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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DO MEDICAMENTO

CECÍLIA SAMPAIO MOURA


FILIPE DA SILVA CERQUEIRA
JOÃO VITOR NASCIMENTO DE OLIVEIRA
ROBERTA OLIVEIRA DE JESUS

RELATÓRIO DE PRÁTICA

Salvador, BA
2023
SUMÁRIO

PRÁTICA 1 - EXTRAÇÃO DE ÓLEOS FIXOS E POLISSACARÍDEOS ...................... 3

PRÁTICA 2- MÉTODOS EXTRATIVOS E CROMATOGRAFIA .................................. 6

PRÁTICA 3 - SCREENING QUÍMICO PARA COMPOSTOS FENÓLICOS .............. 12

PRÁTICA 5 - SCREENING QUÍMICO PARA COMPOSTOS FENÓLICOS .............. 22

PRÁTICA 6 - SCREENING QUÍMICO PARA ÓLEO VOLÁTIL ................................. 27

PRÁTICA 7- SCREENING QUÍMICO PARA SAPONINAS E CARDIOTÔNICOS..... 29

PRÁTICA 8 - SCREENING QUÍMICO PARA ALCALÓIDES..................................... 38

PRÁTICA 9 - SCREENING QUÍMICO PARA METILXANTINAS............................... 42


PRÁTICA 1 - EXTRAÇÃO DE ÓLEOS FIXOS E POLISSACARÍDEOS
RESULTADOS

1 - Obtenção do Óleo Fixo de Amendoim


Primeiramente, foi realizada a obtenção do óleo fixo de amendoim.
Teoricamente, a massa que seria utilizada era de 5g, mas na prática foi utilizado
5,027g de amendoim moído. Nesse aspecto, após a determinação da massa em uma
balança analítica, foram adicionados 50 mL de hexano no béquer com o amendoim.
A mistura foi agitada com o auxílio de um bastão de vidro e, em seguida, filtrada para
uma cápsula de porcelana com auxílio de um funil de cano curto e algodão. O solvente
foi evaporado por cerca de 50 minutos em chapa de aquecimento na capela, e o
resíduo resultante foi analisado para determinar a quantidade de óleo fixo presente na
amostra.

A confirmação do seu caráter de óleo fixo foi observada pelo simples


experimento de adicionar algumas gotas em uma folha. A sua permanência significa
o teste positivo para o óleo fixo.
2 - Extração de Pectinas

Nesse experimento, foi realizada a extração das pectinas presentes na casca


da laranja. O material foi cortado e adicionado na balança analitica – cerca de 6g -,
sendo posteriormente fervida com água por 10 minutos. Após esse período, houve a
filtração e a solução foi adicionada em um material de porcelana. A droga foi
adicionada em um Erlenmeyer e foi possível ver o precipitado.
DISCUSSÕES

O objetivo do primeiro experimento foi extrair e quantificar o óleo fixo presente


na droga vegetal de amendoim por meio da extração com solvente. O experimento
resultou em um resíduo de características correspondentes aos óleos fixos, indicando
a presença deste tipo de substância na droga vegetal de amendoim. A quantidade de
óleo fixo presente na amostra foi determinada por pesagem do resíduo, que totalizou.
A extração por solvente é uma técnica amplamente utilizada para a obtenção de óleos
fixos, pois permite a separação dos componentes lipofílicos da matriz vegetal. O
hexano foi escolhido como solvente neste experimento, pois apresenta boa
capacidade de solubilização de compostos lipídicos e é de baixo custo.
PRÁTICA 2- MÉTODOS EXTRATIVOS E CROMATOGRAFIA
RESULTADOS

1. Métodos de extração de drogas vegetais


O experimento sobre os métodos de extração de drogas vegetais realizado na
aula foi o de Maceração alcoólica. A maceração alcoólica é um processo que tem
como finalidade a extração de compostos de planetas ou outros materiais sólidos
utilizando solventes alcoólicos. Deste modo, o experimento se deu com a pesagem
de 1g de MPV e 20mL de solvente, sendo: para 20mL de Etanol foi pesado 1,012g de
Erva mate e para 20mL de Hexano foi pesado 1,005g. Levando esses dados
coletados, o cálculo de rendimento do método foi:
Para o etanol, obtivemos
0,5g —— 100mL
0,056g — X
X= 11,2%

Para o Hexano, obtivemos


0,5g —— 100mL
0,034g — X
X = 6,4%

2. Cromatografia em camada delgada


A cromatografia em camada delgada nada mais é que uma técnica amplamente
utilizada com a finalidade de separar misturas onde existem componentes com
diferenças químicas e físicas entre si. Deste modo, a mistura se separou devido às
suas afinidades pela fase estacionária e móvel, ou seja, a fase móvel usada no
experimento de “Métodos extrativos e cromatografia” foi a combinação de acetona,
Ac. Acético e etanol na proporção de 2:1:1, já a fase estacionária foi a Sílica gelG,
Azul de metileno como controle e solução padrão fast green/azul de metileno.

.
O experimento de cromatografia obteve como resultado a separação onde o
Eluente percorreu 6,5 cm e o Diluente 1,6 cm. Sendo assim, o fator de retenção
obtido nessa técnica foi: Rf = Ds/ Dm, onde Rf = 6,5 Cm/ 1,6 cm dando 4,062.

DISCUSSÕES

1. Métodos de extração de drogas vegetais

O rendimento resultante de uma extração é a quantidade extraída do composto


em função da quantidade total presente na amostra, desta forma, no experimento
realizado (maceração alcoólica) o rendimento obtido foi de 11,2% para o etanol e 6,8%
para o hexano. Deste modo, é possível notar que o etanol teve uma maior extração
do composto desejado em comparação ao hexano, ou seja, o resultado obtido mostra
que os compostos presentes na amostra (Erva mate) possuem uma maior solubilidade
no Etanol por conta desse solvente ser polar e por consequência acaba por dissolver
compostos polares. Tendo isso em vista, o rendimento obtido no experimento de
maceração alcoólica por ter influência de diversos fatores e a escolha do solvente
extrator ideal tem que considerar as propriedades dos compostos contidos na
amostra.

