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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


Departamento de Química

RELATÓRIO

EXPERIMENTO 09
EQUILÍBRIO QUÍMICO

Nomes: Beatriz de Souza Merlo, Gustavo Guedes Ribeiro e Junia Zorzanelli Souza.

Relatório acadêmico do Curso de


Graduação de Química Bacharelado
apresentado como parte das
exigências da disciplina de Química
Geral Experimental II (QUI02360),
sob orientação da professora Marta
Albuquerque Machado.

Vitória
Dezembro/2022
1

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………..…………………………2
2. OBJETIVOS………………………………………..……………………….…3
3. MÉTODOS…………………………………………..………...…………….…4
3.1. Materiais e reagentes …………………………………………………….….4
3.2. Metodologia ……………...………………………….……………………….4
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ……………………..……………………….5
5. CONCLUSÃO…………..………………………….…...…...……………….13
6. BIBLIOGRAFIA……………………………………….…………………….13
2

1. INTRODUÇÃO

Na química, denomina-se reação o processo em que uma substância inicial (reagente)


passa por uma transformação, tornando-se em uma substância final (produto). As
reações são classificadas em reversíveis, quando os produtos formados podem ser
convertidos em reagentes, e irreversíveis, quando ao menos um reagente é consumido
totalmente, impossibilitando a ocorrência da reação inversa. Na reação reversível o
equilíbrio químico é dinâmico, ou seja, quando a reação atinge o equilíbrio as reações
diretas e inversas continuam a ocorrer, porém os reagentes e os produtos estão sendo
consumidos e produzidos com a mesma velocidade.[1]

Para o equilíbrio ser estabelecido, os reagentes reagem a uma certa velocidade para
formar os produtos. A princípio, à medida em que a quantidade dos reagentes
diminuem, uma vez que são consumidos na reação, a velocidade da reação direta entre
os reagentes também diminui, e com isso a quantidade dos produtos formados
aumentam, aumentando a velocidade da reação inversa até atingir o equilíbrio.[1]

Em uma reação pode ocorrer uma perturbação. De acordo com o princípio de Le


Chatelier, diferentes perturbações podem afetar a posição de um equilíbrio químico
pré-estabelecido, como a variação da concentração dos reagentes ou produtos, variação
da pressão parcial ou a variação de temperatura.[1]

“Sempre que uma perturbação é introduzida em um sistema em equilíbrio químico, a posição do


equilíbrio será deslocada na direção que minimiza ou anula a perturbação introduzida”[1]

Outrossim, o equilíbrio químico de uma reação pode ser descrito pela equação
genérica da constante de equilíbrio.[2]

𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 ⇌ 𝑐𝐶 + 𝑑𝐷
Reação genérica.
Na reação acima, 𝐴 e 𝐵 são os reagentes, 𝐶 e 𝐷 são os produtos e 𝑎, 𝑏, 𝑐 e 𝑑 são os coeficientes
estequiométricos.
3
𝑐 𝑑
[𝐶] [𝐷]
𝐾𝑒𝑞 = 𝐴 𝑏
[𝐴] [𝐵]

Equação da constante de equílibrio de uma equação genérica.

Pelo Princípio de Le Chatelier e analisando a equação da constante do equilíbrio,


pode-se afirmar que o concentração dos reagentes afeta o equilíbrio químico. Ao
diminuir a concentração de um reagente 𝐴, a concentração de produtos 𝐶 e 𝐷 terão que
ser reduzidas para que 𝐾𝑒𝑞 se mantenha constante. [Atkins]

2. OBJETIVOS

A fim de caracterizar o estado de equilíbrio químico e verificar o princípio de Le


Chatelier, investigou-se qualitativamente a reação em que de um lado tem-se o cromato
de potássio e de outro o dicromato de potássio. Assim, adicionando certos reagentes,
averiguou-se as mudanças na amostra com o decorrer da reação e foi determinado o que
ocorreu com o sentido da reação abaixo, ou seja, o que ocorreu com o equilíbrio da
reação.

+
𝐾2𝐶𝑟2𝑂7 (𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂(𝑙) ⇆ 2𝐾2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞) + 2𝐻 (𝑎𝑞)

Reação entre o dicromato de potássio e a água.


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3. MÉTODOS

3.1. Materiais e reagentes

(
● Cromato de potássio 𝐾2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞) [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿]; )
( )
● Ácido clorídrico 𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿];

(
● Hidróxido de Sódio 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿]; )
( )
● Cloreto de bário 𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞) [0, 25 𝑚𝑜𝑙/𝐿];

(
● Dicromato de potássio 𝐾2𝐶𝑟2𝑂7 (𝑎𝑞) [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿]; )
● Tubos de ensaio (preparação das reações);
● Pipeta de 3 mL (medição dos volumes dos reagentes).

