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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


Departamento de Química

RELATÓRIO

EXPERIMENTO 01
TIPOS DE REAÇÕES QUÍMICAS

Nomes: Beatriz de Souza Merlo, Gustavo Guedes Ribeiro, Junia Zorzanelli Souza e
Vitor Lopes França.

Relatório acadêmico do Curso de


Graduação de Química Bacharelado
apresentado como parte das
exigências da disciplina de Química
Geral Experimental II (QUI02360),
sob orientação da professora Marta
Albuquerque Machado.

Vitória
Fevereiro/2023
1

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………..…………………………2
2. OBJETIVOS………………………………………..……………………….…4
3. MÉTODOS…………………………………………..………...…………….…5
3.1. Materiais e reagentes …………………………………………………….….5
3.2. Metodologia ……………...………………………….……………………….6
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ……………………..……………………...10
5. CONCLUSÃO…………..………………………….…...…...……………….16
6. BIBLIOGRAFIA……………………………………….…………………….17
2

1. INTRODUÇÃO

A estequiometria, área de estudo responsável pela quantificação e classificação das


equações químicas, baseada na Lei da Conservação das Massas de Antoine Lavoisier
que diz “A massa total de uma substância presente ao final de uma reação química é a
mesma massa total do início da reação”[1], representa as mudanças da matéria que
ocorrem entre compostos que reagem, de modo que os componentes iniciais da equação
terão a mesma massa dos componentes finais.[1]

A equação química, ou reação, é o processo de mudança dos seus componentes, ou


seja, ocorre a transformação de uma ou mais substâncias que reagem e formam novas.
Essa conversão é representada por uma flecha (→), na qual os componentes iniciais são
chamados de reagentes, estando à esquerda da flecha, e os componentes formados são
chamados de produtos, estando à direita.[2]

Existem quatro principais tipos de reações químicas que ocorrem com frequência no
cotidiano. A primeira é a reação de síntese ou combinação, em que duas ou mais
substâncias reagem para formar um produto.[3]

𝑎𝐴(𝑎𝑞) + 𝑏𝐵(𝑎𝑞) → 𝑐𝐴𝐵(𝑎𝑞)

Reação genérica de síntese.[4]


Os reagentes, 𝐴 e 𝐵, interagem e formam um novo produto, 𝐴𝐵. Vale ressaltar que 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são os
coeficientes estequiométricos de 𝐴, 𝐵 e 𝐴𝐵, respectivamente, responsáveis por ditar a quantidade - em
𝑚𝑜𝑙 - de cada componente da reação.[2]

O segundo tipo de reação é chamado de decomposição, na qual um único reagente se


decompõe em seus constituintes, podendo ser dois ou mais.[3]

𝑐𝐴𝐵(𝑎𝑞) → 𝑎𝐴(𝑎𝑞) + 𝑏𝐵(𝑎𝑞)

Reação genérica de decomposição.[4]


O reagente, 𝐴𝐵, reage e forma dois produtos, 𝐴 e 𝐵. Nota-se que a reação de decomposição é oposta a
reação de síntese.[3]
3

O terceiro tipo são as reações de troca, subdividido em reações de simples troca e de


dupla troca, que geralmente envolvem compostos iônicos e ocorrem em meio aquoso.
As reações de simples troca são aquelas em que um íon de um dos reagentes desloca um
íon de um outro reagente, formando dois novos produtos.[3], [4]

𝑎𝐴(𝑎𝑞) + 𝑏𝐵𝐶(𝑎𝑞) → 𝑐𝐴𝐵(𝑎𝑞) + 𝑑𝐶(𝑎𝑞)

Reação genérica de simples troca.[4]


O íon 𝐴 desloca o íon 𝐵, do reagente 𝐵𝐶. Vale destacar que as trocas de íons ocorrem entre os que
possuem carga semelhante, ou seja, cátions (carga positiva) deslocam cátions e ânions (cargas negativas)
deslocam ânions.[3]

As reações de dupla troca são aquelas em que ocorrem duas trocas de íons.[3]

𝑎𝐴𝐵(𝑎𝑞) + 𝑐𝐶𝐷(𝑎𝑞) → 𝑑𝐴𝐷(𝑎𝑞) + 𝑏𝐶𝐵(𝑎𝑞)

Reação genérica de dupla troca.[4]


O íon 𝐴, do reagente 𝐴𝐵, desloca o íon 𝐶, do reagente 𝐶𝐷.

