina

Fig. 1.37

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 Automotivo

Fig. 1.38
 Óleo e Gás

Fig. 1.39 (Túnel de Vapor)


 Petroquímica

Fig. 1.40
 Metais e Mineração

Fig. 1.41

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 Eletrônicos e Semicondutores

Fig. 1.42

 Veterinária

Fig. 1.43

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CAPÍTULO 02

CALOR E TEMPERATURA

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2.1) Princípios da Matéria e Termodinâmica
O conceito de energia aparece em todas as áreas da física e é um dos mais
importantes conceitos entre todas as ciências físicas. Este conceito une todas as
diversas áreas de fenômeno natural, tais como mecânica, calor, som, luz, eletricidade,
magnetismo, química e outros.
O conceito de termografia está diretamente relacionado a:
 Energia Térmica;
 Calor;
 Temperatura.

Portanto, estudar a termografia é estudar a energia vibracional das moléculas


de um determinado corpo e medir esta energia.

2.2) Primeira Lei da Termodinâmica


A somatória de Energia total contida num sistema fechado é constante. Desta
forma, podemos concluir que a quantidade de energia num Universo sempre
permanecerá a mesma.
A energia não pode ser criada ou destruída, portanto:

Energiaint = Energiaext + Energiaarm

Aonde:
Energiaint = Energia Interna
Energiaext = Energia Externa
Energiaarm = Energia Armazenada

Já avançando um pouco mais nosso estudo, podemos fazer uma analogia com
relação às energias do sistema, como mostramos logo abaixo:

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Energiaint = Energiaext + Energiaarm

~
Emitância = Refletância + Condutância

2.3) Energia Térmica, Calor e Temperatura


Para compreender a Teoria Molecular da Matéria, nós devemos aprender o que
é como através, para e do objeto, ou seja, devemos entender como a energia se
propaga, dissipa e absorve através de um corpo qualquer.
Este conhecimento é fundamental para entender o conceito de Energia Térmica,
Calor e Temperatura.

2.4) Energia Térmica


Definimos com Energia Térmica como o Resultado de um movimento vibracional
de suas moléculas, considerando o tamanho e o tipo de massa do material.
Esta energia cinética vibracional das moléculas varia de um objeto para outro.
A respeito da energia cinética devemos considerar 3 pontos importantes:
1) A energia cinética vibracional das moléculas está presente em todos os
objetos;
2) A energia térmica está diretamente relacionada com a energia vibracional
de um objeto;
3) Se a energia cinética de um objeto aumenta, ambas a energia térmica e a
temperatura aumentam.

Então podemos concluir que objetos com temperaturas maiores possuem


energia térmica maiores do que objetos com temperaturas menores, porque as
moléculas possuem uma velocidade maior.

Ecin Eterm Temp


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2.5) Estados da Matéria
A material aparece em três formas: Sólida, Liquida e Gasosa. Os estados da
matéria estão diretamente relacionados com a quantidade de energia que um objeto
possui num determinado momento.
Portanto, se considerarmos a água, temos o seguinte:

Fig. 2.1

Temperatura Cair = Gelo


Temperatura Subir um pouco = Líquido
Temperatura Subir mais um pouco = Gás (Vapor)

2.6) Calor
Quando um meio de Energia Térmica maior é colocado em contato com um
meio de Energia Térmica menor, a Energia Térmica de um se transferirá para o outro.
CALOR é a transferência de energia térmica de um meio para outro, ou dentro
de um meio, por causa da diferença de energia térmica.
Necessitamos de diferenças térmica entre os meios para que haja uma
transferência de energia (calor). Este conceito é muito importante.
A transferência de energia ocorre sempre de um ponto com maior energia para
o de menor energia, sempre neste sentido.
Bem, já temos os conceito de calor, mas vamos concluir este item com um
conceito universal, o qual o aluno poderá gravar bem.
Calor é um processo e é definido como:
CALOR é a energia em transito devido a uma diferença de temperatura.

2.7) Segunda Lei da Termodinâmica


Como já dissemos anteriormente, podemos definir a segunda lei da
termodinâmica como:
A energia térmica se moverá sempre de áreas de temperaturas maiores para
áreas de temperatura menores.
Esta lei ajuda-nos a entender o conceito de Calor.

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Fig. 2.2

2.8) O que é Temperatura?


Sabemos agora o significado de Energia Térmica e Calor. Então o que vem a ser
Temperatura? Essa é uma pergunta que o aluno deve estar fazendo.
Temos o costume de dizer que um material quando está quente está com a
temperatura alta. Pois bem, o conceito correto de temperatura é:
Temperatura é a medida da Energia Cinética Média das Moléculas em Vibração.
Agora temos 2 questões muito importantes a serem respondidas:
1) O que aconteceria com as moléculas de um objeto se continuar a
aumentar a temperatura do corpo?
2) O que aconteceria com as moléculas de um objeto se continuar a
diminuir a temperatura do corpo?
Certamente é uma questão bastante fácil de ser compreendida, pois
anteriormente vimos os três estados da matéria, Líquido, Gasoso e Sólido.
Consideremos o estado Líquido como intermediário e os estados Sólido e
Gasoso como os dois extremos. Então, respondendo as perguntas anteriores, dizemos
que no primeiro caso se aumentássemos a temperatura de um objeto, haveria uma
transferência de calor e conseqüentemente uma mudança de estado sólido para liquido
e de liquido para gasoso. Já no segundo caso, se diminuíssemos a temperatura de um
objeto, haveria também a transferência de calor e as mudanças de estado, do gasoso
para liquido e para o sólido.
Podemos concluir então que nos 3 estados da matéria ocorre a transferência de
calor.
Mas no segundo caso se continuarmos a diminuir a temperatura, o que
aconteceria? Como veremos mais adiante, a temperatura do objeto tenderia a se
aproximar do ZERO ABSOLUTO, ou seja, não ocorreria mais o movimento molecular
das moléculas. Este movimento cessaria e não haveria emissão de energia térmica e
conseqüentemente não haveria temperatura.
A questão do Zero Absoluto estudaremos oportunamente, mas convém adiantar
que ainda não está totalmente provado, e fica difícil dizer que nesta temperatura o
movimento molecular cessaria.
Portanto, consideremos que o zero absoluto não é um valor finito, e sim infinito.

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2.9) Escalas de Temperatura
As temperaturas podem ser expressas na Escala Relativa ou Escala Absoluta.
Como escala relativa, temos as escalas Celsius e Fahrenheit, pois são as mais
familiares conosco.
O que seria a escala relativa? Escala relativa é definido a partir de dois estado
térmico arbitrário, como por exemplo, 35 graus Celsius, 80 graus Fahrenheit.
No nosso dia a dia é comum utilizarmos a escala de temperatura relativa, como
Celsius (Brasil) e Fahrenheit (EUA). Abaixo podemos visualizar as escalas de
temperatura mais conhecidas.

Fig. 2.3
Definimos escala absoluta a partir apenas de um estado térmico, o Zero
Absoluto. Geralmente as escalas absolutas são escalas científicas e não são utilizadas
no nosso dia a dia. Então, a Escala Absoluta é teoricamente falando, a temperatura na
qual as moléculas perdem todas suas energias cinéticas vibracional, chamadas de Zero
Absoluto. Isto é o porquê a escala cientifica também é chamada de escala absoluta.

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Fig. 2.4

O Zero Absoluto é igual a –273,15 C, -459,7 F ou 0 Kelvin. Percebemos que


na escala de Kelvin de temperatura as unidades são do mesmo tamanho daquelas da
escala Celsius, mas o zero absoluto é deslocado, tanto que:
O Kelvin = -273,15 C e
273,15K = 0 C

Portanto: TK = TC + 273,15
TC = TK – 273,15
Definindo nosso estudo, sabemos que 0 K corresponde a –273,15 C que é
considerado a Temperatura Teórica, quando todas as moléculas perdem sua energia
vibracional. Este é mais conhecido como ZERO ABSOLUTO.

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CAPÍTULO 03

TERMOGRAFIA QUALITATIVA

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3.1) Operação Básica Termografia Infravermelha Qualitativa
Hoje as câmeras infravermelhas são muito fáceis de operar por causa dos
avanços da tecnologia eletrônica e software. Infelizmente uma filosofia de “Apontar e
Atirar” foram imposta e desenvolvida nos anos passados. Como conseqüência disto, o
termografista comete alguns enganos durante uma inspeção e interpretação das
informações térmicas.
Você já deve ter ouvido falar da tecla “AUTO” existente no termógrafo. Muitas
vezes ela é utilizada com o objetivo de simplificar os ajustes no equipamento, deixando
a cargo do mesmo para ajustar a melhor imagem possível.
Então vamos a partir deste momento, afirmar que não é muito correto a
utilização da tecla AUTO, por vários motivos.
Não vamos também sermos extremista, a ponto de ignorar para sempre esta
função. Devemos sim, procurar tirar o Maximo de proveito de nosso conhecimento de
inspeção termográfica e colocar sempre em mente que o nosso primeiro objetivo é
formar imagens de alta qualidade, salvar estas imagens para que as mesmas possam
ser trabalhadas e editadas em softwares próprios, obtendo um resultado profissional
nos relatórios.
Geralmente o termografista que coleta as imagens no campo é que prepara o
relatório final. Mas quase sempre seu relatório tem destinos superiores e decisões
serão tomadas em cima do resultado apresentado. Portanto, sejamos paciente e
dedicados na coleta de imagens em campo. E como devemos adquirir estas
qualidades, consideramos que a tecla AUTO seja um atalho ou podemos dizer, inimigos
da perfeição.
Agora você deve estar perguntando! Por que existe esta tecla no equipamento?
Primeiramente devemos colocar que a função AUTO não possui a finalidade de definir a
qualidade da imagem que deverá ir pro relatório, mas sim de servir de auxilio ao
operador da câmera. Primeiramente podemos selecionar o AUTO e após este processo,
fazer todos os ajustes manualmente. Tenha sempre em mente que sempre que
pressionamos o AUTO, ainda é possível efetuar uma melhora na imagem
MANUALMENTE.
Segundo que quando utilizamos a câmera para monitoramento continuo,
devemos deixar ela em AUTO para que sejam feitos os ajustes sem a presença do
operador. Neste caso seria um AUTO programável.

3.2) Tipos de Inspeções


Há dois tipos principais de Inspeções Termográfica. Qualitativa e Quantitativa.

 Termografia Qualitativa é a Habilidade de obter uma imagem térmica de


qualidade incorporado com a habilidade para analisar as informações térmicas
recebidas.
 Termografia Quantitativa pode ser feita por Pirômetros óticos ou Radiômetros
Infravermelhos.

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3.2.1) Termografia Quantitativa
A termografia Quantitativa é a habilidade de efetuar medições de temperatura
utilizando um radiômetro infravermelho. Este é uma câmera que possui componentes
internos necessários para medir temperatura.
A termografia Quantitativa pode ser feita com uma câmera térmica se outra
forma de medição de temperatura for usada, tais como um termômetro infravermelho
ou medição por contato.
Quando falamos da termografia quantitativa, estamos dizendo apenas em
valores, não estamos preocupados com o resultado final da medição, com qualidade de
imagem ou relatório. O que nos interessa é apenas a medição atual da temperatura e
anotar este valor em algum formulário, apenas isto.
Muitas empresas utilizam o radiômetro para efetuar estas medições, não se
importando com uma apresentação de imagens térmicas, trabalhadas, editadas e
colocadas num relatório para que possa ser levada a gerência. Este tipo de medição
geralmente é feito pontualmente (1 pixel apenas) e é dotado como valor final, a maior
temperatura encontrada.
Logicamente, isto poderá levar a muitos enganos e tomadas de decisões
precipitadas e equivocadas.

