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DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

LÍVIA GONZALEZ BRUNETTI


MARIA CLARA COSTA GOUVEIA

EQUILÍBRIO QUÍMICO

PRESIDENTE PRUDENTE - SP
15/12/2022
LÍVIA GONZALEZ BRUNETTI
MARIA CLARA COSTA GOUVEIA

EQUILÍBRIO QUÍMICO

Relatório apresentado ao Professor Dr. Sérgio


Antonio Marques de Lima e ao doutorando
Renan Caike Silva da disciplina de Química
Experimental Geral II, do curso de Química.

UNESP – Faculdade de Ciências e Tecnologia


Presidente Prudente - 15/12/2022
2

1. INTRODUÇÃO
O equilíbrio químico é uma propriedade que estuda a reversibilidade das reações
químicas, podendo ter duas direções. Quando ocorre uma reação química direta, tem-se os
reagentes sendo consumidos e se formando em produtos, já na reação inversa os produtos
estão novamente se formando em reagentes.[1]
Aa(g) + bB(g) ⇋ cC(g) + dD(g)
Reação geral do equilíbrio químico.
Essa propriedade pode ser chamada de equilíbrio dinâmico, pois quando uma reação
atinge o seu equilíbrio químico, nas reações diretas e inversas, os reagentes e produtos
continuam sendo consumidos e restaurados em uma mesma velocidade, possibilitando que a o
á mistura continue constante, segunda a termodinâmica, quando o equilíbrio químico é
alcançado, não há mais a possibilidade de formação de mais produtos ou reagentes.[1]
Os equilíbrios químicos podem ser equilíbrios homogêneos ou heterogêneos, sendo,
respectivamente , o primeiro um equilíbrio onde há reagentes e produtos na mesma fase, já o
segundo possui reagentes e produtos em mais de uma fase. O equilíbrio químico em geral
responde a variações de temperatura, pressão e adição de reagentes, podendo, dependendo da
concentração, alterar a composição.[2]
Quando há uma perturbação no equilíbrio da mistura, os componentes nela presente
tendem a se ajustar para minimizar a desordem estabelecida no sistema, esta regra é conhecida
como princípio de Le Chatelier, que procura compreender como as reações respondem em
casos atípicos, como por exemplo, quando se comprime um sistema, o equilíbrio tende a se
deslocar a redução do número de moléculas na fase gasosa, para neutralizar a o efeito de
compressão. O princípio de Le Chatelier afirma que há três fatores que podem influenciar
nessas alterações, como temperatura, pressão e concentração.[2]
O efeito da temperatura desencadeia um deslocamento para o sentido dos reagentes
para quando há um aumento da temperatura em reações exotérmicas, já para as equações
endotérmicas, o equilíbrio tende a se deslocar para o sentido dos produtos.[3]
O mesmo ocorre quando se aumenta uma concentração de um ou de todos os
reagentes, a reação irá se deslocar para o sentido direto, para que haja a formação de mais
produtos para neutralizar o sistema, o contrário, quando aumenta o concentração dos
produtos, o sistema tende a deslocar para o sentido inverso.[3]
Para a pressão, quando há um aumento, o equilíbrio irá se deslocar para o menor
sentido de volume, para a diminuição da pressão, o equilíbrio se deslocará para a reação com
maior volume, ou seja, de quantidade de matéria em mol.[3]
3

Dentro das reações, pode-se ter a reversibilidade como característica, algumas

reações precisam de condições específicas para que ocorra o processo, onde os produtos

são formados e logo começam a reagir e serem consumidos, gerando novamente os

reagentes, para indicar que uma reação é reversível, o símbolo (⇋) é utilizado.[4]
Na análise química, se encontra o processo de solubilidade, e junto o “ produto de
solubilidade” uma constante de equilíbrio onde o sólido de dissolve, liberando os íons
constituintes em solução, resultando assim, em uma omissão da concentração do sólido.[3]

