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DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

LÍVIA GONZALEZ BRUNETTI


MARIA CLARA COSTA GOUVEIA

CONDUÇÃO ELETROLÍTICA

PRESIDENTE PRUDENTE - SP
22/12/2022
LÍVIA GONZALEZ BRUNETTI
MARIA CLARA COSTA GOUVEIA

CONDUÇÃO ELETROLÍTICA

Relatório apresentado ao Professor Dr. Sérgio


Antonio Marques de Lima e ao doutorando
Renan Caike Silva da disciplina de Química
Experimental Geral II, do curso de Química.

UNESP – Faculdade de Ciências e Tecnologia


Presidente Prudente - 22/12/2022
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1. INTRODUÇÃO

A condução eletrolítica é um termo utilizado para definir os movimentos de íons livre


em solução, um eletrólito é uma substância capaz de conduzir eletricidade a partir da
migração de íons, ou seja, em uma solução há a necessidade de que os íons estejam livres para
se mover, para que assim haja a condução elétrica, essa solução ganha o nome de “ solução
eletrolítica”.[1]
Dentre este conceito, temos o termo “não eletrólito”, que seria a substância que não
possui a capacidade de conduzir eletricidade, mesmo estando em uma solução, sendo essa,
uma solução não eletrolítica, tendo a ausência de íons livre. Os eletrólitos fracos são
substâncias que não se dissociam totalmente em água, não liberando íons na solução, a maior
parte das moléculas continuam intactas, como por exemplo o ácido acético, um ácido fraco e
consequentemente um eletrólito fraco e um mal condutor elétrico.[1]
Para eletrólitos fortes, a solução está quase, ou totalmente em forma de íons, tendo
três tipos de soluções que são consideradas eletrólitos fortes: ácidos fortes, bases fortes e
compostos iônicos solúveis.[1]
Ácidos e bases fortes são bons condutores por ambos se dissociarem inteiramente em
solução, possuindo maior movimento de íons livre para a condução. Segundo Debye, Huckel
e Onsager o aumento da condutividade molar dos eletrólitos fortes produzem íons de carga
unitária, que podem ser calculados quantitativamente com a diminuição da concentração dos
solutos.[2]

Figura 1: Exemplo de dissociação de ácido e base forte em água.

Já os compostos iônicos, ou sejam, aqueles formados por metal e um ametal, ligados a


partir de uma transferência de elétrons resultando em íons, quando sólidos, por não possuírem
movimento entre os íons , não são considerados bons condutores, mas, podem ser dissolvidos
em solventes dielétricos, como a água, ou até mesmo aquecidos até seus pontos de fusão, a
substância se dissocia, liberando as partículas com carga e íons, resultando em uma boa
solução condutora de eletricidade, dentro dos compostos iônicos, os mais conhecidos são os
sais como cloreto de sódio, cianetos e tiocianatos.[2]
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Figura 2: Reação geral de dissociação de um sal


Os eletrólitos fracos são substâncias que não se dissociam totalmente em água, não
liberando íons na solução, a maior parte das moléculas continuam intactas, como por exemplo
o ácido acético, um ácido fraco e consequentemente um eletrólito fraco e um mal condutor
elétrico.
Quando os eletrólitos então em solução, formando precipitados, representa-se as
equações iônicas completa de uma reação de precipitação, separando os íons dissolvidos
como os íons da água, identificando sua forma na parte de baixo de cada elemento, como
representado na imagem a seguir:

Figura 3

2. OBJETIVOS
O objetivo do experimento foi testar, analisar e observar o comportamento da
condução eletrolítica através dos testes em sólidos cristalinos puros, soluções feitas em água e
em etanol, e compostos puros em estado líquido.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Reagentes

- Água deionizada; - Solução de sacarose 5% em água;


- Água da torneira; - Solução de ácido acético 5% em
- Etanol; água;
- NaCl sólido; - Solução de NaCl 5% em etanol;
- Sacarose sólida; - Solução de sacarose 5% em etanol;
- Ácido acético puro; - Solução de ácido acético 5% em
- Solução de NaCl 5% em água; etanol.
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3.2 Materiais
- Béquer de 50 mL (4);
- Bastão de vidro(1);
- Medidor de condutividade elétrica (sistema com leds);
- Fonte de tensão.

3.3 Procedimento
3.3.1 Condutividade
Para este experimento foi montado um sistema de condutividade com um medidor de
condutividade elétrico, com sistema de led composto por cinco lâmpadas pequenas de 110 V,
as lâmpadas tinham respectivamente 7 W, 15 W, 40 W e 100 W. O dispositivo foi utilizado
para diferenciar a força de eletrólitos.
Para os testes, os fios do aparelho foram introduzidos em béqueres contendo as
seguintes soluções:
- Água destilada; - Solução de NaCl 5% em água;
- Água da torneira; - Solução de sacarose 5% em água;
- Etanol; - Solução de ácido acético 5% em água;
- NaCl sólido; - Solução de NaCl 5% em etanol;
- Sacarose sólida; - Solução de sacarose 5% em etanol;
- Ácido acético puro. - Solução de ácido acético 5% em etanol.