3.2.2) Termografia Qualitativa


Um mapeamento térmico sem correção de parâmetros tais como emissividade
ou reflexão de fundo. (Sem cálculos de temperaturas)
Na termografia Qualitativa apenas coletamos uma imagem térmica de boa
qualidade, sem se preocupar inicialmente com os valores de temperatura.

Fig. 3.1

A inspeção Qualitativa é um principio que deve ser considerado em todas as


inspeções termográficas. Os operadores dos instrumentos devem obter a melhor
imagem possível para o analista subseqüente.

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Fig. 3.2
Para obtermos uma imagem térmica qualitativa, devemos seguir a risca 4
componentes indispensável:
o FOCO
o RANGE
o GANHO
o NIVEL
Vamos estudar cada item separadamente:
A) Foco
Quando um objeto está em Foco, as curvas deste objeto irão aparecer bem
definidas. Se o objeto não está em Foco, ambos o reconhecimento visual e precisão da
medição da temperatura serão afetados. Havendo perca de foco, haverá perda da
definição (temperatura) da imagem.
Este foco o qual estamos tratando, se trata do Foco Ótico da câmera. Quanto
melhor o foco ótico, melhor será a qualidade da imagem e precisão da leitura de
temperatura.
Também podemos considerar que quanto maior o objeto na tela do
equipamento, maior é o nível de informações contidas na tela.
Portanto, frisamos bem: Foco da câmera estamos falando em foco ótico.

Fig. 3.3

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Por questões praticas costumamos efetuar o ajuste de Foco com a câmera em
modo Cinza e não colorido, como mostramos na Fig. 3.3. A maioria dos equipamentos
possui em média 64 Níveis de Cinza e 58 Níveis de Cores. Na pratica quando estamos
efetuando uma medição termográfica, percebemos que o Foco ajustado em Modo de
cores Cinza consegue-se uma definição melhor dos contornos do objeto, o que não
conseguimos com o ajuste em modo Colorido.
No ajuste do Foco, devemos levar em consideração dois importantes cuidados:
 O Foco é um dos parâmetros que não podemos alterar num congelamento ou
armazenamento da imagem, ou seja, o operador congelou ou gravou uma
imagem sem Foco, não há como melhorar este foco e como sabemos uma
imagem sem foco, toda a precisão das leituras de temperatura ficará
seriamente comprometida.
 Não Utilize a função de ZOOM para Focar. A imagem sempre aparecerá fora de
Foco com o ZOOM. A função de ZOOM Digital nunca foi tão benéfica de um
modo geral. Oportunamente iremos discutir este assunto.

B) Range
Cada tonalidade de cinza ou cor numa imagem térmica representa um nível de
impulso elétrico especifico que corresponde a níveis de energia numa imagem térmica
e cai dentro de um range de temperatura. Resumindo, é a faixa de temperatura global.
O Range permite a seleção de uma seção de níveis de energia infravermelha.
Este range de temperatura deverá conter temperaturas especificas da imagem
térmica, ou seja, podemos dividir o range em faixas de temperaturas. Por exemplo:
temos uma câmera com range total de 500 C. Este range pode ser dividido em faixas
especifica desde que esteja dentro deste range de 500 C.
O Range dos “Níveis de Energia” é a primeira coisa a considerar quando
focamos termicamente o objeto de interesse.
Logicamente, devemos conhecer as faixas em que o material que estamos
focando se encontra. Não adianta termos uma câmera com range Maximo de 250 C e
temos que focar objetos que trabalham até 450 C, por exemplo.
O range dinâmico completo na maioria das câmeras é de 12 Bits e a capacidade
é de 4096 níveis de impulso de saída. Neste caso, os impulsos elétricos são mostrados
como uma paleta com 256 cores (8 bits). O olho humano consegue visualizar apenas
60 níveis de impulso (cores), portanto uma amostragem de 256 níveis está ótima.
Jamais conseguiríamos identificar 4096 diferentes tonalidades de cores.
A figura abaixo nos mostra claramente o que acabamos de dizer. A câmera
coleta a imagem em 12 bits e nos mostra em 8 bits.

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Fig. 3.4

A figura abaixo nos mostra a capacidade de range de um instrumento de


medição. Possuímos o range global (500 C com 4096 níveis de energia). Depois
possuímos 2 faixas de temperatura, a primeira com range de –10 C a 100 C e a
segunda de 90 C a 500 C. Percebe-se que os ranges estão dentro do range global.
Este ajuste deve fazer antes de salvar uma imagem para levá-la para o
software.

Fig. 3.5

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A próxima figura nos mostra uma câmera com 3 ranges ou faixas de energia,
como preferir.
Na faixa 1 a temperatura compreende de –6,2 C a 50,5 C e consideremos esta
imagem como uma imagem saturada, pois o nível em branco nos mostra que existe
temperatura acima de 50,5 C.
Na faixa 2 a temperatura compreende de –3,4 C a 152,4 C e temos uma
imagem com um pouco de saturação, pois ainda existe parte branca na imagem.
Na faixa 3 a temperatura compreende de 95 C a 282,5 C e temos a melhor
condição da imagem, ou seja, não há nenhuma saturação e temos certeza que a
temperatura máxima não ultrapassa 282,5 C.

Fig. 3.6

Da mesma forma como o Foco, o Range é outro parâmetro que não pode ser
alterado após um congelamento ou armazenamento da imagem.
O que acontecerá se salvarmos uma imagem fora de Range? Certamente nossa
imagem ficará saturada e quando lermos a temperatura máxima receberá uma
indicação de temperatura Fora de Range.

C) Ganho e Nível
Após ajustar o Range, ainda temos um problema. Como nossos olhos enxerga
apenas 64 níveis de energia (Tons de Cinza) devemos ter habilidade suficiente para
ajustar a energia térmica tanto que nossos olhos possam perceber estas variações.
Podemos considerar o ajuste do Ganho como sendo um ajuste de sensibilidade
térmica. O Ganho também é chamado de SPAN e limita a faixa de energia observável.
Mostrar o range completo dos níveis de energia nos dá a impressão de uma
imagem térmica com pouco contraste.

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Se optarmos por mostrar a imagem com um pequeno range de níveis térmicos,
teremos uma imagem com contraste maior. Dependendo do fabricante, esta
característica pode ser chamada de SPAN, GANHO, CONTRASTE ou SENSIBILIDADE.
Portanto, temos o costume de associar o ajuste do Ganho como sendo o ajuste
de Contraste. Se aumentarmos o Ganho, Diminuímos o Contraste e Vice-versa.
Abaixo temos uma ilustração bastante clara a respeito do ajuste do Ganho.
Utilizamos o range de –10 C a 100 C e temos na primeira imagem um ganho ou Span
muito alto (10 C a 34 C), tornando a imagem com pouco contraste. No segundo caso,
temos um ganho ou Span muito baixo (30 C a 35 C) e podemos perceber que a
imagem está bastante escura, com um contraste muito forte.

No ultimo caso, o Ganho ou Span está num valor intermediário (25 C a 35 C).
Podemos observar que temos uma melhor condição de imagem, com um nível de
contraste intermediário e bastante satisfatório.

Fig. 3.7

Vale lembrar que ao alterarmos o valor do ganho, a temperatura não sofre


nenhuma alteração, apenas alterou o contraste da imagem. A Título de informação, o
corpo humano possui uma temperatura interna 3 C acima da temperatura externa, ou
seja, se estamos com 35 C externamente, sabemos que interiormente estamos com
37 C.
Portanto, definimos o Ganho como sendo uma “Janela” ajustável que limita o
range de energia observável dentro de um Range previamente escolhido.
O Nível é o controle que permite o operador ajustar sobre o Range para alterar
o Ganho. Se a imagem possui muito brilho, então devemos alterar o Nível para cima
da escala. Se a imagem aparece muito escura, então o Nível deve ser movido para
baixo da escala. O Ajuste do Nível está associado com o ajuste do BRILHO. Quando
alteramos o Nível, estamos atuando sobre o brilho da imagem. Se aumentarmos o
Nível, diminuímos o brilho e vice-versa.

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Na próxima imagem podemos perceber exatamente o que dissemos. No
primeiro caso temos um Nível de 22 C a 32 C e, portanto um brilho muito intenso. No
segundo caso temos um Nível de 30 C a 40 C resultando pouco brilho na imagem. No
terceiro caso temos o caso ideal, ou seja, um Nível de 25 C a 35 C e, portanto uma
imagem melhor visualizada.
Vale lembrar que se alterarmos o Nível, não alterou de forma alguma o valor da
temperatura.

Fig. 3.8
Quando o Ganho e Nível forem ajustados para uma baixa radiação térmica,
teremos uma imagem tendendo ir para o Preto. Ajustando o Ganho e Nível para uma
alta radiação térmica, a imagem aparece em branco. Uma imagem com muito branco
dizemos que é uma imagem Saturada.
Se ajustarmos o Nível em torno do Ganho (Span) teremos uma imagem de boa
qualidade na tela do equipamento.
O ajuste de Ganho (Span) e Nível é muito importante para termos uma imagem
de boa qualidade, por exemplo. Estamos focando um equipamento e precisamos
definir exatamente onde está o foco do aquecimento. Se colocarmos uma imagem com
muito brilho, esta ficará Saturada e com pouco brilho, se tornará uma imagem muito
escura.
Precisamos fazer os ajustes para visualizar os detalhes do equipamento.
Um detalhe bastante importante e interessante são as paletas de cores. Para o
profissional que já trabalha no ramo de inspeção termográfica, há sempre aquela
pergunta, Qual a paleta de cores de devo utilizar? Então, temos algumas paletas de
cores especificas para serem utilizadas em determinadas áreas. Abaixo temos alguns
modelos de paletas com seus respectivos nomes e aplicações.

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Iron Hot Iron Arco Iris


(Elétrica) (Siderúrgica) (Elétrica, Mecânica)

Fig. 3.9

Agora descrevermos uma seqüência que o termografista deverá seguir para


obter uma imagem térmica qualitativa.
1. Ligue a Câmera Infravermelha;
2. Remova a capa da Lente;
3. Use o ajuste de Auto para obter uma primeira imagem para ser ajustada;
4. Foca o objeto para obter uma imagem nítida;
5. Escolha o Range correto;
6. Usando os controles de Nível e Ganho (Brilho e Contraste), faça os ajustes
necessários para obter uma imagem com muito pouco Branco ou Preto sobre o
objeto a ser inspecionado.

Devemos sem lembrar-se de algumas dicas:


A) Uma imagem deverá possuir pouco Branco sobre o objeto focado e
muito pouco Preto. Essas cores indicam o ponto de saturação de níveis
de energia baixo e alto e, portanto não podemos avaliar
qualitativamente a imagem saturada.
B) Algumas cores da paleta de cores deverão ser utilizadas para a
obtenção de um bom contraste térmico tanto que o objeto possa ser
avaliado com precisão, ou seja, a escolha da paleta de cores é muito
importante na avaliação.
C) Sempre use o menor Range possível e ajuste o ganho das câmeras.
Isto proporcionará uma maior quantidade de energia térmica e
seguramente maior detalhes da imagem.