2. Cromatografia em camada delgada

No experimento de separação realizado, foi utilizado a cromatografia em


camada delgada onde a fase estacionária foi o fast free, a fase móvel a mistura
contendo Acetona, Ac. acético e etanol (proporção 2:1:1) e o controle o Azul de
metileno. A substância Fast free é um material poroso que tem a capacidade de reter
compostos contidos na amostra por meio da adsorção, isso ocorre por conta das
interações das forças intermoleculares entre o composto em questão e a Sílica gelG,
já a fase móvel tem a função de realizar o arraste dos compostos presentes na
amostra pela placa e assim realizar a separação devido a afinidade com a fase
estacionária.
A mistura utilizada é uma combinação amplamente utilizada na CCD por conta
de possuir uma gama de polaridade e possuir a capacidade de solubilizar muitos
compostos, sendo assim, o experimento foi possível notar a separação a olho nu e a
separação do fast free e o azul de metileno.

QUESTIONÁRIO

1. Defina cromatografia.
A Cromatografia é uma técnica de separação de misturas que se baseia na
distribuição diferencial dos componentes da amostra entre duas fases: uma fase
estacionária e uma fase móvel. A fase estacionária é um material que retém
seletivamente os componentes da amostra, enquanto a fase móvel é um líquido ou
gás que se move através da fase estacionária e carrega os componentes da amostra
em direção ao detector. À medida que a fase móvel se move através da fase
estacionária, os componentes da amostra se separam em bandas distintas devido às
diferenças em suas afinidades pela fase estacionária e pela fase móvel. As diferentes
técnicas de cromatografia (como cromatografia líquida, cromatografia gasosa,
cromatografia em camada fina, etc.) diferem principalmente na natureza das fases
utilizadas e no modo como são aplicadas para separar e detectar os componentes da
amostra.

2. Qual o princípio em que se baseia a cromatografia?


A cromatografia se baseia no princípio da distribuição diferencial dos componentes da
amostra entre duas fases: uma fase estacionária e uma fase móvel. Esse princípio é
baseado nas diferenças nas propriedades físicas e químicas dos componentes da
amostra, tais como polaridade, massa molecular, solubilidade, entre outros. Durante
a separação, os componentes da amostra interagem de forma diferente com a fase
estacionária e a fase móvel, resultando em diferentes tempos de retenção na fase
estacionária e em diferentes tempos de eluição na fase móvel. Essas diferenças
permitem que os componentes da amostra sejam separados e detectados
individualmente. Por meio da cromatografia, é possível obter informações qualitativas
e quantitativas sobre a composição de uma mistura complexa de compostos.

3. Na CCD o processo de separação fundamenta-se, principalmente, em que


fenômeno físico?
Na cromatografia em camada delgada (CCD), o processo de separação se
fundamenta principalmente no fenômeno físico da adsorção. A CCD é uma técnica de
cromatografia em que a fase estacionária é uma camada fina de material adsorvente
(como sílica gel ou celulose) revestida em uma placa de vidro ou plástico. A fase móvel
é um líquido que é adicionado à placa e se move através da camada de adsorvente
por capilaridade. Durante a separação, os componentes da amostra são separados
com base em sua afinidade relativa pela fase estacionária e pela fase móvel. Os
componentes mais adsorventes permanecem mais tempo na fase estacionária e se
movem mais lentamente, enquanto os componentes menos adsorventes se movem
mais rapidamente pela fase móvel. Essas diferenças resultam em uma separação dos
componentes em diferentes pontos ao longo da placa, permitindo sua identificação e
quantificação. A adsorção é o fenômeno pelo qual as moléculas são retidas em uma
superfície sólida por forças intermoleculares, como ligações de hidrogênio, interações
de Van der Waals e interações eletrostáticas. Na CCD, a adsorção é a principal força
que retém os componentes da amostra na fase estacionária, permitindo sua
separação.
4. Qual o adsorvente preferencialmente utilizado para a CCD? Porquê?
O adsorvente preferencialmente utilizado na CCD é a sílica gel, devido às suas
propriedades físicas e químicas que a tornam um excelente material adsorvente. A
sílica gel é um material poroso e amorfo composto principalmente de dióxido de silício.
Sua superfície é altamente polar e apresenta grupos silanol (-SiOH) que interagem
fortemente com moléculas polares ou ionizadas, permitindo a separação de
compostos polares e polares moderados. Além disso, a sílica gel é quimicamente
inerte, não reage com a maioria dos compostos, e é facilmente disponível em várias
granulometrias, tornando-a uma escolha popular para a CCD. Outras vantagens da
sílica gel incluem a alta capacidade de carga, o que permite o processamento de
grandes quantidades de amostra, e a baixa formação de coluna, que permite a
separação de compostos com alta eficiência.

5. Como se calcula o Fator de Retenção –Rf?


O fator de retenção (Rf) é um parâmetro usado na cromatografia em camada delgada
para descrever a retenção relativa de um componente da amostra na fase estacionária
(adsorvente). O Rf é calculado como a razão entre a distância percorrida pelo soluto
(mancha) e a distância percorrida pela fase móvel (solvente) a partir da linha de
aplicação.
PRÁTICA 3 - SCREENING QUÍMICO PARA COMPOSTOS FENÓLICOS
Resultados e Discussão

Flavonoides

— Extração:

Inicialmente, realizamos a extração, em que pesamos 2.018g da droga vegetal


(casca de laranja) e adicionamos 15 mL de etOH 70% e deixamos no aquecimento
brando durante 15 minutos.

● A prática realizada foi das reações de identificação:

— Reação com hidróxidos alcalinos - atribuída aos hidroxílicos fenólicos

Separamos em 2 tubos de ensaio, 2 mL do extrato etanólico da casca da


laranja. Em um dos tubos adicionamos 0,5 mL de solução de NaOH 1 N (1 M).

E comparamos a coloração obtida com o extrato no 2° tubo, que está com a


substância original, imagem a baixo
Da direita para a esquerda: Tubo 1 (Com reagente) e Tubo 2.

Reação positiva: a solução básica do 1º tubo adquire coloração amarelada mais


intensa.

— Reação de Shinoda - relacionada com o núcleo cromona característico dos


flavonoides.

Em um tubo de ensaio, colocamos 3 mL do extrato alcoólico, e fragmentos de


magnésio, após isso adicionamos 1 mL de HCl concentrado lentamente.

Reação positiva: Aparecimento de coloração variando de rósea avermelhado.

Obs: Ambas deram como o esperado, porém a reação de shinoda demora


algum tempo até começar a ficar vermelha então não conseguimos ver na prática por
conta do curto tempo.
— Reação com AlCl3 - formação de complexos com sais metálicos:

Umedecemos áreas diferentes de um papel de filtro com o extrato etanólico.


Colocamos sobre uma das regiões umedecidas uma gota de solução de cloreto de
alumínio 5%. Comparar a fluorescência na região de contato do extrato com o reativo,
bem como a mudança para coloração amarelo-esverdeada.

