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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO PIAUÍ

CAMPUS TERESINA – CENTRAL, DIRETORIA DE ENSINO


DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES, LETRAS E CIÊNCIAS
DISCIPLINA DE FISICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL

CINÉTICA QUÍMICA

LUIS HENRIQUE DA COSTA MANO


TÂNIA MARA OLIVEIRA DOS REIS

TERESINA, 2019
RESUMO

A velocidade de uma reação química é a variação na concentração dos reagentes ou


produtos por unidade de tempo. Neste experimento foi demonstrado alguns pontos
fundamentais da cinética das reações químicas sob influência da concentração e da
temperatura, determinando a lei de velocidade e a Energia de ativação. Alguns dados
do experimento não corresponderão com a literatura, devido a erros sistemáticos que
todo experimento está sujeito. Mas foi possível analisar e avaliar os dados com base
na literatura.

Palavras chave: cinética; velocidade; lei de velocidade.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4

2 OBJETIVO........................................................................................................ 6

2.1 Geral................................................................................................................. 6
2.2 Específico ........................................................................................................ 6

3 METODOLOGIA ............................................................................................... 6

3.1 Materiais .......................................................................................................... 6


3.2 Reagentes........................................................................................................ 6
3.3 Procedimentos ................................................................................................ 6

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 7

5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 11

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 11
4

1 INTRODUÇÃO

A cinética química é o estudo das velocidades e mecanismos das reações


químicas. Das várias aplicações encontram-se sua importância na química industrial
de compostos, o funcionamento de um automóvel e no funcionamento de organismos
vivos (LEVINE, 2012).
Para determinar a velocidade em uma reação devemos considerar diversos
fatores, como: concentração dos reagentes, influência de catalizadores, superfícies
de contato e temperatura. Para que duas moléculas reagirem uma com a outra elas
precisam se encontrar podendo formar uma solução homogênea (em uma única fase)
e heterogênea (em fases diferentes) (BRADY, 1986). Para que ocorra essa reação é
necessária uma colisão dos reagentes, nem todas as colisões geram reação, ela
precisa ser eficaz. Para que se torne uma colisão efetiva a energia das moléculas que
colidem entre si deverá ser igual ou superior a energia de ativação (LEVINE, 2012).
A velocidade de um evento é definida como a variação que ocorre em
determinado intervalo de tempo. Igualmente, a velocidade de uma reação química —
sua taxa de reação — e a variação na concentração dos reagentes ou produtos por
unidade de tempo (Equação 1). Portanto, as unidades para a velocidade de reação
são geralmente concentração em quantidade de matéria por segundo (mol/L/s) — isto
e, a variação na concentração (medida em concentração em quantidade de matéria)
dividida por um intervalo de tempo (segundos) (BROWN; LEMAY; BURSTEN, 2005).

∆[𝐶𝐶]
𝑉𝑉 = (1)
∆𝑡𝑡

Uma maneira de estudar o efeito da concentração na velocidade de reação é


determinar a maneira na qual a velocidade no começo de uma reação (a velocidade
inicial) depende das concentrações iniciais (BROWN; LEMAY; BURSTEN, 2005).
A vantagem de usar a velocidade inicial é que a presença de produtos durante
a reação pode afetar a velocidade e a interpretação dos resultados torna-se
complicada. Dessa forma, como não existe produtos no início da reação, é mais fácil
encontrar as eventuais tendências produzidas pelos reagentes (ATKINS; JONES,
2012).
5

A equação que mostra como a velocidade depende das concentrações dos


reagentes, é chamada lei de velocidade. Para uma reação geral do tipo:

𝑎𝑎𝑎𝑎 + 𝑏𝑏𝑏𝑏 → 𝑐𝑐𝑐𝑐 + 𝑑𝑑𝑑𝑑 (2)

Pode-se estabelecer que:

𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 = [𝐴𝐴]𝑚𝑚 [𝐵𝐵]𝑛𝑛 (3)

Na reação de Landolt, uma solução de iodato de potássio é adicionada a uma


solução acidificada de bissulfito de sódio contendo amido. Após certo tempo de
reação, a mistura inicialmente incolor torna-se subitamente azul intensa (TEÓFILO;
BRAATHEN; RUBINGER, 2002).
Na reação de Landolt, ocorre a seguinte reação:

+ +
3𝐼𝐼(𝑎𝑎𝑎𝑎) + 𝐻𝐻2 𝑂𝑂2(𝑎𝑎𝑎𝑎) + 2𝐻𝐻(𝑎𝑎𝑎𝑎) → 2𝐻𝐻(𝑎𝑎𝑎𝑎) + 2𝐻𝐻2 𝑂𝑂(𝑙𝑙) (4)

Cuja lei de velocidade pode ser escrita como:

𝑉𝑉 (𝑡𝑡) = 𝐾𝐾(𝑇𝑇 )[𝐼𝐼 ]𝑥𝑥 [𝐻𝐻2 𝑂𝑂2 ]𝑦𝑦 [𝐻𝐻 + ]𝑧𝑧 (5)

A lei da velocidade para qualquer reação química deve ser determinada


experimentalmente; ela não pode ser revista simplesmente ao se olhar a equação
química. Ao trabalhar com leis de velocidade, e importante reconhecer que a
velocidade de uma reação depende da concentração, mas a constante de velocidade
não depende dela, a constante de velocidade (e, consequentemente, a velocidade de
reação) e afetada pela temperatura e pela presença de um catalisador (BROWN;
LEMAY; BURSTEN, 2005).
6

2 OBJETIVO

2.1 Geral

 Demonstrar alguns pontos fundamentais da cinética das reações químicas sob


influencia da concentração e da temperatura.