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CAPÍTULO 04

TRANSFERÊNCIA DE CALOR

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4.1) Transferência de Calor
Calor é definido como a Energia Térmica sendo transferida ou em trânsito de
um local para outro, Tendo como resultado a diferença de temperatura entre eles.
A dinâmica deste processo de transferência nos leva ao conceito de
transferência de calor.
Transferência de calor é definido como o calor sendo transferido de um objeto
para outro através de 3 processos:

1. Condução
2. Convecção
3. Radiação

Certos de que há 3 modos de transferência de calor, na maioria dos casos o


calor será transferido pela combinação dos três modos, raramente por um modo
apenas.
Todos os objetos atingem o equilíbrio com o ambiente ao qual está localizado.
Devemos fazer a captura da imagem sempre num nível constante, ou seja, quando o
objeto atinge este equilíbrio. Jamais devemos capturar uma imagem num determinado
Transiente, o qual ainda há uma mudança de estado para outro.
Devemos lembrar que este equilíbrio não é atingir a mesma temperatura
ambiente, mas atingir um nível constante de temperatura.

4.2) Equilíbrio Térmico


Equilíbrio Térmico ocorre quando dois objetos com temperaturas iniciais
diferentes atingem a mesma temperatura. Neste ponto não há energia térmica ou
transferência de calor entre os dois objetos. Quando isto ocorre dizemos que os dois
objetos estão em equilíbrio térmico.

4.3) Temperatura de Equilíbrio


Quando usamos um termômetro por contato, a temperatura pode ser lida
quando o equilíbrio térmico for atingido. Isto é chamado de “Temperatura de
Equilíbrio” e é a condição básica dos dispositivos de medição de temperatura por
contato.
Usando um sensor por contato, devemos esperar que o sensor atingisse a
mesma temperatura do objeto a ser medido. Por isso que quando colocamos um
termômetro numa criança, esperamos alguns minutos até este fenômeno acontecer.

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4.4) Estado Transiente e Estável da Transferência de Calor
Transferência de calor transiente ocorre quando a temperatura de superfície do
objeto fonte não está estável está num estado de mudança constante. A transferência
de calor no estado estável ocorre quando a temperatura de superfície do objeto fonte
permanece constante.
Quando ligamos um painel de iluminação, por exemplo, ocorrem os seguintes
estados:
1) Ligar o Painel;
2) Estado de Transição;
3) Estado Constante ou Estável.

4.5) Condução
Condução é a transferência de calor numa media estacionaria, ou seja, a
condução ocorre como o resultado da vibração atômica nos sólidos e colisões molecular
em líquidos ou num Gás. Portanto sabemos que a condução ocorre nos três estados da
matéria.
O fluxo de energia ocorre na direção de áreas com temperatura e nível de
energia molecular maiores para áreas de temperatura e nível de energia menor, ou
seja, a condução sempre acontece da temperatura maior para menor.

Fig. 4.1

A condução é apenas um método de transferência de calor que pode ocorrer


dentro de um sólido. A condução é o único modo de transferência de calor que
acontece nos três estados da matéria, sólido, liquido e gasoso.

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4.6) Condução – Lei de Fourier
A lei de Fourier ou Lei da Condutividade nos diz o seguinte;
1) A condução ocorre apenas se houver uma diferença de temperatura;
2) A taxa de fluxo de calor é proporcional à diferença de temperatura entre as
duas superfícies dos objetos;
3) A taxa de fluxo de calor depende do tamanho e formato do objeto;
4) A taxa de fluxo de calor depende do material do objeto.

Abaixo temos a fórmula da Lei de Fourier ou Condutividade:

Fig. 4.2

Aonde:
Q = Transferência de Calor por Unidade de Tempo
K = Condutividade Térmica e depende de cada material. Cobre e alumínio possui K
Alto. Madeira e Borracha possuem baixa condutividade, ou baixo K.
L = Espessura do objeto
T2 – T1 = Diferença de Temperatura ou ΔT

4.7) Condutores e Isolantes


Alguns materiais são melhores condutores de calor do que outros. Materiais
como Cobre e Prata que são bons condutores de eletricidade são também bons
condutores de calor e, portanto possuem um alto valor de condutividade térmica (K).
Materiais como Borracha, Madeira e Isopor são pobres condutores de
eletricidade e pobres condutores de calor e, no entanto possuem baixo valor
condutividade térmica (K).

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4.8) Convecção
A Convecção é o método primário pelo qual o calor move através de um fluido.
Um fluido é definido como sendo um Liquido ou um Gás.
Convecção é a transferência do calor pela locomoção de um fluido. A
transferência do calor pela convecção é o transporte de energia para ou de uma
superfície combinando os efeitos da transferência de calor e movimento de um fluido.
É muito importante esta definição que acabamos de ver. Com isto definimos que se há
um movimento de fluido, haverá uma convecção.
Para inspeções infravermelhas, na maioria das situações considere os efeitos do
movimento de um fluido contra um material sólido. Têm-se um vento gelado e este
vento colidir com um sólido, podemos ver seu efeito sobre este material.

4.9) Convecção – Lei de Newton


Através da Lei de Newton, podemos calcular o fluxo de calor num determinado
fluido. A formula abaixo nos mostra esta situação.

Fig. 4.3
Aonde:
Q = Quantidade de Calor Transferido (Fluxo Calor)
H = Coeficiente de transferência de calor
TS = Temperatura da Superfície
T = Temperatura do Fluido

4.10) Convecção Natural


A Convecção Natural acontece quando o movimento molecular é devido apenas
à excitação molecular e uma diferença de densidade. Para que aconteça uma
Convecção Natural, se fazem necessários três requerimentos:
1. Fluido
2. Diferença de Temperatura
3. Deslocamento das Moléculas

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O deslocamento das moléculas ocorre pelo condutor que neste caso é o fluido,
devido à diferença de temperatura existente.

Fig. 4.4

4.11) Convecção Forçada


Se uma força dor aplicada por algum outro mecanismo tais como o vento ou em
ventilador, a convecção será chamada de Convecção Forçada. Assim como na
convecção natural, na convecção forcada se fazem necessários não três, mas quatro
requisitos:
1. Fluido
2. Diferença de Temperatura
3. Deslocamentos das moléculas
4. Força Propulsora

Portanto, como exemplo pode citar os sistemas de aquecimento residencial, o


qual possui todos os itens acima, se tornando um sistema de aquecimento com
Convecção Forçada.
A velocidade do vento é muito importante para determinar a temperatura
correta, porque o vento se enquadra no sistema de convecção forçada, portanto, em
inspeções termográfica, a convecção é um grande inimigo, pois ela ocorre nos estados
líquido e gasoso. A convecção pode levar calor para outro ponto, assim como trazer
calor de outro objeto para o objeto que estamos analisando. Tudo isto é feito pela ação
do vento ou de ventiladores em painéis, por exemplo, que se utiliza o efeito da
convecção forcada para resfriar painéis.

4.12) Radiação
A transferência de calor pela radiação é a transferência de energia térmica que
ocorre pela emissão de Radiação Eletromagnética. Transferência de calor pela
Radiação é muito comum ocorrer, no qual nos temos experiência no nosso dia a dia.
Nós todos sentimos o calor vindo do sol ou aproximamos a mão de uma fogueira.
Também sentimos certo desconforto quando saímos para trabalhar com uma camisa e
a temperatura externa está em –5 C.

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Pois bem, todos nós temos experiências positivas e negativas com os efeitos da
transferência de calor pela Radiação.

Fig. 4.5

A quantidade de energia térmica vinda de uma superfície de um objeto está


diretamente relacionada com o nível de energia das moléculas da superfície do objeto.
A Radiação está diretamente relacionada com a condução para a superfície e a
convecção da superfície.
A radiação infravermelha é a única forma de transferência de energia que a
câmera infravermelha pode “Ver”. A radiação também possui alguns requerimentos:
1. Superfície com uma diferença de temperatura
2. Geralmente não caminha através de sólidos e líquidos
3. Mais eficiente através de Vácuo ou Gases.

4.13) Propriedades Comuns Espectro Eletromagnético


A radiação eletromagnética possui uma onda viva natural, não necessita de um
meio para trafegar e viaja a 300.000 km/seg. (Velocidade da Luz).

Fig. 4.6

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4.14) Ondas Eletromagnéticas
Comprimento de onda é definido como sendo à distância entre dois Picos,
enquanto Freqüência é a medição de quantos picos passa por um ponto em um
segundo.
A próxima figura ilustra exatamente o que dissemos.

Fig. 4.7

4.15) O Espectro Eletromagnético

Fig. 4.8

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Através do espectro eletromagnético acima, podemos tirar varias conclusões.
Vimos que o espectro visível é muito pequeno, que compreende a faixa de 0,4 a 0,7
Micron. Como discutimos no inicio do curso, 1 Micron corresponde à milésima parte de
um metro.
Percebemos também que à medida que o comprimento de onda diminui, a
freqüência aumenta e vice-versa. Costumamos dizer que a freqüência que estão à
esquerda do espectro visual é prejudicial à vida, onde se encontra os raios
Ultravioletas, Gama e X.
A direita do espectro visual tem o espectro infravermelho, que é o foco principal
de nosso curso e a direita deste se encontram as ondas de radio, TV e Microondas.
Também podemos dizer que quanto maior for o comprimento de onda, maior
será o alcance desta onda.
Vamos citar aqui um exemplo pratico. Um aparelho de microondas como ele
aquece os alimentos? Pois bem, as microondas agitam as moléculas de água que os
alimentos possuem. Há uma transferência de calor das moléculas de água para as
moléculas do alimento. Desta forma, se aquece rapidamente os alimentos.

4.16) Espectro Visual

Fig. 4.9

Como dissemos anteriormente, o espectro visual compreende a faixa de 0,4 a


0,7 Micron. Uma pergunta. Como enxergamos a cor? Pela figura acima, vimos uma
experiência feita por Herschel, em que se colocou um prisma entre o Sol e um papel
refletor. Quando os raios solares atravessam o prisma, estes raios de dividem em
diferentes comprimentos de ondas, sendo que cada comprimento de onda corresponde
a uma cor. Disto podemos tirar uma conclusão, que cada cor possui seu próprio
comprimento de onda e conseqüentemente que a energia emitida por uma cor é
diferente emitida por outra.
O aluno já deve ter visto uma imagem térmica e percebeu a paleta de cores
correspondendo às temperaturas.

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4.17) Espectro Infravermelho
A quantidade de energia das moléculas de superfície produz ondas de
freqüências que viajam num comprimento de onda entre 0,75 e 1000 Microns.
Para efeitos comerciais e científicos, se dividiu o espectro infravermelho em 4
partes:
Infra Vermelho Próximo 0,75 – 3 Microns
Infra Vermelho Médio 3 – 6 Microns
Infra Vermelho Longe 6 – 15 Microns
Infra Vermelho Extremo 15 – 1000 Microns

Usamos apenas 2 partes do Espectro, o Infravermelho Médio e Longe.