Quando ocorre entre ácidos e bases é chamada de reação ácido-base ou de


neutralização e forma um sal (ácido conjugado ou base conjugada) e água. Além disso,
quando se aumenta a concentração desse sal na solução, um dos íons tende a complexar.
Um complexo é um composto de cordenação, no qual um ácido de Lewis é o elemento
central e as bases de Lewis são os componentes ligantes.[3], [4]
Por fim, existem as reações de oxirredução, que englobam as reações de oxidação e as
reações de redução. As reações de oxidação são as que o reagente perde elétrons,
desconsiderando para quais espécies eles migram.[3]

0 𝑎+ −
𝑎𝐴(𝑎𝑞) → 𝐴(𝑎𝑞) + 𝑎𝑒

Reação genérica de oxidação.[4]


O reagente 𝐴, de carga inicial 0, oxida e perde 𝑎 elétrons.

Nas reações de redução, um átomo ganha elétrons de outra espécie, sendo


caracterizada pela diminuição da carga de um dos reagentes.
4
𝑏+ − 0
𝐵(𝑎𝑞) + 𝑏𝑒 → 𝑏𝐵(𝑎𝑞)

Reação genérica de redução.[4]


O reagente 𝐵, de carga inicial 𝑏 +, reduz e ganha 𝑏 elétrons, diminuindo sua carga inicial para 0.
Nota-se que essa reação é oposta a reação de oxidação.[3]

Como os elétrons não podem ser perdidos, uma vez que são partículas, em uma reação,
um componente oxida e o outro reduz, ou seja, quando um reagente perde elétrons ou
outro os ganha. Ademais, como a oxidação é a perda de elétrons e a redução é o ganho
de elétrons, a reação de oxirredução será a soma das reações de oxidação e de redução
dos reagentes.[3]

0 𝑎+ −
𝑎𝐴(𝑎𝑞) → 𝐴(𝑎𝑞) + 𝑎𝑒
𝑏+ − 0
𝐵(𝑎𝑞) + 𝑏𝑒 → 𝑏𝐵(𝑎𝑞)
-----------------------------------
0 𝑏+ 𝑎+ 0
𝑎𝐴(𝑎𝑞) + 𝐵(𝑎𝑞) → 𝐴(𝑎𝑞) + 𝑏𝐵(𝑎𝑞)

Reação genérica de oxirredução.[4]


Para 𝑎 = 𝑏. O reagente 𝐴, de carga inicial 𝑎 +, reduz e ganha 𝑎 elétrons provenientes da oxidação do
reagente 𝐵, de carga inicial 𝑏 +.[3]

2. OBJETIVOS

Com a disposição de desenvolver a capacidade de observação de experimentos, foram


realizados experimentos a fim de produzir reações que formam produtos pouco solúveis,
produtos pouco dissociados e produtos complexos. Dessa maneira, foi possível
classificar as reações e analisar seus resultados, relacionando-os com as tabelas
disponibilizadas.
5

3. MÉTODOS

3.1. Materiais e reagentes

Foram utilizados os seguintes materiais:

● Seis tubos de ensaio (reação dos reagentes);


● Bastão de vidro (mistura da solução);
● Papel indicador (determinação ácido-base);
● Espátula (medida dos reagentes).

E os seguintes reagentes:

( )
● Cloreto de sódio 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿];

● Nitrato de prata (𝐴𝑔𝑁𝑂3 (𝑎𝑞));

● Hidróxido de amônio 30% (𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞));

● Cloreto de bário (𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞));

● Sulfato de sódio (𝑁𝑎2𝑆𝑂4 (𝑎𝑞));

● Ácido nítrico (𝐻𝑁𝑂3 (𝑎𝑞)) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿];

● Acetato de sódio (𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎(𝑠));

● Carbonato de sódio (𝑁𝑎𝐶𝑂3 (𝑎𝑞)) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿];

● Sulfato de cobre (𝐶𝑢𝑆𝑂4 (𝑎𝑞)) [0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿];

( (
● Nitrato férrico 𝐹𝑒 𝑁𝑂3 )
)3 (𝑎𝑞) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿];

● Tiocianato de potássio (𝐾𝑆𝐶𝑁) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿].


