Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE QUÍMICA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA

GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Química Geral Experimental 1:


Determinação da Fórmula Molecular de um Sal Hidratado Forças
Intermoleculares

Aluna:
ELAINE NIEDZIELSKI

PROFESSORA:
JAQUELINE SENRA

RIO DE JANEIRO
05/2022
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................3
2. OBJETIVOS ...........................................................................................................5
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................6
3.1. MATERIAIS ................................................................................................................6
3.2. MÉTODOS ..................................................................................................................6
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................8
5. CONCLUSÕES ...................................................................................................11
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................12
1. INTRODUÇÃO
1.1 Determinação da fórmula molecular de um sal hidratado
Sal hidratado é um sal em que os íons do composto incorporam moléculas de água em
seus retículos cristalinos, o que faz essas moléculas passarem a integrar o cristal salino. A
fórmula química de um sal hidratado segue um padrão, no qual temos a presença de um cátion
qualquer (X+), um ânion qualquer (Y-) e uma certa quantidade (n) em mol de água, como
podemos observar no seguinte modelo: XY.nH2O
Para formar a nomenclatura de um sal hidratado, devemos realizar as seguintes regras:
Nome do ânion + de + nome do cátion + prefixo + hidratado
Obs.: O prefixo indicado na regra de nomenclatura refere-se à quantidade em mol de
água presente na fórmula do sal, assim, para 1 mol (mono), 2 mol (d), 3 mol (tri), etc.
Quando um sal hidratado passa por um processo de aquecimento, as moléculas de água
incorporadas à estrutura cristalina são desprendidas na forma de vapor, restando apenas um sal
simples.

1.2 Forças Intermoleculares


No cotidiano, notamos que em temperatura ambiente algumas substâncias estão no
estado sólido, outras no líquido e outras no gasoso. De um estado físico para o outro o que muda
é a força de interação entre as partículas.
Por exemplo, as partículas no estado sólido estão bem próximas, com pouca liberdade
de movimento, o que significa que a força de atração entre suas moléculas ou força
intermolecular é bem grande.
E quanto maior for essa força, maior será a energia necessária para rompê-la e mudar o
estado físico do material.
Mesmo entre materiais que estão no mesmo estado físico, nota-se que existem diferentes
forças intermoleculares. Um exemplo é se despejarmos três gotas de acetona e três gotas de
água em colheres separadas e observarmos o que ocorre. Veremos que a acetona evaporará bem
mais rápido que a água, o que significa que suas forças intermoleculares são mais fracas.
O físico holandês Johannes Van Der Waals estudou e propôs a existência dessas forças,
em 1873. Por isso, elas passaram a ser chamadas de forças de Van Der Waals. Apenas as forças
intermoleculares existentes entre moléculas apolares foram explicadas por outro cientista: Fritz
London.

1
As três forças intermoleculares são:
1. Forças dipolo induzido-dipolo induzido (também chamada de forças ou ligações de
Van der Waals ou forças de dispersão de London):
Acontece em moléculas apolares. Num dado instante, os elétrons de uma molécula
apolar, que estão em constante movimento, passam a ter mais elétrons de um lado do que de
outro, ficando esta, assim, momentaneamente polarizada. Desse modo, por indução elétrica, ela
irá polarizar uma molécula vizinha, ou seja, vai criar um dipolo induzido. 2. Forças dipolo
permanente-dipolo permanente ou dipolo-dipolo:
Ocorre em moléculas polares, em que uma extremidade é positiva e a outra negativa, criando
um dipolo elétrico permanente, como mostrado abaixo, no caso das moléculas de HCl, em que
a parte positiva atrai a parte negativa da molécula vizinha, e assim por diante:
3. Ligação de hidrogênio:
Ocorre quando o hidrogênio de uma molécula se liga a outros átomos pequenos e
fortemente eletronegativos, principalmente flúor, oxigênio e nitrogênio. Um exemplo é a água:
o hidrogênio (com carga parcialmente positiva) de uma molécula é atraído pelo oxigênio (carga
parcialmente negativa) de outra molécula vizinha.
Essa é a mais forte de todas as forças intermoleculares. Desse modo, temos:
Ordem crescente de intensidade de interação:
dipolo induzido-dipolo induzido < dipolo-dipolo < ligação de hidrogênio

2. OBJETIVOS
No primeiro experimento, o objetivo é determinar empiricamente a fórmula química do
sal hidratado de sulfato de cobre.
No segundo experimento, o objetivo é discutir a influência de forças intermoleculares
em algumas propriedades físico-químicas de amostras de sólidos e líquidos.

