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Identificação e

Quantificação de Cafeína
em Erva-Mate Utilizando a
Técnica de
Espectrofotometria de
Absorção Molecular no
UV-Vis
Rahel Camargo Sampaio
Thiago Bergamaschi Campos
Espectrofotometria de Absorção Molecular
UV-VIS: Desvendando a Luz e a Matéria
TEORIA UTILIZAÇÕES AMOSTRAS
Ela se baseia na ideia de que Identificar e quantificar a Ela pode ser aplicada a líquidos,
substâncias químicas têm a concentração de substâncias sólidos ou gases.
capacidade de absorver luz em específicas em uma amostra. Diversas substâncias orgânicas
certas faixas de comprimento de Estudar reações químicas, como e inorgânicas podem ser
onda na região UV (ultravioleta) e VIS a cinética de uma reação. estudadas. Pigmentos, ácidos
(visível). Quando a luz passa por uma Avaliar a pureza de uma nucleicos, proteínas, compostos
amostra, parte dela é absorvida substância. inorgânicos e muitos outros.
pelas moléculas presentes, e a Analisar amostras biológicas, Portanto, essa técnica oferece
intensidade da absorção está como proteínas e ácidos uma ampla gama de aplicações
relacionada à concentração da nucleicos. em diversas áreas da química e
substância e ao comprimento de da biologia.
onda da luz.
Cafeína na
Erva-Mate
Agora, concentremos nossa atenção na
erva-mate, uma planta notável por suas
propriedades e sabor característicos. A
cafeína, uma substância estimulante
amplamente conhecida, é um dos
principais componentes da erva-mate. A
quantidade de cafeína presente na erva-
mate pode variar significativamente, e
saber exatamente quanto de cafeína está
presente é de grande interesse para os
amantes dessa bebida e para a indústria.
Objetivos
Utilizar a espectrofotometria UV-VIS
para analisar a cafeína na erva-mate.
Entender a metodologia empregada,
desde o teste dos solventes até a
criação da curva de calibração.
Explorar o deslocamento batocrômico e
hipsocrômico e suas implicações.
Compreender o processo de extração da
cafeína e a purificação líquido-líquido.
Avaliar a linearidade da curva de
calibração e sua adequação.
Comparar os resultados obtidos com
dados da literatura.
MATERIAL E MÉTODOS
MATERIAIS UTILIZADOS

Espectrofotômetro UV-VIS. Balança Analítica Bico de Bunsen Espátula

Amostra de erva-mate. Padrões de cafeína

Solventes para extração Água (H2O) Diclorometano (CH2Cl2)