Percebemos que o Infra Vermelho extremo ocupa a maior parte do espectro.
A região infravermelha comercial/industrial tipicamente é:

Onda Curta 2 – 5 Microns


Onda Longa 8 – 14 Microns

Cada fabricante poderá variar um pouco os valores acima. Com uma câmera de
ondas curtas podemos ver a energia infravermelha através de um vidro fino, devido ao
seu comprimento de onda estar bem próximo ao espectro visual. As câmeras noturnas
visuais utilizam a faixa de 1 Micron, podendo enxergar a noite sem problema.
A titulo de informação tem a temperatura de 275 C sendo definido como Brilho
Incandescente.
A seguir mostramos uma parte do espectro infravermelho e o espectro visual,
detalhando as câmeras de ondas curtas e ondas longas em suas respectivas faixas.
Também observamos a câmera visual de 1 Micron. Estas câmeras são geralmente de
35 mm e possuem um filme de IV (infravermelho).
Os termovisores recebem sempre a radiação IV da superfície do objeto. Existem
no mercado algumas janelas infravermelhas para serem colocadas em painéis elétricos
evitando que tais painéis sejam abertos em pleno funcionamento, trazendo risco de
explosão ou eventuais choques elétricos.
Estas janelas infravermelhas possuem uma perda de energia em torno de 5 a
10%, dependendo do material que se fabricam.
As câmeras infravermelhas de ondas longas são mais sensíveis do que as ondas
de ondas curtas e por isso possuem um custo mais alto do que as câmeras de ondas
curtas. No momento oportuno, quando estudarmos a Radiosidade, iremos discutir com
maiores detalhes.

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Fig. 4.10

4.18) Corpo Negro


Se um objeto for um perfeito absorvedor de energia infravermelha, este objeto
poderá ser chamado de Corpo Negro. Um corpo negro ideal absorve 100% da energia
de recebe.
Na pratica não existe objeto que emite 100% de sua energia, portanto, não
existe um corpo negro Real.

Fig. 4.11
Temos então de Corpo Negro como sendo um corpo que absorve toda a
radiação de qualquer comprimento de onda e que emite a máxima quantidade de
energia possível para uma temperatura especifica em qualquer comprimento de onda.
Grave bem esta definição, pois é um dos itens mais importante no estudo da
termografia.

Conclusão:
Pois bem, terminamos aqui nossa primeira parte do curso de termografia e
esperamos que o aluno pudesse ter compreendido todos os fundamentos detalhados
até o momento, pois será de extrema importância para a compreensão do segundo
capítulo.

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CAPÍTULO 05

RADIOSIDADE

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5.1) Radiosidade
Como termografista, nosso grande interesse é conhecer a radiação de um
objeto do que a Absorção.
Pela Lei de Kirchoff, determinamos que em qualquer Temperatura e
Comprimento de Onda, os coeficientes da Absorção e a Emitância são iguais, ou seja, a
quantidade de Energia que um objeto absorve, é igual a quantidade de energia que o
objeto Emite, portanto, temos:

A=E
Esta definição é chamada de Lei de Kirchoff.

5.2) Lei de Kirchoff


Pela Lei de Kirchoff, podemos definir que um Corpo absorvedor de Energia
perfeito também é um Emissor de Energia Perfeito. Como já estudamos o Corpo
Negro, sabemos que ele absorve 100% da Energia, portanto, Emitirá 100% desta
energia.

Figura 5.1
É muito importante salientar que não existe objeto Ideal, ou seja, que não
tenha perdas. Concluímos que a Absorção e Emissão deste corpo negro são ideais. Na
realidade, sua absorção e emissão chegam bem próximo do 100%.

5.3) Fontes de Calibração – Corpo Negro


Conforme mostramos na foto abaixo, temos um laboratório típico de Calibração
de termovisores utilizando vários Corpos Negros de Referência.

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Figura 5.2

No mercado, existem Corpo Negro com Temperatura Fixa ou Variável. Nos


Corpos Negros com temperatura fixa, sua temperatura já é prefixada em fábrica, ou
seja, você compra um corpo negro para 200 Graus fixo a calibração de instrumentos
só poderá ser feito nesta temperatura.
Todos os corpos negros devem ser instalados em salas com temperatura
controlada para que se possa obter a maior precisão possível nas medições e
calibrações.
Com se pode observar pela foto, existe uma abertura redonda na parte frontal
dos corpos negros. É nesta abertura que se devem focar o instrumento de medição. A
distância de calibração geralmente está em torno de 1 metro de distância entre o
termovisor e o corpo negro.
Para calibrar um instrumento, geralmente liga o corpo negro e espera certo
tempo para que a temperatura atinja o valor desejado. Após isto, direciona a câmera
para o corpo negro e verifica-se a precisão nas leituras. Geralmente, a calibração dos
valores nos equipamentos é feita através de softwares específicos de cada fabricante
de câmera.
Nos corpos negros com temperatura variável, ao adquirir um corpo negro, se
especifica o Range de temperatura que pretende variar. Na calibração de um
instrumento, podem-se gerar todas as temperaturas de um determinado Range.
Logicamente, desta forma se consegue obter uma calibração mais precisa do que a
feita com corpo negro com temperatura fixa.
Devido ao elevado custo de um equipamento Corpo Negro, somente as grandes
empresas que executam assistência técnica e/ou representação possuem estes
equipamentos em laboratório.
Aqui no Brasil, além de algumas empresas representantes de instrumentos,
citamos também uma ou outra concessionária de energia, que possuem corpo negro
em seu laboratório.
O custo médio de um Corpo Negro varia de R$ 200.000,00 a R$ 1.000.000,00
dependendo do modelo. Como se trata de um equipamento específico para calibrar
termovisores, na maioria das vezes o investimento não é justificado.

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5.4) Lei de Stephan Boltzmann
Como vimos no capítulo 4, a lei de Fourier é aplicada à Condução assim como a
Lei de Newton é aplicada à Convecção, neste capítulo descreveremos a Lei de Stephan-
Boltzmann será aplicada à Radiação. Portanto, temos o seguinte:

Stephan -> Radiação


Fourier -> Condução
Newton -> Convecção

A Lei de Stephan calcula a quantidade de Energia Térmica Radiada de uma


Superfície. Resumindo, a Lei de Stephan-Boltzmann descreve a média total de energia
emitida pela área de uma superfície.
Com isto, temos a equação mostrada a seguir:

Q” =  T4 (W/m2)
Aonde:
Q” = Energia média total emitia por uma superfície
T = Temperatura de uma determinada área
–8
 = 5,678 x 10
Através da Lei de Stephan-Boltzmann, definimos que numa determinada
temperatura, a quantidade de energia emitida é quase igual à quarta potência desta
temperatura T4.
Com isto podemos chegar perceber que se a temperatura de um objeto dobrar,
a Energia Infravermelha será de 16 vezes a mais. Concluímos que um pequeno
aumento na temperatura reflete num grande aumento na energia emitida.
A seguir trataremos de algumas outras Leis que se associam a Lei de Stephan-
Boltzmann. Definimos que a Lei de Stephan está associada à Energia Irradiada T4

5.4.1) Lei de Planck ou Lei do Corpo Negro


Como vimos em capítulos anteriores, a câmera infravermelha responde a uma
pequena parte do Espectro Infravermelho, ou seja, enquanto o espectro Total é de 0,7
a 1000 Microns, uma câmera infravermelha mede apenas de 4 a 15 Microns. Uma
pequeníssima parte do Espectro apenas.
Devido a esta particularidade, se faz necessário à introdução da Lei do Corpo
Negro de Planck, ou apenas, Lei do Corpo Negro.
A Lei do Corpo negro de Planck Mapeia a potência Emissiva da Superfície de um
Corpo Negro dentro de um Comprimento de Onda, para uma Temperatura Específica.
Resumindo, Planck informa graficamente a emissão de energia da superfície de
um corpo negro. Esta lei também é chamada de Lei de radiação de Planck.

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Figura 5.3

Observando A figura 5.3 da lei de Planck, vimos que Planck foi capaz de
relacionar matematicamente a distribuição de energia de todo o espectro para uma
temperatura específica.
Vamos entender um pouco o gráfico anterior. Temos no eixo horizontal X o
comprimento de onda dado em Micron. O eixo vertical Y representa a quantidade de
energia emitida pelo corpo negro. Conforme mostra o gráfico, temos temperaturas de
1000 C, 900 C, 500 C, 300 C, 200 C, etc. Também podemos observar o espectro
visível representado em cores no gráfico.
Percebemos claramente que quanto menor for a temperatura do corpo negro,
menos energia será emitida (Lei de Stephan) e conseqüentemente, quanto maior a
temperatura. Maior será a energia emitida.
Tomamos como exemplo a curva de 200 C. Seu pico de energia será emitido
num comprimento de onda de aproximadamente 6,3 Micron. Para a curva de 1000 C,
o pico de energia será no comprimento de onda 2,5 Micron. Com isto podemos dizer
que à medida que aumentamos a temperatura de um corpo negro, sua energia
irradiada aumentará e conseqüentemente seu comprimento de onda será menor.
Todos estes experimentos ajudam-nos a entender o porquê utilizar
termovisores de ondas curtas e ondas Longas. Sabemos que comercialmente os
termovisores de ondas curtas compreendem de 2 a 5 Microns e os de ondas longas de
8 a 14 Microns, podendo variar de um fabricante para outro.
Como dissemos anteriormente, quanto maior a temperatura, menor o
comprimento de onda e quanto menor a temperatura, maior será o comprimento de

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onda. Em áreas elétricas, por exemplo, se utiliza termovisores de ondas Longas, pois a
temperatura máxima de interesse pode chegar até 200 C. Com isto, um termovisor de
ondas curtas teria maior dificuldade (menos sensibilidade) para detectar. Um
termovisor de 8 a 14 Microns, já possui uma sensibilidade bastante favorável para
enxergar pequenas variações de temperatura. Já na utilização em Fornos,
empregamos um equipamento de ondas curtas, pois estamos tratando com altas
temperaturas, altas emissões de energia, porém num comprimento de onda menor.
Em inspeção termográfica, nosso maior inimigo são os Reflexos solares, aonde
fazer uma termografia durante o dia em áreas externas, é quase um martírio. Se
utilizarmos uma câmera de ondas curtas na inspeção em áreas externas durante o dia,
a quantidade de Reflexo Solar será impressionante, a ponto de ficar inviável esta
operação. Lembramos que o reflexo solar cai num comprimento de onda baixa, devido
a sua alta energia irradiada.
E se utilizarmos uma câmera de ondas longas (8 – 14 Micron) nas inspeções
externas durante o dia? Pois bem, o efeito do reflexo será minimizado com certeza,
pois esta câmera concentra sua maior capacidade de capturar energia num
comprimento de onda um pouco fora do comprimento do reflexo solar. Com isto, é
possível fazer inspeções termográficas durante o dia utilizando-se termovisores de
ondas longas.
Vamos deixar bem claro que mesmo assim, os termovisores de ondas longas
não estão imunes ao reflexo. O que acontece é uma melhora considerável.
A título de informação, as câmeras termográficas utilizadas em equipamentos
médicos possuem um comprimento acima de 15 Micron.
Concluindo, um corpo negro com uma determinada temperatura emitirá
diferentes níveis de energia, dependendo do comprimento de onda que se encontra.
Quando o nível de energia aumenta muito, o comprimento de onda tende a diminuir
até atingir a Luz Visível. Com isto, quando um aquecimento numa conexão elétrica
chega a ser visível, sabe que a energia que está sendo emitida é elevadíssima a ponto
de entrar no espectro visível. Isto é muito comum de se observar em campo.

