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Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas

Química Inorgânica - CET982 P09


Prof. Dr. Rodrigo Luis Santos

Relatório do experimento 1

Reações em solução aquosa sem transferência de


elétrons

Alunos:
Marcos de Oliveira Rodrigues (201811605)
Myllena Souza da Silva (201811607)
Raphael Monteiro de Barros (201811610)
Thaís Damacena Passos (201711631)

Ilhéus
24 de Março de 2022
1. INTRODUÇÃO

Reação química é um fenômeno onde uma ou mais substâncias


interagem, de modo a formar produtos com alterações químicas quando
comparadas às condições iniciais. Uma maneira de representar as reações
químicas é através de equações químicas e experimentalmente há um conjunto
de alterações macroscópicas que evidenciam a ocorrência de uma reação
química, dentre elas destacam-se: mudança de cor, formação de precipitado,
odor e desprendimento de gás.
A classificação das reações químicas pode ser feita de acordo o número
dos reagentes e dos produtos. As principais classes são as reações de síntese,
reações de decomposição, reações de simples troca e reações de dupla troca.
As reações ainda são subdivididas entre as reações com transferência de
elétrons e as reações sem transferência de elétrons.
As reações de síntese ocorrem quando dois ou mais reagentes formam
uma substância. A reação de síntese total é caracterizada pela formação de um
produto a partir de substâncias simples, e a reação de síntese parcial é quando
a formação do produto decorre de pelo menos uma substância composta.
Representação de uma reação de síntese:

As reações de decomposição ocorrem quando um reagente, por si só,


forma mais de um produto. Como representado a seguir.

Reações de simples troca, também denominadas de reações de


deslocamento, são aquelas em que pelo menos um dos reagentes é uma
substância simples e interage com um ou mais reagente composto, formando
pelo menos uma substância simples e outra composta.
Representação de uma reação de troca simples:

As reações denominadas reações de troca dupla ocorrem de uma


interação dupla do cátion de um dos reagentes com o ânion do outro e vice-
versa, formando produtos com pelo menos uma das seguintes características:
compostos menos solúveis, mais voláteis e/ou eletrólitos mais fracos do que
quando comparados com os reagentes. Ressalta-se que neste tipo de reação
ambos os reagentes são substâncias compostas e via de regra, as reações de
dupla troca podem ocorrer entre: sal e sal, base e sal, ácido e sal e ácido e base.

As soluções químicas formadas a partir de soluções aquosas podem ter


características eletrolítica e não-eletrolítica, ou eletrolítica forte ou fraca. A
mistura de reagentes com propriedades químicas de eletrólitos fracos ou
eletrólitos fortes, resulta na formação de um novo produto, na qual alguns
compostos iônicos são solúveis ou insolúveis.
Uma reação entre eletrólitos fortes em solução aquosa pode formar
imediatamente um precipitado, um depósito de sólidos finamente divididos.
Porém, a reação que se mantém acima do precipitado contém cátions e ânions
dissolvidos solúveis em água.

“Ocorre uma reação de precipitação quando duas soluções de eletrólitos


[2]
são misturadas e eles reagem para formar um sólido insolúvel."

As reações aquosas sem transferência de elétrons, elas podem ter como


produtos a formação de sólido, líquido ou gás. Para compreender a formação de
um precipitado, comumente é utilizada uma tabela de solubilidade para o
conhecimento de quais compostos são solúveis ou insolúveis em meio aquoso.

2. OBJETIVOS

Reconhecer e classificar as reações químicas de diferentes soluções aquosas.


3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS UTILIZADOS

3.1.1 Vidrarias

Tubos de ensaios;
Pipeta de Pasteur;
Espátula;
Grade para tubos de ensaio.

3.1.2 Reagentes

Ácido Clorídrico (HCl) - 1 mol/L;


Ácido Sulfúrico (H2SO4) - 3 mol/L;
Cloreto de Amônio (NH4Cl) - 1 mol/L;
Cloreto de Bário (BaCl2) - 0,1 mol/L;
Cloreto de Ferro III (FeCl3) - 0,1 mol/L;
Cloreto de Sódio (NaCl)
Cromato de Potássio (K2CrO4) - 0,1 mol/L;
Hidróxido de Sódio (NaOH) - 4 mol/L;
Sulfato de Ferro III (FeSO4) - 0,1 mol/L;
Sulfato de Potássio (K2SO4) - 0,1 mol/L e 1 mol/L;
Tiossulfato de Sódio (Na2S2O3) - 0,1 mol/L.