2
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. MATERIAIS
• Balança
• Tubos de ensaios
• Bico de gás
• Espátula
• Béqueres
• Pinça de madeira ou metálica
• Dessecador.
• Pipetas graduadas de 5 ml
• Bastão de vidro
• Lâmpada conectada a uma fonte de tensão

3.2 Reagentes
• Sal de sulfato de cobre pentahidratado.
• Amostras sólidas de sulfato de cobre pentahidratado, cloreto de cálcio dihidratado,
cloreto de sódio, sacarose e parafina.
• Água destilada
• Etanol
• Ciclohexano
• Acetona
• Éter etílico
• Clorofórmio.
• Soluções de cloreto de sódio, sacarose, ácido clorídrico e ácido acético com
concentração 0,1 mol/L

3.2. MÉTODOS Experimento


1:
Usando a balança, determinamos e anotamos a massa (m 1) de um tubo de ensaio grande,
limpo e seco. Então, adicionamos cerca de 2 g do sal hidratado no tubo de ensaio, em seguida,
anotamos a massa (m2) do conjunto.
Usando o bico de gás, aquecemos o sal contido no tubo até eliminar toda a água do
mesmo. O sal de CuSO4 anidro será obtido quando o mesmo passar da cor azul para branco.

3
Então, deixamos o conjunto resfriar no dessecador, depois medimos e anotamos a massa (m 3)
do conjunto.
Determinamos a massa do sal anidro (𝑚𝐶𝑢𝑆𝑂4 =  𝑚3 − 𝑚1) e de água eliminada (𝑚𝐻2𝑂 =
 𝑚2 − 𝑚3). Calculamos o número de mol do sal anidro. Calculamos o número de mol de água
eliminada durante o aquecimento do sal hidratado. Calculamos a razão entre o número de mol
de água eliminada e o número de mol do sal anidro. Então, escrevemos a fórmula do hidrato
determinada experimentalmente e determinamos o rendimento (𝜂) do processo de desidratação
do hidrato.
Experimento 2:
a) Aquecimento
Separamos 1 tubo de ensaio e adicionamos uma pequena quantidade de NaCl.
Aquecemos o tubo contendo o sólido até que acontecesse alguma mudança em sua característica
física
b) Solubilidade
Tentamos dissolver uma pequena quantidade dos solutos em 2 mL dos solventes, conforme a
tabela 4.1 abaixo. Mantendo a mesma relação soluto-solvente. E anotamos o resultado.
c) Miscibilidade
Misturamos 2 ml de cada um dos líquidos, conforme a tabela 4.2 abaixo. Mantendo os volumes
constantes. E anotamos os resultados.
d) Condutividade
elétrica
Apenas a professora fez esse experimento e a turma apenas observou o que aconteceu. Foi
verificado se há condução de corrente elétrica através dos seguintes líquidos: água da torneira,
água destilada, soluções de cloreto de sódio, sacarose, ácido clorídrico e ácido acético, todas
com concentração igual a 0,1 mol/L. Anotamos e interpretamos os resultados.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Experimento 1:
Ao pesarmos o tubo de ensaio puro na balança, sem nenhuma substância, temos que o
peso do tubo de ensaio (m1) é de 15,25g.
Ao adicionarmos cerca de 2 g do sal hidratado no tubo de ensaio, pesamos novamente
essa massa do tubo de ensaio + sal hidratado (m 2) que foi de 17,28g.

