Você está na página 1de 7

INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE TECNOLOGIA,

INFRAESTRUTURA E TERRITÓRIO (ILATIT)

Curso: Engenharia Química

Disciplina: Química Orgânica Experimental

Professor: Alvaro Barcellos Onofrio

RELATÓRIO:

CROMATOGRAFIA: EM CAMADA DELGADA E EM COLUNA

ANIKA GODOY KENNEDY

Foz do Iguaçu

2023
1. INTRODUÇÃO

O nome cromatografia é composto dos termos gregos “chroma”= cor e “graphein”= escrita. O
processo cromatográfico ocorre como um resultado dos fenômenos de adsorção (interação é entre um
sólido e um fluido - um líquido ou gás) e de adsorção (capacidade de uma substância química para mover
-se com a fase móvel) que acontecem repetitivamente, durante o movimento dos componentes da
amostra, através do leito estacionário. A separação ocorre devido a diferentes constantes de distribuição
destes componentes entre as fases móvel e estacionária (DEGANI; CASS e VIEIRA, 2011).

Os métodos cromatográficos são de dois tipos básicos, a cromatografia em coluna e a


cromatografia planar. Na cromatografia em coluna, a fase estacionária é mantida em um tubo estreito e
a fase móvel é forçada através do tubo sob pressão ou por gravidade. Na cromatografia planar, a fase
estacionária é suportada sobre uma placa plana ou nos poros de um papel, nesse caso, a fase móvel
desloca-se através da fase estacionária por ação da capilaridade ou sob a influência da gravidade (WEST
et al., 2014).

A cromatografia pode ser utilizada para identificação, purificação e separação de compostos,


deste modo separandose as substancias indesejaveis e os componentes de uma mistura. A separação por
sua vez, depende da diferença de afinidade entre o analito da fase movel e a fase estacionaria. Por sua
vez, a afinidade entre esses diferentes compostos (da mistura e do eluente), depende das forças
intermoleculares, inluindo ionica, bipolar, apolar entre outros. Segundo SCHULER, A. (2009) “A fase
movel transporta a amostra atraves da fase estacionaria. A velocidade media das particulas da amostra
depende da sua natureza. Desse modo, cada componente atingira o final da coluna em um instante
diferente”.

Na cromatografia de adsorção as separações são baseadas em atrações eletrostáticas ou dipolares


(forças de Van Der Waals) entre a fase estacionaria (solido) e os componentes a separar da fase móvel
(liquido ou gás). Enquanto, a cromatografia de partição é baseada nas diferenças de solubilidade dos
componentes na fase estacionaria (liquido) e na fase móvel (liquido).

Na cromatografia de troca iônica a separação ocorre devido a diferentes tendências dos


componentes iônicos ou ionizados permutarem com íons da fase estacionaria, que, assim, são deslocados
para a fase móvel. A afinidade entre os íons da fase móvel e o suporte pode ser controlada por alteração
do pH e da força iônica do eluente.

Na cromatografia de afinidade ocorre uma ligação molecular especifica e reversível entre o


soluto e um ligante imobilizado na fase estacionaria. Por último, a cromatografia de exclusão molecular
separa os componentes segundo o tamanho efetivo (raio hidrodinâmico) das moléculas, isto é, moléculas
grandes não penetram no interior do suporte (partículas porosas de gel) e movem-se mais rapidamente
ao longo da coluna de onde emergem primeiro, enquanto as moléculas pequenas apresentam velocidade
de deslocamento retardada porque penetram no gel, portanto, emergem da coluna mais tardiamente
(TORRES, 2009).
1.1. CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD).

Na cromatografia em camada delgada uma camada fina de adsorvente é espalhada em uma placa
de vidro, após seca é ativada, uma pequena amostra de mistura é aplicada na extremidade desta placa
com auxílio de um capilar, depois a placa é colocada apoiada na parede interna de um recipiente,
devidamente tampado, com uma quantidade de eluente que irá ascender pela placa, ocorrendo a
separação da mistura (SKOOG et al., 2008).

Os principais fenômenos presentes na CCD são a adsorção e a absorção ou partição. A adsorção


acontece com fase estacionária sólida, sílica gel ou alumina (outros adsorventes como celulose, a
poliamida e a diatomácea também são utilizados nesta técnica) (SKOOG et al., 2008).

No processo de ascensão as substâncias mais polares irão avançar pela placa mais lentamente
que as menos polares (outros fatores como solubilidade e poder de adsorção também influenciam esse
processo). A CCD é amplamente utilizada por ser uma técnica de fácil execução, compreensão e de
baixo custo, por isso é amplamente utilizada em reações orgânicas e purificação de compostos (SKOOG
et al., 2008).

A distancia percorrida por cada composto em uma amostra, dividido pela distancia percorrida
pelo solvente é conhecido como o Rf (fator de retenção). Comparações do valor de Rf da amostra com
o de um padrão é um metodo qualitativo usado na identificação de um composto.

1.2. CROMATOGRAFIA EM COLUNA.

A cromatografia em coluna é um método utilizado para isolamento, purificação e separação de


compostos orgânicos, quando a fase estacionária utilizada é um líquido, a separação cromatográfica

acontece por partição e quando a fase estacionária é um sólido, a separação acontece por adsorção, em
ambos os casos, a cromatografia em coluna se baseia na diferença das polaridades dos componentes da
mistura (DEGANI et al., 1998).