3.2 PROCEDIMETO EXPERIMENTAL

Inicialmente, foram separados 7 tubos de ensaio que foram enumerados


de 1 a 7. Com auxílio da pipeta de Pasteur adicionou-se no tubo 1
aproximadamente 10 gotas da solução aquosa de cloreto de bário (BaCl 2) em
concentração de 0,1 mol/L e posteriormente mais 10 gotas da solução de
cromato de potássio (K2CrO4) 0,1 mol/L.
No tubo de ensaio 2 adicionou-se aproximadamente 10 gotas da solução
aquosa de sulfato de potássio (K2SO4) em concentração 0,1 mol/L, em seguida
adicionou-se 10 gotas da solução de ácido clorídrico (HCl) em concentração de
1 mol/L. O tubo de ensaio 3 fora preparado de forma similar, com 10 gotas de
sulfato de ferro (FeSO4) em concentração 0,1 mol/L e mais 10 gotas do hidróxido
de sódio em solução aquosa de concentração 4 mol/L. No tubo de ensaio com
numeração 4, foram transferidas 10 gotas de cloreto de amônio (NH4Cl) a 1
mol/L, posteriormente fora adicionada a mesma quantidade do hidróxido de
sódio (NaOH) em solução aquosa de concentração 4 mol/L.
De maneira análoga, foi tubo de ensaio 5 aproximadamente 10 gotas de
tiossulfato de sódio (Na2S2O3) a 0,1 mol/L e depois mais 10 gotas de ácido
clorídrico a 1 mol/L. O tubo de ensaio 6 foi preparado adicionando-se 10 gotas
de cloreto de ferro III (FeCl3) de concentração 0,1 mol/L e em seguida 10 gotas
do sulfato de potássio (K2SO4) de concentração 1 mol/L. Por fim, o tubo de
ensaio 7 fora preparado adicionando-se uma pequena quantidade de hidróxido
de sódio sólido (NaOH), com auxílio de uma espátula, e aproximadamente 10
gotas de ácido sulfúrico (H2SO4) a 3 mol/L. Anotaram-se observações
qualitativas de todos os tubos de ensaio durante o experimento.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em 7 tubos de ensaio foram adicionadas diferentes soluções aquosas a


fim de observar as reações químicas sem transferências de elétrons, ocorrentes
em cada um dos tubos. Observou-se as propriedades qualitativas iniciais de
cada reagente e do sistema final da solução, a fim de compará-las e assim
embasar a presente discussão. A figura 1 mostra as soluções finais obtidas no
experimento.
Figura 1 – Soluções dos produtos das reações.

Figura dos autores.

Inicialmente no tubo 1 foram adicionadas aproximadamente 10 gotas do


cloreto de bário, em seguida no mesmo tubo a mesma quantidade de 10 gotas
do sulfato de potássio. A equação molecular a seguir ilustra a reação do sistema
1.

BaCl2(aq) + K2CrO4(aq) → BaCrO4(aq) + 2KCl(aq) (1)

Observa-se que a reação do sistema 1 ocorre entre dois sais, sendo


classificada como reação de dupla troca, ou seja, quando duas substâncias
compostas nos reagentes formam outras duas substâncias compostas nos
produtos. O cloreto de bário é um sal solúvel em água e a solução aquosa de
0,1 mol/L utilizada no experimento apresentava cor incolor e o meio transparente,
já a solução do cromato de potássio também em concentração 0,1 mol/L
apresentava cor amarela e o meio transparente. A solução final do sistema,
composta pelo cromato de bário e cloreto de potássio apresentava cor amarela
e o meio transparente.
A reação de dupla troca caracteriza-se por formar um eletrólito fraco ou
não eletrólito, como é possível verificar a formação do sal cromato de bário na
equação molecular 1, que é um sal menos solúvel em água e
consequentemente, um eletrólito fraco.
No segundo tubo a reação que ocorreu entre o sulfato de potássio K2SO4
0,1 mol/L e o ácido clorídrico HCl 1,0 mol/ L, foi uma reação de dupla troca, onde,
duas substâncias compostas reagiram formando dois novos produtos, temos nos
reagentes um sal que é solúvel em água e um ácido inorgânico forte. Ao
reagirem, o cátion K+ do sulfato de potássio reage com o ânion Cl- do ácido
clorídrico formando o sal KCl, e o cátion H+ do ácido clorídrico reage com o ânion
SO-4 do sulfato de potássio e forma o ácido sulfúrico H 2SO4, é possível observar
a reação acontecendo através da equação a seguir.