5.4.2) Lei de Wien


Como vimos através das curvas de Planck, cada curva de temperatura possui
um valor de Pico de Energia. A Lei de Wien nos mostra a relação entre a Temperatura
e o valor Máximo do Comprimento de Onda.
Esta Lei determina o comprimento de onda na qual uma quantidade máxima de
energia é emitida para uma temperatura específica. Portanto, podemos considerar que
esta Lei está diretamente relacionada ao comprimento de onda, temperatura e energia
de emissão.
Na verdade, a Lei de Wien é um aperfeiçoamento da Lei de Planck. Através
desta definição, chegamos à fórmula:

Comprimento de Onda – Energia Máxima Emitida = 2898


T(K)
A Lei de Wien mostra claramente que com o aumento da Temperatura de um
Objeto, o Comprimento de Onda Diminui. Podemos comprovar conforme mostra a
figura 5.4:

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Figura 5.4

Resumindo, com o aumento da Temperatura de um Objeto, temos:


 Maior energia é emitida em todos os comprimentos de onda;
 A Energia desloca-se das ondas de freqüências alta para freqüências baixa;
 O Pico de comprimento de Onda se orienta para as ondas curtas;
 A energia pode entrar no espectro visual e podemos ver um fulgor
vermelho.
Definindo o conceito de Radiosidade, nosso interesse é o quanto um objeto
emite e não o quanto ele absorve. Kirchoff determinou que qualquer temperatura e
comprimento de onda específica, a emissão de energia é igual à absorção, que
significa:

A = E (Lei de Kirchoff)

A seguir apresentamos um resumo completo referente às Leis que estudamos


até aqui. É muito importante que o aluno tenha sempre em mente estas definições,
pois elas podem ser consideradas o básico de termografia e que qualquer
termografista de conhecê-las.
Na prática, o que vimos por aí, são muitos profissionais trabalhando nesta área
sem ter o mínimo conhecimento dos fundamentos de termografia. Muitas vezes
possuem um grande conhecimento de elétrica, mecânica, eletrônica, etc, mas os
princípios básicos da própria termografia ficam a desejar.

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LEI DE FOURIER CONDUÇÃO

LEI DE NEWTON CONVECÇÃO

LEI DE STEPHAN RADIAÇÃO RADIOSIDADE (LEI DE KIRCHOFF)

LEI DE PLANCK LEI DE WIEN

No próximo capítulo estudaremos especificamente a radiação térmica,


lembrando que se trata de um dos itens mais importantes deste curso, pois como
veremos, todos os conceitos apresentados são aplicados na prática de inspeções
termográficas em qualquer área de aplicação.

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CAPÍTULO 06

RADIAÇÃO TÉRMICA

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6.1) Conceito de Radiosidade
Aprendemos anteriormente que a Emitância de um corpo negro é de 100%.
Podemos assumir que toda energia recebida pelo sensor de infravermelho nas câmeras
termográficas é emitida da superfície de um objeto, ou seja, a câmera enxerga apenas
a energia emitida pela primeira superfície de qualquer objeto.
Pois bem, na prática não é bem isto que ocorre. Através desta definição
iniciamos nosso estudo do conceito de radiosidade

6.2) Conceito de Radiosidade na Realidade


A energia total recebida pela câmera infravermelha pode ser afetada por uma
série de variáveis. Estas variáveis que compõem a radiação total que sai da superfície
de um objeto são vital para o técnico de inspeção interpretar corretamente a imagem
térmica.
Este conceito é muito importante porque ao analisarmos uma imagem térmica,
podemos confrontar com uma série de fatores que estudaremos neste capítulo.
Podemos definir como Radiosidade sendo a energia total que sai da superfície
de um objeto. Está incluso na radiosidade total da superfície, a Radiação, Reflexão e
Transmissão.
Portanto, quando falamos de Energia Infravermelha, estamos falando de três
fatores muito importante. A seguir estudaremos cada um destes três fatores.
Primeiramente, observemos com detalhes a figura 6.1. Independente do nível de
energia infravermelha sempre terá os três variáveis presentes.

Figura 6.1

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6.3) Radiosidade Total

A + R + T = 100%

Esta fórmula nos define a Primeira Lei da Termodinâmica, que diz o seguinte:
A Energia não pode ser Criada ou Destruída, e, portanto, Deverá ser
exatamente a mesma.

ABSORÇÃO + REFLEXÃO + TRANSMISSÃO = 100%

Esta fórmula é muito importante porque nos mostra que possuímos um sistema
fechado, ou seja, se alterar a absorção certamente a reflexão e transmissão serão
alterados, pois o resultado final deve ser sempre 100%.
Pela Lei de Kirchoff sabemos que a habilidade de um objeto absorver energia é
igual à habilidade de emitir energia, ou seja:

A = E (Absorção = Emissão)

A maioria dos objetos não emite 100% da energia de sua superfície. A parte ou
fração que o objeto emite é chamada de EMISSIVIDADE, comparado sempre com o
corpo negro. O assunto emissividade iremos tratar com bastante detalhe ainda neste
capítulo.
Como sabemos, a absorção de energia é igual a emissão de energia, portanto, a
fórmula de Radiosidade ficará assim:

E + R + T = 100%

EMISSÃO + REFLEXÃO + TRANSMISSÃO = 100%

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Figura 6.2

Como podemos observar pela figura anterior, a energia total de Radiação do


sistema infravermelho poderá vir de 3 fontes, Emissão, Reflexão e Transmissão.

6.4) O que a Câmera Termográfica Vê?


As câmeras infravermelhas enxergam, na maioria das vezes, a energia radiada
da primeira camada molecular de uma superfície.
A refletância (reflexão) envolve toda uma energia de fundo, ou seja, o objeto
alvo pode estar refletindo uma radiação vinda de um objeto próximo ou que esteja
localizado atrás. Devido a este fator, alguns macetes práticos são colocados em
prática, tais como a mudança do ângulo de inspeção ou o desligamento do
equipamento que esteja influenciando na nossa medição. Com certeza, na maioria das
vezes não é possível o desligamento, portanto, nos resta apenas a mudança de ângulo
de inspeção.
Para comprovar se realmente o aquecimento é proveniente de reflexão, caso o
ponto quente desapareça com a mudança de ângulo, consideramos como Reflexo. Se o
ponto quente permanecer mesmo quando mudamos o ângulo, então devemos
considerar como um ponto quente e registrar a imagem.

6.5) Radiação Total para Materiais Opacos


A maioria dos materiais são opacos para o sinal infravermelho, ou seja, não
ocorre transmissão de Infravermelho.
Devido a esta característica, nossa fórmula de Radiação Total ficará:

RADIAÇÃO TOTAL = E + R + T

Como a transmissão para materiais opacos é igual a 0 (Zero), temos o


seguinte: T = 0.

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RADIAÇÃO TOTAL = E + R + 0

Portanto

RADIAÇÃO TOTAL = E + R = 100%

Observando a fórmula final de Radiação Total acima, concluímos que nosso


sistema de infravermelho corresponde a Emissão e Reflexão. No sistema fechado, se
aumentarmos a Emissão de infravermelho de um objeto, sua Reflexão diminuirá, ou
vice-versa.
Como vimos em capítulos anteriores, um Corpo Negro possui 100% de Emissão
e 0% de Reflexão, portanto, ele é um ótimo emissor de infravermelho e um péssimo
refletor. Geralmente os materiais do Corpo Negro, são materiais foscos e de certa
porosidade. Materiais que possuem sua superfície brilhante ou polida, certamente
serão pobres emissores de infravermelhos e ricos refletores.
Isto que iremos discutir um pouco no próximo capítulo.

6.6) Definição de Emissividade


A definição de Emissividade nos diz que a maioria dos objetos não emite por
completo a quantidade de energia que um corpo negro emitiria. Se nem todos os
objetos são Corpos Negros, o que são eles então?
Para chegarmos ao conceito de Emissividade, devemos entender os diferentes
tipos de emissores de infravermelho.
Em nosso sistema, encontraremos 3 tipos de Emissores:
1. Corpo Negro: Um objeto que tem uma emissividade = 1, ou seja, emite
100% de sua energia de superfície; Corpo Negro E = 1.
2. Corpo Cinza: Um objeto que tem uma emissividade menor do que 1 e maior
do que 0. Esta emissividade é sempre constante; Corpo Cinza 0 < E < 1.
3. Corpo Real: Um objeto que tem uma emissividade menor do que 1 e maior
do que 0 e que sempre varia com a temperatura e comprimento de onda.
Corpo Real 0 < E < 1.

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Figura 6.3

Vale lembrar que os valores de Emissividade dos materiais são de 0,0 a 1,0. Se
um material possui uma emissividade de 0, 80 significam que este material tem a
propriedade de emissão de 80% em relação ao Corpo Negro. Sempre quando
comentarmos o assunto de emissividade devemos tomar como referência o Corpo
Negro (E=1).
É muito comum na prática encontrarmos técnicos termografistas com certa
confusão em relação à emissividade. Materiais que possuem sua superfície polida
possuem uma baixa emissividade e alta reflexão. Tomamos como exemplo o espelho,
o qual é uma superfície totalmente polida e sem porosidade. Se direcionarmos a
câmera termográfica para um espelho, certamente iremos capturar a nossa imagem
refletida no espelho, ou seja, a energia infravermelha emitida por nossa pele alcança o
espelho e este reflete para o sensor da câmera.
Agora, se direcionarmos a câmera termográfica para uma parede fosca e com
certa porosidade, dificilmente irá captar nossa imagem, isto porque a parede opaca
absorve toda energia infravermelha. Esta parede emitirá quase toda energia absorvida.
Outra experiência que podemos fazer é pintar uma parede com várias cores
diferentes. Ao apontar a câmera infravermelha para esta parede, veremos uma
imagem com várias tonalidades, ou seja, cada cor da tinta possui emissividade
diferente da outra, portanto, teremos a impressão que estão com temperaturas
diferentes uma da outra, mas na realidade se trata apenas de emissividade diferente.
Numa subestação de energia, por exemplo, encontramos conexões elétricas
com materiais diferentes. Podemos encontrar o cobre e o alumínio. A relação de
Emissividade do Cobre em relação ao Alumínio é muito grande, ou seja, são bastante
diferentes. Neste caso específico, como faremos para trabalhar com materiais
diferentes? Na prática, se torna impraticável a mudança de ajuste de emissividade

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realizado na câmera termográfica. Para o aluno que ainda não trabalhou com estes
equipamentos, devemos informar com qual emissividade queremos trabalhar, sendo
que esta emissividade deve estar num valor intermediário dos materiais que iremos
encontrar em nossa inspeção.
Pois bem, neste caso temos a emissividade do cobre em 0,86 e a do alumínio
em 0,40. Se ajustarmos a câmera para 0,40 aumentaremos a chance de capturar um
maior número de reflexo. Neste caso (Inspeções Elétricas), utilizamos um valor de
emissividade que seja possível detectar um pequeno aquecimento no cobre e alumínio.
Por diversas experiências feitas, chegou ao valor de Emissividade entre 0,80 e 0,90.
Com estes ajustes, teremos plenas condições de trabalhar com cobre e alumínio sem
alterar o ajuste de emissividade.
Dizemos isto, porque estamos mais interessados em encontrar um ponto com
aquecimento do que exatamente a temperatura real. Após encontrarmos este ponto, aí
sim nos preocuparemos em definir o valor correto da Emissividade (depende do
material) para definir com exatidão a temperatura.
Estes ajustes hoje em dia podem ser feito na maioria dos softwares que
acompanham as câmeras termográficas.
Voltando ao nosso assunto (radiosidade), assumimos que a equação de
Radiosidade (Emitância, Refletância e Transmitância) é um valor constante para todos
os comprimentos de onda. Isto nem sempre é o caso. A emissividade pode mudar de
acordo com o comprimento de onda. Grave bem o que dissemos.
Devemos entender também que assim como a temperatura de um objeto muda
as propriedades de sua superfície também mudam. Estas mudanças podem mudar
também a Emitância da superfície do material.