3.2. Metodologia

Para analisar o efeito da concentração dos reagentes no sistema, preparou-se cinco


( )
tubos de ensaio contendo 2, 0 𝑚𝐿 de cromato de potássio 𝐾2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞) [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e

( )
adicionou-se, no primeiro tubo, 1, 0 𝑚𝐿 de ácido clorídrico 𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿]; no

( )
segundo, 1, 0 𝑚𝐿 de hidróxido de sódio 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿]; no terceiro, 4 gotas

( )
de cloreto de bário 𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞) [0, 25 𝑚𝑜𝑙/𝐿]; no quarto, 1, 0 𝑚𝐿 de hidróxido de sódio

(𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞)) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] mais 4 gotas de cloreto de bário (𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞)) [0, 25 𝑚𝑜𝑙/𝐿]; e,
no quinto, 1, 0 𝑚𝐿 de ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞)) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] mais 4 gotas de cloreto de

bário (𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞)) [0, 25 𝑚𝑜𝑙/𝐿].

Em seguida, realizou-se os mesmos procedimentos em outros cinco tubos contendo 2,0


(
mL de dicromato de potássio 𝐾2𝐶𝑟2𝑂7 (𝑎𝑞) [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿]. )
Por fim, analisou-se o que ocorreu em cada tubo para avaliar o sentido das reações e,
portanto, o efeito no equilíbrio da reação.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente, em um dos tubos contendo a solução de cromato de potássio


(𝐾2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞)) [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿], de coloração amarela (Figura 1), adicionou-se o ácido
clorídrico (𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞)) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e observou-se a mudança na cor da solução,

tornando-se alaranjada (Figura 2). Isso ocorre devido a mudança no sentindo da reação
( )
para o que produz o dicromato de potássio 𝐾2𝐶𝑟2𝑂7 (𝑎𝑞) , ou seja, reação apresenta o

sentido indireto.

Figura 1. Solução de cromato de potássio [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿].

Fonte: O próprio autor.

Figura 2. Reação entre o cromato de potássio e o ácido clorídrico.

Fonte: O próprio autor.


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2𝐾2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞) + 2𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) → 𝐾2𝐶𝑟2𝑂7 (𝑎𝑞) + 2𝐾𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝐻 𝑂(𝑙)


2

Reação de formação do dicromato de potássio.

Essa alteração da ordem de reação dá-se devido ao aumento da concentração de íons de


+
𝐻(𝑎𝑞), tornando o 𝑝𝐻 do meio mais ácido. Dessa forma, o excesso desse cátion precisa

ser consumido para que a reação volte ao estado de equilíbrio, logo o ácido clorídrico,
+
que ao ser dissociado libera o 𝐻(𝑎𝑞), é um reagente e assim também o cromato de

potássio.[1]
No seguinte tubo de ensaio, adicionou-se o hidróxido de sódio (𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞))
[0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e não notou-se nenhuma mudança na solução (Figura 3), uma vez que a
coloração amarela característica do cromato de potássio foi mantida. Diante disso,
pode-se afirmar que não ocorreu alteração na ordem dessa reação, isto é, o equilíbrio não
foi afetado pela presença da base.

Figura 3. Reação entre o cromato de potássio e o hidróxido de sódio.

Fonte: O próprio autor.

No terceiro tubo, ao adicionar o cloreto de bário (𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞)) [0, 25 𝑚𝑜𝑙/𝐿],

denotou-se a permanência da coloração e na formação do precipitado cromato de bário


7
(𝐵𝑎𝐶𝑟𝑂4 (𝑠)) (Figura 4). Isso se dá devido à diminuição da concentração do íon cromato
(𝐶𝑟𝑂 ), sendo então necessário sua produção para permanência do equilíbrio.

4 (𝑎𝑞)

Figura 4. Reação entre o cromato de potássio e o cloreto de bário.

Fonte: O próprio autor.

2𝐾2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞) + 2𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞) → 𝐵𝑎𝐶𝑟𝑂4 (𝑠) + 2𝐾𝐶𝑙(𝑎𝑞)

Reação de precipitação do cromato de bário.

No quarto tubo, foi adicionada a solução de hidróxido de sódio (𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞))


[0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e a solução de cloreto de bário, formando o precipitado cromato de bário, e
mantendo a coloração amarela (Figura 5). Como há a formação de cromato de bário, a
concentração de íon cromato diminui, permanecendo no equilíbrio.
8
Figura 5. Reação entre o cromato de potássio, o hidróxido de sódio e o cloreto de
bário.

Fonte: O próprio autor.