2. OBJETIVOS
Esta prática tem como objetivo a comprovação do equilíbrio químico e seu
deslocamento em função da concentração. Os experimentos foram baseados no princípio de
Le Chatelier, entre formação e reversibilidade de precipitação, equilíbrio ácido e base e efeito
do íon comum.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Reagentes
- Tiocianato de potássio (KSCN) 0,002 mol/L;
- Nitrato de ferro III (Fe(NO3)3);
- Fosfato de sódio dibásico anidro (Na2HPO4);
- Dicromato de potássio (K2Cr2O7) 0,01 mol/L;
- Ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol/L;
- Ácido clorídrico (HCl) 6,0 mol/L;
- Hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 mol/L;
- Hidróxido de sódio (NaOH) 4,0 mol/L;
- Fenolftaleína;
- Cloreto de amônia (NH4Cl) 2,0 mol/L;
- Cloreto de amônia ( NH4OH) 3,0 mol/L;
- Cloreto de chumbo (PbCl₂);
- Brometo de potássio (KBr)1,0 mol/L;
- Nitrato de magnésio Mg(NO3)2 0,5 mol/L;
- Carbonato de sódio (Na₂CO₃) 1,5 mol/L;
- Nitrato de cálcio (Ca(NO₃)₂) 0,2 mol/L;
4

- Nitrato de magnésio ( Mg(OH)2) 0,5 mol/L.

3.2 Materiais
- Tubos de ensaio (20);
- Proveta de 10 mL (1);
- Béqueres de 100 mL (2);
- Pipeta de Pasteur (2);
- Bastão de vidro (1);
- Papel de tornassol vermelho;
- Papel de tornassol azul;

3.3 Procedimento

3.3.1 Equilíbrio ferro (III) Tiocianato


Para esta etapa foram utilizadas duas soluções previamente preparadas, uma de
tiocianato de potássio a 0,002 mol/L e outra de nitrato de ferro nonahidratado a 0,2 mol/L
acidificada com 40 mL de ácido nítrico concentrado por litro.
Em um béquer foi adicionado 25 mL da solução de KSCN e o mesmo volume de água
destilada, para o teste, 4 gotas de nitrato de ferro foram adicionadas e misturadas, a solução
foi dividida em 4 tubos de ensaio.
O primeiro tubo de ensaio foi o branco (utilizado como referência), ao segundo tubo
foi adicionado uma espátula de cristais de tiocianato de potássio, para o terceiro tubo foi
adicionado mais três gotas de nitrato de ferro (III) 0,2 mol/L e para o quarto e último tubo, foi
inserido alguns cristais de fosfato de sódio dibásico. Todas as reações foram observadas e
anotadas.

3.3.2 Equilíbrio Dicromato-Cromato


Para a reação de equilíbrio entre os cromatos e os dicromatos foi adicionado em três
tubos de ensaio 10 mL da solução de K2Cr2O7 0,01 mol/L. Novamente o primeiro tubo será
utilizado como branco para referência.
Ao tubo dois foi adicionado 3 mL de ácido clorídrico 0,1 mol/L, a solução foi agitada
e observada, os resultados foram anotados. Para o tubo três foi inserido 3 mL de hidróxido de
sódio 0,1 mol/L, a solução também foi agitada e as observações foram anotadas.
5