Durante o procedimento é utilizada uma coluna com uma substância polar (fase estacionária),
empacotada com um solvente orgânico, o adsorvente pode ser colocado na coluna seco ou suspendido
em um solvente adequado. Os adsorventes normalmente utilizados são a sílica gel, a alumina, o
carbonato de cálcio, o óxido de magnésio, sendo os éteres de petróleo, éter etílico, clorofórmio, acetato
de etila, acetona, etanol, metanol, água destilada ou misturas destes compostos os eluentes mais
utilizados para essa técnica (SKOOG et al., 2008).
2. OBJETIVOS

Determinar os melhores solventes para a separação do azul de metileno e alaranjado de metila


usando o método de cromatografia de camada delgada (CCD).
Separar os corantes usando o método de cromatografia em coluna.

3. METODOLOGIA.

3.1 CROMATOGRAFIA DE CAMADA DELGADA (CCD).

Preparou-se 3 béqueres com eluentes diferentes, sendo eles o etanol, o ácido acético 50% e o
ácido acético PA.
Foi utilizada uma placa de vidro recoberta com silica, que com o auxilio de um lapis de ponta
fina foi traçado uma linha base aproximadamente a 1 cm da extremidade e no qual foi aplicado com
capilar de vidro os dois corantes (Azul de metileno e Alaranjado de metila), respeitando uma distancia
entre elas. Logo, a placa foi cuidadosamente colocada em cada bequer com os 3 eluentes ja citados,e
foram tampados com um vidro de relogio.
A placa foi deixada no bequer por alguns minutos ate que o eluente alcançasse uma região a
cerca de um centimetro da extremidade oposta a que a amostra foi adicionada, após retirada a placa
secou por alguns minutos até evaporação do eluente e logo determinouse os valores dos Rf.
Com base nos fatores de retenção obtidos determinou-se o solvente mais adequada para
separação dos corantes na cromatografia de coluna.

3.2 CROMATOGRAFIA EM COLUNA

Com base na cromatografia em camada delgada, preparou-se uma coluna cromatográfica


preenchendo com uma mistura preparada a partir de etanol com sílica em pó a qual foi transferida dentre
da coluna até atingir uma altura de 5-7cm. O fluxo do solvente (etanol) foi mantido constante atraves da
silica deixando bem compacta.

Após esse procedimento, iniciou a adição da mistura de corantes pelas paredes do tubo de vidro
com auxilio de uma pipeta de Pasteur. O solvente fluiu atraves da coluna arrastrando amarelo de alizarina
, apos a ultima gota do amarelo de alizarino ter sido eliminado pela coluna iniciou-se a adição de acido
acetico 50% alterando, por tanto, a polaridade do meio, a medida que o mesmo fluia na coluna, o azul
foi arrastrado ate a sua completa remoção. Os corantes foram coletados e armazenados separadamente
num tubo de ensaio.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.

Na Cromatografia em camada delgada foram utilizados como solventes: acetona, etanol e acido
acetico e a partir dos resultados observados a acetona não produziu o resultado esperado.
No grafico abaixo pode ser verificado que mostra o factor de retenção em função do solvente
reservado, verifica-se que o melhor solvente foi o etanol apara o alaranjado de metila, porque ele é um
solvente polar, o que torna capaz de dissolver outras substancias polares, como o alaranjado de metila
que tem grupos polares, tais como os sulfonicos. Enquanto o acido acetico 50% e o solvente mais
adequado para o azul de metileno, conseguindo remover atraves da silica (caracter acida) e permitindo
a separação do amarelo de alizarina

Grafico 1- Resultados observados em fator de retenção em função dos solventes.

Fator de retenção
0.9

0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
Etanol Ac. Acético
Azul 0.03 0.5
Alaranjado 0.83 0.43

Pela analise do grafico observa-se uma diferença entre os fatores de retenção, isso pode ser
observado pelo comportamento da coluna.

Pela cromatografia em coluna o azul de metileno foi removido pela mudança de polaridade do
solvente acido acetico 50%, comparando os seus fatores de retenção isso pode ser comprovado, enquanto
o amarelo de alizarina tem melhor afinidade com o etanol arrastrando facilmente da fase estacionaria.
Figura 1 – Resultados das separações dos corantes.

(a) Inicio da eluição com etanol (b) Finalizando eluição com etanol

(c) Eluição do azul com acido acetico (d) Amostra dos corantes coletados
5. CONCLUSÃO

Com base no experimento os corantes azul de metileno e o amarelo de alizarina foram


eficientemente separados por cromatografia em coluna previamente avaliados pelo método CCD
(cromatografia em camada delgada). O etanol foi o melhor solvente para a separação do amarelo de
alizarina, enquanto o ácido acético foi eficiente para a separação do azul de metileno.
O método utilizado e eficiente e eficaz para a separação dos corantes estudados.

6. REFERENCIAS

DEGANI, A. L. G., CASS, Q. B., VIEIRA, P. C. Cromatografia - um breve ensaio. Química


nova na escola, n° 7, maio de 1998.

SKOOG, A. D., HOLLER, F. J., CROUCH, S. R. Princípios de análises instrumental.


CENGAGE learning, 6° ed., jan. de 2009.

WEST, D. M., SKOOG, A. D., HOLLER, F. J., CROUCH. Fundamentos de química


analítica. CENGAGE learning. 9° ed, fev. de 2014.

BROWN. D, CHRISTIAN. W, HANSON. R. M., Tracker, video analysis and modeling tool,
versão 6.0.8, Disponivel em: https://physlets.org/tracker.

TÔRRES, ANDREA CINTRA BASTOS. Cromatografia líquida de alta eficiência: revisão


de Literatura. Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários Aplicados do
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade
Federal de Goiás. Nível: Doutorado. GOIÂNIA. 2009. Disponível em:
<http://www.ufg.br/this2/uploads/files/66/Andrea_Cintra.pdf >

SCHULER, A. Cromatografia a gás e liquido. Departamento de Engenharia Química,


Universidade Federal de Pernambuco. 2009

Você também pode gostar