K2SO4(aq) + 2 HCl(aq) → 2 KCl(aq) + H2SO4(aq) (2)

A solução do sulfato de potássio é um líquido incolor e transparente


igualmente a solução de ácido clorídrico, no decorrer da reação não houve
alteração visual, pois o sal formado nos produtos é solúvel em água e ficou
dissolvido no meio aquoso e o ácido formado é um ácido mais forte do que o dos
reagentes, pois possui alto grau de ionização. Dessa forma, após a reação
acontecer a mistura continuou líquida, incolor e transparente.

No sistema realizado no tubo de ensaio 3 foram adicionadas


aproximadamente 10 gotas de sulfato de ferro III a 0,1 mol/L e posteriormente a
mesma quantidade de hidróxido de sódio a 4 mol/L. A equação molecular a
seguir ilustra a reação do sistema 3.

FeSO4(aq) + 2NaOH(aq) → Fe(OH)2(aq) + Na2SO4(aq) (3)

Observa-se que a reação do sistema 2 ocorre entre um sal, o sulfato de


ferro III, e uma base forte, que é o hidróxido de sódio. Os sulfatos em geral são
solúveis em água, como ocorre com o sulfato de ferro III, o hidróxido de sódio
também apresenta boa solubilidade em água, já que é um hidróxido do grupo IA.
O sulfato de ferro III apresentava cor amarela na solução de concentração 0,1
mol/L e aspecto transparente. Já a solução de hidróxido de sódio com
concentração de 4 mol/L apresentava cor incolor e o meio transparente.
A reação entres essas espécies são do tipo dupla troca entre base e sal,
e percebe-se que há formação de espécies das mesmas naturezas que os
reagentes, uma base e um sal. A base formada é o hidróxido de ferro, uma base
fraca, não volátil, insolúvel água e, portanto, um eletrólito fraco. O sal formado,
o sulfato de sódio, é uma espécie solúvel em água e um eletrólito forte. A cor da
solução final apresentava aspecto levemente amarelado e o meio transparente.
Verifica-se que há formação de um eletrólito mais fraco e menos solúvel
em água, que corresponde ao hidróxido de ferro, logo podemos verificar o tipo
de reação de dupla troca nesse sistema.
No tubo 4 foi misturado uma solução de cloreto de amônio NH 4Cl a 1 mol/L
que é um sal solúvel em água com uma solução de hidróxido de sódio NaOH 4
mol/L que é uma base forte ambas transparente e incolor. Na equação a seguir
é possível observar como aconteceu a reação entre os reagentes.

NH4Cl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + NH4OH(aq) (4)

NH4OH(aq) → NH3(g) + H2O(l) (5)

Na equação 4, tivemos uma reação de dupla troca, onde o cátion Na+ do


hidróxido de sódio reage com o ânion Cl - do cloreto de amônio formando o sal
NaCl que é solúvel em água, e o cátion NH +4 do cloreto de amônio reage com o
ânion OH- do hidróxido de sódio formando o hidróxido de amônio. Como o
hidróxido de amônio é uma base solúvel em água, porém instável, ela se
decompõe formando amônia NH3 no estado gasoso e água no estado líquido,
mostrado na equação 5. No experimento não foi possível observar o
desprendimento do gás amônia, pois esta encontrava-se diluída em solução
aquosa de baixa concentração. Após as reações acontecerem foi possível
observar que a solução continuou transparente e incolor, pois os produtos
formados são solúveis em água e estavam imersos no meio aquoso.

No tubo de ensaio 5 foram adicionadas aproximadamente 20 gotas de


tiossulfato de sódio a 0,1 mol/L e 20 gotas de ácido clorídrico a 1 mol/L. A
equação molecular a seguir ilustra a reação que ocorreu no tubo.