3.3.3 Equilíbrio Ácido-Base


Para o teste de equilíbrio de ácido-base, foi utilizado o indicador fenolftaleína e uma
base fraca, o hidróxido de amônio, para cada tubo de ensaio foi adicionado uma quantidade de
base diferente para que o experimento fosse realizado.
Tubo de ensaio 1: Foi adicionado 1 gota de NH4OH 3 mol/L, 10 ml de água oxigenada
e 1 gota do indicador fenolftaleína. Para o teste, foi adicionado, gota a gota do sal cloreto de
amônio (NH4Cl) 2 mol/L, até que houvesse a descoloração da solução, a quantidade de gotas
utilizadas foi anotada.
Tubo de ensaio 2: Foi adicionado 2 gotas de NH4OH 3 mol/L, 10 ml de água
oxigenada e 1 gota do indicador fenolftaleína. Para o teste, foi adicionado, gota a gota do sal
cloreto de amônio (NH4Cl) 2 mol/L, até que houvesse a descoloração da solução, a quantidade
de gotas utilizadas foi anotada.
Tubo de ensaio 3: Foi adicionado 3 gotas de NH4OH 3 mol/L, 10 ml de água
oxigenada e 1 gota do indicador fenolftaleína. Para o teste, foi adicionado, gota a gota do sal
cloreto de amônio (NH4Cl) 2 mol/L, até que houvesse a descoloração da solução~, a
quantidade de gotas utilizadas foi anotada.
Tubo de ensaio 4: Foi adicionado 4 gotas de NH4OH 3 mol/L, 10 ml de água
oxigenada e 1 gota do indicador fenolftaleína. Para o teste, foi adicionado, gota a gota do sal
cloreto de amônio (NH4Cl) 2 mol/L, até que houvesse a descoloração da solução~, a
quantidade de gotas utilizadas foi anotada.
Tubo de ensaio 5: Foi adicionado 10 gotas de NH4OH 3 mol/L, 10 ml de água
oxigenada e 1 gota do indicador fenolftaleína. Para o teste, foi adicionado, gota a gota do sal
cloreto de amônio (NH4Cl) 2 mol/L, até que houvesse a descoloração da solução~, a
quantidade de gotas utilizadas foi anotada.

3.3.4.1 Soluções Iônicas: Efeito do íon comum em equilíbrios envolvendo haletos de


chumbo

Em um tubo de ensaio foi adicionado 3 mL de solução saturada de cloreto de chumbo,


a solução foi inserido 20 gotas de cloreto de sódio 1,0 mol/L. A solução foi agitada e as
observações foram anotadas.
6

3.3.4.2 Precipitação e Disolução do Hidróxido de magnésio


Em um tubo de ensaio com água destilada foi adicionado 10 gotas de nitrato de
magnésio 0,5 mol/L e 3 gotas de hidróxido de sódio 4,0 mol/L, a solução foi agitada e seu pH
foi conferido com a utilização do papel de tornassol vermelho. Após a verificação, foi
adicionado à mistura, 3 gotas de ácido clorídrico 6,0 mol/L e novamente foi verificado o pH
da solução, agora com a utilização do papel de tornassol azul.
Em dois tubos de ensaio foi adicionado 10 gotas de nitrato de magnésio 0,5 ,mol/L,
em um dos tubos, foi inserido 20 gotas de cloreto de amônio 4,0 mol/L e ao outro tubo, foi
adicionado 3 mL de água destilada. Novamente em ambos os tubos, foi adicionado 2 gotas de
hidróxido de amônio 6,0 mol/L, os tubos foram agitados, comprados e as anotações foram
tomadas.

3.3.4.3 Precipitação e Disolução do Carbonato de Cálcio

Em dois tubos de ensaio foi adicionado 3 mL de água destilada e 5 gotas de carbonato


de sódio 1,0 mol/L, em apenas um dos tubos, foi adicionado 5 gotas de ácido clorídrico 6,0
mol/L, o tubo foi agitado e as observações foram anotadas.
Novamente, em ambos os tubos, foi adicionado 5 gotas de nitrato de cálcio 0,2 mol/L,
os tubos foram agitados e comparados, ao tubo que houve a formação de precipitado, foi
gotejado ácido clorídrico 6,0 mol/L e as anotações foram tomadas.

3.4 FLUXOGRAMAS
3.4.1 Equilíbrio ferro (III) Tiocianato
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3.4.2 Equilíbrio Dicromato-Cromato