Método de análise Resultado

Shinoda Positivo
Flavonoides
NaOH Positivo

AlCl3 Positivo
QUESTIONÁRIO

1. Por que na extração dos heterosídeos utilizamos soluções hidroalcoólicas?

As soluções hidroalcoólicas são utilizadas na extração de heterosídeos porque


combinam água e álcool, permitindo dissolver uma ampla gama de compostos
orgânicos presentes nas plantas. O álcool dissolve os heterosídeos lipossolúveis,
enquanto a água extrai os heterosídeos hidrossolúveis, resultando em uma extração
mais eficiente. Além disso, as soluções hidroalcoólicas ajudam a preservar a
estabilidade dos heterosídeos durante o processo de extração.

2. Fervendo-se um extrato hidroalcoólico de heterosídeos com um ácido, o que


obteremos?

Fervendo um extrato hidroalcoólico de heterosídeos com um ácido, é provável que


ocorra uma reação de hidrólise dos heterosídeos. A hidrólise é uma reação química
em que uma substância é decomposta pela adição de água.

Os heterosídeos são compostos que consistem em um açúcar ligado a uma parte não
açucarada, chamada aglicona, que geralmente possui propriedades farmacológicas.
A hidrólise dos heterosídeos ocorre pela quebra da ligação entre o açúcar e a aglicona,
resultando na separação desses componentes.

A adição de um ácido durante o processo de fervura promove a hidrólise dos


heterosídeos. O ácido atua como um catalisador, acelerando a reação de quebra da
ligação. Como resultado, obteremos produtos de hidrólise, ou seja, os açúcares e as
agliconas separados.

É importante ressaltar que o resultado específico da hidrólise dependerá do tipo de


heterosídeo presente no extrato, bem como das condições exatas da reação, como o
tipo e concentração do ácido, temperatura e tempo de fervura. Esses fatores podem
afetar a natureza e a quantidade dos produtos obtidos.

3. Qual o núcleo fundamental dos flavonoides?

O núcleo fundamental dos flavonoides é chamado de "estrutura de flavona" ou


"esqueleto de flavonóide". Ele consiste em três anéis aromáticos (A, B e C)
conectados por ligações duplas de carbono e um anel heterocíclico de oxigênio. Essa
estrutura básica de 15 átomos de carbono pode ter várias substituições. Os
flavonoides são compostos bioativos encontrados em plantas, com propriedades
antioxidantes e benefícios para a saúde humana.

4. Escreva e explique a reação de Shinoda.

A reação de Shinoda, também conhecida como teste de Shinoda, é um teste químico


utilizado para identificar a presença de flavonoides em uma substância. Essa reação
é baseada na reação de oxidação dos flavonoides por reagentes oxidantes, resultando
na formação de pigmentos coloridos.

O teste de Shinoda utiliza um reagente contendo um metal como o magnésio em pó,


zinco ou alumínio, juntamente com um ácido diluído, como ácido clorídrico. O extrato
ou substância a ser testada é adicionado a essa mistura reagente.

A reação ocorre da seguinte forma: os flavonoides presentes na substância sofrem


oxidação pelos metais presentes no reagente, resultando na formação de compostos
oxidados coloridos. Esses compostos são responsáveis pela mudança de cor
observada durante o teste.

Se a substância contiver flavonoides, uma mudança de cor ocorrerá, geralmente em


tons de vermelho, rosa, violeta ou azul. A intensidade e a cor exata da mudança
podem variar dependendo do tipo específico de flavonoide presente.

A reação de Shinoda é um teste simples e rápido que pode ser usado como um
método preliminar para detectar a presença de flavonoides em substâncias, como
extratos de plantas. No entanto, é importante ressaltar que o teste de Shinoda não
fornece informações detalhadas sobre a estrutura ou identidade específica dos
flavonoides presentes, sendo apenas um indicativo da presença desses compostos.

5. Para a detecção da presença de flavonoides foram utilizadas cascas de


laranja. Qual o princípio ativo desta droga?

As cascas de laranja contêm vários compostos bioativos, incluindo os flavonóides. Os


flavonóides são considerados os principais princípios ativos presentes nas cascas de
laranja. Esses compostos pertencem à classe dos flavonoides cítricos, que são
característicos das frutas cítricas, como laranjas, limões e toranjas.

Os flavonoides cítricos encontrados nas cascas de laranja incluem flavanonas, como


a hesperidina e a naringina, além de flavonas, como a diosmina e a diosmetina. Esses
flavonóides possuem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas
e anti cancerígenas.

A hesperidina, em particular, é um dos principais flavonóides encontrados nas cascas


de laranja e tem sido amplamente estudada por seus benefícios potenciais à saúde.
Ela é conhecida por sua atividade antioxidante e seus efeitos na melhoria da saúde
vascular e redução do risco de doenças cardiovasculares.

Além dos flavonoides, as cascas de laranja também contêm outras substâncias ativas,
como óleos essenciais ricos em limoneno e outros terpenos, que contribuem para o
aroma característico da laranja.

É importante ressaltar que a presença e a concentração dos princípios ativos podem


variar dependendo da variedade da laranja, do estágio de maturação, das condições
de cultivo e do processo de preparação das cascas de laranja.

Cumarinas

Pesamos 3,009g de droga e adicionamos 20 mL de metanol (MeOH), em


seguida a amostra foi coberta com vidro de relógio e levada ao aquecimento por 10
minutos a 50°C.

Após a extração foi filtrado com funil e algodão para um béquer. Em seguida,
colocamos duas gotas do extrato no papel filtro, em lados opostos. Em uma das gotas
do papel filtro adicionamos 2 gotas de NaOH 1M; resultado observado em à luz UV
(365nm) a fluorescência:

REAÇÃO POSITIVA: Fluorescência azul-esverdeada.

Antocianinas

Foi pesado 2,0 g da droga, em seguida adicionado 20 mL de água destilada e levado


ao aquecimento para deixar em ebulição por 5 min. Depois de filtrado foi separado 3
mL do extrato em 2 tubos de ensaio. O extrato aquoso, aquele com pH
aproximadamente neutro.
Para obter o pH ácido, foi adicionado 3 a 4 gotas de HCl ao extrato contido em
um dos tubos.

Foi observado a coloração desenvolvida nos diferentes tubos.

Resultado: as soluções adquirirão cores de acordo com o quadro a seguir:

Resultado: pH ácido.
QUESTIONÁRIO

1. Qual o núcleo fundamental das antocianinas?

O núcleo fundamental das antocianinas é conhecido como "estrutura de


antocianidina". As antocianinas são um tipo de pigmento vegetal pertencente à classe
dos flavonoides, especificamente dos flavonoides glicosilados. Essas estruturas são
responsáveis pelas cores vibrantes encontradas em muitas frutas, flores e folhas de
plantas.

