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Extração de Cafeína em Café e Chá utilizando Água Quente

como solvente.

Lorrane Thamires Olivio


Livia Azevedo
Nicolas Ablas Fernandes Ferreira
Renan Vasco Oliveira Santos

2º Módulo de Química Noturno


Prof.º Daniel Mantovani

Jundiai|SP
27 de novembro de 2023
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo explorar a cromatografia em papel como uma técnica
essencial na análise forense de substâncias. Serão abordados os princípios fundamentais da
cromatografia em papel, sua metodologia e os diversos casos de aplicação na resolução de
crimes. Serão discutidas suas vantagens, limitações e perspectivas futuras.

Introdução:
- A cafeína é uma substância química presente em diversas bebidas, como café e chá, e possui
efeitos estimulantes no sistema nervoso central. A extração da cafeína dessas bebidas pode ser
realizada utilizando diferentes métodos, sendo a cromatografia em papel uma técnica eficiente
e acessível. Neste TCC, será abordado o processo de extração da cafeína de café e chá por meio
da cromatografia em papel.

- A cromatografia de papel é uma técnica analítica que permite separar e identificar


componentes de uma mistura através da sua capacidade de se moverem em diferentes
velocidades em um meio poroso. Essa técnica é amplamente utilizada em diversas áreas da
química, biologia e farmacologia, e apresenta diversas vantagens, tais como:

1. Sensibilidade: a técnica é capaz de detectar quantidades muito pequenas de


compostos, o que a torna útil para análises quantitativas e qualitativas em amostras
biológicas e farmacêuticas.
2. Rapidez: a cromatografia de papel é uma técnica rápida que permite obter resultados
em poucos minutos ou horas, dependendo da complexidade da amostra.
3. Não destrutiva: a técnica não destrói a amostra, o que significa que ela pode ser
recuperada e usada em outras análises.
4. Versatilidade :é uma técnica que pode ser empregada para compostos orgânicos e
inorgânicos, sendo que as amostras podem estar nos estados líquido ou sólido, e
serem analitos iônicos ou covalentes.
5. Menor Tempo de Análise: A coluna deste equipamento possui alta eficiência e a vazão
da fase móvel a partir da coluna é rápida, portanto, é possível realizar separações em
poucos minutos ou até em poucas horas.
6. Resultados Quantitativos: É uma análise de fácil execução e grande precisão, os desvios
relativos dessa técnica são inferiores a 0,5%.

Por essas razões, a cromatografia de papel é uma técnica amplamente utilizada em


laboratórios de pesquisa e análises químicas, biológicas e farmacêuticas em todo o mundo.

Capítulo 1: Fundamentos da Cromatografia em Papel


- O princípio desse método envolve a cromatografia de partição ou cromatografia de adsorção.
Cromatografia de partição pois as substâncias são particionadas ou distribuídas entre as fases
líquidas, sendo que as duas fases são a água retida nos poros do papel de filtro e a outra fase é
uma fase móvel que passa através do papel.
Quando essa fase móvel se movimenta, a separação da mistura ocorre e os compostos da
mistura se separam com base nas diferenças de afinidade com os solventes das fases
estacionária e, móvel sob a ação capilar dos poros no papel. Nessa hora, ocorreu a
cromatografia de adsorção entre as fases sólida e líquida, em que a superfície sólida do papel é
a fase estacionária e, a fase líquida é a fase móvel.

- O papel usado na cromatografia consiste de celulose praticamente pura, em forma de papel


de filtro especial, que deve ser de elevada pureza e uniformidade. As várias qualidades de
papel se diferem em espessura e poder de aspiração de líquidos. Como fase estacionaria,
geralmente se utiliza a água (ou outro solvente como óleo de silicone, óleo de parafina,
derivados do petróleo, etc ) para embebedar o papel.

Para realizar o experimento, coloca-se a substancia num certo ponto do papel e, mergulha-se
esse ponto do papel no solvente. A separação se da durante a passagem da fase estacionaria e
a fase móvel em movimento no papel. Os componentes que tem capacidade de formar
ligações (ou pontes) de hidrogênio migram mais lentamente.

- O tipo de cromatografia em papel está baseado na maneira de como o cromatograma no


papel é desenvolvido, sendo que devido a isso, existem os seguintes procedimentos.

1 – Cromatografia em papel ascendente: Nesse tipo mais convencional, o solvente se move na


direção ascendente do papel, sendo que o reservatório de solvente fica na parte inferior do
copo.

2 – Cromatografia em Papel Descendente : Já nessa o reservatório do solvente fica no topo e, o


movimento do fluxo de solvente é devido à tração gravitacional e a ação capilar é descendente,
daí o seu nome.