3.4.3 Equilíbrio Ácido-Base


8

3.4.4.1 Soluções Iônicas: Efeito do íon comum em equilíbrios envolvendo haletos de


chumbo

3.4.4.2 Precipitação e Disolução do Hidróxido de magnésio

3.4.4.3 Precipitação e Disolução do Carbonato de Cálcio


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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para essa primeira parte da prática sobre o equilíbrio Ferro(III)-Tiocianato, as soluções
de KSCN a 0,002 mol/L e a de Fe(NO3)3.9H2O 0,2 mol/L acidificado já estavam preparadas.
Em um béquer foi adicionado 25 mL dessa solução de KSCN 0,002 mol/L junto com mais 25
mL de água destilada, os íons K+ e SCN- foram dissociados em água. Nesse mesmo béquer
misturou-se 4 gotas de Fe(NO3)3.9H2O e também se dissociou em Fe3+ + 3NO3-. Os principais
íons presentes nessa equação são o Fe3+ e o SCN- que formam o tiocianato de ferro III
(Fe(SCN)3) que é um sal solúvel de coloração vermelha característica devido ao SCN. Essa
reação está representada na seguinte equação:
1 Fe3+ (aq) + 3 SCN- ⇌ Fe(SCN)3 (aq)
A solução preparada foi dividida em 4 tubos de ensaio, o primeiro foi utilizado como
referência, o segundo tubo adicionou-se alguns cristais de KSCN e mudou sua coloração para
vermelho vinho como mostra na Figura 1.
Figura 1 - Tubo de ensaio 2
10

Fonte: Autoria própria

Nesse tubo, ao adicionar KSCN, está perturbando a reação aumentando a quantidade


de reagente, dessa forma a equação se desloca para direita para produzir mais produtos e
voltar ao equilíbrio.
Ao terceiro tubo, adicionou-se três gotas de Fe(NO3)3 0,2 mol/L que também age
como reagente da reação e segundo o Princípio de Le Châtelier, a reação desloca-se para a
direita e deve produzir mais produto tiocianato de ferro onde obteve-se uma coloração
alaranjada como mostra a figura 2.
11

Figura 2- Tubo de ensaio 3

Fonte: Autoria própria

Foi adicionado ao quarto tubo de ensaio alguns cristais de Na2HPO4, um sal solúvel
onde o íon HPO42- reage com o ferro formando Fe2(HPO4)3. O ferro consumido causa uma
perturbação no sistema onde o equilíbrio se desloca para a esquerda para formação de mais
reagentes e ao perder os íons de Fe3+, a solução perdeu sua coloração ficando como mostra a
figura 3 a seguir:
Figura 3- Tubo de ensaio 4

Fonte: Autoria própria

Para a parte II Equilíbrio Dicromato-Cromato foi colocado em 3 tubos de ensaio 10


mL de K2Cr2O7 0,01 mol/L que tem uma coloração amarela e ao segundo tubo adicionou-se
12

3,0 mL de uma solução ácida de ácido clorídrico ~ 0,1 mol/L e não houve mudanças e ao
terceiro tubo foi adicionado 3,0 mL de solução básica de NaOH ~ 0,1 mol/L e mudou a cor
para verde. A figura 4 abaixo ilustra como foi o resultado dos testes do tubo 1, 2 e 3
respectivamente:
Figura 4- Resultado dos testes da parte II

Fonte: Autoria própria


O primeiro tubo é de referência, o segundo tubo que foi adicionado HCl ocorre o
aumento da quantidade de H+ que nesse equilíbrio é um produto, então a reação vai se
deslocar para esquerda produziu reagente para reagir com esse excesso de produto.
No terceiro tubo, adicionou-se NaOH que reage com o H+ e produz H2O, o produto da
reação está saindo e para compensar essa perda de H+ o equilíbrio tende a se deslocar para
direita para produzir mais produto que foi perdido.

Parte III - Equilíbrio Ácido-Base


Em tubos de ensaio foram adicionados uma solução de NH4OH 3 mol/L, água, uma
gota de fenolftaleína e gotas de uma solução de NH4Cl 2 mol/L. O NH4OH é uma base fraca,
então a reação dele está em equilíbrio como mostra a equação [1]:
[1] NH4OH (aq) ⇋ NH4+ + OH- Kb = 1,8.10-5
A equação [2] da reação do NH4Cl está demonstrada a seguir:
[2] NH4Cl (s) → NH4+ (aq) + Cl- (aq)
E por fim a reação da água:
[3] H2O (aq) ⇋ H+ (aq) + OH- (aq) Kw = 1.10-14
13

A equação [1] e a equação [2] possuem o NH4+ como um íon comum, isso faz com que
o equilíbrio desloca-se para a esquerda, diminuindo a quantidade de OH- da equação [3].
Diminuindo a quantidade de OH- altera a quantidade de H+ que define o pH.
As quantidades e volumes de reagentes utilizados durante a prática serão
demonstrados na tabela a seguir e os cálculos realizados logo abaixo.
Tabela 1 - NOME DA TABELA

