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Relatório de Química Geral:

Forças Intermoleculares

Alunos: Lívia Vitória de Souza Oliveira - 2023.2.05862.11


Antônia Vitória Cavalcante Rodrigues 2023.205898.11
Nathália Lima Lins - 202020633411
Professora: Daphne Cukierman
1. Introdução

As forças intermoleculares são elementos cruciais na compreensão e interpretação das


mudanças de estado físico, solubilidade, miscibilidade e condutividade elétrica de
substâncias. Estas forças, que atuam entre moléculas individuais, são fundamentais para
determinar as propriedades químicas e físicas das substâncias. Mais abaixo, serão citados os
experimentos realizados para investigar o impacto das forças intermoleculares em diferentes
sistemas, utilizando um conjunto variado de substâncias e solventes, trazendo também as
diferentes leis químicas que os regem.

Forças de Van der Waals (Livro: "Química Geral" por Raymond Chang e Jason
Overby):
As forças de Van der Waals, incluindo dipolo-dipolo, dipolo induzido-dipolo induzido (forças
de London) e pontes de hidrogênio, são de importância crítica na compreensão das interações
intermoleculares. Ao investigar o aquecimento de substâncias como CuSO4∙5H2O,
CaCl2∙2H2O e NaCl, as forças de Van der Waals desempenham um papel na determinação
das temperaturas de fusão e ebulição dessas substâncias.

Lei de Raoult (Livro: "Termodinâmica" por Gilbert W. Castellan)


A Lei de Raoult, que rege o comportamento das soluções ideais, tem relevância direta na
solubilidade de compostos em diferentes solventes. Ao investigar a solubilidade de cloreto de
sódio, sacarose, sulfato de cobre e parafina em água, etanol e ciclohexano, a Lei de Raoult é
fundamental para compreender como as forças intermoleculares influenciam a capacidade de
dissolução de substâncias em diferentes solventes.

Miscibilidade e Compatibilidade de Solventes


Além disso, a investigação da miscibilidade de solventes como acetona e clorofórmio com
água, etanol e ciclohexano é vital para compreender como as forças intermoleculares afetam a
capacidade de diferentes solventes se misturarem. Este aspecto é crucial para entender a
seleção de solventes em várias aplicações químicas, como extração e processos de separação.

Condutividade Elétrica
A condutividade elétrica das soluções formadas nos experimentos também é influenciada
pelas forças intermoleculares. Os íons gerados pela dissociação de compostos iônicos em
soluções aquosas, como NaCl, podem conduzir eletricidade, destacando a importância das
interações eletrostáticas nas propriedades elétricas.

Sabendo disso, é de grande relevância observar e comprovar como as forças intermoleculares


impactam essas propriedades físicas e químicas, para assim ter uma visão mais profunda
sobre a natureza das interações entre moléculas e sua relevância em uma variedade de
cenários. Essas investigações são essenciais para entender e otimizar processos químicos e
físicos em diversas áreas da ciência e da indústria.
2. Objetivos
Caracterizar as propriedades de substâncias e compreender como as forças intermoleculares,
como as forças de Van der Waals e as ligações de hidrogênio, influenciam as interações entre
as moléculas das substâncias.

3. Metodologia

Para a parte experimental, foi utilizado como procedimento de aquecimento, 3 tubos de


ensaio contendo, em pequena quantidade (apenas a ponta da espátula), as respectivas
substâncias: CuSO4.5H2O, CaCl2.2H2O e NaCl. Em seguida, aqueceu-se os tubos de ensaio
com um bico de gás, de forma a notar alguma mudança de caráter físico nos mesmos. As
alterações das substâncias armazenadas nos tubos foram anotadas, com o intuito de serem
interpretadas posteriormente. Como procedimento de análise de solubilidade, foram pegos 12
tubos de ensaio e dissolvidos pequenas quantidades (apenas a ponta da espátula) de solutos,
em 2 mL de solventes pré determinados. Para a medição da quantidade do solvente, foi
utilizado uma pipeta graduada de 5 mL. Os solutos pré determinados foram: cloreto de sódio,
sacarose, sulfato de cobre e parafina. Cada soluto foi dissolvido em tubos contendo,
separadamente, os determinados solventes: água, etanol e ciclohexano. Os resultados de
solubilidade foram observados e anotados a fim de conclusões posteriores, de forma a se ter
ênfase na interação intermolecular do processo de solubilização das substâncias. Para a etapa
de miscibilidade, foram utilizados 6 tubos de ensaio e misturados 2 mL de cada um dos
líquidos pré determinados. A mistura foi feita com acetona e clorofórmio. Cada um dos dois
líquidos, foram misturados, separadamente, em: água, etanol e ciclohexano. Os resultados de
miscibilidade foram observados e anotados a fim de conclusões posteriores, de forma a se ter
ênfase na interação intermolecular do processo de miscibilidade das substâncias. Por fim, foi
feito um teste de condutividade elétrica em meio líquido. Utilizaram-se béqueres de 50 mL
com os seguintes líquidos, separadamente: água da torneira, água destilada, soluções de
cloreto de sódio, sacarose, ácido clorídrico e ácido acético. Com uma lâmpada conectada a
uma fonte de tensão, foi possível observar como os líquidos se comportaram em relação a sua
condutividade elétrica. Os resultados de condutividade elétrica foram observados e anotados
a fim de conclusões posteriores.

4. Resultados e discussões
4.1. Aquecimento
Separe 3 tubos de ensaio e em cada um deles, adicione uma pequena quantidade dos
sólidos de, 𝐶𝑢𝑆𝑂4.5H2O, 𝐶𝑎𝐶𝑙2.2H2O e NaCl.