A estrutura de antocianina é composta por um núcleo de flavan-3,4-diol, que consiste


em dois anéis aromáticos (A e B) conectados por três ligações de carbono duplas (C2-
C3, C4-C5 e C2-C1).

A cor das antocianinas é influenciada por vários fatores, como o grau de hidroxilação
e metoxilação dos anéis aromáticos, bem como a presença de grupos glicosilados.
Essas variações estruturais determinam as diferentes cores, incluindo vermelho, roxo,
azul e suas nuances.

As antocianinas são solúveis em água e estão presentes em muitos alimentos, como


frutas vermelhas (morangos, framboesas), uvas, amoras, cerejas, além de vegetais
como beterraba e repolho roxo. Estes pigmentos têm propriedades antioxidantes e
podem oferecer benefícios para a saúde humana, como a proteção contra o estresse
oxidativo e o auxílio na prevenção de doenças crônicas.

2. Quais modificações estruturais ocorrem nas antocianinas frente aos


diferentes pH. Represente as estruturas.

As antocianinas podem sofrer diferentes modificações estruturais em resposta às


variações de pH. Essas modificações afetam a cor das antocianinas, resultando em
mudanças de tonalidade.

Em um ambiente ácido, com baixo pH, as antocianinas assumem uma forma chamada
de forma flavylium ou cátion flavylium. Nessa forma, o anel C da estrutura de
antocianidina é protonado, ou seja, recebe um íon H+ (próton). Essa modificação
estrutural resulta em uma cor vermelha brilhante.
No entanto, em um ambiente mais alcalino, com alto pH, as antocianinas podem sofrer
outras modificações estruturais. Elas podem sofrer descarboxilação, perda de um
grupo carboxila (-COOH), e se transformar em formas chamadas de quinonas. Essas
formas são responsáveis pelas cores azul e violeta.

Aqui estão as representações estruturais simplificadas das antocianinas nos


diferentes pHs:
PRÁTICA 5 - SCREENING QUÍMICO PARA COMPOSTOS FENÓLICOS

RESULTADOS

Primeiramente, foi realizada a extração dos taninos. A droga foi de Sulfato de


Quina, da Espinheira Santa. Em um Erlenmeyer de 125mL, foi pesado 1g da droga.
Posteriormente, foi adicionado 30mL de água destilada e foi aquecido por 15 minutos.
Foi adicionado um pouco a mais de água destilada para manter o volume inicial. Após
o período de aquecimento, houve a filtração para retirar as grandes partículas. Após
todo o processo de extração, iniciou-se as reações para a identificação dos taninos.

O primeiro teste foi a reação com sais de ferro. Foi adicionado em um tubo de
ensaio 1mL do extrato aquoso, 5mL de água destilada e 5 gotas de FeCl3. Foi possível
observar precipitação e a alteração da coloração verde, indicando que há taninos
condensados ou catéquicos. O segundo teste foi a reação com acetato de chumbo.
Em um tubo de ensaio foi adicionado 2mL do extrato aquoso e 5 gotas de acetato de
chumbo 100%. O resultado foi positivo, uma vez que foi possível observar a presença
do precipitado.

O terceiro teste realizado foi a reação com alcaloides. Em um tubo de ensaio


foi adicionado 2mL do extrato aquoso e 5 gotas de sulfato de quinina 0,1%. O
resultado não foi satisfatório, pois o reagente estava com problemas. Em seguida, foi
feita a reação com gelatina. Foi adicionado em um tubo de ensaio 2mL do extrato
aquoso e 1 gota de HCl 10% e 10 gotas de gelatina 0,5%. O resultado foi positivo,
uma vez que foi possível observar a presença do precipitado. Por fim, foi realizada a
reação com acetato de cobre. Foi adicionado em um tubo de ensaio 2mL do extrato
aquoso e 5 gotas de acetato de cobre 2%. O resultado foi positivo, uma vez que foi
possível observar a presença do precipitado.
DISCUSSÕES

A análise de screening químico para compostos fenólicos, especificamente


taninos, foi conduzida utilizando a droga Sulfato de Quina da Espinheira Santa. O
procedimento consistiu na extração dos taninos da droga, seguida de uma série de
testes químicos para identificar a presença desses compostos. Vamos discutir os
resultados obtidos em cada teste:

1. Reação com sais de ferro: A adição de FeCl3 ao extrato aquoso resultou em


precipitação e alteração da coloração para verde, indicando a presença de
taninos condensados ou catéquicos. Essa reação é comumente utilizada para
detectar a presença de taninos.
2. Reação com acetato de chumbo: A adição de acetato de chumbo ao extrato
aquoso resultou na formação de precipitado, confirmando a presença de
taninos. O acetato de chumbo é conhecido por reagir com taninos e formar
complexos insolúveis.
3. Reação com alcaloides: Infelizmente, o teste com sulfato de quinina 0,1%
apresentou problemas e não obteve um resultado satisfatório. É importante
mencionar que os taninos e os alcaloides são compostos distintos, mas é
comum realizar testes conjuntos para identificar a presença de ambos.
4. Reação com gelatina: A adição de HCl e gelatina ao extrato aquoso resultou
na formação de precipitado, indicando a presença de taninos. A reação com
gelatina é amplamente utilizada como um teste qualitativo para detecção de
taninos, pois eles têm a capacidade de precipitar proteínas como a gelatina.
5. Reação com acetato de cobre: A adição de acetato de cobre ao extrato
aquoso resultou na formação de precipitado, confirmando a presença de
taninos. O acetato de cobre é comumente usado para testar a presença de
taninos em soluções aquosas.

Com base nos resultados obtidos nos testes químicos, pode-se concluir que o
extrato aquoso da droga Sulfato de Quina da Espinheira Santa contém taninos. Essa
informação é relevante na farmacognosia, pois os taninos possuem propriedades
farmacológicas que podem contribuir para os efeitos terapêuticos da droga, como
suas propriedades adstringentes, antioxidantes e anti-inflamatórias.

QUESTIONÁRIO

1. Relacione 05 (cinco) propriedades gerais dos taninos.

Adstringência: Os taninos têm a capacidade de precipitar proteínas, formando


complexos insolúveis. Essa propriedade é frequentemente usada na produção de
vinhos para adicionar estrutura e sensação de boca aos vinhos tintos.

Solubilidade em água: Os taninos têm a capacidade de se solubilizar em água. No


entanto, sua solubilidade pode variar dependendo da estrutura química específica do
tanino. Alguns taninos são solúveis em água, enquanto outros são solúveis apenas
em solventes orgânicos, como álcool ou acetona.

