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TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS

Beatriz de Mesquita Lima, Barbara Rocha Fournier, Gilberto Alves Romeiro.

UFF- Universidade Federal Fluminense, Instituto de química, Departamento de Química Orgânica,


Outeiro de São João Batista, SN, Valonguinho, Centro, Niterói – CEP: 24020-141

E-mail: beatrizmesquita@id.uff.br

Resumo: O presente relatório aborda a respeito de técnicas cromatográficas, tais como:


Cromatografia em papel, CCD (cromatografia em camada delgada), coluna e preparatória. Sobre
técnicas experimentais usando cromatografia em papel e CCD utilizando sílica.

Palavras-chave: Cromatografia, fator de retenção, fase estacionária, fase móvel, adsorvente, eluente.

Abstract: This report deals with chromatographic techniques such as: paper chromatography, CCD
(thin layer chromatography), column and preparatory. About experimental techniques using paper
chromatography and CCD using sílica.

Keywords: Chromatography, retention fator, stationary phase, mobile phase, adsorbent, eluent

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Sumário:

Técnicas de Cromatografia

1- Introdução -------------------------------------------------------------------------------------- 3
2- Experimental ------------------------------------------------------------------------------------5
3- Resultados e Discussões ------------------------------------------------------------------------6
4- Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------7
5- Referências -------------------------------------------------------------------------------------7

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1 Introdução:

A cromatografia é um método específico físico-químico sobre separação. Está fundamentada na


migração diferencial dos componentes de tal mistura, que ocorre devido a diferentes interações,
entre duas fases imiscíveis, fase móvel e a fase estacionária. A fase móvel é quando o eluente é um
solvente puro ou uma mistura de solventes. Fases imiscíveis são quando apresentam duas fases bem
distintas. E fase estacionária é quando sólidos e líquidos estão quimicamente ligados. Quando
apresentamos o termo cromatografia, sabemos que foi empregado em 1906 e que sua utilização é
atribuída a um botânico russo, quando foi explícito ao descrever suas experiências na separação dos
componentes de extratos e folhas. Ao decorrer desse estudo, a passagem de éter de petróleo (fase
móvel) através de uma coluna de vidro preenchida com carbonato de cálcio (fase estacionária), à
qual se adicionou o extrato, levou para separação dos componentes em faixas coloridas. [1]

O processo cromatográfico consiste na partição dos componentes de uma mistura entre a fase móvel
e a fase estacionária. Na cromatografia líquida a fase estacionária é constituída de partículas sólidas
empacotadas em uma coluna, a qual é atravessada pela fase móvel. E o mecanismo de separação
neste tipo de cromatografia, ou mecanismo de distribuição como também é chamado, baseia-se nas
diferentes solubilidades que apresentam os componentes na fase móvel e estacionária. Então os
componentes mais solúveis na fase estacionária são seletivamente retidos por ela, enquanto os
menos solúveis são transportados mais rapidamente pela fase móvel. São as forças físicas e
químicas que atuam entre os solutos e as duas fases são responsáveis pela retenção dos solutos
sobre a coluna cromatográfica. A diferença na magnitude dessas forças que determina a resolução e,
portanto a separação dos solutos individuais. [2]

A análise qualitativa de uma substância realiza-se através da cor da mancha e de seu fator de retenção,
Rf, o fator de retenção. No modo algébrico, o fator de retenção é a razão entre a distância percorri da
pela mancha da substância pelo solvente, determinada através da expressão: Rf = da/ds

Os tipos de cromatografia podem ser classificados de quatro maneiras:

Quanto ao tipo de Sistema cromatográfico :


- Coluna: cromatografia líquida, gasosa e camada delgada.
- Planar: Centrifuga, em papel e camada delgada.