3 – Cromatografia em papel ascendente – descendente: Nesta versão de cromatografia em


papel, o movimento do solvente ocorre em duas direções após um ponto específico.
Inicialmente, o solvente vai para cima do papel que é dobrado sobre uma haste e depois de
cruzar a haste continua com seu deslocamento na direção descendente.

4 – Cromatografia em papel radial ou circular : Nesse tipo de cromatografia, se pega um papel


de filtro circular e se faz um pequeno furo no centro dele. Depois se coloca o papel de filtro em
uma placa de Petri, que pode ser coloca em uma cuba circular para não sujar a mesa do
laboratório com solvente. Após isso, se coloca a amostra no centro do papel circular e
derramasse o solvente pela parte inferior da placa de Petri, que acaba sendo conduzido por
capilaridade até o centro do papel de filtro. No final dessa migração as substâncias vão estar
apresentadas como arcos em torno do centro.

Capítulo 2: Metodologia e Procedimentos


- A metodologia usada neste trabalho consiste em coletar café moído ou chá, realizar a
extração da cafeína utilizando água quente como solvente, filtrar a solução resultante, coletar
a solução filtrada, evaporar a água para obter a cafeína em sua forma sólida, pesar a cafeína
seca e calcular o teor de cafeína na amostra original.

Materiais necessários:
1. Café moído ou chá
2. Água filtrada
3. Filtro de papel (para café)
4. Funil
5. Recipiente para coletar a solução
Preparação das amostras:
- Pese uma quantidade conhecida de café moído ou chá. Anote o peso.
- Certifique-se de ter amostras diferentes para café e chá, se desejar comparar os resultados.
Extração da cafeína:
- Coloque o café moído no filtro de papel (ou coloque as folhas de chá no saquinho).
- Ferva água e despeje-a sobre o café moído ou as folhas de chá no filtro.
- Utilize uma proporção de 1g de café para cada 15-20ml de água.
- Certifique-se de usar água filtrada para evitar interferências na análise.

Filtração da solução:
- Deixe a água passar pelo café ou chá no filtro.
- A água quente irá extrair a cafeína e outros compostos solúveis presentes nas amostras.

Coleta da solução:
- Colete a solução que passou através do filtro em um recipiente limpo.
- Essa solução conterá a cafeína extraída.

Evaporação da água:
- Transfira a solução para um recipiente adequado para evaporação, como uma placa de Petri.
- Deixe a solução evaporar completamente em temperatura ambiente ou utilize uma estufa a
baixa temperatura.
- A evaporação irá remover a água e deixar a cafeína em sua forma sólida.

Pesagem da cafeína:
- Pese a cafeína seca obtida após a evaporação.
- Anote o peso.
Cálculo do teor de cafeína:
- Calcule o teor de cafeína na amostra original com base no peso inicial do café ou chá.
- Divida o peso da cafeína obtida pelo peso inicial da amostra e multiplique por 100 para obter
o teor em porcentagem.

Capítulo 3: Aplicações Práticas na Análise Forense


- Um caso real de utilização da cromatografia em papel é a análise de amostras de sangue em
pacientes com doenças hereditárias, como a anemia falciforme.A anemia falciforme é uma
doença genética que afeta a produção de hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte
de oxigênio no sangue. Como resultado, os glóbulos vermelhos do sangue se tornam rígidos e
assumem uma forma de foice, o que pode levar a complicações graves, como dores
musculares, úlceras nas pernas, infecções e danos aos órgãos.

Para diagnosticar a anemia falciforme, os médicos precisam analisar uma amostra de sangue
do paciente e determinar a presença de hemoglobina anormal. A cromatografia em papel é
uma técnica rápida e precisa para realizar essa análise. A amostra de sangue é aplicada em
uma tira de papel especial, que é então colocada em um recipiente com um solvente. A
hemoglobina se dissolve no solvente e se move através do papel, sendo separada de acordo
com sua solubilidade.

A hemoglobina anormal associada à anemia falciforme é chamada de hemoglobina S e pode


ser identificada pela sua posição específica na tira de papel. A cromatografia em papel é uma
técnica simples e de baixo custo para diagnosticar a anemia falciforme e outras doenças
hereditárias. Ela também é usada para analisar outras amostras biológicas, como urina, saliva e
líquido cefalorraquidiano, e para separar e purificar substâncias químicas em laboratórios de
pesquisa.

- Pode ser utilizada para dosar compostos em alimentos, no monitoramento de componentes


tóxicos no meio ambiente ou mesmo na indústria petroquímica. Na área farmacêutica a
cromatografia também tem vasto campo de utilização. Pode ser empregada para dosar
princípios ativos de drogas em medicamentos, isolar componentes medicinais de plantas,
auxiliar em estudos de farmacocinética, validar técnicas de identificação de agentes, entre
inúmeros outros usos.