Tubo de nº de gotas ViNH4OH / mL nº de gotas ViNH4Cl / mL Vf / mL


ensaio de NH4OH de NH4Cl

1 1 0,05 100 5,00 15,10

2 2 0,10 110 5,50 15,60

3 3 0,15 160 8,00 18,10

4 4 0,20 185 9,25 19,35

5 6 0,50 210 10,50 20,60


Fonte: Autoria própria

Cálculos:
TUBO 1
Volume total adicionado ao tubo de ensaio 1:
V = 0,05 mL de NH4OH
V = 10,00 mL de H2O
V = 0,05 mL de fenolftaléina
V = 5,00 mL de NH4Cl______
Vfinal = 15,10 mL
No primeiro tubo, foi adicionado apenas uma gota de NH4OH 3,0 mol/L que foi
dissociada em água como mostra a seguinte equação:
1 NH4OH (aq) ⇋ 1 NH4+(aq) + 1 OH-(aq) Kb = 1,8x10-5
Para encontrar o pH da solução, os cálculos foram divididos em 5 etapas. Foi
necessário calcular, através da fórmula de diluição, as concentrações finais e iniciais de
NH4OH.
1ª etapa: Calcular concentração final do NH4OH
Cf x Vf = Ci x Vi
14

[NH4OH]f = [NH4OH]i x Vi
Vf

[NH4OH]f = 3,0 x 0,05


15,1
[NH4OH]f = 9,99x10-3 mol/L

2ª etapa: Calcular a concentração dos íons amônio NH4+ (proveniente do NH4Cl 2,0
mol/L)
[NH4+]f = [NH4+]i x Vi
Vf
[NH4+]f = 2,0 x 5,0
15,1
[NH4+]f = 6,62x10-1 mol/L

3ª etapa: Calcular a concentração dos íons [OH-]


Sabendo o Kb, a [NH4OH] e a [NH4+], calcular o [OH-].
[OH-] = Kb x [NH4OH]
[NH4+]
[OH-] = 1,8x10-5 x 9,99x10-3]
6,62x10-1
[OH-] = 2,72x10-7 mol/L

4ª etapa: Calcular a concentração do H+


H2O ⇋ H+ + OH-
Kw = [H+] x [OH-]
[H+] = Kw
[OH-]
[H+] = 1x10-14
2,72x10-7
[H+] = 3,68x10-8

5ª etapa: Calcular o pH
15

pH = -log [H+]
pH = -log [3,68x10-8]
pH = 7,43

Essas 5 etapas foram feitas para o restante dos tubos de ensaio e os resultados obtidos
foram demonstrados na tabela abaixo.
Tabela 2 - Valores obtidos a partir dos cálculos

Tubos de [NH4OH] [NH4+] [OH-] mol/L [H+] mol/L pH


ensaio mol/L mol/L

1 9,99x10-3 6,62x10-1 2,72x10-7 3,68x10-8 7,43

2 1,92x10-2 7,05x10-1 4,90x10-7 2,04x10-8 7,69

3 2,48x10-2 8,84x10-1 5,04x10-7 1,98x10-8 7,70

4 3,10x10-2 9,56x10-1 5,83x10-7 1,72x10-8 7,76

5 7,28x10-2 1,02 1,28x10-6 7,81x10-9 8,10


Fonte: Autoria própria
Nessa parte do experimento, deveria adicionar gotas de NH4Cl até a descoloração da
solução, contudo, por que isto foi possível?
A fenolftaleína é um ótimo exemplo de indicador colorimétrico, quando está em meio
básico ela fica vermelha, e em meio ácido ela fica incolor, ao adicionar NH4Cl na solução,
aumentou-se a concentração de íons NH4+, por ser um íon em comum com NH4OH, e como
ele é um íon com natureza ácida, torna a solução incolor. Ao final dos cálculos foi
comprovado que as soluções chegaram em um pH levemente ácido.
Parte IV - Soluções Iônicas
A parte IV foi dividida em duas partes, na parte IV.1 foi adicionado PbCl2 e NaCl em
um tubo de ensaio e a equação da reação está apresentada logo abaixo:
PbCl2 (s) ⇋ Pb2+(aq) + 2 Cl-(aq) Kps = 1,7x10-5
Adotando x para a concentração do íon Pb2+ e 2x para o íon Cl-, foi possível calcular
as concentrações iniciais deles utilizando o Kps:
Kps = [Pb2+] x [Cl-]2
1,7x10-5 = x . (2x)2
4x3 = 1,7x10-5
4
x = 0,016 mol/L
16