Na2S2O3(aq) + 2HCl(aq) → 2NaCl(aq) + SO2 + S + H2O(l) (6)

Nesse sistema temos uma solução de tiossulfato de Potássio Na2S2O3 a


0,1 mol/L que é um sal solúvel em água, reagindo com uma solução de ácido
clorídrico HCl 1,0 mol/L ambas soluções incolor e transparente. É possível
observar na equação a seguir que a reação ocorreu em duas partes, inicialmente
na reação 7, temos que o cátion Na+ do tiossulfato de sódio reage com o ânion
Cl- do ácido clorídrico formando o sal cloreto de sódio NaCl, e o cátion H + do
ácido clorídrico reage com o ânion S2O-3 formando o ácido tiossulfúrico H2S2O3,
por uma ligação de dupla troca. Como ácido tiossulfúrico é um composto instável
na etapa (II) teremos a decomposição do mesmo, assim o H 2S2O3 é decomposto
em enxofre sólido S(s), dióxido de enxofre gasoso SO2(g) e água liquida H2O(l).

Na2S2O3(aq) + 2 HCl(aq) →2 NaCl(aq) + H2S2O3(aq) (7)

H2S2O3(aq) → S(s) + SO2(g) + H2O(l) (8)


Após as reações acontecerem foi observado a precipitação do enxofre,
como a solução inicial era bastante diluída as partículas coloidais do enxofre
sólido estavam em suspensão no meio aquoso e não formou um corpo de fundo,
a cor da solução também foi modificada devido a precipitação do enxofre
mudando de uma solução inicialmente incolor e transparente para ligeiramente
esbranquiçada e opaca. Na segunda etapa da reação ocorre a formação de um
composto gasoso o dióxido de enxofre, porém devido a concentração baixa não
foi possível desprendimento desse gás.
No sistema do tubo de ensaio 6 ocorreu a reação entre o cloreto de ferro
III (0,1 mol/L) e o sulfato de potássio (1 mol/L), a quantidade de ambos os
reagentes foram aproximadamente 10 gotas. A equação molecular a seguir
mostra a formação dos produtos da reação, o sulfato de ferro III e o cloreto de
potássio.

2FeCl3(aq) + 3K2SO4(aq) → Fe2(SO4)3(aq) + 6KCl(aq) (9)

Observa-se uma reação de dupla troca entre os reagentes, que são sais solúveis
em água e formam outros dois sais. Observa-se que a reação forma um sal
menos solúvel do que os reagentes, que corresponde ao sulfato de ferro, este
comportamento é característico de uma reação de dupla troca. O cloreto de ferro
apresentava no início do experimento coloração alaranjada e o meio
transparente, e o sulfato de potássio apresentava-se incolor e o meio
transparente. Ao final da reação observou-se que coloração alaranjada mais
clara e o meio transparente.
A solução do tubo de ensaio 7 foi originada do reagente hidróxido de sódio sólido
de cor branca e ácido sulfúrico de solução incolor com concentração 3 mol/L.
Uma pequena quantidade de hidróxido de sódio sólido foi adicionada ao tubo e
em seguida aproximadamente 20 gotas de ácido sulfúrico, observando que o
sólido se dissolveu no ácido de acordo a equação molecular a seguir.

2NaOH(s) + H2SO4(aq) → NaSO4(aq) + 2H2O(l) (5)

A reação apresentada na equação 5 também é do tipo dupla troca, porém


entre uma base e um ácido, ou seja, uma reação de neutralização. As reações
de neutralização, via de regra forma um sal e água, como é o caso da equação
5 apresentada. O sal formado é o sulfato de sódio, um composto solúvel em
água, por conta disso, a solução não apresentou alterações de coloração,
apresentando-se incolor e o meio transparente. A água pura é uma substância
pouco ionizada, devido as baixas concentrações de íons, logo a reação adequa-
se nas características das reações de dupla troca de formar um eletrólito mais
fraco do que os reagentes.

5. CONCLUSÕES

Dado os expostos, através das observações qualitativas experimentais de


soluções de diferentes substâncias foi possível reconhecer, classificar e
compreender os tipos de reações sem transferências de elétrons e seus
mecanismos. Assim como de descrever as equações moleculares das reações,
possibilitando a identificação e caracterização dos reagentes e produtos
envolvidos em cada uma das reações.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] BRADY, Joel W.; RUSSELL, John W.; HOLUM, John R.. Química: a Matéria
e Suas Transformações. 3ª edição, Rio de Janeiro: LTC , 2006.
[2] ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química; questionando a vida
moderna e o meio ambiente. 5ª edição. Porto Alegre: Bookman Companhia,
2011.

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