6

3.2. Metodologia

Primeiramente, analisou-se as reações onde se formam produtos pouco solúveis. Foi


adicionado em um tubo de ensaio 3 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 de solução de cloreto de sódio 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) ( )
( )
[0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e 1 𝑔𝑜𝑡𝑎 de nitrato de prata 𝐴𝑔𝑁𝑂3 (𝑎𝑞) , os resultados observados foram

fundamentados pela tabela de solubilidade de sais em água (Tabela 1). O tubo de ensaio
foi deixado em observação por 30 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠 e após esse período foram observadas as
mudanças na solução.

Tabela 1. Solubilidade de sais em água.


SAL SOLUBILIDADE EXCEÇÕES

Nitratos todos solúveis —

Cloretos geralmente solúveis 𝐴𝑔𝐶𝑙, 𝐻𝑔2𝐶𝑙2

Brometos geralmente solúveis 𝐴𝑔𝐵𝑟, 𝐻𝑔2𝐵𝑟2

𝐴𝑔𝐼, 𝐻𝑔2𝐼2, 𝐻𝑔𝐼2, 𝐶𝑢2𝐼2,


Iodetos geralmente solúveis 𝑃𝑏𝐼2 (solúvel a quente),
𝐵𝑖𝐼3, 𝑆𝑛𝐼2

𝑁𝑎2𝐶𝑂3, 𝐾2𝐶𝑂3,
Carbonetos insolúveis
(𝑁𝐻4)2𝐶𝑂3
𝑃𝑏𝑆𝑂4, 𝐻𝑔2𝑆𝑂4, 𝑆𝑟𝑆𝑂4,
Sulfatos geralmente solúveis
𝐵𝑎𝑆𝑂4, 𝐶𝑎𝑆𝑂4(parcialmente)

𝐴𝑐𝐶𝑟𝑂4, 𝐶𝑎𝐶𝑟𝑂4, 𝑆𝑟𝐶𝑟𝑂4,

Cromatos insolúveis 𝑀𝑔𝐶𝑟𝑂4, 𝑀𝑛𝐶𝑟𝑂4, 𝑍𝑛𝐶𝑟𝑂4,


( )3
𝐹𝑒2 𝐶𝑟𝑂4 , 𝐶𝑢𝐶𝑟𝑂4

Fonte: O roteiro do experimento.


7

Em seguida, outro tubo de ensaio foi utilizado para a adição dos mesmos reagentes do
tubo anterior, cloreto de sódio e nitrato de prata. Logo após, adicionou-se, gota a gota, a
( )
solução de hidróxido de amônio 30% 𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞) , a mudança foi observada e

justificada através da tabela de cores de íons complexos em solução (Tabela 2).

Tabela 2. Cores de íons complexos em solução.


ÍON COMPLEXO COLORAÇÃO

[Ag(NH3)2]+ incolor

[Co(H2O)6]2+ rosa

[CoCl4]2- azul

[Co(NH3)6]2+ verde claro

[Co(NH3)6]3+ alaranjado

[Cu(H2O)4]2+ azul claro

[Cu(NH3)4]2+ azul escuro

[Ni(H2O)6]2+ verde claro

[Ni(NH3)6]2+ azul escuro

[Fe(SCN)6]3- vermelho sangue

Fonte: O roteiro do experimento.

Em um terceiro tubo de ensaio, colocou-se algumas gotas de cloreto de bário


(𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞)) e de sulfato de sódio (𝐶𝑢𝑆𝑂4 (𝑎𝑞)), observou-se os resultados.
Posteriormente, desenvolveu-se reações nas quais se formam-se produtos pouco
dissociados. Para isso, em tubo de ensaio, colocou-se cinco gotas de ácido nítrico
(𝐻𝑁𝑂3 (𝑎𝑞)) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e adicionou-se água destilada para dobrar o volume da

solução, que foi agitada com um bastão de vidro. Logo em seguida, utilizou-se o papel
indicador e foi determinado o caráter ácido-básico da solução.
8

No mesmo tubo de ensaio utilizado anteriormente, acrescentou-se uma espátula


( )
contendo acetato de sódio 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎(𝑠) , o tubo foi agitado e novamente foi utilizado

o papel indicador para a medição do novo caráter ácido-básico da solução. Comparou-se


o resultado obtido antes da adição do ácido. Seguidamente, algumas gotas de carbonato
( )
de sódio 𝑁𝑎𝐶𝑂3 (𝑎𝑞) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿] foram adicionadas ao tubo de ensaio e observou-se

os resultados, relacionando-os aos dados presentes na tabela de força de ácidos e bases


(Tabela 3).