(1) [Pb2+] = x = 0,016 mol/L


(1) [Cl-] = 2x = 2 x 0,016
[Cl-] = 0,032 mol/L

Ao adicionar 1,0 mL de cloreto de sódio a 1,0 mol/L no tubo de ensaio que já tinha 3,0
mL de PbCl2, temos um volume final de 4 mL, sabendo isso é possível calcular, através da
fórmula de diluição, a concentração final (1) dos mesmos íons de chumbo e cloreto.
(1) [Pb2+]f = [Pb2+]i x Vi
Vf
[Pb2+]f = 0,016 x 3,0
4,0
[Pb2+]f = 0,012 mol/L

(1) [Cl-]f = [Cl-]i x Vi


Vf
[Cl-]f = 0,032 x 3,0
4,0
[Cl-]f = 0,024 mol/L

Como foi adicionado o NaCl 1 mol/L, que possui um íon comum com o PbCl2, o
equilíbrio da reação se desloca para a esquerda para produzir mais reagentes que irão reagir
com o produto adicionado em excesso. Calculou-se agora, as concentrações finais (2) dos íons
chumbo e cloreto depois da adição do íon comum utilizando a fórmula de diluição.
(2) [Cl-]f = [Cl-]i x Vi
Vf
[Cl-]f = 1,0 x 1,0
4,0
[Cl-]f = 0,25 mol/L

Concentração total do Cl-


[Cl-]total = (1) [Cl-] + (2) [Cl-]
[Cl-]total = 0,024 + 0,25
[Cl-]total = 0,274 mol/L
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Ao colocar o íon comum (Cl-) a reação se desloca para esquerda produzindo mais
reagentes para diminuir a perturbação e voltar para o equilíbrio. Quando a reação está fora do
equilíbrio, e ele ainda não foi atingido, o Kps tem outro nome, o Qps, o qual é a concentração
que calculamos.
Kps = concentrações em equilíbrio
Qps = concentrações não está em equilíbrio
Para descobrirmos se haverá precipitação ou não, basta comparar o Qps com o Kps.
Caso:
Qps > Kps → haverá precipitado

Qps < Kps → não haverá precipitado

Qps = [Pb2+] x [Cl-]-


Qps = 0,012 . (0,274)2
Qps = 9x10-4 Kps = 1,7x10-5
Portanto, Qps > Kps e haverá formação de precipitado.
Pelo Princípio de Lê Chatelier já sabe-se que haverá precipitado, se a reação já estava
saturada, ela não aguentaria a entrada de mais íons, então por essa análise qualitativa já era
esperado que o precipitado aconteceria. Quantitativamente também foi provado tendo o Qps
maior que o Kps o que indica precipitação.

Parte IV.2
Em um tubo de ensaio foi adicionado 5 ml de água destilada, 0,5 mL de solução de
nitrato de magnésio (Mg(NO3)2 a 0,5 mL e 0,15 mL de solução de hidróxido de sódio (NaOH)
a 4,0 mol/L, obtendo um volume final de 5,65 mL. A reação ficou turva, houve precipitado e
o papel tornassol vermelho mudou para a cor azul, indicando basicidade da solução. As
equações das reações ficam da seguinte forma:
Mg(NO3)2 (aq) → Mg2+(aq) + 2 NO3-(aq)

NaOH (s) → Na+(aq) + OH-(aq)

Ocorre uma reação de dupla troca com os íons Mg2+ e o OH-


18

Mg(OH)2 (s) ⇋ Mg2+(aq) + OH-(aq) Kps = 7,1x10-12

Calculou-se as concentrações finais desses dois íons utilizando a fórmula da diluição:


