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Química

Professor: Fábio Grandis Lepri


Aluno: Celso Gomes Dias Junior

Relatório 2
Espectrofotometria de absorção molecular no Vis (VI) titulação fotométrica de Cu 2+
com EDTA.

Niterói
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................3
1.1 DESVANTAGENS E VANTAGENS DA TITULAÇÃO
ESPECTROFOTOMÉTRICA....................................................................................................6
1.1.1 Desvantagens..........................................................................................................6
1.1.2 Vantagens................................................................................................................6
2 OBJETIVOS..........................................................................................................7
3 MATERIAIS E REAGENTES..............................................................................8
3.1 MATERIAIS............................................................................................................8
3.2 REAGENTES..........................................................................................................8
4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...............................................................9
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................11
5.1 CÁLCULO DA CONCENTRAÇÃO DE CU2+ NO SUPOSTO PONTO DE
EQUIVALÊNCIA.....................................................................................................................14
5.2 CÁLCULO DA CONCENTRAÇÃO DE CU2+ NO SUPOSTO PONTO DE
EQUIVALÊNCIA.....................................................................................................................15
6 CONCLUSÃO.....................................................................................................17
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA....................................................................18
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1 INTRODUÇÃO

Os métodos espectrofotométricos são um conjunto técnica que se aplica para


determinação de compostos orgânicos e inorgânicos, também é utilizada quando se deseja
comparar a radiação absorvida ou transmitida por uma solução que contenha quantidade
desconhecida de soluto e quantidade conhecida da substância, utilizando para isso o
espectrofotômetro.
Quando uma radiação passa pela amostra, o detector faz a leitura da absorbância da
amostra, sendo possível determinar a curva de calibração do analito. Portanto, a curva de
calibração reproduz a função que descreve a resposta de um detector sobre uma faixa de
concentração, podendo ser usada para prever a concentração de uma amostra desconhecida.
Na titulação fotométrica, o objetivo é a detecção do PE (ponto de equivalência) com
maior exatidão possível. Deverá ser considerado quanto cada um, titulante, titulado (amostra)
e produto de reação contribui com a absorbância no comprimento de onda selecionado. Uma
curva de titulação fotométrica pode ser representada como um gráfico da absorbância em
função do volume de reagente (titulante) adicionado. Quando as substâncias absorventes
seguem a lei de Lambert-Beer, a curva de titulação poderá ser representada por duas linhas
retas que se interceptam no ponto de equivalência. A absorvância deve ser corrigida a cada
adição do titulante, pois segundo a Lei de Lambert-Beer, é proporcional à concentração das
espécies presentes e a adição do titulante provoca diluição do sistema. Essa correção é feita
através da seguinte equação.
A(corrigida) = A(medida)*(Vinicial da amostra+VEDTA)/Vinicial da amostra Eq 1
Percebam que: A(corrigida) > A(medida)

Uma das aplicações da titulação fotométrica é a titulação de metais com EDTA (ácido
etilenodiaminotetraacetico), essa solução apresenta como um agente quelante, que é capaz de
formar com íons metálicos, um complexo de alta estabilidade. Dessa maneira, pode-se
determinar cobre com EDTA, visto que o complexo Cu-EDTA absorve fortemente em
determinados comprimentos de onda.
Abaixo, observa-se uma figura que representa curvas de titulação fotométricas típicas.
Absortividades molares do analito titulado (amostra), do produto, e do titulante são εa, εp e εt,
respectivamente (Fig1). Tendo em vista que a absortividade molar relaciona-se com o quanto
uma substância absorve radiação eletromagnética em determinado comprimento de onda, na
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figura 1a, apenas o titulante absorve radiação; na figura 1b, a amostra e o titulante são
incolores e somente o produto absorve radiação; na figura 1c, a amostra que absorve radiação,
através de um titulante incolor, converte-se em um produto que não absorve radiação; nas
figuras 1e e 1f, o titulante o produto absorvem radiação exceto a amostra, o que muda da
figura 1e para a 1f é a intensidade dessa absorção: enquanto na primeira o titulante absorve
mais, na segunda é o produto.

Figura 1: Situações possíveis em titulações fotométricas. Fonte: Fonte: Fundamentos de Química


Analítica-Skoog.
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Ainda há a situação de titulação fotométrica em que há a presença de um indicador


que absorve radiação, pois nem a amostra e nem os titulante e produto a absorvem (Fig 2).

