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DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

CAIQUE MOUREIRA TAVARES


GUSTAVO MANOEL MARTINES
MARIA CLARA COSTA GOUVEIA

CROMATOGRAFIA DE ADSORÇÃO

PRESIDENTE PRUDENTE - SP
29/09/2022
CAIQUE MOUREIRA TAVARES
GUSTAVO MANOEL MARTINES
MARIA CLARA COSTA GOUVEIA

CROMATOGRAFIA DE ADSORÇÃO

Relatório apresentado ao Professor Dr. Sérgio


Antonio Marques de Lima e ao doutorando
Renan Caike Silva da disciplina de Química
Experimental Geral II, do curso de Química.

UNESP – Faculdade de Ciências e Tecnologia


Presidente Prudente - 29/09/2022
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1. INTRODUÇÃO

A cromatografia é uma técnica de análise físico-química utilizada para separação de


componentes ou íons de um complexo formado por um ou mais compostos. A técnica se
baseia na distribuição da mistura em duas fases: a estacionária, a qual se encontra sempre
imobilizada no sistema, a fase que flui é chamada de fase móvel, geralmente composta por um
eluente. A técnica funciona com base da extração com solvente e da capacidade de adsorção e
solubilidade substância, baseada em suas características. [1]
Dependendo da natureza das fases móvel e estacionária, há vários tipos de
cromatografia que podem ser realizadas. Nos métodos de separação sólido-líquido as mais
comuns são cromatografias em papel, em coluna ou em camada delgada. Há outros tipos de
cromatografia como a cromatografia gasosa e cromatografia de troca iônica. Porém, apesar
das técnicas e equipamentos serem diferentes, todas as cromatografias empregam os mesmos
princípios básicos. [1][2]
Os diferentes componentes de determinada mistura serão separados a partir das
afinidades particulares que cada componente possui em relação a fase estacionária e a fase
móvel. Essa afinidade se dá através das propriedades de adsorção e solubilidade dos
componentes presentes. A adsorção é a propriedade em que está relacionado o quão bem o
componente da mistura adere à fase estacionária, já a solubilidade é o quão bem esse
componente se solubiliza na fase móvel.[2]
Ao adicionarmos uma solução de compostos orgânicos em sílica-gel, parte desses
compostos orgânicos serão adsorvidos, logo, irão aderir às finas partículas da sílica. Esta
interação de compostos orgânicos com a sílica se dá devido a força de van der Waals, em que
compostos apolares se ligam através dessa força. Por definição, são interações
intermoleculares consideravelmente fracas, tendo uma ligação fraca entre as moléculas.
Interações fortes com a sílica se dá através das forças do tipo dipolo-dipolo na qual envolvem
interações diretas como na formação de sal, ligações de hidrogênio e coordenação. Quanto
mais polar for o composto presente na mistura, maior será sua interação com a sílica-gel.[1]
Assim, dependendo da composição de cada mistura os componentes conseguem ser
separados pela cromatografia por suas interações mais fortes com a fase móvel ou com a fase
estacionária. Quanto maior for a adsorção à fase estacionária, a molécula se moverá mais
vagarosamente. Quanto maior a solubilidade na fase móvel, mais rápido a molécula se
moverá. A adsorção e a solubilidade de uma molécula ou composto iônico podem ser
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manipuladas mudando-se a fase estacionária e o eluente (fase móvel) adequada para que a
separação ocorra.[2]
A cromatografia em papel e a cromatografia em coluna também utilizam como
princípios a capacidade de adsorção e solubilidade. Na cromatografia em papel, representada
na Figura 1, a superfície sólida do papel é utilizada como fase estacionária e algum eluente
líquido para ser a fase móvel. A separação ocorre devido a diferença de afinidade dos
componentes da mistura com os poros do papel sob ação capilar e suas interações com o
solvente. Geralmente essa técnica é feita em câmara fechada, na qual a atmosfera esteja
saturada com o eluente utilizado.[1][4]

Figura 1: Cromatografia em papel

Fonte: Adaptado de BYJUS, 2020. [5]