4
Após aquecermos o sal contido no tubo com bico de gás até eliminar toda a água, a
coloração do Sulfato de cobre que antes era azul mudou para branco depois que a água foi
retirada. Após esse procedimento, deixamos resfriar no dessecador, medimos novamente a
massa do tubo e anotamos dessa vez a massa m 3 = 16,80g.
Para determinar a massa do sal anidro fizemos 𝑚𝐶𝑢𝑆𝑂4 =  𝑚3 − 𝑚1 , substituindo temos

𝑚𝐶𝑢𝑆𝑂4 =  16,80  −  15,25, então 𝑚𝐶𝑢𝑆𝑂4 =  1,55𝑔 . E para encontrarmos a massa da água

destilada 𝑚𝐻2𝑂 =  𝑚2  −  𝑚3, 𝑚𝐻2𝑂 =  17,28  −  16,80 →  𝑚𝐻2𝑂 =  0,48𝑔

Com esses valores podemos então calcular a quantidade de mols do sulfato de cobre e
da água destilada, sabendo que a massa molar deles respectivamente são 159,6g/mol e 18g/mol.
Usando a fórmula 𝑛  =   𝑚, em que n é o número de mols, m a massa e M a massa molar, temos
𝑀

que o 𝑛𝐶𝑢𝑆𝑂4  01 𝑚𝑜𝑙 e 𝑛𝐻2𝑂  03 𝑚𝑜𝑙. 0,01 mol de sulfato de cobre


e 0,03 mol de água.

Razão do nº de mol de H2O e do mol de CuSO4 = 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 Á𝑔𝑢𝑎 =  3 


𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝐶𝑢𝑆𝑂4 0,01

CuSO4 . 5H2O → CuSO4 + 5H2O


Para obtermos o rendimento (𝜂) do processo de desidratação do hidrato usamos a
fórmula:

𝜂  =   𝑛𝐻2𝑂(𝑒 × 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙) × 100

𝑛𝐻2𝑂(𝑡𝑒𝑜𝑟𝑖𝑐𝑜)

𝜂  23%

Experimento 2:

5
No item (a), o sal de cloreto de sódio foi aquecido por um bico de gás por
aproximadamente 5 minutos, esperamos esse tempo aquecendo para que ocorresse alguma
mudança em sua característica física, mas não foi apresentada nenhuma mudança.
No item (b), a mistura dos sólidos de cloreto de sódio, sacarose, sulfato de cobre,
parafina com os solventes H2O, C2H5OH e C6H12 apresentou os seguintes resultados na tabela
4.1 abaixo:
Tabela 4.1 Teste de solubilidade de alguns sólidos em H2O, C2H5OH e C6H12.
Sólidos Água Etanol Ciclohexano
Cloreto de sódio Solubilizou Não solubilizou Não solubilizou

Sacarose Solubilizou Não solubilizou Não solubilizou

Sulfato de cobre Solubilizou Não solubilizou Não solubilizou

Parafina Não solubilizou Não solubilizou Não solubilizou

Ao misturarmos o cloreto de sódio em água percebe-se uma solubilidade excelente, o


sal desaparece na água, ocorrendo o processo de ionização em que é liberado seus íons Na + e
Cl-. Podemos caracteriza-lo como uma Força Íon–dipolo. No caso do etanol, o cloreto de sódio
se precipita, pois, suas moléculas não interagem entre si. Com o ciclohexano obtivemos o
mesmo resultado do etanol. Pelo fato do etanol e o ciclohexano serem um solvente que tem uma
polaridade bem menor do que a da água, o cloreto de sódio é pouco solúvel nestes solventes.
A sacarose também se dissolveu bem na água, pois possui vários grupos OH em sua
estrutura, que realizam ligações de hidrogênio com as moléculas de água, o que facilita sua
dissolução. Já no etanol e no clicohexano ocorreu uma grande precipitação, e causa foi a mesma
que a do cloreto de sódio, por influência da polaridade.
O sulfato de cobre por ser um composto iônico, composto por íons de Cu ²+ e SO4-²
mantidas juntas por forças eletrostáticas. A água por ser uma molécula polar, interfere nessas
forças, "quebrando" as ligações iônicas, razão pela qual o CuSO 4 dissolve-se. Já o etanol e
cliclohexano por serem moléculas apolares, acontece o oposto, o composto não se dissolve.
A parafina é apolar, formada por hidrocarbonetos saturados (carbono e hidrogênio), não
sendo solúvel em água, etanol e ciclohexano.