Coloração: Os taninos podem contribuir para a coloração de substâncias, como a


adstringência que ocorre ao descascar uma maçã e a coloração amarelada ou
acastanhada em chás ou vinhos envelhecidos. Essa coloração é o resultado da
formação de complexos entre os taninos e outras substâncias presentes, como
antocianinas e polifenóis.

Capacidade de ligação a proteínas: Os taninos têm a capacidade de se ligar a


proteínas. Isso pode afetar a digestibilidade de alimentos vegetais, pois a ligação dos
taninos às proteínas pode diminuir a disponibilidade de aminoácidos para absorção
pelo organismo.
Atividade antioxidante: Muitos taninos exibem atividade antioxidante, o que significa
que eles têm a capacidade de neutralizar os radicais livres e proteger as células contra
danos oxidativos. Essa propriedade antioxidante dos taninos tem sido associada a
vários benefícios para a saúde, incluindo a prevenção de doenças cardíacas, câncer
e inflamação.

2. Caracterize a droga ensaiada – Hamamelis - relacionando espécie, gênero,


família, parte usada, princípio ativo.

A droga ensaiada "Hamamelis" refere-se à planta Hamamelis virginiana, também


conhecida como Hamamélis-da-virgínia ou Hamamélis comum. Aqui estão as
características relacionadas à espécie, gênero, família, parte usada e princípio ativo:

Espécie: Hamamelis virginiana é a espécie mais comumente utilizada para fins


medicinais.

Gênero: Hamamelis é o gênero botânico ao qual pertence a espécie Hamamelis


virginiana.

Família: Hamamelis virginiana pertence à família das Hamamelidaceae.

Parte Usada: A parte da planta utilizada para fins medicinais é principalmente a casca
do caule, embora algumas preparações também possam incluir as folhas e as raízes.

Princípio Ativo: A principal substância ativa encontrada na Hamamelis virginiana são


os taninos. Os taninos são compostos polifenólicos que conferem propriedades
adstringentes e anti-inflamatórias à planta. Além dos taninos, também são
encontrados flavonoides, ácidos fenólicos e outros compostos bioativos.

A Hamamelis é conhecida por suas propriedades medicinais, especialmente na área


da dermatologia e cuidados com a pele. Suas propriedades adstringentes e anti-
inflamatórias tornam-na útil no tratamento de problemas de pele, como irritações,
inflamações, acne, eczema e hemorroidas. Além disso, a Hamamelis também é
utilizada como um agente tônico e hemostático, podendo ser aplicada topicamente ou
utilizada em produtos cosméticos e medicamentos. É importante ressaltar que é
sempre recomendado buscar orientação médica ou de um profissional de saúde
qualificado antes de usar qualquer planta medicinal ou seus derivados para fins
terapêuticos.

3. Porque os taninos são utilizados nos curtumes?

Os taninos têm a capacidade de formar ligações químicas com as fibras de colágeno


presentes na pele animal, tornando-as menos suscetíveis à decomposição e
conferindo estabilidade ao couro. Esse processo é conhecido como curtimento e é
essencial para transformar a pele em couro, evitando que ela se deteriore
rapidamente.

4. Relacione alguns usos dos taninos.

Indústria de curtumes, indústria alimentícia, bebidas alcoólicas, medicina tradicional,


cosméticos e produtos de cuidados pessoais, indústria de papel.
PRÁTICA 6 - SCREENING QUÍMICO PARA ÓLEO VOLÁTIL

RESULTADOS

No experimento em questão, foi apenas realizada a obtenção de óleo de Cravo.


Para o preparo do extrato, foi adicionado em um Elenmeyer alguns botões florais de
cravo junto com 3 mL de etanol sob agitação manual. O extrato foi transferido para
dois tubos de ensaio. No primeiro tubo foi adicionado 1 a 2 gotas de FeCl3 10%, sendo
possível observar resultado positivo, uma vez que houve alteração do extrato para
verde. No segundo tubo foi adicionado 10 mL de H2O de cal (solução saturada de
Ca(OH)2), sendo possível observar o resultado positivo, pois houve o aparecimento
de precipitado flocoso de coloração amarelada.

DISCUSSÕES

No experimento de screening químico para óleo volátil, o foco foi na obtenção


do óleo de Cravo e na realização de testes para identificar a presença de certas
substâncias. Vamos discutir os resultados obtidos em cada teste.
O processo de preparo do extrato envolveu a agitação de botões florais de
cravo com etanol. Em seguida, o extrato foi dividido em dois tubos de ensaio para a
realização dos testes químicos.

Teste com FeCl3 10%: A adição de algumas gotas de FeCl3 10% ao primeiro
tubo de ensaio resultou em uma alteração de cor para verde, indicando uma reação
positiva. Essa reação sugere a presença de compostos fenólicos no óleo volátil do
cravo. O verde ficou extremamente forte por conta da grande concentração do analito
no farmacógeno. O FeCl3 é comumente usado como reagente para detectar a
presença de fenóis, que são componentes encontrados em muitos óleos essenciais.

Teste com H2O de cal (solução saturada de Ca(OH)2): A adição de 10 mL de


H2O de cal ao segundo tubo de ensaio resultou no aparecimento de um precipitado
flocoso de coloração amarelada que aderiu às paredes do tubo. Esse resultado indica
uma reação positiva e sugere a presença de compostos que reagem com a solução
de cal, possivelmente compostos contendo carbonila ou compostos ácidos. Essa
reação é frequentemente usada para identificar a presença de aldeídos e ácidos
carboxílicos em óleos voláteis.

Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que o extrato obtido a partir
dos botões florais de cravo contém compostos fenólicos e possivelmente aldeídos
e/ou ácidos carboxílicos. Esses compostos são responsáveis pelas características
aromáticas e terapêuticas do óleo volátil de cravo.

Por fim, vale ressaltar que, embora esses testes possam indicar a presença de
certas classes de compostos, eles não fornecem informações detalhadas sobre a
composição química exata do óleo volátil. Para uma análise mais completa e precisa,
técnicas analíticas avançadas, como a cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massa, são necessárias.
PRÁTICA 7- SCREENING QUÍMICO PARA SAPONINAS E CARDIOTÔNICOS
RESULTADOS

Primeiramente, foi realizado o teste qualitativo de espuma de Saponinas. Foi


fervido 2,014g da carqueja, espécie utilizada como droga vegetal do experimento,
juntamente com 10mL de água destilada por 3 minutos em um Erlenmeyer de 125mL.