Esse tipo de cromatografia é utilizado para verificar a pureza de farmacêuticos, estudar


o processo de fermentação e maturação, inspecionar cosméticos, identificar contaminantes
em alimentos e bebidas e diversos laboratórios de bioquímica utilizam para examinar misturas
reacionais. [5]
Na cromatografia em coluna, é utilizada uma coluna cromatográfica na qual o sólido
mais comumente utilizado é a sílica-gel (SiO2 · xH2O) ou a alumina, porém, pode ser utilizado
qualquer sólido que não se dissolva no eluente. Na coluna, o analista realiza o empacotamento
da fase estacionária que será utilizada na qual será passado a fase móvel (eluente) por toda a
coluna, como representado na Figura 2.[1]
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Figura 2: Coluna cromatográfica

Fonte: Adaptado de Khan Academy, 2016. [2]

Na Figura 2, o analito é a mistura na qual deseja separar os componentes e o eluato


sendo o fluido que foi separado que será coletado em frascos, ou seja, os materiais que se
pretende separar. No topo da coluna os componentes da mistura são adsorvidos pela sílica, o
fluxo através da coluna do eluente extrai (elui) os solutos que são transportados ao decorrer da
coluna para baixo. À medida que a separação ocorre, são formadas bandas em movimento, em
que cada banda tem apenas um componente. Ao escolher corretamente o eluente, com sua
devida polaridade, a fase estacionária, o tamanho da coluna e a taxa de eluição a separação na
coluna será muito efetiva.[1][2]
Um parâmetro muito utilizado em cromatografia é o índice de retenção, ou Rf, de um
composto. Esse índice é calculado em função da fase estacionária e do eluente utilizado,
sendo então a razão entre distância percorrida pelo eluato (dx) e a distância percorrida pelo
eluente (ds). [6]

O valor de Rf é constante para qualquer composto quando as condições de medida


forem especificadas.[6]
As forças intermoleculares de uma matéria são responsáveis pela formação de cada
fase. Uma fase da matéria é uma forma, constituída por composição química e estado físico da
matéria, sendo assim, cada fase possui os três estados: sólido, líquido e gasoso, onde os
estados possuem arranjos diferentes de átomos.[3]
5

Além disso, as interações intermoleculares são mais fracas que as chamadas


intramoleculares (ligação covalente e iônica). Essas forças, quando em matérias nos estados
sólido e líquido, são chamadas de “Força de Van der Waals''. [7]
As interações podem ser do tipo íon-dipolo, dipolo-dipolo e ligações de hidrogênio. As
interações podem ser mais fortes umas do que as outras se baseando em características
físico-químicas, polares e apolares. [3]
Para as forças íon-dipolo, a interação ocorre com os íons em água, que por sua vez é
uma substância polar (dipolo), ou seja, ocorre quando as moléculas polares estão muito
próximas de íons. A intensidade desta ligação irá depender da carga e do tamanho dos íons
[8]
envolvidos. A hidratação é um exemplo de interação íon-dipolo.
As interações de força dipolo-dipolo ocorrem entre duas moléculas que
obrigatoriamente possuem a característica polares, ou seja, moléculas que possuem momentos
de dipolo, quanto maior este for, maior será a força da interação. Em líquidos, a interação
atrativa é máxima, porém, a maior força se encontra em sólidos.[8]
Ligações de hidrogênio são uma interação dipolo-dipolo entre o átomo de hidrogênio e
uma ligação polar, compostos como NH3 ,H2O, e HF serem compostos leves, porém, com
maiores pontos de ebulição quando comparados com outras moléculas do mesmo grupo.[8]

2. OBJETIVOS

A prática teve como objetivos a realização de uma cromatografia de adsorção a fim de


separar compostos orgânicos (corantes) e sais inorgânicos. Calcular o fator de retenção (Rf)
para diferentes substâncias.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Reagentes

- Solução etanólica 70% v/v;


- Álcool 96%;
- Alaranjado de metila;
- Azul de metileno;
- Etanol 95%;
- Cloreto de ferro(III);
- Cloreto de cobalto(II);
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- Cloreto de manganês(II);
- Cloreto de cobre(II);
- Acetona;
- Hidróxido de amônio;
- Ácido clorídrico concentrado;
- Sílica;
- Hidróxido de sódio 1%.