- O termo ciência forense abrange profissões envolvidas na aplicação de ciências sociais e


físicas no sistema de justiça criminal. O cientista forense precisa esclarecer, com mínimos
detalhes, os fatos ocorridos no sistema criminal utilizando para isso técnicas especializadas
para se chegar a conclusões. Deste modo a análise de traços de substâncias exige métodos que
garantam um alto nível de confiabilidade, pois os resultados finais exercem influência direta
sobre o destino de um determinado indivíduo. As metodologias para identificação do consumo
de drogas ilícitas têm sido desenvolvidas com o auxilio da cromatografia associada a diferentes
técnicas espectrais, devido à possibilidade da utilização destas para identificação de pequenas
quantidades de inúmeras substâncias em diferentes matrizes. Exemplos de matrizes que
podem ser utilizadas na identificação de drogas de abuso são sangue, urina, fluidos orais,
cabelo e o mecônio, utilizado para monitoração do uso de drogas durante a gravidez.

Capítulo 4: Limitações
 - Instrumentação de Alto Custo
Este equipamento é de alto custo, se não existir uma alta demanda de análises, não
compensa o investimento para sua aquisição.
 Alto Custo de Operação
Há um alto custo para repor os consumíveis (fases móveis com alto grau de pureza,
fases estacionárias ou colunas, e materiais utilizados para o preparativo da amostra).
 Experiência de Manuseio
Por mais que seja um equipamento simples de ser manuseado, a funcionalidade da
cromatografia é muito complexa e exige que o operador tenha os conhecimentos
teóricos, mas também tenha vivência na prática antes de iniciar o manuseio. Isto
porque, o equipamento requer alguns ajustes muitos específicos, por exemplo, a fase
móvel irá depender das características químicas da sua amostra e da sua coluna; cada
amostra possui um método preparativo diferente; deve-se estudar o tipo de coluna a
ser utilizada, suas vantagens e limitações frente as substâncias químicas que deseja
separar, sua amostra e a fase móvel; além de outras questões mais complexas. Certos
problemas só serão possíveis aprender a resolver na prática.
 Análise Qualitativa
O uso individual da cromatografia não é recomendado para identificação de
substâncias químicas, já que a comparação do tempo de retenção não é um parâmetro
seguro para ser trabalhado. Entretanto, é comum, utilizar outras técnicas para
identificar e confirmar as identidades das substâncias, como: espectroscopia de
infravermelho, ressonância magnética nuclear, espectrometria de massas, entre
outros.

Conclusão:
- A cromatografia em papel é uma técnica de separação e identificação de substâncias químicas
de grande importância em diversas áreas, como química, bioquímica, farmacologia, medicina e
biologia molecular. Algumas das principais aplicações da cromatografia em papel incluem:

1. Identificação de substâncias desconhecidas: A cromatografia em papel é uma ferramenta


valiosa para identificar componentes desconhecidos em uma mistura. Ela permite separar os
componentes individualmente e analisá-los para determinar suas propriedades químicas e
físicas.

2. Diagnóstico médico: A cromatografia em papel é usada em medicina para diagnosticar


doenças, como a anemia falciforme. Ela permite identificar a presença de hemoglobina
anormal no sangue e, assim, confirmar o diagnóstico.

3. Controle de qualidade: A cromatografia em papel é utilizada na indústria para garantir a


qualidade dos produtos. Por exemplo, ela pode ser usada para determinar a pureza de um
produto farmacêutico ou de um produto químico.

4. Pesquisa científica: A cromatografia em papel é uma ferramenta importante na pesquisa


científica, permitindo separar e analisar substâncias em experimentos de química, bioquímica e
biologia molecular.

- Espera-se que este estudo contribua para o entendimento do processo de extração da cafeína
de café e chá utilizando a cromatografia em papel. Os resultados obtidos poderão fornecer
informações relevantes sobre a concentração de cafeína nessas bebidas, auxiliando na escolha
de produtos com menor teor dessa substância. Além disso, a técnica de cromatografia em
papel pode ser uma alternativa acessível para análises laboratoriais simples.

Referências Bibliográficas:
https://www.engquimicasantossp.com.br/2012/06/cromatografia-em-papel.html?m=1

http://laboratorioathena.com.br/saudeemdia/35683/eletroforese-de-hemoglobina-entenda-
como-e-a-coleta-do-sangue-e-para-que-serve-este-exame

https://kasvi.com.br/eletroforese-hemoglobina/

https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/67/o/Daniel_Goulart_1c.pdf?1349116580

https://www.iicweb.org/scientiachromatographica.com/files/v5n2a02.pdf

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