Posteriormente, a amostra foi transferida para um tubo de ensaio e foi agitado,


no sentido vertical, por 15 segundos, onde foi possível observar de imediato a
formação da espuma. Deste modo, a solução foi posta em repouso por 15 minutos;

Após esse período, foi possível observar o resultado positivo: a presença de


espuma persistente que teve uma pequena redução em comparação a sua formação
logo após a agitação.
Em seguida, foi realizada a extração e identificação dos Cardiotônicos.

No tocante a extração, em um Erlenmeyer de 125 mL foi adicionado 3g de


Espinhadeira, 20 mL de EtOH 20% e levou à ebulição por 2 minutos.

O extrato foi filtrado para um funil de separação onde o mesmo teve o


acréscimo de duas porções de 10mL de EtOH 70% e 10mL de H2O destilada para
extrair a mistura com duas porções de 10mL de CHCl3 cada. Após esse processo, os
extratos coliformes foram postos em uma cápsula de porcelana e levados para a
secura por meio da evaporação na chapa de aquecimento na capela e foi adicionado
ao resíduo restante 7mL de CHCl3.

O resíduo resultante foi utilizado para os experimentos de classificação onde


foram realizados três dos quatro propostos pelo roteiro. A identificação do núcleo
esteroidal foi feito por meio da reação de Libermann-Burchard utilizando 3mL do
extrato, 2mL do anidrido acético e 5 gotas de ácido sulfúrico concentrado resultando
em uma reação exotérmica positiva com o aparecimento da cor esverdeada;

Já para a identificação do anel lactônico pentagonal foi realizada a reação de


Baljet onde o extrato foi posto 2mL do extrato em uma cápsula de porcelana e levado
à secura por meio da evaporação na placa de aquecimento na capela, após isso foi
adicionado 3 gotas do acido picrico 0,5% e duas gotas da solução alcoólica de KOH
1N e obtivemos a coloração laranja do extrato sendo uma característica do positivo
para a presença do anel lactônico;
A reação de Keller-Kiliani para a desoxioses nas extremidades livres foi
utilizado 3mL do reativo de Keller na cápsula juntamente com o extrato que foram
misturados com o auxílio de um bastão e após isso foi acrescentado 2mL do reativo
de Kiliani onde obtivemos a reação positiva com o aparecimento do anel castanho na
região de contato das duas fases.

DISCUSSÕES

Saponinas

O experimento realizado teve como objetivo observar a formação de espuma


utilizando a planta carqueja e a erva mate, buscando compreender as propriedades
das saponinas presentes nessas plantas. Através dos resultados obtidos, foi
constatado que a carqueja apresentou uma maior capacidade de gerar espuma em
comparação com a erva mate. Essa diferença sugere que a carqueja possui uma
quantidade superior de saponinas em relação à erva mate. A observação de uma
espuma mais persistente formada pela carqueja em comparação com a erva mate
sugere que as saponinas presentes na carqueja possuem uma maior estabilidade e
capacidade de manter a formação de espuma por um período mais longo. Além disso,
a redução menos significativa na espuma gerada pela carqueja indica que as
saponinas dessa planta possuem uma maior resistência à quebra ou dispersão,
mantendo a espuma de forma mais consistente. Em suma, o experimento de
caracterização das saponinas por meio da observação da formação de espuma
revelou diferenças significativas entre a carqueja e a erva mate. Essa diferença indica
uma maior concentração de saponinas na carqueja, o que pode influenciar suas
propriedades farmacológicas e possíveis aplicações terapêuticas. Entender essas
diferenças é importante para orientar pesquisas futuras e explorar o potencial das
saponinas presentes em diferentes plantas

(Saponina - Erva mate)

(Saponina - Carqueja)
Cardiotônicos

O experimento para a caracterização das estruturas químicas de cardiotônicos


encontrados na planta espirradeira foi bem-sucedido. Foram confirmadas a presença
das desoxioses nas extremidades livres (açúcares), que são grupos funcionais
presentes nos cardiotônicos e que também estavam presentes na droga vegetal
utilizada. Essas desoxioses, muitas vezes, encontram-se ligadas ao anel lactônico
pentagonal, que também foi positivamente identificado através do experimento de
Baljet. Esses componentes são de extrema importância para a atividade
farmacológica do composto. Além disso, o núcleo esteroidal, característica essencial
e distintiva dos cardiotônicos, foi confirmado após a realização da reação de
Liebermann-Burchard. Isso confirmou a presença de um anel com cinco carbonos,
que é responsável pelas propriedades farmacológicas dos cardiotônicos e sua
capacidade de modular a função cardíaca.

Dessa forma, os resultados do experimento evidenciam a presença das


estruturas químicas características dos cardiotônicos na planta espirradeira. Essas
descobertas são de grande relevância, uma vez que contribuem para o entendimento
da atividade farmacológica destes compostos e seu potencial no tratamento de
doenças cardíacas.
QUESTIONÁRIO

1. Caracterize a droga ensaiada – espirradeira –relacionando espécie, gênero,


família, parte usada, princípio ativo.

R: A espirradeira, também conhecida como Nerium oleander, é tóxica e


potencialmente letal se ingerida. A espirradeira é amplamente cultivada como planta
ornamental em várias partes do mundo devido à beleza de suas flores, mas todas as
partes da planta são altamente tóxicas, incluindo as folhas, flores e sementes. Não se
recomenda o uso interno ou externo dessa planta para fins medicinais, pois pode ser
perigoso por conta dessa toxicidade.

Espécie: Nerium oleander

Gênero: Nerium

Família: Apocynaceae

Princípio ativo: A espirradeira contém um grupo de substâncias conhecidas como


cardenolídeos, que incluem a oleandrina e a neriantina. Esses compostos são
glicosídeos cardíacos que afetam o funcionamento do coração. Eles podem interferir
no ritmo cardíaco e causar arritmias graves, levando a problemas cardíacos graves e
até mesmo à morte. Além dos cardenolídeos, a espirradeira contém outros compostos
tóxicos, como alcaloides e saponinas, que contribuem para sua toxicidade.

2. Quais os produtos da hidrólise de um cardiotônico?

R: Os produtos resultantes podem variar dependendo da estrutura química do


cardiotônico. Em geral, a hidrólise ácida enzimática de cardiotônicos pode levar à
formação de ácidos carboxílicos, alcoóis e outros subprodutos decorrentes da quebra
das ligações presentes na molécula.

3. A reação de Liebermann-Burchard é comum aos compostos cardenolidos e


bufadienolidos, uma vez que promove alterações no núcleo fundamental. Qual
é o núcleo fundamental deste grupo de substâncias?