6.7) Definição Completa de Emissividade


Podemos definir emissividade como sendo a Razão da Energia Infravermelha da
Superfície de um objeto, comparada à do Corpo Negro na mesma Temperatura com
mesmo Intervalo de Comprimento de Onda.
Com isto, definimos 3 importantes itens para a Emissividade:
1) A Emissividade é sempre comparada com um Corpo Negro;
2) Se a Temperatura de um Objeto muda, tanto pode mudar o valor de sua
Emissividade;
3) Se a câmera infravermelha mudar o comprimento de onda, tanto pode
mudar o valor da emissividade.

Para o caso 1, todos os valores de emissividade são comparados ao corpo


negro, pois este possui um valor de emissividade = 1. No caso 2, se a temperatura de
um objeto aumenta muito, as propriedades físicas desta superfície com certeza
alterará, resultando uma mudança na emissividade. É muito comum este caso. Uma
conexão elétrica se aquece tanto chegando ao ponto de fusão do material. Após a
fusão, se cria uma nova liga de material, conseqüentemente com uma emissividade
diferente. Finalizando, no caso 3, aprendemos através da Lei de Planck que
dependendo do comprimento de onda, o nível de energia será maior ou menor.
Certamente, se utilizarmos uma câmera de ondas curtas e ondas longas para uma
mesma inspeção, obterá valores de temperatura diferentes. Isto é comprovado pelo
gráfico da Lei de Planck.

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Temos ainda como definição de Emissividade, a habilidade de uma superfície
em emitir energia infravermelha. Descreve também a eficiência de uma superfície de
material para emitir energia infravermelha. Portanto, qualquer uma destas definições é
bem aceitas. O importante é o aluno saber na hora que for efetuar uma inspeção,
informar o valor de emissividade correto para a câmera.
Outro enigma é que a câmera infravermelha não emite nenhum sinal de energia
infravermelha. Ela apenas recebe esta energia que é emitida por todos os materiais.
Como dissemos anteriormente, superfícies rugosas são bons emissores de
infravermelho e superfícies lisas são pobres emissores de infravermelho. O aluno já
deve ter ouvido ou até visto, que os automóveis de cor preta absorvem mais o calor do
que os mais claros. Isto é explicado justamente pela definição de emissividade.
No final deste capítulo (Anexo A), mostramos uma tabela de Emissividade muito
utilizada nos meios técnicos. Percebe que a Emissividade depende da Temperatura,
Comprimento de onda e tipo de material.

O símbolo de Emissividade é: 
Revendo a tabela de emissividade, aprendemos que a emissividade varia com o
material, comprimento de onde e temperatura. No entanto, a emissividade
determinada utilizando uma câmera infravermelha depende do material, da câmera
utilizada e da temperatura do objeto.
Abaixo apresentamos um breve resumo dos objetos quanto à emissividade:
Baixa Emissividade --> CUIDADO!! Metais polidos, tintas, alumínio, granito liso, tinta
de alto brilho.
Alta Emissividade --> MATERIAIS BONS!! Fita Isolante, madeira, papel, borracha,
carpete, papel parede.
As câmeras infravermelhas podem conter diferentes valores de emissividade.
Apesar disto, uma precisão maior pode ser obtida com um teste feito na própria
câmera termográfica, aonde podemos definir com exatidão o valor correto da
emissividade. Este teste será apresentado mais a frente no curso.

6.8) Refletividade
A refletividade ocorre quando a radiação do infravermelho do ambiente é
refletida na superfície que está sendo avaliada.
Entretanto, quando medimos um objeto com baixa emissividade (alta
refletividade), se faz necessário a correção da emissividade para melhorar a
refletividade. Devemos fazer esta correção na câmera infravermelha.
O problema da refletividade atinge objetos com baixa emissividade, e pode
parecer mais quente, frio ou na mesma temperatura do ambiente que esteja
refletindo, dependendo sempre das condições em que se encontra o objeto.
Na verdade, a refletividade representa o que está no fundo, ou seja, se
medirmos um objeto com alta emissividade (baixa refletividade) que esteja próximo a
um objeto que possui baixa emissividade (alta refletividade), com certeza haverá uma
interferência do objeto com alta refletividade sobre o de baixa refletividade.

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Figura 6.4

Assim como já dissemos anteriormente, a emissividade de um material depende


de uma série de fatores. Podemos citar aqui mais um, o ângulo. Dependendo do
ângulo que esteja sendo feita a imagem térmica, a emissividade poderá mudar. Isto é
bastante óbvio, porque em orifício, trincas de uma superfície possuem a tendência de
acumular temperatura, portanto, se houver uma superfície com certa cavidade, dentro
desta cavidade a temperatura será diferente do que fora e certamente a emissividade
também.
Na figura 6.5 podemos observar a mudança de emissividade devido à mudança
de ângulo.

Figura 6.5

A emissividade também pode mudar de acordo com a geometria do objeto. Se


focarmos a câmera infravermelha numa moeda, observaremos perfeitamente o
desenho que constar nela. Isto é explicado devido aos ângulos do desenho em alto
relevo. Podemos observar isto na figura 6.6

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Figura 6.6
Como diferentes tipos de reflexões, podemos citar:
 Metais polidos
 Vidros
 Plásticos Lisos
 Tinta Alto Brilho

6.9) Termografia Quantitativa


Em capítulos anteriores estudamos profundamente a Termografia Qualitativa.
Agora, a partir deste capítulo, também abordaremos os conceitos de Termografia
Quantitativa.
É muito importante que no final do curso, o aluno possa entender perfeitamente
o significado de cada uma delas, pois estas definições são essencial ao perfeito
trabalho do relatório no escritório. Pois bem, prosseguimos então agora com a
Termografia Quantitativa.
Termografia Quantitativa é a habilidade de realizar medições de temperatura
com o instrumento ou outros tipos de instrumentos conforme determina a aplicação.

Figura 6.7

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Podemos definir que a Termografia Quantitativa é um mapeamento térmico da
energia infravermelha recebida de uma superfície alvo, corrigida pela emissividade,
refletividade, condições ambientes, perdas atmosféricas e resolução espacial.
Explicando o que dissemos acima, vale lembrar que não basta ligar a câmera
infravermelha e fazer medição, devemos ajustar uma série de parâmetros para que
possamos obter uma imagem de boa qualidade com medição mais precisa possível.
Estes parâmetros, descritos acima, devem ser pré-ajustados no termovisor. Perceba o
aluno que utilizamos a linguagem câmera termográfica e termovisor, sendo este ultimo
o mais empregado nos meios técnicos.
Pelas variações da superfície do objeto, ajustamos a Emissividade e
Refletividade. Na verdade, quando pré-definimos a emissividade de trabalho, já
estamos definindo também a refletividade, pois como é do conhecimento do aluno, a
refletividade + Emissividade = 100%.

Figura 6.8
O aluno já deve ter percebido que quando falamos de Termografia Qualitativa,
nosso principal objetivo é obter uma IMAGEM de ótima qualidade, com FOCO e RANGE
perfeito. Não estamos interessados em extrair valores de temperatura da imagem,
apenas queremos capturar uma imagem de qualidade. Nossa preocupação
fundamenta-se em elaborar um relatório de qualidade.
No caso da Termografia Quantitativa, nosso objetivo agora não é mais a
qualidade da imagem térmica, mas sim poder extrair o máximo possível de
informações da imagem, sendo que foi aplicado anteriormente a termografia
qualitativa.
Portanto, siga como Regra geral em Termografia: Primeiramente devemos
aplicar a Termografia Qualitativa e posteriormente trabalhamos com a Termografia
Quantitativa.
Agindo sempre desta forma, obteremos excelentes resultados nos relatórios
finais de apresentação.

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6.10) Funções das Medições
Iremos agora definir algumas ferramentas importantes utilizadas na aplicação
da termografia Quantitativa. O que podemos utilizar para extrair o máximo de
informação possível de uma imagem térmica.

6.10.1) Spot ou Cursor

RG: 1  : 0 , 8 5 S C: F A S T 08/01/21
13:53:07

(100,0)
82, 0
75, 0

68, 0

a 61, 0
62,1 54, 0
0,90
47, 0

40, 0

33, 0
26, 0
(-20,0)

Figura 6.9
O curso poderá ser visto como mostra a figura 6.9. Através do Spot ou Cursor,
poderemos indicar a temperatura de vários locais de uma imagem térmica. Como é de
costume, não colocamos muitos cursores na imagem térmica que fará parte do
relatório, pois ficaria muito desorganizado em poderia haver erros na compreensão dos
valores. Portanto, seja o mais objetivo possível quando se quer indicar os pontos de
temperatura.
O Aluno poderá utilizar tanto o nome de SPOT quanto de CURSOR, ambos são
muitos aplicados na prática.
O cursor apresentado anteriormente nos mostra a Radiância, isto porque não
definimos ainda a emissividade o qual trabalharemos. Portanto, o que vimos no cursor
é uma radiação qualquer e não estamos comparando-a com nenhum corpo negro,
apenas fizemos a medição.

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6.10.2) Área

RG: 1  : 0 , 8 5 S C: F A S T 08/01/21
13:53:07

(100,0)
82, 0
75, 0

68, 0

A 61, 0

54, 0

47, 0

40, 0

33, 0

26, 0
(-20,0)

Figura 6.10
A esta área poderemos chamá-la também de Círculo ou Quadrado. É muito
comum desenharmos uma área sobre uma região de interesse no objeto que está
sendo analisado. Esta área poderá nos fornecer dados bastante importantes na hora de
elaborar o relatório. Tais dados pode ser Temperatura Máxima, Mínima e Média dentro
desta área. Podemos observar isto pela figura 6.10

6.10.3) Isotérmica
Uma função existente em quase todos os termovisores é o Isotérmico. Esta é
uma função extremamente importante e define exatamente o tamanho da área que
está sendo afetada pelo aquecimento.
Nesta função, definimos até 8 Bandas de isotérmico, ou seja, podemos definir a
banda 1 de 20 a 30 C, Banda 2 de 34 a 45 C, Banda 3 de 50 a 70 C e assim por
diante. Através das bandas definidas, a imagem ficará preenchida (colorida) apenas as
temperaturas que estiverem dentro destas bandas de Isotérmica.
RG: 1  : 0 , 8 5 SC: F A ST 08/01/21
13:53:07

(100,0)
82, 0
75, 0

68, 0

61, 0

54, 0

47, 0

40, 0

33, 0
26, 0
(-20,0)

Figura 6.11

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Podemos ajustar na câmera o seguinte: Definiremos apenas uma banda
Isotérmica com início em 60 C e termino em 80 C. O que irá acontecer? Ao iniciarmos
a inspeção ou edição de uma imagem térmica, irão aparecer em cores apenas as
superfícies do objeto que apresentar temperatura na faixa indicada. O que estiver fora
desta faixa, aparecerá na imagem em Preto e Branco. Vejamos a figura 6.11
Desta forma, nossa inspeção ou avaliação térmica possuirá uma ferramenta
extremamente importante e esclarecedora, a qual nos apontará com exatidão o foco
do aquecimento.
Esta função é muito utilizada em inspeção de Fornos, Caldeiras, refratários,
etc., onde devemos ter uma temperatura constante. Se ocorrer um desgaste do
material, haverá uma mudança na Emissividade e conseqüentemente alterará o valor
da temperatura.
Veja o aluno que sempre falaremos na Emissividade, pois ela é a principal
função quando tratamos do assunto de Termografia.