Quanto ao tipo de fase móvel:


- Cromatografia Gasosa; Cromatografia Gasosa de Alta Resolução;
- Cromatografia Líquida Clássica; Cromatografia Líquida de Alta Eficiência e
- Cromatografia Supercrítica

Quanto ao tipo de fase estacionária:


- Líquida
- Sólida
- Quimicamente ligadas

De acordo com o modo de separação:


- Por adsorção
- Por participação
- Por troca iônica
- Por afinidade

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1.1 Cromatografia em coluna

A cromatografia em coluna é a mais antiga técnica cromatográfica. É uma técnica para separação de
componentes entre duas fases, sólida e líquida, baseada na capacidade de adsorção e solubilidade.

O processo ocorre em uma coluna de vidro ou metal, geralmente, com uma torneira na parte
inferior. A coluna é preenchida com um adsorvente adequado que irá permitir o fluxo do solvente.

A mistura é então colocada na coluna com um eluente menos polar. É usado uma sequência
contínua de vários eluentes com o objetivo de aumentar a sua polaridade e consequentemente, o
poder de arraste de substâncias mais polares.

Assim, os diferentes componentes da mistura irão se mover em velocidades distintas, conforme a


afinidade com o adsorvente e eluente. Isso torna possível a separação dos componentes.

Figura 1: Cromatografia em coluna

1.2 Cromatografia planar

A cromatografia planar compreende a cromatografia em papel e a cromatografia em camada


delgada:

 Cromatografia em papel: é uma técnica para líquido-líquido, no qual um deles é


fixo a um suporte sólido. Recebe esse nome porque a separação e identificação dos
componentes da
mistura ocorre sobre a superfície de um papel filtro, sendo essa a fase estacionária.

 Cromatografia em camada delgada: consiste na separação dos componentes de


uma mistura por meio da migração diferencial sobre uma camada delgada de adsorvente
retido sobre uma superfície plana. As separações ocorrem através de interações
eletrostáticas e forças de Van Der Waals entre a fase estacionária (sólido) e os componentes
a separar da fase móvel (líquido ou gás). A natureza da fase estacionária pode ser muito
diversa, o mercado dispões de uma grande variedade de adsorventes que podem ser
adquiridos para a confecção de placas nos laboratórios, ou sob a forma de placas prontas,
nas quais os adsorventes são espalhados em várias espessuras (para a cromatografia
analítica ou preparativa). Dentre os mais usados estão a sílica (SiO2), a alumina (AL2O3), a
celulose e a poliamida. O fracionamento é essencialmente determinado por diferenças de
polaridade dos componentes na mistura. [3]
Adsorvente polar (ex: sílica ou alumina): terá afinidade por substâncias polares.
Portanto:
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 Substâncias apolares (ex: hidrocarbonetos – possuem apenas C e H): não terão afinidade
pelo adsorvente. Nessa maneira, não serão retidas, deslocando-se com a fase móvel.

 Substâncias polares (ex: substâncias aromáticas – possuem oxigênio na molécula): serão retidas
pela fase estacionária (adsorvente) polar, não se deslocando.

Figura 2: Cromatografia em papel

2 Experimental:
Inicialmente fizemos a técnica da cromatografia em papel. Para o início do procedimento,
cortou-se um pedaço de papel de 10x20 cm para ser utilizado como fase estacionária,
utilizamos um Becker de 500mL para servir de câmara de revelação. Com um lápis fizemos
uma linha distante 2cm da base do papel e 1 cm do final do papel. Utilizando uma caneta
esferográfica azul, foi desenhado um círculo com cerca de 4cm de distância da extremidade que
seria emergida no Becker, que é revestido de papel filtro e no fundo colocamos um pouco de
solvente que foi empregue no processo (hexano). O papel filtro, impregnando-se com o
solvente, de natureza volátil, mantém o recipiente saturado de vapores. A lâmina é introduzida,
apoiada verticalmente numa das paredes, de maneira a mergulhar no solvente. A mancha da mistura,
fica acima do nível do solvente, para evitar a dissolução das substâncias. Fechamos a cuba com uma
placa de vidro e observamos a cromatografia. O solvente começa a subir ao longo da placa, num
processo denominado eluição. Quando o solvente passa pela mistura na placa, os componentes químicos
são arrastados, de modo que a substância que possui maior afinidade com o solvente é deslocada com
uma velocidade maior. Antes do solvente atingir o topo da placa, esta é retirada e colocada para secar. 