3.2 Materiais

- Barra de giz escolar branco (CaSO4);


- Canetas hidrocores (azul, verde, amarela e preta);
- Vidro de relógio;
- Régua de 30 cm;
- Béquer de 50 mL (2);
- Béquer de 500 mL (3);
- Béquer de 1000 mL (1);
- Papel de filtro 15 cm x 9 cm (2);
- Papel sulfite 15 cm x 9 cm;
- Lápis;
- Grampeador;
- Bastão de vidro;
- Martelo de vidro;
- Pipeta de Pasteur;
- Capilares (6);
- Coluna com torneira.

3.3 Procedimento

3.3.1 Cromatografia por adsorção

Inicialmente, em uma barra de giz branco, marcou com canetas hidrocores três listras
de cores diferentes (azul, amarelo e verde) em torno do giz. Em um béquer, foi preparado o
eluente a partir de uma solução etanólica (70% v/v). Logo após, a solução foi transferida para
outro béquer vazio.
7

Com isso, o giz foi imerso na posição vertical dentro do béquer. Por fim, o sistema foi
coberto com um vidro de relógio. Após a separação, a frente do solvente foi marcada com
grafite. Em seguida, a barra de giz secou ao ar e foi observado a separação dos componentes.

3.3.2 Separação de tintas de canetas hidrográficas

De início, na folha sulfite recortada, foram marcados cinco pontos com lápis preto. Em
seguida, os três pontos centrais foram marcados com caneta hidrocor preta, círculos de
tamanhos crescentes. Com isso, os outros dois pontos foram deixados sem marcação.
O solvente foi preparado a partir de 3 mL de água destilada com 7 mL de álcool 96%
na cuba cromatográfica. Em seguida, o papel sulfite marcado com a caneta preta foi enrolado
em forma de tubo. Logo após, grampeou sem juntar as pontas e deixou o solvente percorrer o
papel até próximo ao topo. Retirou da cuba, realizou uma marcação com lápis na frente do
solvente. Por fim, deixou secar e retirou os grampos.

3.3.3 Mistura de alaranjado de metila e azul de metileno

Inicialmente, em um papel de filtro, foram feitas três marcações com lápis. Em


sequência, com o auxílio de capilares, houve a adição das amostras de alaranjado de metila
puro, azul de metileno puro e a solução de alaranjado de metila e azul de metileno em cada
marcação.
O eluente foi preparado a partir de uma solução 1:1 de etanol e água, portanto, 5 mL
de etanol 95% e 5 mL de água. Em seguida, o papel de filtro foi enrolado em formato de tubo
e grampeado sem juntar as pontas a fim de que o solvente corresse com maior facilidade.
Após isso, realizou uma marcação a lápis na frente do solvente. Deixou secar ao ar e retirou
os grampos.

3.3.4 Mistura de sais inorgânicos

Em um papel de filtro, assinalou a lápis quatro pontos e nomeou as soluções de sais


puros, FeCl3, CoCl2, MnCl2 e CuCl2, onde depositou as soluções correspondentes. No quinto
ponto, aplicou uma amostra desconhecida. Em seguida, deixou secar ao ar.
O eluente foi preparado a partir de 7,0 mL de acetona, 1,0 mL de água e 1,0 mL de
ácido clorídrico concentrado. Observou a separação durante o desenvolvimento da
cromatografia. Em sequência, retirou da cuba e realizou uma marcação na frente do solvente.
8

Em seguida, colocou o tubo na câmara reveladora, contendo hidróxido de amônio, por


40 minutos e tampou-a. Ao retirar da câmara, desprendeu rapidamente os grampos, abriu o
papel e realizou o contorno das manchas, com o auxílio de um lápis.