Tabela 3. Força de ácidos e bases.


FORTES FRACOS

ÁCIDOS 𝐻𝐶𝑙, 𝐻2𝑆𝑂4, 𝐻𝑁𝑂3 𝐻𝐴𝑐, 𝐻3𝐵𝑂3, 𝐻2𝐶𝑂3

𝑁𝑎𝑂𝐻, 𝐾𝑂𝐻, 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2,


BASES 𝑁𝐻4𝑂𝐻
𝐵𝑎(𝑂𝐻)2

Fonte: O roteiro do experimento.

Consecutivamente, foram preparadas soluções que formam produtos complexos. Em


um tubo de ensaio, adicionou-se 10 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 da solução de sulfato de cobre 𝐶𝑢𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) ( )
[0, 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e, da mesma forma, agitando colocou-se gotas de hidróxido de amônio
( )
30% 𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞) . Observou-se o resultado após a adição.

Logo depois, em outro tubo de ensaio, foi colocada 4 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 da solução de nitrato de

(
férrico 𝐹𝑒 𝑁𝑂3 ( )3 (𝑎𝑞) ) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿], dobrou-se o volume com água destilada. Em

seguida, 2 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 de tiocianato de potássio (𝐾𝑆𝐶𝑁) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿] foram adicionadas ao


tubo, o resultado foi anotado e interpretado de acordo com a tabela cores de alguns íons
complexos em solução (Tabela 2).
9

Por fim, foi analisada uma amostra desconhecida, utilizando-se dos dados obtidos com
os experimentos, da tabela de cores de soluções aquosas (Tabela 4) e da tabela cores de
alguns íons complexos em solução (Tabela 2), para determinar se era uma solução de
( ) ( )
cloreto de sódio 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) , cloreto de bário 𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞) , sulfato de sódio 𝑁𝑎2𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) ( )
( )
, cloreto de cálcio 𝐶𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞) , nitrato de ferro (III) 𝐹𝑒 𝑁𝑂3 ( ( )
)3 (𝑎𝑞) e cromato de

( )
potássio 𝐾2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞) .

Tabela 2. Cores de soluções aquosas.


METAL COR DA SOLUÇÃO

Metais das Famílias IA e IIA incolor

Crômio (III) verde

Manganês (II) rosa

Ferro (II) verde

Ferro (III) amarela

Cobalto (II) rosa

Níquel (II) verde

Cobre (II) azul

Prata(I) incolor

Chumbo (II) incolor

Cromato amarela

Dicromato alaranjada

Fonte: O roteiro do experimento.


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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

( )
Inicialmente, na reação entre o cloreto de sódio 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) e o nitrato de prata

(𝐴𝑔𝑁𝑂3 (𝑎𝑞)), verificou-se a formação de um precipitado de coloração esbranquiçada


(Figura 1), cloreto de prata (𝐴𝑔𝐶𝑙(𝑠)), identificado pelos dados da Tabela 1. Após

30 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠, observou-se qualitativamente que o volume da solução diminuiu e o


precipitado se concentrou mais no fundo do tubo de ensaio (Figura 2).

𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝐴𝑔𝑁𝑂3 (𝑎𝑞) → 𝐴𝑔𝐶𝑙(𝑠) + 𝑁𝑎𝑁𝑂3 (𝑎𝑞)

Reação de dupla troca entre o cloreto de sódio e o nitrato de prata.

Figura 1. Precipitação do cloreto de prata 𝐴𝑔𝐶𝑙(𝑠) . ( )

Fonte: O próprio autor.

Figura 2. Reação de precipitação do 𝐴𝑔𝐶𝑙(𝑠) após 30 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠.

Fonte: O próprio autor.