3.3.2 Efeito da concentração das soluções na condutibilidade das mesmas


Para este experimento foi utilizado o sistema de condutividade elétrica para testar a
força dos eletrólitos de determinada solução, observando o efeito da diferença de
concentração da mesma.
3.3.2.1 NaCl (Cloreto de sódio)
Em béqueres de 50 ml foram gotejados, de forma gradual, a solução de cloreto de
sódio 0,1 mol/L, foi acrescentado água destilada a solução, até que o volume final alcançasse
25 mL. Em cada béquer o tanto de gotas foi crescendo gradualmente, respectivamente: 10: 20:
40 e 100 gotas. Os fios do sistema foram introduzidos nos béqueres para realizar o ensaio de
condutibilidade de cada concentração.
3.3.2.2 CH3COOH ( Ácido acético)
Em béqueres de 50 ml foram gotejados, de forma gradual, a solução de ácido acético
0,1 mol/L, foi acrescentado água destilada a solução, até que o volume final alcançasse 25
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mL. Em cada béquer o tanto de gotas foi crescendo gradualmente, respectivamente: 10: 20: 40
e 100 gotas. Os fios do sistema foram introduzidos nos béqueres para realizar o ensaio de
condutibilidade de cada concentração.

3.4 FLUXOGRAMA
3.4.1 Condutividade
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3.4.2 NaCl (Cloreto de sódio)

3.3.2.2 CH3COOH ( Ácido acético)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Utilizando um dispositivo com 5 LEDs com crescentes resistências (47, 220, 330, 560
e 680Ω, respectivamente) para testar a força dos eletrólitos em diferentes concentrações e
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tensões. Esse dispositivo, foi conectado a uma fonte de tensão onde passava uma corrente de
7,5 volts e depois foi colocado os eletrodos, que possuíam uma distância de 2 cm, em contato
com as substâncias e soluções preparadas para observar o comportamento dos LEDs,
conforme mostrado nas tabelas a seguir:
Tabela 1 - Condutividade das substâncias ‘puras’

Substância Fórmula Comportamento luzes


LEDs

Água deionizada H2O deionizada acendeu o primeiro LED

Água da torneira H2O torneira acendeu até o segundo


LED

Etanol CH3CH2OH não acendeu nenhum LED

NaCl sólido NaCl não acendeu nenhum LED

Sacarose sólida C12H22O11 não acendeu nenhum LED

Ácido acético puro CH3COOH não acendeu nenhum LED


Fonte: Autoria própria

Tabela 2 - Condutividade das soluções.

Soluções Comportamento luzes LEDs

NaCl 5% em H2O acendeu todos os LEDs

Sacarose 5% em H2O acendeu o primeiro e um pouco do


segundo LED

Ácido acético 5% em H2O acendeu até a terceira LED

NaCl 5% em etanol acendeu o primeiro e o segundo e pouco


do terceiro LED

Sacarose 5% em etanol não acendeu nenhum LED

Ácido acético 5% em etanol acendeu pouco do primeiro LED


Fonte: Autoria própria

A água deionizada por não possuir íons em sua composição, se torna uma substância
não eletrolítica, já a água da torneira consegue passar um pouco de corrente elétrica por conta
de suas impurezas, por isso é um eletrólito fraco. As substâncias sólidas não acendem nenhum
LED, portanto não são substâncias eletrolíticas, não conduzem corrente elétrica, já o ácido
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acético acético puro é um eletrólito fraco, apesar de não ter acendido nenhum LED, ele
precisaria ser bastante diluído para ocorrer a dissociação dos íons e ocorrer a condução de
corrente elétrica.
Soluções diluídas em água aumenta a dissociação dos íons e consequentemente
aumenta a condução de corrente. O cloreto de sódio tem seus íons totalmente dissociados em
água por isso são ótimos eletrólitos.
NaCl(s) + H2O(l) → Na+(aq) + Cl-(aq)
A sacarose é um composto constituído de moléculas e suas soluções aquosas não
conduzem corrente elétrica, pois as moléculas neutras de sacarose não contribuem para o
transporte de cargas, por isso se torna um eletrólito fraco. O ácido acético em solução aquosa,
conduzem eletricidade, isso ocorre porque os ácidos se desdobram em íons, por isso
conduzem mais corrente do que o ácido acético puro.
A condutividade elétrica do álcool também é passada pelo controle de análise. O
máximo permitido é de até 350 micro siemens por metro (µs/m), o que torna praticamente
inexistente sua capacidade de conduzir corrente elétrica. Portanto nos experimentos as
soluções em álcool são eletrólitos fracos e por isso acenderam poucos LEDs.
Esses testes também foram feitos com soluções diluídas com a fonte de tensão
ajustada para 14 volts. Preparou-se uma solução estoque de 100 mL de NaCl 0,1 mol/L. A
massa de cloreto de sódio necessária para o preparo dessa solução foi calculada da seguinte
forma:

0,1 mol ——— 1000 mL m = n. MM


x ——— 100 mL m = 0,01 mol . 58,44 g/mol
x = 0,01 mol m ≅ 0,6 g

Utilizando da solução estoque, foi feito algumas diluições indicadas na tabela abaixo
e, da mesma maneira do procedimento anterior, analisou-se o comportamento dos LEDs em
cada solução.
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Tabela 3 - Comportamento dos LEDs em diferentes concentrações de NaCl

nº Gotas solução Vf da solução Con. da solução Comportamento


estoque (mL) final (mol/L) dos LEDs

1 10 25,0 0,002 primeiro e um


pouco do
segundo LED

2 20 25,0 0,004 primeiro e um


pouco do
segundo LED

3 40 25,0 0,008 primeiro e um


pouco do
segundo LED

4 100 25,0 0,020 primeiro,


segundo e muito
pouco do terceiro
LED
Fonte: Roteiro e autoria própria
O experimento também foi repetido para diferentes concentrações de ácido acético.
Também foi preparado uma solução estoque de 100 mL a 0,1 mol/L e o volume de ácido
acético utilizado foi calculado da seguinte maneira:

0,1 mol ——— 1000 mL m = n. MM


x ——— 100 mL m = 0,01 mol . 60,052 g/mol
x = 0,01 mol m = 0,6 g de ácido acético
V = m / d = 0,6 / 1,044
V ≅ 0,6 mL de CH3COOH

Observando o comportamento dos LEDs em diferentes concentrações de ácido


acético, obteve-se os seguintes resultados:
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Tabela 4 - Comportamento dos LEDs em diferentes concentrações de CH3COOH

nº Gotas solução Vf da solução Con. da Comportamento


estoque (mL) solução final dos LEDs
(mol/L)

1 10 25,0 0,002 primeiro e um


pouco do
segundo LED

2 20 25,0 0,004 primeiro e um


pouco do
segundo LED

3 40 25,0 0,008 primeiro e um


pouco do
segundo LED

4 100 25,0 0,020 primeiro,


segundo e muito
pouco do terceiro
LED
Fonte: Roteiro e autoria própria
Tendo em vista que a corrente elétrica aumentou junto com a quantidade de gotas,
pode-se dizer que as concentrações das soluções influenciam na quantidade de íons que
transportam a corrente elétrica, e os tornam melhores eletrólitos com uma concentração maior.
Algumas imagens foram adicionadas nos anexos para que possua uma melhor
visualização dos comportamentos dos LED em diferentes meios que foram feitos durante os
experimentos.

5. CONCLUSÃO
Os experimentos realizados demonstraram e comprovaram a dissociação de íons em
meio aquoso, gerando um meio propício para condução elétrica, já para sólidos, a prática
também obteve sucesso nos resultados, comprovando que a falta de movimentos dos íons não
gera condução eletrolítica.
Podemos concluir que os objetivos foram alcançados com êxito, com todos as
substância obtendo resultados condizentes com suas características respectivas de eletrólitos
fortes, fracos ou não condutores.
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6. ANEXOS
Figura 1 - Comportamento dos LEDs com a água deionizada

Fonte: Autoria própria


Figura 2 - Comportamento dos LEDs com a água da torneira

Fonte: Autoria própria


Figura 3 - Comportamento dos LEDs com uma substância sólida

Fonte: Autoria própria


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Figura 4 - Comportamento dos LEDs com o NaCl 5% em água

Fonte: Autoria própria


Figura 5 - Comportamento dos LEDs com o NaCl 5% em etanol

Fonte: Autoria própria


Figura 6 - Comportamento dos LEDs com uma substância com concentração baixa
(10 gotas de NaCl)

Fonte: Autoria própria


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Figura 7 - Comportamento dos LEDs com uma substância com concentração alta
(100 gotas de NaCl)

Fonte: Autoria própria

7. BIBLIOGRAFIA

[1] ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de química:


questionando a vida moderna e o meio ambiente. Grupo A, 2018. E-book. ISBN
9788582604625. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582604625/.

[‌ 2] VOGEL, Arthur I. Análise Química Quantitativa. : Grupo GEN, 2002. E-book. ISBN
978-85-216-2580-3. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-2580-3/.

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