3.3.5 Cromatografia em coluna

De início, em uma coluna com torneira como suporte, introduziu um chumaço de


algodão umedecido com etanol com o auxílio de uma bagueta de vidro até a base da coluna.
Em seguida, em um béquer, pesou 1,7083 g de sílica e adicionou etanol suficiente para a
formação de uma suspensão fluida.
Em sequência, introduziu essa suspensão à coluna, vagarosamente, enquanto a sílica
era assentada com o auxílio de um martelo de vidro. Logo após, com o auxílio de uma pipeta
de Pasteur, adicionou ao sistema 0,5 mL de uma mistura de azul de metileno, alaranjado de
metila e álcool etílico, escorrendo a solução pela borda da coluna.
Deixou que o solvente escorresse até 1 mm acima do sólido e iniciou a adição de 20
mL de álcool etílico com uma pipeta de Pasteur. O líquido foi introduzido escorrendo pelas
paredes para que não houvesse o desprendimento da mistura da sílica, evitando rachamentos.
Por fim, adicionou a solução de álcool etílico até a eluição total do alaranjado de
metila. Para a eluição do azul de metileno, repetiu o processo utilizando água alcalinizada
com hidróxido de sódio (~1%).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Cromatografia por adsorção

Para essa cromatografia, utilizou uma técnica de separação líquido-sólido, onde o giz
escolar (CaSO4) atuou como fase estacionária. Para fase móvel, o eluente utilizado foi uma
solução etanólica 70% v/v. Foi observado a ocorrência da adsorção do eluente a partir da
separação das cores iniciais. [1]
Ambos os componentes possuem características polares, porém, a partir da geometria
molecular do giz, pode considerá-lo menos polar que a fase eluente já que ocorre uma troca
iônica no sulfato de cálcio. Essa troca ocorre entre o íon sulfato e os oxigenio da cadeia, por
ser uma interação íon-dipolo onde a polaridade será anulada. Pelo fato do eluente possuir uma
ligação de hidrogênio, a interação polar é consideravelmente mais forte na reação. Os dados
experimentais são ilustrados na Tabela 1. [1]
9

Tabela 1: Dados experimentais para cromatografia na barra de giz.

Componente Dx / cm Ds / cm Rf

Azul 2,3 3,7 0,62

Amarelo 2,4 3,7 0,65

Verde 2,5 3,7 0,68

Fonte: Autoria própria.

Com a realização dos cálculos de retenção, concluiu que o componente de coloração


verde teve maior interação com a fase móvel, sendo considerado o mais polar entre os três,
[1]
como representado na Figura 3.

Figura 3: Representação do resultado final da barra de giz.

Fonte: Autoria própria.

4.2 Separação de tintas de canetas hidrográficas

Em todos os três pontos notou a corrida formando três cores, preta, laranja e azul. Para
o ponto de menor tamanho (1 mm), o trajeto foi de menor espessura, com a coloração pouco
intensa, onde confirmou a pouca quantidade depositada no início do experimento. [1]
Para o ponto de tamanho médio (3 mm), o trajeto teve o mesmo percurso, agora mais
espesso e com melhor visualização das cores presentes. [1]
10

Para o maior ponto (5 mm), a espessura foi consideravelmente larga, com fortes cores
confirmando uma quantidade maior despejada do que nos pontos anteriores. O cromatograma
final é ilustrado na Figura 4. [1]

Figura 4: Cromatograma da caneta preta hidrográfica.

Fonte: Autoria própria.

A partir do cromatograma, pode-se verificar que a intensidade das cores para o ponto
mais fino (1 mm) é menor, porém, resultou em uma separação bem definida das cores, com
maiores valores de Dx. Com isso, o pigmento da fase móvel separa de maneira mais eficiente
pela fase estacionária, confirmando o efeito da quantidade, a partir dos valores de Rf,
ilustrados na Tabela 2. [1]

Tabela 2: Dados experimentais para cromatografia em papel da caneta hidrográfica.