[Mg2+]f = [Mg2+]i x Vi [OH-]f = [OH-]i x Vi
Vf Vf
[Mg2+]f = 0,5 x 0,5 [OH-]f = 4,0 x 0,15
5,65 5,65
[Mg2+]f = 0,044 mol/L [OH-]f = 0,106 mol/L

Calcular o Qps para comparar com o Kps:


Qps = [Mg2+] x [OH-]2
Qps = 0,044 x (0,106)2
Qps = 4,9x10-4 Kps = 7,1x10-12

Qps >> Kps haverá precipitação de Mg(OH)2

Ao adicionar 0,15 mL e uma solução 6,0 mol/L de HCl como mostra a reação abaixo,
a solução voltou a ser incolor, o precipitado solubilizou devido a formação do Cloreto de
Magnésio e o papel tornassol azul, passou para vermelho, indicando que a solução ficou
ácida.
Mg(OH)2 (s) + HCl(aq) → Mg2+(aq) + 2 Cl-(aq) + 2 H2O(l)

Utilizando dois tubos de ensaio, foram adicionados 0,5 mL de Mg(NO3)2 a 0,5 mol/L.
Em um dos tubos, foi adicionado 1 mL da solução 4,0 mol/L da solução de NH4Cl, e ao outro
tubo adicionou 1 mL de água destilada, adicionou-se a seguir, a cada um dos tubos, 0,1 mL de
solução 6,0 mol/L de NH4OH. O Tubo contendo água destilada ficou turvo, indicando um
leve precipitado e o tubo com NH4Cl continuou translúcido.
Equações das reações dessa etapa do procedimento:
(1) Mg(NO3)2 (s) → Mg2+(aq) + 2 NO3-(aq) [0,5] mol/L

(2) NH4Cl(s) → NH4+(aq) + Cl-(aq) [4,0] mol/L

(3) NH4OH(aq) ⇋ NH4+ + OH- [ 6,0] mol/L Kb = 1,8x10-5

(4) Mg(OH)2 ⇋ Mg2+ + 2 OH- Kps = 7,1x10-12


19

Para calcular a concentração final do íon Mg2+ utilizou a fórmula de diluição da


seguinte maneira:
[Mg2+]f = [Mg2+]i + Vi
Vf
[Mg2+]f = 0,5 x 0,5
1,6
[Mg2+]f = 0,156 mol/L

Para calcular a concentração de OH- é preciso calcular a concentração do íon NH4+ da


equação (2); que é alterado pelo íon comum da equação (3).
[NH4+]f = 4,0 x 1,0
1,6
[NH4+]f = 2,5 mol/L
Essa concentração é utilizada na equação da base NH4OH (equação (3) ) para saber a
quantidade de íons OH- disponível no meio.
[OH-] = Kb
[NH4+]
[OH-] = 1,8x10-5
2,5
[OH-] = 7,2x10-6 mol/L

Equação (4) → Qps = [Mg2+] x [OH-]2


Qps = 0,156 x (7,2x10-6)
Qps = 8,09x10-12 Kps = 7,1x10-12
Qps > Kps
Qps é levemente maior que o Kps, sendo assim haverá pouca precipitação

Ao adicionar o NH4OH obtivemos um volume final de 1,6 mL e as reações a seguir:


Mg(NO3)2 (s) → Mg2+(aq) + 2 NO3-(aq) [0,5] mol/L

NH4OH(aq) ⇋ NH4+(aq) + OH-(aq) Kb = 1,8x10-5

Mg(OH)2 (s) ⇋ Mg2+(aq) + 2 OH-(aq) Kps = 7,1x10-12


Calcular a concentração final dos íons OH- e Mg2+ e em seguida comparar o Qps com
o Kps para comprovar se haverá ou não precipitado.
20

[OH-] = ?
Kb = [NH4+] x [OH-]
1,8x10-5 = X . X
X2 = 1,8x10-5
X = 0,0042 [OH-] = 0,0042 mol/L