Figura 2: Situações possíveis em titulações


fotométricas. Disponível em:
http://professor.ufop.br/sites/default/files/mcoutrim/
files/qui_346_uvvis_4a_aula_2016-1.pdf
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1.1 DESVANTAGENS E VANTAGENS DA TITULAÇÃO


ESPECTROFOTOMÉTRICA

1.1.1 Desvantagens

• Necessidade haver variação na coloração das espécies envolvidas, ou de um indicador,


no ponto final;
• Podem existir substâncias na solução que absorvem no mesmo comprimento de onda
do analito. Embora a espectrofotometria UV-Vis seja um método consideravelmente
preciso e seletivo, há métodos mais precisos e seletivos do que a espectrofotometria
UV-Vis, por exemplo, HPLC (lembrando que todo os métodos têm suas vantagens e
desvantagens, cabe ao analista escolher qual o mais adequado para análise).

1.1.2 Vantagens

• Frequentemente fornecem resultados mais exatos que uma análise fotométrica direta,
pois os dados de várias medidas são empregados para determinar o ponto final;
• A precisão na localização da reta de titulação por meio das informações deduzidas
com base em diversos pontos, ou seja, apresenta melhor precisão do que se fosse feito
em apenas um ponto;
• A presença de substâncias que absorvem no mesmo comprimento de onda não
interfere necessariamente, porquanto somente a mudança de absorbância é
importante.
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2 OBJETIVOS

• Realizar a titulação fotométrica de Cu 2+ com EDTA.


• Determinar a concentração de cobre em uma solução da amostra pela titulação
espectrométrica com EDTA.
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3 MATERIAIS E REAGENTES

3.1 MATERIAIS

• Becker 150 ml;


• Bureta 10 ml;
• Agitador magnético
• Pipeta;
• Espectrofotômetro.

3.2 REAGENTES

• Solução de cobre II;


• Solução padrão de EDTA;
• Solução tampão de pH= 4.
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4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Transferiu-se 10 ml da solução amostra para o becker de 150 ml com a adição de


40 ml da solução tampão afim de manter o pH em torno 4,0 para que a espécie H2Y2- do
EDTA predomine na solução (Fig 3 e Fig 4). O seletor de comprimento de onda foi ajustado
para 680nm e foi acertado o zero. Encheu-se a cubeta com a solução da amostra, ajustando a
absorbância no zero. O conteúdo da cubeta foi retornada ao becker original.

Figura 3: Curva de distrubuição das espécies do EDTA. Disponível em: http://pt.slideshare.net/vanessawhitehawk/edta-36205196.


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Figura 4: Fórmula estrutural das espécies de EDTA neutra e a que predomina no pH 4,0 e as constantes de formação condicionais para o EDTA.
Figura do autor feita no software ChemDraw Ultra 12.0.

A titulação foi realizada adicionando o titulante através de uma bureta de 10 ml, sob
agitação magnética. Foi utilizado 0,5 ml de titulante e a cada adição, era retirado uma pequena
porção da solução que estava sendo titulada e medida a absorbância, retornando a solução ao
becker original, após a medida. Foi realizado esse procedimento até 10,00 ml de EDTA.
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O íon cobre precisa ser complexado com uma espécie absorvente para obter-se uma
análise da faixa do UV-visível, isso porque sua forma iônica não consegue absorver o visível.
Para se obter o ponto de equivalência, foi utilizado medidas espectrofotométricas. Foi
realizada a correção dos dados dos valores encontrados das absorbâncias, isso foi necessário
pela diluição da amostra. Usando para isso:
A(corrigida) = A(medida)*(Vinicial da amostra+VEDTA)/Vinicial da amostra Eq 1
Vinicial da amostra = 50mL
Então: A(corrigida) = A(medida)*(50+VEDTA)/50

Tabela
1: Tabela 1:Volumes de EDTA,absorbância encontrada e absorbância corrigida(pela equaçãoAcorrigida=Amedida*(50 +V)/50 . Tabela do autor feita no
LibreOfficer Calc do Linux (software análogo ao Excel do Windows).

Através dos dados da tabela (Tab 1) foi possível construir o gráfico Absorbância x
Volume de EDTA, e pode-se determinar o volume do ponto final da titulação, utilizando a
interseção das curvas de dois gráficos (Gráfico 1, Gráfico 2 e Gráfico 3).
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Gráfico 1: curva de titulação espectrofotométrica do complexo Cu-EDTA, absorvância x volume de EDTA (em azul) e absorvância corrigida x
volume de EDTA (em laranja). Gráfico do autor feito no LibreOfficer Calc do Linux (software análogo ao Excel do Windows).