Componente / mm Dx / cm Dx’ / cm Dx’’ / cm Ds / cm Rf Rf’ Rf’’

1 0,6 0,4 0,5 4,2 0,14 0,095 0,12

3 2,3 1,6 2,1 4,2 0,55 0,38 0,50

5 3,6 3,1 3,3 4,2 0,86 0,74 0,79

Fonte: Autoria própria.

4.3 Mistura de alaranjado de metila e azul de metileno

Nesta cromatografia o analito era a mistura dos corantes azul de metileno e alaranjado
de metila, na qual foi colocado no ponto central da fase estacionária (papel de filtro). Ao
realizar a adição da fase móvel (água e etanol) a separação dos corantes foi realizada.
11

No mesmo papel, no ponto à esquerda foi colocado o corante alaranjado de metila


puro, e à direita o corante azul de metileno puro. Com isso foi possível comparar os 3 pontos
que correram ao longo do papel. O alaranjado de metila teve uma trajetória (Dx) maior pelo
papel, já a trajetória do azul de metileno quase não ocorreu como pode-se observar na figura 7
e nos dados da tabela 3, sendo assim a solubilidade do alaranjado de metila no solvente foi
maior que a do azul de metileno. Isso ocorreu devido a semelhança de polaridade entre o
alaranjado de metila e o etanol, ambos são compostos orgânicos com caráter apolar.[1]

Figura 5: Estrutura do alaranjado de metila.

Fonte: Reproduzido de ENGEL, Randall G. [1]

Figura 6: Estrutura do azul de metileno.

Fonte: Reproduzido de ENGEL, Randall G. [1]

Tabela 3: Dados experimentais para a mistura de indicadores.

Componente Dx / cm Dx’ / cm Ds / cm Rf Rf’

Alaranjado de metila 5,4 - 6,4 0,84 -

Mistura 5,4 0,2 6,4 0,84 0,031

Azul de metileno 0,2 - 6,4 0,031 -

Fonte: Autoria própria.


12

Figura 7: Cromatograma para a mistura de indicadores.

Fonte: Autoria própria.

4.4 Mistura de sais inorgânicos

Neste caso também foi utilizado como estacionária o papel filtro, já a fase móvel foi
utilizado uma mistura de água, acetona e ácido clorídrico concentrado, 3 compostos polares.
Os analitos (sais inorgânicos) foram dispostos nos pontos do papel. Depois de deixar o eluente
correr pelo papel, foi possível observar a trajetória dos sais, porém não foi possível observar o
MnCl2, o ponto em que ele estagnou no papel estava incolor. Após o papel ter sido passado
pela cuba reveladora, que continha NH4OH, foi possível observar todos os pontos dos sais, e
também do MnCl2, como mostra a figura 8. O HCl utilizado na mistura para preparar o
eluente ajuda na identificação dos sais, após serem levados para a câmara reveladora o
hidróxido de amônio se decompõe em amônia gasosa, assim a interação do eluente e sal com
a amônia faz com que a identificação seja possível.[1]
De acordo com a figura 8 e a tabela 4 constata que o sal que teve uma trajetória maior
no papel com a adição do eluente foi o cloreto de ferro(III), sendo assim o mais solúvel na
fase móvel, mostrando ser mais polar que os demais sais. O sal que mais interagiu com a fase
estacionária foi o MnCl2 mostrando ser o mais apolar dos sais.
Em relação a amostra desconhecida X (último ponto no papel da figura 8), foi possível
saber sua composição através da comparação de sua interação com a fase estacionária e
eluente com o resultado da interação dos demais sais inorgânicos presentes. Ao observar o
ponto X na figura 8 consegue visualizar que nesta amostra havia um sal que teve uma
trajetória de 3,0 cm com o solvente através do papel de coloração roseada e outro sal com
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uma trajetória de 6,3 cm com coloração amarelada. Esses valores de Dx e a coloração


corroboram com os valores dos sais CoCl2 e FeCl3 encontrados nesta mesma cromatografia,
portanto a composição da amostra X era de cloreto de cobalto(II) e cloreto de ferro(III).

Tabela 4: Dados experimentais para a mistura de sais inorgânicos.