[Mg2+]f = 0,5 x 0,5


1,6
[Mg2+]f = 0,16 mol/L

Qps = [Mg2+] x [OH-]2


Qps = 0,16 x (0,0042)2
Qps = 2,88x10-6 Kps = 7,1x10-12
Qps > Kps → formação de precipitado

Parte IV.3 foi colocado em dois tubos de ensaio 3 mL de água destilada e 3 gotas de
solução 1,5 mol/L de carbonato de sódio. Em um dos tubos, foram colocadas também 5 gotas
de HCl 6,0 mol/L e não foi possível observar precipitados. Posteriormente, adicionou-se 5
gotas de solução 0,2 mol/L de nitrato de cálcio em cada tubo de ensaio.
Na2CO3 (s) → 2 Na+(aq) + CO32-(aq)

HCl(aq) → H+(aq) + Cl-(aq)

2 H+(aq) + CO32+(aq) ⇋ <H2CO3> ⇋ H2O(l) + CO2 (g) ↑

Ca(NO3)2 (s) → Ca2+(aq) + 2 NO3-(aq)


Nesse primeiro tubo não ocorrerá nenhum precipitado porque os íons Na+ e Cl- que
tinha presente, não irá reagir com o Ca(NO3)2 adicionado, apenas observará o desprendimento
de gases do CO2 até que o CO32- seja consumido completamente.
No tubo onde não havia adicionado o HCl ocorreu a seguinte reação:
Na2CO3 (s) → 2 Na+(aq) + CO32-(aq)

Ca(NO3)2 (s) → Ca2+(aq) + 2 NO3-(aq)

CaCO3 (s) ⇋ Ca2+(aq) + CO32+(aq) Kps = 4,5x10-9


Com um volume total de 3,40 mL e através do cálculo pela diluição, foi possível obter
as concentrações finais dos íons.
21

[Ca2+]f = 0,2 x 0,25 = 0,0147 mol/L


3,40
[CO32-]f = 1,5 x 0,15 = 0,0662 mol/L
3,40
Qps = 0,0147 x 0,0662 = 9,73x10-4 Kps = 4,5x10-9
Qps > Kps → formará precipitado
O ácido reage como carbonato e se decompõe se tornando CO2 que vai embora por ser
gás. O equilíbrio vai ser deslocado para direita até consumir completamente o carbonato.
Portanto, em meios ácidos os carbonatos se solubilizam e vão embora.
CaCO3 (s) ⇋ Ca2+(aq) + CO32+(aq)

HCl(aq) → H+(aq) + Cl-(aq)


Entretanto, ao adicionar o HCl no tubo onde obteve a formação de precipitado, esse
precipitado se solubilizou.
5. CONCLUSÃO

Neste relatório, concluímos que, quando se altera a concentração dos elementos de


algum dos lados da reação de equilíbrio, independente se é reagente ou produto, o equilíbrio
se move para o lado onde a concentração não foi alterada, e isso algumas vezes determina o
pH da solução, quem pode ter precipitado e a qual lado da equação tem sua formação
favorecida. Concluímos também que a constante de equilíbrio serve para sabermos o
comportamento da reação e o que irá acontecer se você perturbar o equilíbrio dinâmico
estabelecido, isso nos mostra o que é necessário fazer para obter o resultado esperado e que,
em casos de soluções com íons comuns, pode-se ter a presença de precipitado. Estudamos na
prática os Princípios de Le Chatelier, e, por fim, todos os objetivos foram alcançados.

6. BIBLIOGRAFIA

[1] ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de química:


questionando a vida moderna e o meio ambiente: Grupo A, 2018. E-book. ISBN
9788582604625. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582604625/.
[2] ATKINS, Peter. Físico-Química - Fundamentos, 6ª edição: Grupo GEN, 2017. E-book.
ISBN 9788521634577. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521634577/.
22

[3] HARRIS, Daniel C. Análise Química Quantitativa, 9ª edição. Grupo GEN, 2017. E-book.
ISBN 9788521634522. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521634522/.

[4] Reações Químicas e Reversibilidade. [s.l: s.n.]. Disponível em:


<https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/41532/4/2ed_qui_m4d8_tm01_box1.pdf
>.

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