- 4.1.1. 𝐶𝑢𝑆𝑂4.5H2O: Ao aquecer esse sal, ele perde as moléculas de água que
estão ligadas ao íon cobre (II) por pontes de hidrogênio. Isso faz com que ele
mude de cor de azul para branco, pois o íon cobre (II) fica menos hidratado. A
reação que ocorre é:

Δ
𝐶𝑢𝑆𝑂4.5H2O 𝐶𝑢𝑆𝑂4+ 5H2O

- 4.1.2. 𝐶𝑎𝐶𝑙2.2H2O: Ao aquecer esse sal, ele também perde as moléculas de água que
estão ligadas aos íons cálcio e cloreto por forças de dipolo induzido-dipolo induzido.
Isso faz com que ele fique mais seco e cristalino, pois a rede iônica fica mais
compacta. A reação que ocorre é:

Δ
𝐶𝑎𝐶𝑙2.2H2O 𝐶𝑎𝐶𝑙2+2H2O

- 4.1.3. NaCl: Ao aquecer esse sal, ele não sofre nenhuma mudança visível, pois ele não
contém água na sua estrutura. Ele apenas aumenta a sua temperatura e se mantém
sólido, pois a sua rede iônica é muito estável e requer uma alta energia para se romper.
Não há reação química envolvida nesse caso.

4.2. Solubilidade

tabela 1: Teste de Solubilidade

Solventes

Solutos Água Ciclohexano Etanol

Cloreto de sódio
solúvel insolúvel insolúvel

Sacarose
solúvel insolúvel insolúvel

Sulfato de cobre
solúvel insolúvel insolúvel

Parafina
insolúvel solúvel insolúvel

- 4.2.1. Cloreto de sódio (NaCl): É um composto iônico e, portanto, é


altamente solúvel em água, que é um solvente polar. No entanto, sua
solubilidade em etanol e ciclohexano (solventes não polares) seria muito
menor.
- 4.2.2. Sacarose: É uma molécula polar devido à presença de numerosos
grupos hidroxila (-OH). Portanto, é altamente solúvel em água e etanol (ambos
polares), mas menos solúvel em ciclohexano (não polar).
- 4.2.3. Sulfato de cobre: Como o cloreto de sódio, o sulfato de cobre é um
composto iônico e também altamente solúvel em água, mas menos solúvel em
etanol e ciclohexano.
- 4.2.4. Parafina: É uma molécula não polar e, portanto, é mais solúvel em
solventes não polares como o ciclohexano. Sua solubilidade em água seria
muito baixa, enquanto no etanol seria intermediária.
4.3. Teste de Miscibilidade

Tabela 2 - Teste de Miscibilidade

Água Ciclohexano Etanol

Acetona
Miscível Não miscível Miscível

Éter etílico
Não foi usado Não foi usado Não foi usado

Clorofórmio
Não miscível Miscível Não miscível

- 4.3.1. Água: É um solvente polar e forma ligações de hidrogênio. Portanto, é


miscível com etanol e acetona (ambos polares e capazes de formar ligações de
hidrogênio), mas não com ciclohexano, e clorofórmio (todos não polares ou
menos polares).

- 4.3.2. Ciclohexano: É um solvente não polar e, portanto, é mais miscível com


clorofórmio (não polar), mas, menos miscível com água, etanol e acetona
(todos polares).

4.4. Condutividade elétrica

A condução de corrente elétrica através de um líquido depende da presença de íons que


podem se mover livremente

1. Água da torneira: A água da torneira contém vários minerais e íons


dissolvidos, o que a torna capaz de conduzir eletricidade. Na prática
observamos alguma condutividade elétrica ainda que baixa, quando usada a
água da torneira.
2. Água destilada: A água destilada é pura e não contém íons dissolvidos,
portanto, não conduz eletricidade. Não foram observados condutividade
elétrica.
3. Solução de cloreto de sódio: O cloreto de sódio se dissocia em íons Na+ e Cl-
em solução, permitindo a condução de eletricidade. Foi observado
condutividade.
4. Solução de sacarose: A sacarose é uma molécula covalente e não se dissocia
em íons em solução, portanto, não conduz eletricidade.
5. Solução de ácido clorídrico: O ácido clorídrico se dissocia em íons H+ e Cl-
em solução, permitindo a condução de eletricidade. Foi observado alta
condutividade.
6. Solução de ácido acético: O ácido acético é um ácido fraco e se dissocia
parcialmente em íons em solução, portanto, conduz eletricidade, mas não tanto
quanto uma solução de um ácido forte como o ácido clorídrico. Foi observado
pouca condutividade.

5. Conclusão:

Os experimentos realizados fornecem uma compreensão valiosa das propriedades químicas e


físicas das substâncias, bem como das interações intermoleculares. Através dos testes de
solubilidade, observamos que a natureza polar ou não polar de um soluto e solvente
determina sua solubilidade. Da mesma forma, a miscibilidade de dois líquidos também é
influenciada por suas propriedades polares ou não polares. Além disso, a condução de
eletricidade através de um líquido é possível na presença de íons livres. Essas observações
destacam a importância das interações intermoleculares na determinação das propriedades
das substâncias e reforçam o conceito de que a estrutura molecular desempenha um papel
crucial na determinação dessas interações. Portanto, esses experimentos são fundamentais
para aprofundar nossa compreensão da química.

6. Bibliografia e Referências:
1. Química Geral" por Raymond Chang e Jason Overby
2. Termodinâmica" por Gilbert W. Castellan

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