11
( )
Ao adicionar o hidróxido de sódio 𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞) na solução, observou-se a diluição do

( )
2+
⎡ ⎤
precipitado (Figura 3) e formação do íon complexo diaminoprata (I) ⎢𝐴𝑔 𝑁𝐻3 ⎥ ( ) ,
⎣ 2⎦

identificado devido à Tabela 2 e justificado pela adição da base de Lewis 𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞) . ( )


[4]

⎡ ⎤
𝐴𝑔𝐶𝑙(𝑠) + 2𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞) → 2𝐻2𝑂(𝑙) + ⎢𝐴𝑔 𝑁𝐻3 ⎥𝐶𝑙(𝑎𝑞) ( )
⎣ 2⎦

Reação de complexação do íon diaminoprata (I).

Figura 3. Diluição do cloreto de prata e complexação do íon diaminoprata (I).

Fonte: O próprio autor.

( ) (
Na reação entre o cloreto de bário 𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞) e o sulfato de sódio 𝑁𝑎2𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) , )
nota-se a formação de precipitado (Figura 4), sulfato de bário (𝐵𝑎𝑆𝑂4 (𝑠)), identificado

pelas informações da Tabela 1.

𝐵𝑎𝐶𝑙2 (𝑎𝑞) + 𝑁𝑎2𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) → 2𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝐵𝑎𝑆𝑂4 (𝑠)


Reação de dupla troca entre o cloreto de bário e o sulfato de sódio.
12
(
Figura 4. Precipitação do sulfato de bário 𝐵𝑎𝑆𝑂4 (𝑠) . )

Fonte: O próprio autor.

Para as reações que formam produtos pouco dissociados, realizou-se, inicialmente, a


dissociação do ácido nítrico (𝐻𝑁𝑂3 (𝑎𝑞)) e, como auxílio do papel indicador,

determinou-se que seu 𝑝𝐻 é igual a 1 (Figura 5), ou seja, um ácido forte, como
determina a Tabela 3.

− +
𝐻𝑁𝑂3 (𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂(𝑙) → 𝑁𝑂3 (𝑎𝑞) + 𝐻3𝑂(𝑎𝑞)
Reação de dissociação do ácido nítrico.

Figura 5. Determinação do caráter ácido-base do ácido nítrico.

Fonte: O próprio autor.

( )
Com a adição do acetato de sódio 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎(𝑠) , ocorre a formação do ácido acético

(𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞)), identificado pelo forte cheiro de vinagre, ao verificar seu cárater

ácido-base com o papel indicador (Figura 6), encontrou-se o valor de 𝑝𝐻 = 6, ou seja,


o ácido acético é um ácido fraco, pois apresenta um 𝑝𝐻 alto.[4]
13
𝐻𝑁𝑂3 (𝑎𝑞) + 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎(𝑠) → 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎𝑁𝑂3 (𝑎𝑞)
Reação de dupla troca entre ácido nítrico e o acetato de sódio.

Figura 6. Determinação do caráter ácido-base do ácido acético.

Fonte: O próprio autor.

( )
Com a adição do cloreto de sódio 𝑁𝑎2𝐶𝑂3 (𝑎𝑞) , nota-se a formação de bolhas,

( )
justificada pela formação de gás carbônico 𝐶𝑂2 (𝑔) (Figura 7), e a diminuição do cheiro

anteriormente averiguado, isso ocorre devido à neutralização do ácido acético.[4]

𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎2𝐶𝑂3 (𝑎𝑞) → 𝐻2𝑂(𝑙) + 𝐶𝑂2 (𝑔) + 2𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞)


Reação de neutralização (ácido-base) do ácido acético.

Figura 7. Formação de gás carbônico.

Fonte: O próprio autor.


14
Para as reações que formam íons complexos, adicionou-se hidróxido de amônio 30%
(𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞)) na solução de sulfato de cobre (𝐶𝑢𝑆𝑂4 (𝑎𝑞)), de coloração azul clara, e
denotou-se a mudança instantânea para coloração azul escura (Figura 8), isso se dá

( )
2+
⎡ ⎤
devido à formação do íon tetraaminocobre (II) ⎢𝐶𝑢 𝑁𝐻3 ⎥ ( ) , que, de acordo com a
⎣ 4⎦

Tabela 2, possui coloração azul escuro.