R: Os cardenolídeos e bufadienolídeos compartilham um núcleo fundamental comum


conhecido como núcleo esteroidal cardíaco. Esse núcleo é caracterizado por um
esqueleto esteroidal composto por quatro anéis: anel A de seis membros, anel B de
cinco membros, anel C de seis membros e anel D de seis membros. Essa estrutura
esteroidal possui uma ligação insaturada no anel A e substituições específicas em
diferentes posições dos anéis, que conferem propriedades farmacológicas específicas
a esses compostos.

4. Como é explicada a reação de Liebermann-Burchard?

R: A reação de Liebermann-Burchard é uma reação química utilizada para detectar a


presença de compostos esteroidais, como cardenolídeos e bufadienolídeos. Essa
reação é baseada na formação de compostos coloridos, conhecidos como corantes
de Liebermann-Burchard, quando os esteróides são tratados com uma combinação
de ácido acético anidro e ácido sulfúrico concentrado. A reação envolve a reação do
esqueleto esteroidal com os ácidos presentes na mistura reagente. O ácido sulfúrico
desidrata os grupos hidroxila presentes no composto esteroidal, resultando na
formação de uma dupla ligação conjugada na estrutura do núcleo esteroidal. Essa
dupla ligação é altamente reativa e pode participar de reações posteriores. Em
seguida, o ácido acético anidro atua como um agente de acilação, adicionando um
grupo acetila à estrutura do composto. Isso leva à formação de uma espécie
eletronicamente ativada, permitindo a reação com o ácido sulfúrico. A reação entre a
espécie eletronicamente ativada e o ácido sulfúrico leva à formação de compostos
coloridos, conhecidos como corantes de Liebermann-Burchard. Esses corantes
podem variar em cor, geralmente exibindo tons de verde ou azul, dependendo das
estruturas dos compostos esteroidais e das condições específicas da reação.

5. O ácido 3,5 dinitrobenzóico e o ácido pícrico são reagentes nitrados. Como


se explicam as reações de Kedde e Baljet?

R: As reações de Kedde e Baljet são reações químicas que envolvem a nitração de


compostos orgânicos utilizando reagentes nitrados, como o ácido 3,5-dinitrobenzóico
(ácido DNBA) e o ácido pícrico. A reação de Kedde, também conhecida como reação
de nitração de Kedde, é uma reação que ocorre entre o ácido DNBA e compostos
orgânicos que possuem grupos funcionais ativos, como aminas primárias. Nessa
reação, o ácido DNBA atua como um agente nitrador, adicionando grupos nitro (-NO2)
à estrutura do composto orgânico. A reação é catalisada por ácido sulfúrico
concentrado e ocorre em meio ácido.
A reação de Baljet, por sua vez, é uma reação similar, mas utiliza o ácido pícrico como
reagente nitrado. Assim como na reação de Kedde, o ácido pícrico adiciona grupos
nitro (-NO2) a compostos orgânicos contendo grupos funcionais ativos, como aminas
primárias. A reação também ocorre em meio ácido e é frequentemente catalisada por
ácido sulfúrico concentrado.
PRÁTICA 8 - SCREENING QUÍMICO PARA ALCALÓIDES
RESULTADOS

Extração

Primeiramente, foi realizada a extração dos alcalóides presentes na Quina. Em


um Erlenmeyer, foi adicionado cerca de 3,082g da droga vegetal pulverizada. Em
seguida, foi adicionado 30 mL de H2SO4 a 1% e posteriormente a amostra foi elevada
à ebulição durante 2 minutos.

Após esse período, o extrato foi filtrado para um funil de separação e


alcalinizado com NH4OH diluído. Para observar o pH do meio reacional foi utilizado o
papel tornasol como indicador. A extração da mistura do extrato foi realizada duas
vezes com a adição de 20 mL de CHCl3 em cada vez
Identificação Genérica dos Alcalóides

O extrato preparado foi adicionado para evaporar até a secura da placa de


aquecimento, na capela.

Após esse processo, o extrato foi redisolvido em 6 mL de H2SO4 a 1% a fim de


obter uma solução ácida de alcalóides totais. Foram separados 3 tubos de ensaio e,
em cada um, foi adicionado 2mL da solução ácida.
No tubo 1 foi adicionado 4 gotas do reativo de Dragendorff, no tubo 2 foi
adicionado 4 gotas do reativo de Bertrand e no tubo 3 foi adicionado 4 gotas do reativo
de Mayer. Para todas as três reações os resultados foram positivos.

DISCUSSÕES

A extração dos alcalóides da droga pulverizada é realizada utilizando ácido


sulfúrico diluido (H2SO4 a 1%), e posteriormente, alcalinizando o extrato ácido com
hidróxido de amônio diluído (NH4OH). Esses passos são fundamentados em conceitos
teóricos da química.

A extração ácida inicial com H2SO4 é baseada no fato de que muitos alcalóides
são solúveis em meio ácido. O ácido sulfúrico age como um agente desprotonante,
convertendo os alcalóides presentes na droga em sal, sendo hidrossolúveis, além de
retirar outros interferentes apolares. A etapa de ebulição do extrato ácido por 2
minutos tem como objetivo auxiliar na extração dos alcalóides, promovendo uma
maior interação entre as moléculas da droga pulverizada e o ácido sulfúrico diluído. A
ebulição também favorece a evaporação de componentes voláteis indesejáveis,
deixando apenas os alcalóides e outros compostos de interesse no extrato.
Em seguida, o extrato ácido é filtrado para remover impurezas sólidas,
garantindo um extrato mais puro para as etapas subsequentes. Após a filtração,
ocorre a alcalinização do extrato ácido com NH4OH diluido. Essa etapa é baseada na
presença de nitrogênio em sua estrutura, que proporciona para os alcalóides o caráter
mais básico. Ao adicionar hidróxido de amônio diluído, o pH do extrato é aumentado,
convertendo os alcalóides para suas formas básicas, que são solúveis em CHCl3. O
papel de tornassol é utilizado como indicador para verificar a neutralização do extrato,
indicando a alcalinização adequada.