( )
No quinto tubo, ao adicionar a solução de ácido clorídrico 𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e a
+
solução de 𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞) [0, 25 𝑚𝑜𝑙/𝐿], o íon 𝐵𝑎(𝑎𝑞) reage com o íon cromato enquanto o
+
ácido libera mais íons 𝐻(𝑎𝑞) no meio, o tornando ácido, mudando a coloração da solução

para um tom alaranjado (Figura 6). Portanto afirma-se que o deslocamento do equilíbrio
ocorre para a direita. Vale ressaltar que não houve precipitação pois a reação ocorreu em
meio ácido.[1]
9
Figura 6. Reação entre o cromato de potássio, o ácido clorídrico e o cloreto de bário.

Fonte: O próprio autor.

Em seguida, para a análise dos resultados obtidos com a solução de dicromato de


( )
potássio 𝐾2𝐶𝑟2𝑂7 (𝑎𝑞) [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿], que inicialmente possui a coloração laranja forte

(Figura 7), separou-se cinco tubos de ensaio contendo a solução e foram adicionados os
reagentes anteriores, repetindo o experimento.

Figura 7. Solução de dicromato de potássio [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿].

Fonte: O próprio autor.

+
No primeiro tubo, o íon 𝐻(𝑎𝑞), proveniente da dissociação do ácido clorídrico, reage
+ +
com o íon 𝑂𝐻(𝑎𝑞), formando 𝐻2𝑂(𝑙) e diminuindo a quantidade de íon 𝑂𝐻(𝑎𝑞) livres, não

alterando o 𝑝𝐻 do meio. Sendo assim o equilíbrio mantém o sentido indireto, formando


o dicromato e permanecendo na cor laranja (Figura 8).
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Figura 8. Reação entre o dicromato de potássio e o ácido clorídrico.

Fonte: O próprio autor.

Ao adicionar a solução de hidróxido de sódio no segundo tubo, a concentração do íon


+
𝑂𝐻(𝑎𝑞) na solução aumenta, diminuindo o 𝑝𝐻 do meio e tornando necessário seu

consumo, com isso a coloração se torna amarela (Figura 9) pois o equilíbrio se desloca
para o sentido direto, formando cromato.

Figura 9. Reação entre o dicromato de potássio e o hidróxido de sódio.

Fonte: O próprio autor.


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2𝐾2𝐶𝑟2𝑂7 (𝑎𝑞) + 2𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) → 𝐾2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞) + 2𝑁𝑎2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞) + 𝐻 𝑂(𝑙)


2

Reação de formação do cromato de potássio.

No terceiro tubo, após a adição da solução de cloreto de bário, há a formação de


( )
dicromato de bário sólido 𝐵𝑎𝐶𝑟2𝑂7 (𝑠) , que adere a parede do tubo, e não há alteração
+
na cor (Figura 10), visto que o íon 𝐵𝑎(𝑎𝑞) reage com o íon dicromato, diminuindo-o e

tornando necessária sua produção, mantendo o sentido da reação.

Figura 10. Reação entre o dicromato de potássio e o cloreto de bário.

Fonte: O próprio autor.

Após adicionar a solução de hidróxido de sódio e a solução de cloreto de bário no


quarto tubo, há a formação de dicromato de bário sólido e a solução fica amarela (FIgura
+ −
11), ou seja, apesar do 𝐵𝑎(𝑎𝑞) reagir com o íon 𝐶𝑟2𝑂7 (𝑎𝑞), o equilíbrio se desloca para a
+
direita, haja vista que a solução fica amarela, pelo fato da concentração íon 𝑂𝐻(𝑎𝑞)

presente no hidróxido de sódio, aumentar, afetando o 𝑝𝐻 do meio.


12
Figura 11. Reação entre o dicromato de potássio, o hidróxido de sódio e o cloreto de
bário.

Fonte: O próprio autor.

No quinto tubo foi adicionado a solução de ácido clorídrico e a solução de cloreto de


bário, onde a solução permaneceu na cor alaranjada (Figura 12). Isso ocorre pois o íon
reagem com o dicromato, diminuindo sua concentração, mantendo o equilíbrio no
sentido inverso.

Figura 12. Reação entre o dicromato de potássio, ácido clorídrico e o cloreto de bário.

Fonte: O próprio autor.


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5. CONCLUSÃO

Portanto, os experimentos realizados permitiram maior compreensão sobre o


equilíbrio químico. Na primeira parte, conclui-se que todas as reações foram concluídas
e foi possível observar para qual lado o equilíbrio deslocava-se e se a concentração do
íon H+ aumentava ou diminuía. Assim como na segunda parte do experimento, na qual
foi possível resultar para qual lado o equilíbrio se deslocava e se a concentração o íon
OH+ modificava.

6. BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química – Questionando a vida moderna e o


meio ambiente, Porto Alegre, RS, Ed. Bookman, 2001.
2. LENZI, E. et al. Química Geral Experimental. Rio de Janeiro, RJ, Ed. Freitas
Bastos, 2004.

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