Gráfico 2: Primeira Curva de calibração com os volumes de EDTA antes do Ponto de Equivalência. Gráfico do autor feito no LibreOfficer Calc do
Linux (software análogo ao Excel do Windows).
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Perceba que na primeira curva de calibração com os volumes antes do ponto de


equivalência (Gráfico 2) os dados estão alinhados em uma reta (Equação Afim), pois com a
regressão linear o seu R2 foi de aproximadamente 0,9990 e o seu R foi:
R = (0,9990)1/2
R ~ 0,9995

Gráfico
3: Segunda Curva de calibração com os volumes depois do Ponto de Equivalência. Gráfico do autor feito no LibreOfficer Calc do Linux (software
análogo ao Excel do Windows).

Ao se fazer a interseção das curvas obtém-se o suposto ponto de equivalência


Y1 = Y2 Eq 2
a1x + b1 = a2x + b2 Eq 3
Ou seja, sabendo os coeficentes angulares (a1, a2) e os coeficientes lineares (b1, b2) das
duas curvas torna-se possível achar o suposto ponto de equivalência:
a1x + b1 - b1 = a2x + b2 - b1
a1x = a2x + b2 - b1
a1x - a2x = a2x - a2x + b2 - b1
a1x - a2x = b2 - b1
x*(a1 – a2) = (b2 - b1)
x*(a1 – a2)/(a1 – a2) = (b2 - b1)/(a1 – a2)
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x = (b2 - b1)/(a1 – a2)

Como: a1 = 0,097780476190476; a2 = -0,000296242424242; b1 =


-0,003893333333333; b2 = 0,393703878787879 , então:
x = (b2 - b1)/(a1 – a2)
x = (0,393703878787879 - (-0,003893333333333)) / (0,097780476190476 - (-
0,000296242424242))
x = 4,06651914920058mL de EDTA
x ~ 4,067mL de EDTA
Esse é o suposto ponto de equivalência, porém, ao se olhar a segunda curva de
calibração com os volumes depois do ponto de equivalência (Gráfico 3) percebe-se que com a
regressão linear o seu R2 foi de aproximadamente 0,05151 e o seu R foi:
R = ( 0,05151)1/2
R ~ 0,227
Isso implica dizer que os dados da segunda curva de calibração não estão alinhados em
uma reta (Equação Afim). Com isso, o suposto ponto de equivalência está distante do ponto
de real. Abaixo, seguirão os cálculos da concentração de Cu2+ no suposto ponto de
equivalência e no ponto de equivalência real:

5.1 Cálculo da concentração de Cu2+ no suposto ponto de equivalência

Com esse valor é possível calcular a molaridade do cobre:


Cu2+ + H2Y2- ⇌ [Cu(Y)]2- + 2H+

No ponto de equivalência
n(Cu2+) = n(EDTA)
10mL*M = 4,06651914920058mL*0,1mol/L
10mL*M/10mL = (4,06651914920058mL*0,1mol/L)/10mL
M = (4,06651914920058mL * 0,1mol/L)/10mL
M = 4,06651914920058mol/L*0,01
M = 0,0406651914920058mol/L
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M ~ 0,04067mol/L de cobre II
fd = (50 + 4,06651914920058)/50
fd = 1,08133038298401
M = 0,0406651914920058mol/L*1,08133038298401
M = 0,043972507090169mol/L de Cobre II
M ~ 0,04397mol/L de Cobre II
Massa atômica do cobre II: 63,546 g/mol
1mol de Cobre II ---------> 63,546g de Cobre II
0,043972507090169mol de Cobre II ----> m
m = 2,79427693555187g de Cobre II
2,79427693555187g de Cobre II -------> 1L
1g ----------------------------------------------------> 1000mg
2,79427693555187g de Cobre II ---------------> C
C = 2794,27693555187mg
2794,27693555187mg ------------------> 1L
C ~ 2794mg/L de Cobre II ou C ~ 2794ppm de Cobre II

Porém, a cálculo acima foi feito em cima de dados cuja a regressão linear de umas das
retas de como resultado de coeficiente de correlação (R) menor do que 0,9900, portanto é um
valor duvidoso.