Suporte Universal Funil de Separação Pipeta Volumétrica Micropipeta

Vidrarias de medição Balões Volumétricos Béqueres Cubetas de quartzo

Vidrarias de Filtração Kitassato Funil de Buchner Papel Filtro


Teste dos Solventes
1. Preparamos uma solução padrão de cafeína com 500 mg
L⁻¹ usando diclorometano em um balão de 25 mL e
pesando 0,0123g de cafeína.
2. Realizamos uma diluição 100x, em duas etapas, usando
balões de 10 mL.
3. Preparamos outra solução padrão de cafeína com a
mesma concentração e procedendo com as mesmas
diluições, mas desta vez com água destilada.
4. Realizamos uma varredura espectral no
espectrofotômetro, começando de 240 a 270 nm variando
em 10 nm, seguido por uma varredura de 270 a 280 nm
variando em 2 nm e, finalmente, de 280 a 330 nm variando
em 10 nm.
Preparo das Amostras
1. Pesamos 3,014g da amostra de erva-mate e a misturamos
com 50 mL de água destilada, levando-a à ebulição por 10
minutos em um bico de Bunsen.
2. Após esfriar, filtramos a mistura usando kitassato e funil
de Buchner para separar sólidos da solução.
3. Transferimos o filtrado para um funil de separação e
realizamos duas extrações líquido-líquido com
diclorometano, usando volumes de 20 mL em cada etapa.
4. Combinamos as frações orgânicas resultantes, totalizando
aproximadamente 40 mL.
5. O material foi colocado em uma capela para a completa
evaporação do solvente diclorometano, para utilizar o
concentrado nas análises subsequentes
Preparo da Curva
de Calibração
1. A partir de uma solução de 500mg/L de cafeína pura e
diluímos 5x para obter uma solução de 100mg/L de
cafeína;
2. A partir dessa solução preparamos a curva de calibração
com diferentes concentrações que se dividiam em 5
pontos 5 mg/L 10 mg/L 15 mg/L 20 mg/L 25 mg/L.
3. Depois de fazer a leitura das cinco concentrações
traçamos os valores de absorção no gráfico.
Resultados e Discussões
Escolha do Solvente: Após um teste de
solventes, optamos por utilizar a água
como solvente devido à sua
praticidade de manuseio, apesar de
apresentar uma diferença de leitura
em relação ao diclorometano, que é
volátil e mais desafiador de utilizar.
Escolha do Comprimento de Onda:
Após testes em diversos
comprimentos de onda, escolhemos
272 nm como o comprimento de onda
mais adequado, uma vez que esse
valor proporcionou a maior absorção
durante o teste de solventes.
MÉTODO DE EXTRAÇÃO DA MÉTODO DE PURIFICAÇÃO USO DO DICLOROMETANO (DCM)
CAFEÍNA LÍQUIDO-LÍQUIDO COMO SOLVENTE EXTRATOR
Dissolvemos 3g de erva-mate em Adição de um solvente seletivo à A cafeína tem afinidade por
água destilada com aquecimento mistura, resultando em duas fases: solventes orgânicos apolares,
e depois a filtramos para obter uma aquosa e outra orgânica. como o DCM, devido à sua
uma solução. Recuperação do produto desejado polaridade.
Transferimos a solução para um de uma das fases. O DCM tem uma baixa
funil de separação, adicionamos Potencial reciclagem do solvente temperatura de ebulição,
20 mL de diclorometano e extrator. permitindo uma fácil remoção
repetimos esse procedimento do solvente da amostra,
duas vezes. preparando-a para a análise
Após a separação das fases, por espectrofotometria.
deixamos a solução reservada
para a evaporação do
diclorometano.
Ficou adequada e
linear.
Amostra diluída 10x:
0,570A
Substituindo na
equação do gráfico:
0,57 = 0,034C -
0,003
Concentração da
Amostra =
16,85 mg/L
Absorção de Cafeína e
Grupo Cromóforo
A cafeína absorve luz devido à presença de um grupo cromóforo em
sua estrutura, composto por anéis aromáticos conjugados com
átomos de carbono e nitrogênio. Quando exposta à luz UV-VIS, ocorre
uma excitação eletrônica, elevando os elétrons para níveis de energia
mais elevados. A energia absorvida é posteriormente liberada na
forma de fótons de luz, resultando na absorção de radiação. Essa
compreensão é essencial para a análise espectrofotométrica precisa
da cafeína, onde a escolha apropriada do solvente e do comprimento
de onda é crítica para otimizar a detecção da substância em
amostras. O grupo cromóforo e o processo de absorção de luz
desempenham um papel central na quantificação da cafeína em
diferentes amostras.
Comparando com a literatura
“As amostras comerciais apresentaram concentração superior às nativas, visto que seus
valores variaram de 4, 430 a 7, 210 mg/L.”
NESELLO, Mariana Ávila.ROSSATO, Marcelo. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE CAFEÍNA EM
AMOSTRAS DE ERVA-MATE NATIVAS E COMERCIALIZADAS NO RIO GRANDE DO SUL. 2009.
1p. Artigo – Instituto de Biotecnologia – UCS / 2009.
“As bebidas escolhidas foram o chá mate, o chimarrão e o tererê no qual todos possuem o
alcaloide, sendo a segunda opção apresentou maior concentração com 5,2129 mg de
cafeína.”
KAREM CAROLINE BONACIN. (2013).QUANTIFICACAO E EXTRAÇÃO DE CAFEINA EM BEBIDAS
DERIVADAS DO MATE ATRAVÉS DE
ESPECTROFOTOMETRIA.Fema.https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/101129035
5.pdf
Conclusão
A metodologia proposta é adequada para a determinação de cafeína em
bebidas e apresenta a vantagem de baixo custo, possibilitando que
pequenos laboratórios possam realizá-la. Apesar de que podem ter
ocorrido diversos erros no meio do processo. Chegamos em um resultado
de 16,86 mg/L de cafeína na erva-mate. Um valor relativamente mais alto
aos encontrados na literatura.

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