A extração subsequente com CHCl3 é realizada para transferir os alcalóides da


fase aquosa (extrato alcalinizado) para a fase orgânica (CHCl3). O clorofórmio é um
solvente comumente utilizado para extrair alcaloides, uma vez que tem afinidade por
essas substâncias, permitindo uma boa separação dos alcalóides da solução. A
redução do volume do extrato clorofórmico até cerca de 10 mL tem como objetivo
concentrar os alcalóides presentes na solução, facilitando a detecção e a identificação
posterior.
PRÁTICA 9 - SCREENING QUÍMICO PARA METILXANTINAS
RESULTADOS

Primeiramente, foi realizado o isolamento da 1,3,7 trimetilxantina (cafeína). Em


um Erlenmeyer de 50mL, foi adicionado 2,110g da droga pulverizada. Em seguida, foi
adicionado 10mL de H2SO4 1N e 5mL de H2O. A droga foi elevada à ebulição por 2
minutos e o extrato ácido foi filtrado.

Foi adicionado ao NH4OH 6N até a reação ficar alcalina, seguido por agitação
com 10mL de CHCl3. Por fim, foi separada a fase clorofórmica e o extrato foi distribuído
para 2 tubos de ensaio.
Após o processo de isolamento, foi realizada a Reação de Murexida. A partição
clorofórmica foi transferida do tubo 1 para a cápsula de porcelana e evaporada em
uma placa de aquecimento. Em seguida, foi adicionado ao resíduo 3 gotas de HCl 6N
e 2 gotas de H2O2 e evaporado em uma placa de aquecimento por cerca de 5 minutos
até ser possível o aparecimento de uma coloração entre amarelo e vermelho.
Por fim, foi adicionado 3 gotas de NH4OH 6N, sendo possível observar o
surgimento de coloração violeta, confirmando o resultado positivo.
DISCUSSÕES

Na prática experimental de screening químico para metilxantinas,


concentramo-nos no isolamento da cafeína, uma das metilxantinas mais conhecidas
e amplamente consumidas. As metilxantinas são compostos encontrados em diversas
bebidas estimulantes, como café, chá-da-índia, guaraná, cola e chocolate.
Quimicamente, são derivadas da 2,6-dioxipurina, com grupos metil adicionados a essa
estrutura básica.

O isolamento da cafeína é realizado em várias etapas. Inicialmente, pesamos


2,110g da droga pulverizada, que pode ser obtida a partir de grãos de café, chá ou
qualquer outra fonte contendo cafeína, e a colocamos em um Erlenmeyer de 50 mL.
Em seguida, adicionamos 10 mL de H2SO4 1N e 5 mL de água à amostra. O H2SO4
atua como agente acidificante, no qual fará a cafeína ficar na forma de um sal e,
consequentemente, ser hidrossolúvel. A adição de água auxilia na dissolução dos
componentes presentes na droga. Após a adição dos reagentes, aquecemos a mistura
em ebulição por 2 minutos. Esse processo de aquecimento é importante para
promover a extração eficiente da cafeína, permitindo que ela se dissolva no meio
ácido.

Após a ebulição, o extrato ácido é filtrado para separar a fase líquida contendo
a cafeína do resíduo sólido. Essa filtração é realizada por meio de um funil de
separação, removendo assim impurezas e outros componentes indesejados
presentes na amostra.

Em seguida, foi adicionado NH4OH 6N ao filtrado ácido, até que a solução atinja
uma reação alcalina. O NH4OH alcaliniza o meio, favorecendo a extração da cafeína,
uma vez que transforma a cafeína em forma de sal para formato molecular novamente.

Após a reação alcalina, procedemos à etapa de extração líquido-líquido.


Agitamos o filtrado alcalino com 10 mL de CHCl3. O clorofórmio é um solvente
orgânico com alta afinidade pela cafeína, permitindo a extração da substância da fase
aquosa para a fase orgânica. Essa etapa é fundamental para transferir a cafeína para
o CHCl3.
Após a agitação, deixamos a solução em repouso para que as duas fases se
separem. A fase clorofórmica, contendo a cafeína isolada, se forma na parte inferior
do Erlenmeyer.

A fase clorofórmica, contendo a cafeína, é então separada e distribuída em dois


tubos de ensaio. Esses tubos de ensaio são utilizados para análises e testes
subsequentes a fim de confirmar a presença da cafeína.

Após o isolamento da cafeína na etapa anterior, uma das formas de confirmar


a presença da metilxantina é por meio da realização da reação de Murexida. Essa
reação é utilizada para identificar a presença de grupos funcionais na estrutura da
cafeína. Sendo assim, para realizar a reação de Murexida, a fase clorofórmica
contendo a cafeína isolada é transferida para uma cápsula de porcelana. Em seguida,
a solução é evaporada em uma placa de aquecimento na capela, para remover o
solvente orgânico clorofórmio. Após a evaporação, adicionamos três gotas de HCl 6N
e duas gotas de H2O2 ao resíduo resultante na cápsula de porcelana. Essa mistura
forma um resíduo colorido de amarelo a vermelho.

A reação de Murexida é uma reação de coloração característica, que ocorre


entre o resíduo e o ácido clorídrico, na presença de peróxido de hidrogênio. A cafeína
contém grupos funcionais amina em sua estrutura, que reagem com o HCl e o H2O2
para formar um complexo corado. A coloração resultante varia do amarelo ao
vermelho intenso, dependendo da concentração de cafeína presente na amostra.
Quanto maior a quantidade de cafeína, mais intensa será a coloração formada na
reação de Murexida.

Portanto, a reação de Murexida é um teste qualitativo utilizado para confirmar


a presença da cafeína após seu isolamento. A formação da coloração característica
indica a presença dos grupos funcionais amina da cafeína, validando assim a
identificação da metilxantina.

QUESTIONÁRIO

1. Porque as metilxantinas são consideradas como pseudoalcalóides?

As metilxantinas são consideradas pseudoalcalóides por conta de possuírem


características estruturais semelhantes e propriedades farmacológicas porém,
diferentes dos alcalóides as metilxantinas não são biossintetizadas pelas plantas de
forma exclusiva, ou seja, são derivadas de precursores nucleotídeos que acabam por
sofrerem modificações químicas.

2. Qual a fórmula geral das metilxantinas?

R- A fórmula estrutural das metilxantinas é C₅H₄N₄O₂, onde as mais comuns que são
muito utilizadas são:

cafeína teobromina teofilina

3. Qual a origem do nome murexida?

A origem do nome murexida é por conta da mesma se originar da substância que


possui este mesmo nome, deste modo, a murexida se trata de um composto químico
que é bastante utilizado como indicador de análises químicas e também nas reações
de complexação.

4. Qual o fundamento desta reação?

A reação de murexida se baseia na formação de complexos que ocorrem entre as


murexidas e os íons metalicos. Sendo assim, essa substância apresenta dois grupos
funcionais que possuem afinidade pelos íons em questão formando complexos
estáveis que exibem cor que varia de vermelho a violeta a depender do pH do meio
envolvido na reação.

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