Posteriormente, fizemos outro experimento com o objetivo de descobrir qual a composição de cada
amostra desconhecida, utilizando como parâmetro as amostras de: ácido acetilsalicílico, paracetamol, e
cafeína. Primeiramente escolhemos a fase móvel, fizemos o preparo colocando uma mistura de etanol e
diclorometano. Adicionamos as misturas as respectivas quantidades abaixo do composto
medicamentoso.

Medicamento Concentração Volume Volume


Do Medicamento Diclorometano Hexano

Paracetamol 500mg 5mL 5mL


Cafeína 500mg 5mL 5mL
Ácido acetilsalisílico 250mg 5mL 5mL

Tabela 1: proporções usadas no experimento


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Posteriormente aplicamos a solução na placa com a ajuda de um capilar e marcamos onde ocorreu
essa aplicação. Introduzimos o placa no Becker com o solvente escolhido, ainda colocamos um
papel filtro no Becker, visando facilitar a corrida das amostras e tampamos com o vidro de relógio.
Esperamos a fase móvel subir pela lâmina por capilaridade arrastando a amostra pela fase
estacionária e retiramos a lâmina antes que chegasse ao fim da mesma. Após a evaporação da fase
móvel, colocamos a lâmina sob luz ultravioleta para que houvesse a revelação da mancha que
indicava até onde a fase móvel levou a amostra. Com as medidas das distâncias percorrida pela fase
móvel de cada amostra, calculamos Rf referente a cada uma.

(Rf= distancia percorrida pela amostra / distância percorrida pela fase móvel).

Figura 3: Esquematização do cálculo de Rf

3 Resultados e Discussões:
Após a revelação, notou-se que o Paracetamol foi o que mais andou, seguido do ácido
acetilsalicílico e cafeína, respectivamente.

Teste de referencia:

AMOSTRA RF

Paracetamol 0,5
Ácido Acetilsalicílico 0,41
Cafeína 0,31

Tabela 2: teste Rf

Na cromatografia em papel observamos que após a imersão do papel no hexano, o solvente subiu
por capilaridade, que é a tendência de que os líquidos tem de subir em tubos capilares ou em
corpos porosos devido a tensão superficial. O líquido sobe até certa altura do papel, já que também
se leva em consideração a força da gravidade. Observamos que a caneta foi mudando variando
seus pigmentos quando entrou em contato com o solvente.

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4 Conclusão
A partir dos experimentos realizados na aula prática no laboratório de química, pudemos
entender e aprender a técnica de cromatografia de papel e CCD, ao realizar a aplicação prática da
mesma. Observamos que esta técnica é um método prático, seguro e eficiente tanto para isolar
uma determinada amostra, como para determinar e identificar os compostos da experiência, se
realizada corretamente. Foi possível observar as diferentes colorações, assim como descobrir um
composto medicamentoso a partir da comatografia. No experimento, foram obtidos os resultados
esperados e desejados e, ao final do mesmo, pudemos observar e identificar cada uma das
substâncias presentes, obtendo -se assim sucesso na realização da prática.

5 Referências
[1] Chromatography Today.International Labmate Limited. < Consultado em 21 de novembro de 19>

[2] COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L. e BONATO, P.S. Introdução a métodos cromatográficos. 5ª ed.
Campinas: Editora da Unicamp, 1993.

[3] ETT RE, L .S. Chromatography: the separation technique of the 20th century. Chromatography,
Wiesbaden, v. 51 2000

Cromatografia em camada delgada. UNESP, Disponível em


<http://www.cempeqc.iq.unesp.br/cromatografia/delgada.pdf. > Acesso em 26 de novembro.

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