⎡ ⎤
𝐶𝑢𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) + 2𝑁𝐻4𝑂𝐻(𝑎𝑞) → 𝐻2𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) + ⎢𝐶𝑢 𝑁𝐻3 ⎥(𝑂𝐻)2 (𝑎𝑞) ( )
⎣ 4⎦

Reação de complexação do íon tetraaminocobre (II).

Figura 8. Formação do íon complexo tetraaminocobre (II).

Fonte: O próprio autor.

( )
Ademais, ao adicionar tiocianato de potássio 𝐾𝑆𝐶𝑁(𝑎𝑞) à solução de nitrato de ferro

( (
(III) 𝐹𝑒 𝑁𝑂3 )
)3 (𝑎𝑞) , de coloração amarela, observou-se a mudança de coloração para
um vermelho sangue (Figura 9), justificado pela formação do íon complexo

hexatiocianato ferrato (III) ([𝐹𝑒(𝑆𝐶𝑁) ] ), que, de acordo com a Tabela 2, apresenta a


6
3−

coloração vermelho sangue.

(
𝐹𝑒 𝑁𝑂3 )3 (𝑎𝑞) + 6𝐾𝑆𝐶𝑁(𝑎𝑞) → 3𝐾𝑁𝑂3 (𝑎𝑞) + 𝐾3 𝐹𝑒(𝑆𝐶𝑁)6 [ ](𝑎𝑞)
Reação de complexação do íon hexatiocianato ferrato (III).
15
Figura 9. Formação do íon complexo hexatiocianato ferrato (III).

Fonte: O próprio autor.

Por fim, analisando a amostra desconhecida, observou-se que ela apresenta coloração
amarela (Figura 10) que, de acordo com a Tabela 4, é uma cor que caracteriza a presença
de 𝐹𝑒 (𝐼𝐼𝐼) ou de 𝑐𝑟𝑜𝑚𝑎𝑡𝑜, logo as opções viáveis seriam o nitrato de ferro (III)

( (
𝐹𝑒 𝑁𝑂3 )
)3 (𝑎𝑞) ( )
ou o cromato de potássio 𝐾2𝐶𝑟𝑂4 (𝑎𝑞) . Dessa forma, adicionou-se

( )
tiocianato de potássio 𝐾𝑆𝐶𝑁(𝑎𝑞) na amostra, como ocorreu a mudança de coloração

para o vermelho sangue (Figura 11), pode-se afirmar que a amostra desconhecida, dentre
as opções possíveis, é uma solução de nitrato férrico , pois a coloração obtida é derivada

( (
do íon hexatiocianato ferrato (III) 𝐹𝑒 𝑁𝑂3 )
)3 (𝑎𝑞) .

Figura 10. Coloração da amostra desconhecida.

Fonte: O próprio autor.


16
Figura 11. Formação do íon complexo hexatiocianato ferrato (III) na amostra
desconhecida.

Fonte: O próprio autor.

5. CONCLUSÃO

Destarte, através dos procedimentos experimentais, foi possível analisar e


compreender os diferentes tipos de reações por meio da análise dos seus produtos,
envolvendo a formação de produtos pouco solúveis (formando precipitados), produtos
pouco dissociados (ácido e bases fracas) e íons complexos.
Após as análises dos experimentos e tabelas disponíveis, tornou-se possível identificar
uma amostra desconhecida, verificando que o composto consistia em nitrato férrico

( (
𝐹𝑒 𝑁𝑂3 )
)3 (𝑎𝑞) .
17

6. BIBLIOGRAFIA

1. BROWN, T. L.; JR, H. E. L.; BURSTEN, B. E.; BURDGE, J. R.. Química: a


ciência central. 9. ed. São Paulo, SP, Pearson Prentice Hall, 2002.
2. OVERTON, T.; RAYNER-CANHAM, Geoff. Química Inorgânica Descritiva. 5.
ed. Rio de. Janeiro, RJ, LTC, 2015.
3. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química – Questionando a vida moderna e o
meio ambiente, Porto Alegre, RS, Ed. Bookman, 2001.
4. LENZI, E. et al. Química Geral Experimental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos
Editora, 2004.

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