6
No item ( c ) ao serem misturadas as seguintes soluções na tabela abaixo, foram obtidos
os seguintes resultados como mostrado na tabela 4.2:
Tabela 4.2 Teste de miscibilidade de líquidos.
Água Etanol Ciclohexano
Acetona homogênea homogênea homogênea

Éter etílico homogênea homogênea homogênea

Clorofórmio heterogênea homogênea homogênea

No item ( c ), ao misturar éter etílico e ciclohexano obtivemos uma solução homogênea,


porém turva e levemente esbranquiçada. O mesmo aconteceu ao misturar o clorofórmio e o
etanol. Já com o clorofórmio e o ciclohexano foi obtido um resultado levemente turvo, mas
transparente.

No item (d) o experimento foi demonstrativo, a professora e o assistente de laboratório


apresentaram o experimento e os alunos observaram. O experimento obteve os seguintes
resultados:
Quando o fio condutor foi inserido no béquer com água da torneira a lâmpada acendou
bem fraca. Quando o fio entrou em contato com a água destilada não acendeu. Com a solução
de sacarose aconteceu a mesma coisa, a lâmpada não acendeu. Porém, com a solução de cloreto
de sódio o resultado foi satisfatório, pois a luz acendeu muito forte. Já com a solução de ácido
acético a luz não acendeu. E por fim, com a solução de ácido clorídrico o resultado foi muito
satisfatório, pois a luz acendeu muito forte.

5. CONCLUSÕES
No experimento 1, ao calcularmos o rendimento do processo de desidratação do sal de
sulfato de cobre penta hidrato obtivemos um rendimento de 23%. Esse baixo número de
rendimento pode estar associado a execução do experimento, pois é possível dizer que o
CuSO4.5H2O talvez não foi aquecido adequadamente a ponto de toda sua água ter evaporado,
consequentemente influenciando no cálculo de rendimento. Também podemos associar esse
erro a possíveis anotações erradas em relação a quantidade de massa de cada elemento. Assim
como, a possíveis erros nos cálculos de mol ou no próprio cálculo de rendimento.
No experimento 2, item (a), observamos que quando o sal de cloreto de sódio é aquecido
por um bico de gás por aproximadamente 5 minutos, nada acontece com sua característica física.
7
No item (b), pelo fato do etanol e o ciclohexano serem um solvente que tem uma
polaridade bem menor do que a da água, os sólidos são pouco solúveis nestes solventes.
No item ( c ), resumidamente apenas a mistura de água com o clorofórmio se mostrou
heterogêneo. Pois o clorofórmio é apolar e a água e polar, então ambos não são miscíveis. Os
éteres são pouco solúveis em água, mas estabelecem ligações de hidrogênio com essa substância
e assim se fez homogênea.
No item (d) podemos dizer que a luz acendeu um pouco ao se ligar a água da torneira
devida à presença de alguns minerais nessa solução que influenciam ligeiramente na condução
elétrica; já com a água destilada esses minerais foram perdidos, deixando a água mais pura, e
com isso, não havendo presença de condutor elétrico. A sacarose é um composto constituído de
moléculas e suas soluções aquosas não conduzem corrente elétrica, pois as moléculas neutras
de sacarose não contribuem para o transporte de cargas. Já o cloreto de sódio, por ser um
composto iônico, suas soluções aquosas conduzem corrente elétrica devido à presença de íons
livres Na+ e Cl-, pois a água dissocia esses íons. No caso da solução de ácido acético não há
presença íons livres; portanto, não conduz corrente elétrica. E por fim, a solução de ácido
clorídrico foi um ótimo condutor elétrico, pois nela existem íons livres; como o HCl é um
composto formado por moléculas, os íons devem ter sido formados mediante a quebra dessas
moléculas pela água. Esse fenômeno é chamado ionização.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.preparaenem.com/quimica/forcas-intermoleculares-ou-forcas-van-der-
waals.htm
DIAS, Diogo Lopes. "O que é sal hidratado?"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-e-sal-hidratado.htm.

Você também pode gostar