6.10.4) Delta ou Diferença de Temperatura


O Delta T nos permite ter a diferença de temperatura entre dois pontos.
Dependendo da câmera termográfica utilizada, o Delta T permite a diferença de uma
temperatura medida e um valor colocado pelo operador, tal como a temperatura
ambiente.
O Delta T pode ser representado pelo símbolo ∆. Esta operação utiliza geralmente
quando estamos construindo nosso relatório de termografia.

6.10.5) Perfil da Linha


Quando traçamos uma linha sobre a imagem térmica, temos condição de traçar um perfil
térmico ou de energia que passa através da linha. Conforme mostra a figura 6.12, incluímos uma
linha em nossa imagem térmica e ao lado representamos graficamente esta linha. Percebe-se
claramente que no ponto da linha que passa pelo ponto de aquecimento, no gráfico ao lado vê-se
um pico que ultrapassa os 80 C.

Figura 6.12

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Um caso bastante prático também se aplica inserir uma linha percorrendo um
cabo ou conexão e através do gráfico de perfil, representar esta linha na forma de
gráfico.
Vimos aqui 5 itens muitíssimos importantes quando falamos de termografia
quantitativa. O aluno deverá gravar estes 5 itens, pois sua aplicação no dia a dia em
inspeção termográfica é aplicadíssima.

6.11) Características de Correção da Imagem


Muitas vezes se faz necessário efetuar algumas correções tanto na hora da
inspeção térmica quanto após a gravação de uma imagem.
Mostraremos aqui as principais características que permitem efetuar a correção
da temperatura devido aos efeitos ambientais, temperatura de fundo, etc.
Abaixo estão numerados os itens de correção da Imagem:
 Emissividade
 Ambiente de Fundo
 Efeitos Atmosféricos (temperatura)
 Distância entre a Câmera e o Alvo
 Umidade Relativa do Ar
Podemos concluir que de todas estas características, a que mais influencia a
temperatura é a Emissividade e a Distância.
Nas câmeras modernas de hoje, quando se faz a correção destes parâmetros,
automaticamente a câmera utiliza um valor de compensação, que varia de 0 a 100%.
À medida que inserimos os valores de compensação de Temperatura atmosférica,
Umidade relativa e distância do objeto, o valor de compensação vai se alterando.
Este valor de compensação atua diretamente sobre o valor da Emissividade que
está sendo aplicada na inspeção. Por exemplo, Se estamos fazendo uma inspeção
térmica com uma Emissividade de 0,85 (85% Emissividade e 15% Refletividade), e
corrigimos o valor da distância de 1 metro para 20 metros, o valor de correção cairá de
1,00 para um valor próximo de 0,76.
Com isto, após este ajuste de correção, nossa emissividade aplicada agora será
de 76% de 0,85.

6.12) Determinando uma Emissividade


Como comentamos anteriormente, é muito importante que o aluno entenda
perfeitamente os conceitos de Emissividade, pois um termografista não conhecer
Emissividade é o mesmo que um Eletricista não conhecer corrente elétrica.
Dissemos também da importância na determinação correta da emissividade,
pois em muitos ou senão a maioria dos casos, a emissividade que informamos na
câmera termográfica, nem sempre é a correta.
Disso se faz necessário determinar a Emissividade correta, para que possamos
obter uma medição de temperatura mais precisa possível.
Para obter uma precisão na leitura de temperatura, determinamos a
emissividade através de 2 métodos:

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1) Utilizar um termo acoplador ou outro dispositivo de medição por contato.
2) Ter um objeto de emissividade conhecida (Fita Isolante Preta) sobre o objeto a
ser medido. A medição poderá ser feita utilizando um Spot (cursor), área ou
função Isotérmica.
Para o primeiro caso, descartaremos de imediato, pois trabalhamos com
equipamentos energizados, altas temperaturas, processos indústrias de alta fusão, etc.
Portanto se torna inviável utilizar dispositivos por contato para determinar uma
emissividade.
Trataremos aqui em especial do segundo caso, ou seja, utilizando uma fita
isolante como referencia para encontrarmos a emissividade de um objeto.

6.13) Teste de Emissividade


A seguir informaremos o procedimento para determinar a emissividade de um
objeto utilizando uma fita isolante e um Spot (cursor). Todos os passos a seguir devem
ser executados conforme informa, pois o resultado final de todo o processo depende de
cada passo executado.
1. Obtenha uma imagem Qualitativa. Assegure que as lentes estejam instaladas
ou que a imagem esteja preenchendo por completo o campo IFOV (veremos
mais a frente no curso) da câmera termográfica.
2. Ajuste os parâmetros do objeto. Isto inclui a temperatura de fundo e outros
parâmetros específicos do objeto e ambientes.
3. Aqueça a Amostra de Teste para uma temperatura que esteja bem próxima da
temperatura real do objeto. O objeto deverá estar no mínimo 20 Graus Celsius
acima da Temperatura Ambiente.
4. Ajuste a Emissividade para a Emissividade Conhecida (fita isolante) que está
sobre a amostra. No caso da fita isolante, colocamos o valor de Emissividade =
1,0.
5. Determine a temperatura do objeto. Neste momento, estamos com a fita
colocada sobre a amostra. Portanto, fazemos uma imagem focando a fita sobre
a amostra. Congele a imagem e utilizando o spot (cursor), movimente o mesmo
de forma que fique sobre a fita à qual já conhecemos sua emissividade. Desta
forma, obtenha o valor da temperatura.
6. Agora coloque o Spot sobre a amostra fora da fita isolante. Ajuste o valor de
Emissividade até que a temperatura conhecida seja atingida. Assim que
atingirmos o valor da temperatura conhecida, verificamos o valor de
Emissividade que parou. Agora sabemos perfeitamente a emissividade para o
objeto em particular e as condições da superfície.
7. Anote os valores de emissividade assim como o valor de temperatura que
aqueceu sua amostra. Inicie desta forma a criação de uma tabela particular de
Emissividade. Desta forma, com certeza seu trabalho será facilitado.

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De tudo que vimos até o momento, podemos tirar algumas conclusões a
respeito do teste de Emissividade. Desta forma, podemos estar fazendo uma só
pergunta: Por que todos não conseguem encontrar a mesma Emissividade?
1. Foram selecionadas diferentes regiões para o teste de emissividade;
2. Câmera diferente da outra. Ex: Comprimento de onda;
3. Ângulo de focagem da imagem;
4. Diferentes reflexões de fundo;
5. Tomada de Temperatura x Tempo de focagem.

Alem destas, podemos ficar aqui falando inúmeros outros fatores que
determinam um teste diferente do outro.

6.14) Ondas Longas – Ondas Curtas


Na figura 6.13 temos duas imagens térmicas representando a mesma imagem,
porém feita com duas câmeras térmicas diferentes. A primeira imagem foi feita com
um termovisor de comprimento de onda de 8 a 12 Micron e a segunda de 3 a 5 Micron.
Percebe a pequena diferença que existe entre as duas imagens. Podemos
observar que a imagem feita com a câmera de ondas curtas (3 a 5 Micron) é mais
sensível ao reflexo. Vimos na parte do isolador, um alto índice de reflexo solar.

8 – 12 Micron 3 – 5 Micron
Figura 6.13
Devido a isto, uma câmera de termografia de ondas curtas tem sua utilização
em áreas externas e durante o dia bastante prejudicado, sendo que as câmeras de
ondas longas (8 a 12 Micron) possuem este efeito reduzido.
É muito comum, nos dias de hoje, não se utilizar termovisores de ondas curtas
em inspeções externas e durante o dia, pois devido ao reflexo solar, se tornaria
inviável a coleta de imagens. Neste caso, a quantidade de reflexo prejudicaria em
muito a distinção entre um ponto quente e um reflexo e ainda o reflexo poderão
mascarar um ponto quente.
Uma câmera de ondas curtas possui uma estabilidade maior quanto à oscilação
brusca de temperatura. Já para as câmeras de ondas longas, uma pequena alteração
na temperatura já é detectada por esta.

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Abaixo iremos apresentar o comprimento de onda de alguns materiais:
 Vidro: 5 Micron
 Plástico: 3,43 Micron
 Chamas: 3,9 Micron
 CO2: 4,28 Micron

Desta forma podemos concluir que uma câmera termográfica de ondas curtas
poderá ver através do vidro e dependendo em alguns casos do plástico também.
Nas inspeções de fornos, devemos utilizar uma câmera de ondas curtas para
que a mesma consiga visualizar através das chamas, ou seja, 3,9 Micron. De forma
alguma utilizaríamos uma câmera de ondas longas na inspeção de fornos, pois não
conseguiríamos visualizar nada.

6.15) Transmissividade
A maioria dos objetos sólidos ou líquidos não deixa o Infravermelho passar. A
transmissividade estuda os objetos que deixam o infravermelho passar. A maioria dos
plásticos permite a transmissão de energia e quanto mais fino for o material, maior
será a transmissividade.

Figura 6.14
A energia emitida de um objeto deve ultrapassar um ambiente que consiste da
atmosfera e objetos adjacentes. O ambiente poderá adicionar ou subtrair a energia
emitida por um objeto. Fator no ambiente que poderá afetar a leitura de temperatura
inclui os gases, poeiras, misturas e Umidade.

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Para uma distância entre 10 e 15 metros a umidade não terá tanta influência na
transmissão atmosférica.

Figura 6.15
Como podemos ver na figura 6.15, para um comprimento de onda maior, a
transmissividade é constante, basicamente a partir de 8 Mícrons. Abaixo disto, há uma
oscilação muito grande e uma instabilidade generalizada.

6.16) Conceitos de Resolução Espacial


Como definição de Resolução Espacial, podemos definir como a Habilidade que
um Radiômetro possui em focar com precisão um objeto e medir temperatura de
pequenos objetos.
Pequenos objetos são definidos como um determinado tamanho, e procuramos
enquadrá-lo ao máximo possível na tela do termovisor. A definição de Resolução
Espacial responde a pergunta “Qual o Menor Ponto que Posso Focar e Medir e Qual a
Distância?”.
Na figura a seguir podemos visualizar todos os campos de visão. Desta forma
poderemos definir qual deles nos interessa numa inspeção termográfica.