5.2 Cálculo da concentração de Cu2+ no suposto ponto de equivalência

Para o uso desse cálculo começa-se fazendo a média aritmética entre os volumes de
titulante (EDTA) em as absorvâncias começaram a apresentar pouca variação, ou seja, onde a
absortividade molar nesse ponto (presume-se que o ponto de equivalência esteja próximo da
média aritmética entre os volumes supracitados, ou até coincida com tal média) é igual a
zero, não absorvendo mais luz, sendo a absortividade do EDTA também zero, pois
todo o cobre foi consumido (Tab 1).
Média = (4,000mL + 4,500mL)/2
Média = 4,250mL
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No ponto de equivalência
n(Cu2+) = n(EDTA)
10mL*M = 4,250mL*0,1000mol/L
10mL*M/10mL = (4,250mL*0,1mol/L)/10mL
M = (4,250mL * 0,1mol/L)/10mL
M = 4,250mol/L*0,01
M = 0,04250mol/L
M = 0,04250mol/L de cobre II
fd = (50 + 4,250mL)/50
fd = 1,085
M = 0,04250mol/L*1,085
M = 0,0461125mol/L de Cobre II
M ~ 0,04611mol/L de Cobre II
Massa atômica do cobre II: 63,546 g/mol
1mol de Cobre II ---------> 63,546g de Cobre II
0,0461125mol de Cobre II ----> m
m = 2,930264925g de Cobre II
2,930264925g de Cobre II -------> 1L
1g -------------------------------------> 1000mg
2,930264925g de Cobre II ---------------> C
C = 2930,264925mg
2930,264925mg ------------------> 1L
C ~ 2930mg/L de Cobre II ou C ~ 2930ppm de Cobre II
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6 CONCLUSÃO

Foi possível determinar o ponto final da titulação através da titulação


fotométrica, observando que, com a interseção das curvas de calibração antes e depois do
ponto de equivalência extraído da tabela e dos gráficos plotados, supostamente, o ponto de
equivalência foi algo em torno de 4,067mL de EDTA e a concentração de cobre II neste ponto
foi de 0,04397mol/L (2794ppm); mas como a segunda curva de calibração apresentou o
coeficiente de correlação (R) muito abaixo de 0,9900 (0,2267) não deu muita confiabilidade a
tal ponto de equivalência obtido. Com isso, foi necessário fazer a média aritmética entre
4,000mL e 4,500mL, que foram os dois primeiros volumes de EDTA em que as absorvâncias
começaram a apresentar pouca variação. E essa média, que é o ponto de equivalência mais
próximo da idealidade, foi de 4,250mL. Com este ponto de equivalência, foi possível achar
um valor mais próximo da idealidade da concentração cobre II na amostra, 0,04611mol/L
(2930ppm). O ponto de equivalência oriundo da interseção entre as retas, 4,067mL, foi abaixo
do ponto de equivalência esperado, oriundo da média aritmética entre os dois primeiros
volumes cujas absorvâncias apresentaram uma certa constância e começaram a abaixar
vagarosamente, 4,250mL, podendo ser justificado pelos erros na medição ao considerar que o
espectrômetro estava variando em 2 a 3 casas decimais; e pela elevada diluição após o ponto
de equivalência, afetando assim os resultados do experimento.
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7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

• ABSORÇÃO FOTOQUÍMICA 3ª Parte (cont.). Disponível em:


<http://professor.ufop.br/sites/default/files/mcoutrim/files/qui_346_uvvis_4a_aula_20
16-1.pdf>. Acesso: 21/09/2023.
• Apostila de Análise Experimental UFF.
• Complexation Equilibria. Disponível em:
<http://pt.slideshare.net/vanessawhitehawk/edta-36205196>. Acesso: 23/09/2023.
• Cortes, Mônica Souza.., Ramos, Luiz Antônio., Éder Tadeu Gomes Cavalheiro.
TITULAÇÕES ESPECTROFOTOMÉTRICAS DE SISTEMAS ÁCIDO-BASE
UTILIZANDO EXTRATO DE FLORES CONTENDO ANTOCIANINAS. Quim.
Nova, Vol. 30, No. 4, 1014-1019, 2007.
• MATOS, Auxiliadora Costa. TITULOMETRIA DE COMPLEXAÇÃO. 1° semestre
2012. Disponível em: <https://www2.ufjf.br/nupis//files/2011/04/aula-7-Volumetria-
de-Complexa%c3%a7%c3%a3o-2012.2.pdf>. Acesso: 23/09/2023.
• PEREIRA, Airton Vicente., VALUS, Natalício., BELTRAME, Flávio Luís.,
GARRIDO Lúcia Helena. Determinação de ferro (III) em produtos farmacêuticos
por titulação fotométrica. Acta Scientiarum. Health Sciences [en linea]. 2011, 33(1),
65-70 [fecha de Consulta 21 de Setembro de 2023]. ISSN: 1679-9291. Disponível en:
<https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=307226628012>.
• SKOOG, HOLLER, NIEMAN, Princípios de Análise Instrumental, 5ª Edição, Editora
Bookman, São Paulo-SP, 2002.
• SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução
da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006.

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