Componente Dx / cm Dx’ / cm Ds / cm Rf Rf’

FeCl3 6,3 - 6,8 0,93 -

CoCl2 3,0 - 6,8 0,44 -

MnCl2 2,1 - 6,8 0,31 -

CuCl2 4,6 - 6,8 0,68 -

Amostra X 3,0 6,3 6,8 0,44 0,93

Fonte: Autoria própria.

Figura 8: Cromatograma para mistura de sais.

Fonte: Autoria própria.

4.5 Cromatografia em coluna

Após a realização do assentamento da sílica e da fase móvel, introduziu-se o analito


(mistura de alaranjado de metila e azul de metileno) para que houvesse a separação dos
corantes. Com o fluxo de etanol correndo, o indicador de alaranjado de metila foi todo
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coletado, isso ocorreu devido a polaridade parecida do alaranjado de metila e do etanol, dois
compostos orgânicos de caráter mais apolar.
Para o escorrimento do azul de metileno, utilizou-se da solução de hidróxido de sódio,
não ocorrendo totalmente a solução do último indicador. Esse fenômeno pode ter ocorrido por
conta da diluição do corante no momento do preparo, onde a maior diluição atrapalha a
interação entre as substâncias. Com isso, tem-se que o azul de metileno é considerado o
corante mais polar, pois sua interação com a fase estacionária foi maior, devido a sílica
também ser um composto de caráter mais polar.

Figura 9: Cromatografia em coluna com SiO2.

Fonte: Autoria própria.

5. CONCLUSÃO

Portanto, é possível concluir que a utilização da técnica de cromatografia resultou de


maneira efetiva na separação dos corantes e sais inorgânicos. Em relação ao cálculo do fator
de retenção, obteve resultados satisfatórios com os observados experimentalmente. Para que
ocorra a minimização dos erros experimentais, pode-se utilizar equipamentos de medidas com
maior precisão, como paquímetros, para determinação de ds e dx, resultando em valores de Rf
15

mais exatos. Além disso, para cromatografia em coluna, o treino da técnica resulta em
separação mais efetiva dos corantes utilizados.

6. BIBLIOGRAFIA

[1] ENGEL, Randall G.; KRIZ, George S.; LAMPMAN, Gary M.; PAVIA, Donald L.
Química orgânica experimental: técnicas de escala pequena – Tradução da 3ª edição
norte-americana. São Paulo, SP: Cengage Learning Brasil, 2016. 9788522123469.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522123469/.

[2] Principles of chromatography. Khan Academy, 2016. Disponível em:


https://www.khanacademy.org/science/class-11-chemistry-india/xfbb6cb8fc2bd00c8:in-in-org
anic-chemistry-some-basic-principles-and-techniques/xfbb6cb8fc2bd00c8:in-in-methods-of-p
urification-of-organic-compounds/a/principles-of-chromatography.

[3] ATKINS, Peter. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio


Ambiente. Porto Alegre, RS: Grupo A, 2018. 9788582604625. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582604625/.

[4] COELHO, Pedro. Cromatografia em Papel: Princípio, Funcionamento, e Aplicações.


Engquimicasantossp, 2012. Disponível em:
https://www.engquimicasantossp.com.br/2012/06/cromatografia-em-papel.html

[5] Paper Chromatography. Byjus, 2020. Disponível em:


https://byjus.com/chemistry/paper-chromatography/

[6] BRONDANI, Patrícia B. Cromatografia de camada delgada (CDD). 2019. Disponível


em: https://patyqmc.paginas.ufsc.br/files/2019/07/Cromatografia-de-Camada-Delgada.pdf

[7] BROWN, Theodore; LEMAY, Eugene; BURSTEN, Bruce; MURPHY, Catherine;


WOODWARD, Patrick; STOLTZFUS, Matthew. Química, a ciência central. 13. ed. São
Paulo: Pearson, 2016. 1229 p. v. 1. ISBN 9788543005652.

[8] CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. : Grupo A, 2013. E-book. ISBN
9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 06 out. 2022.

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