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Figura 6.16
Na figura 6.16 temos as seguintes definições:
a) Campo de Visão FOV: O campo de Visão FOV é o campo de visão global que a
câmera termográfica consegue enxergar, porém ela não mostrará na tela.
b) Campo de Visão MFOV: O campo de Visão MFOV é o campo de Medição da
câmera termográfica, ou seja, tudo que aparece na tela do termovisor e que
possui um valor de temperatura foi captado pelo campo de medição MFOV.
c) Campo de Visão IFOV: O campo de Visão IFOV é o campo instantâneo de visão
da câmera e determina o menor objeto a ser detectado a uma determinada
distância. Portanto, quando estamos falando de resolução espacial, devemos
focar nosso objeto no campo IFOV, que irá determinar a resolução espacial da
câmera termográfica.
O Aluno já deve ter ouvido falar de Pixel (pontos por polegadas). Pois bem, a
imagem térmica formada na tela de nosso termovisor é formada por diversos pixels.
Os Equipamentos atuais possuem em suas especificações a resolução em Pixel,
determinada geralmente pelo número de pontos na vertical vezes o número de pontos
na horizontal. Como podemos visualizar na figura 6.17, a imagem é formada por
diversos pixels.

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Figura 6.17

Conforme dissemos anteriormente, nas especificações o aluno encontrará o


campo de medição IFOV desta forma: 640 (H) x 480 (V) Pixels. O campo MFOV é dado
em 27,0  (H) x 20,0  (V). Sendo que o H = Horizontal e V = Vertical.
O campo de Visão Instantâneo é descreve o tamanho do objeto detectável ou
visto pelo elemento detector.
Para se ter uma idéia, o campo de visão FOV da câmera apresentada
anteriormente é de 640 x 480 = 307200 Pixels. Para esta mesma câmera temos o
campo IFOV de apenas 1 Pixel, conforme mostramos na figura 6.18

Figura 6.18
Para o campo de Medição MFOV, consideremos a figura 6.19, mostrando
detalhadamente o Campo MFOV.

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Figura 6.19

Medições precisas de temperatura dependem completamente do campo de


visão e propriamente do Foco do objeto. Portanto, objetos maus focados apresentarão
desvios no valor de temperatura.

6.17) Visão do Campo de Medição


Quando trabalhamos com o Campo de Medição, estamos referindo à área do
Spot (Cursor), portanto, apresentamos nas figuras a seguir três modelos de Campo de
Medição em Relação ao cursor.

 Campo de Medição igual ao tamanho do Cursor:

Figura 6.21

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 Campo de Medição maior que o Cursor:

Figura 6.22

 Campo de Medição menor que o Cursor:

Figura 6.23

Temos três opções quando nosso objeto alvo é muito pequeno ou a distancia é
muito grande:
1. Mova-se mais próximo do objeto até que consiga focá-lo;
2. Use lentes de aproximação Telefotos;
3. Use uma combinação das opções acima.

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CAPÍTULO 07

APLICAÇÃO

ELÉTRICA

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7.1) Termografia Elétrica
A aplicação número Um da termografia é a aplicação elétrica. A razão é
bastante óbvia, pois todas as indústrias, processos, construções ou produtos
industrializados requerem energia elétrica para operar. O investimento num programa
infravermelho poderá ser pago rapidamente quando se descobre uma falha elétrica de
alta intensidade.
As inspeções elétricas podem ser feitas nas áreas de Geração, Transmissão,
Distribuição, Baixa Tensão e produtos eletrônicos.
Sabemos que um sistema elétrico não é 100% eficiente. O fluxo de corrente
através de um sistema elétrico irá gerar um pequeno aquecimento por causa da
resistência elétrica. Com o passar do tempo, os componentes e contatos do sistema
elétrico iniciará uma deterioração. Com isto, a resistência elétrica irá aumentar e com
este aumento, a temperatura irá subir. Este processo irá continuar até que seja
constatada uma eventual falha.
Flutuações ou alta carga, vibração, fadiga de metal, idade ou condições
operacionais de ambiente, tais como temperatura ambiente elevada, vento, poluição
química irão aumentar a velocidade de degradação e o número de falhas de um
sistema elétrico.

Figura 7.1

7.2) Padrões Elétricos


A seguir iremos identificar o que os padrões elétricos nos dizem, quanto ao tipo
de aquecimento que a câmera irá capturar.
Como vemos a seguir, temos um sistema trifásico que apresenta um
aquecimento devido à Emissividade e Refletividade.
No segundo caso, se mudarmos o ângulo de captura, esta deverá desaparecer.
Já no caso da Emissividade, mesmo que mudemos a posição da inspeção, esta deverá
permanecer com a mesma característica.

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Figura 7.2
Como vimos na figura anterior, é muito comum o aparecimento destas imagens
em campo.
A seguir veremos mais dois padrões elétricos, mostrando dois tipos diferentes
de aquecimento. É muito importante que o aluno saiba diferenciar os tipos de
aquecimento quanto à forma da apresentação. No primeiro caso abaixo, vimos que a
barra de apenas uma fase apresenta aquecimento por inteiro, ou seja, há um
desbalanceamento de fase, na qual pela barra de fase “R” passará uma corrente
maior. Neste caso não resolveria nenhum tipo de reaperto de conexões, mas
simplesmente uma correção de carga no Painel CCM.
Já no segundo caso abaixo, informa claramente um problema de conexão,
aonde uma limpeza e reaperto desta conexão irão resolver o problema.

Figura 7.3

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Abaixo mostramos alguns exemplos de imagens térmicas relacionadas com o
que acabamos de discutir anteriormente.

Figura 7.4

7.3) Relação entre Energia Elétrica e Energia Térmica


Para termos uma temperatura além da temperatura ambiente num sistema
elétrico, deve ter energia fluindo através do componente.
Condições abaixo do normal a resistência de um condutor e conexões são muito
baixas. Isto será considerado uma condição “Normal” encontrada pela câmera
termográfica.
A relação entre temperatura, resistência e carga elétrica não é linear. A
dissipação de uma anomalia térmica é proporcional a corrente elétrica e a resistência.
Considere a equação P = I2 R. Se a resistência R não alterar e a corrente
dobrar, o consumo irá aumentar em 4 vezes, aumentando a temperatura. Isto significa
um fluxo de corrente maior, temperatura maior no circuito analisado.
Inspeções elétricas devem ser feitas com equipamento em carga e que esta
carga seja no mínimo de 30%. Se o equipamento não está adequadamente com carga,
sugere que se atinja o nível de carga satisfatório. Isto, portanto pode não ser possível
em alguns casos.

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Sabemos agora que é importantíssimo termos carga suficiente no equipamento
que estamos inspecionando. Disto, indagamos, é importante anotar a carga de
qualquer anomalia térmica encontrada? Sim ou Não?
Certamente sim, pois como vemos na figura seguinte, primeiramente
mostramos uma conexão com baixa temperatura, cerca de 45 C, porém sua carga é
de apenas 15%. Na outra figura, temos a mesma conexão com 90 C com uma carga
de 45%.
Concluímos desta forma que se torna imprescindível a anotação da carga.
Considere novamente a equação P = I2 R. Se a resistência mudar e a corrente
permanecer a mesma, o consumo será novamente elevado, uma vez que aumentará a
temperatura do componente. Se ambos aumentam, saberemos como a temperatura
dos componentes elétricos aumenta e deteriora.
Os problemas mais comuns encontrados durante a termografia são anomalias
térmicas devido a conexões. É muito comum termos 75% das anomalias devido aos
problemas de conexões.
Geralmente as indústrias elétricas entendem que temperatura é um excelente
indicador da condição de operação de um equipamento e conseqüentemente
determinará o tempo de vida do componente.
Associações como a IEEE, ANSI, IEC e todos os fabricantes de câmeras utilizam
padrões para determinar a gravidade de um problema. Entenda que a vida útil dos
componentes elétricos irá reduzir drasticamente devido ao aumento da temperatura.
Abaixo temos uma tabela exemplificando o que acabamos de falar:

Limites de Temperatura ANSI / IEEE

Componente Temp. Acima Ambiente Temperatura Atual

Conexão Cobre 30 C 70 C

Conexões Cabo Isolado 45 C 85 C

Classe Isolação 90 (THHN) 50 C 90 C

Juntas de Conexão, etc. 85 C 125 C

Chaves Aéreas – Cobre 33 C 75 C

Juntas Mecânicas Cobre 43 C 90 C

Concluindo esta seção, quando possível faça a inspeção térmica com carga
superior a 30%, compare componentes de uma fase para outra, meça a temperatura
ambiente e compare com a fase. Se possível, faça a leitura de corrente de fase, caso
suspeite de carga. Acompanhe os pequenos aumentos de temperatura e entenda o
equipamento que esteja sendo analisado.
No mais, novamente frisamos aqui a questão da SEGURANÇA. Não toque nos
equipamentos energizados, não ultrapasse ou tente chegar próximo dos
equipamentos. Aproveite que possua uma câmera infravermelha e faça medições a

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distancia. Não abra painéis elétricos, solicitando sempre um acompanhante em todas
as inspeções.
Desta forma, acidentes serão evitados, pois um acidente desta natureza muitas
vezes deixa grandes seqüelas e até mesmo a perda da vida.

SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR

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CAPÍTULO 08

APLICAÇÃO

MECÂNICA

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8.1) Aplicações Mecânicas
As quatro principais causas de falha de um motor são:
1. Falha de Rolamento
2. Temperatura ambiente alta
3. Sobrecarga
4. Desalinhamento
Os motores trabalhando de uma forma irregular ou apresentando algum tipo de
problema aumentará a temperatura do enrolamento do motor e conseqüentemente
diminuirá a vida útil deste motor.
Como regra básica, determinamos que a cada 10 C de aumento da
temperatura interna do motor, sua vida útil reduzirá pela metade. Imagine um motor
que deveria trabalhar a 50 C e trabalha a 85 C. sua vida útil reduzirá drasticamente
devido a esta elevação de temperatura.
Também devemos levar em consideração as classes de isolação dos motores.
Estas classes estão representadas na figura seguinte e há uma relação das classes com
a temperatura de operação.

Figura 8.1

Na figura seguinte, mostramos um motor aquecido e sobre aquecido.

Figura 8.2

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Devemos salientar aqui que não devemos diagnosticar um motor apenas pela
termografia. Quando detectamos um aquecimento anormal, devemos utilizar outras
técnicas de preditiva para determinar exatamente a fonte do problema.
Uma técnica muito utilizada é a comparação entre equipamentos similares,
como podemos ver na próxima figura.

Figura 8.3
Para finalizar esta seção, apresentamos a seguir uma série de imagens térmicas
aplicadas em inspeções mecânicas.

Figura 8.4

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enfim chegamos até aqui. Temos absoluta certeza de que nosso objetivo fora
alcançado e convicto que a satisfação de dever cumprido é enorme.
Queremos mais uma vez cumprimentar o aluno por ter vencido mais esta etapa
em sua vida profissional. Certamente todo o conhecimento adquirido será de enorme
importância no dia a dia do aluno e estamos à inteira disposição para prosseguirmos
juntos nesta batalha.
Não queremos que nossa união termine por aqui, muito pelo contrário, que
sejamos parceiros profissionais em todos os âmbitos.
Qualquer dúvida que surja, seja na teoria ou prática, não se intimide e nos
procure para que sejamos o mais útil possível.
Também não poderíamos deixar de agradecer pela confiança depositada em
nosso trabalho.
Obrigado e Sucesso Sempre!

FIM

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