2.2 Específico

 Determinação da lei de velocidade da reação do iodato de potássio com


bissulfito de sódio e amido;

 Determinação da energia de ativação de mesma reação.

3 METODOLOGIA

3.1 Materiais 3.2 Reagentes

 Erlenmeyers 250 ml;  Solução de KI 0,050 mol/L


 béquers de 100 ml;  Solução de Na2S2O3 0,050 mol/L;
 pHametro;  Solução de Amido 1%
 Pipetas de Pasteur;  Solução de ácido acético 0,3
 Cronometro; mol/L;
 Solução de H2O2 0,8 mol/L;
 Fenolftaleína (indicador ácido
base).

3.3 Procedimentos

Primeiramente foi preparado as soluções de KI 0,050 M, Na2S2O3 0,050 M,


solução de amido 1%, ácido acético 0,3 M e H2O2 0,2 mol/L. Em seguida, foram
numerados 6 erlenmeyeres, adicionando em cada um deles os reagentes preparados
7

inicialmente, exceto o peroxido de hidrogênio e a solução de amido, seguido da


determinação do pH respectivamente.
Após ter adicionado as soluções, exceto o amido e peróxido, cada erlenmeyer
foi submetido ao banho maria em tono de 5 min a temperatura próxima de 55 °C; e
após ao aquecimento, foi adicionado o amido e o peroxido ao frasco correspondente,
acionando o cronometro logo de imediato. O procedimento foi repetido com os outros
3 frascos de erlenmeyres, registrando, para cada um deles, o tempo até a mudança
de coloração.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela abaixo apresenta o volume adicionado das soluções preparadas no


início da prática experimental (Tabela 1). Para cada experimento, foi adicionado um
volume de reagente para a ocorrência da reação.

Tabela 1 – Volume inicial dos reagentes


Volume (ml)
Experimento KI Na2SO2SO3 Amido HAc H2O2
H2O
(0,05 mol/L) (0,05 mol/L) (1%) (0,3 mol/L) (0,8 mol/L)

1 25 5,0 1,0 1,0 5,0 2,0

2 20 10 1,0 1,0 5,0 2,0

3 23 5,0 1,0 1,0 5,0 4,0

4 20 5,0 1,0 1,0 10,0 2,0

Através dos valores da Tabela 1, foi possível calcular as concentrações


correspondentes as espécies que participam da reação (Tabela 2). A equação que
corresponde a reação no experimento pode ser descrita como:

+ +
3𝐼𝐼(𝑎𝑎𝑎𝑎) + 𝐻𝐻2 𝑂𝑂2(𝑎𝑎𝑎𝑎) + 2𝐻𝐻(𝑎𝑎𝑎𝑎) → 2𝐻𝐻(𝑎𝑎𝑞𝑞) + 2𝐻𝐻2 𝑂𝑂(𝑙𝑙) (6)
8

Portanto, para calcular a lei de velocidade para esta reação são necessárias as
concentrações das espécies I-, H2O2 e H+, conforme a equação diferencial:

𝑑𝑑[𝐼𝐼 ]
𝐾𝐾10 [𝐻𝐻2 𝑂𝑂2 ][𝐼𝐼 ] + 𝐾𝐾1 [𝐻𝐻2 𝑂𝑂2 ][𝐼𝐼 ][𝐻𝐻 ] (7)
𝑑𝑑𝑑𝑑

Que por sua vez, pode ser escrita:

𝑉𝑉 (𝑡𝑡) = 𝐾𝐾(𝑇𝑇 )[𝐼𝐼 ]𝑥𝑥 [𝐻𝐻2 𝑂𝑂2 ]𝑦𝑦 [𝐻𝐻 + ]𝑧𝑧 (8)

Tabela 2 – Concentração dos reagentes e velocidade da reação


Concentração (mol.L-1) Velocidade
Experimento
[I ]
-1
[H2O2] [H ]
+
[S2O32-] (mol.L-1.s-1)

1 0,00641 0,04102 0,000595 0,00128 0,0000256


2 0,01280 0,04102 0,00609 0,00128 0,0000474
3 0,00862 0,082 0,00107 0,00128 0,0000327
4 0,00641 0,04102 0,00624 0,00128 0,0000297

A concentração de bissulfito também foi necessária calcular para descobrir a


velocidade da reação em cada experimento. O bissulfito na reação é último a ser
consumido. Dessa forma, quando todo o bissulfito é consumido, o iodo acumula no
sistema e a mistura muda subitamente de cor devido à formação de um complexo
azul. Portanto, a determinação da velocidade da reação depende da velocidade de
consumo de bissulfito (TEÓFILO; BRAATHEN; RUBINGER, 2002).
A lei de velocidade com base nas concentrações, portanto, fica:

𝑉𝑉 (𝑡𝑡) = 𝐾𝐾(𝑇𝑇 )[𝐼𝐼 ]1 [𝐻𝐻2 𝑂𝑂2 ]0,3 [𝐻𝐻 + ]0 (9)

No entanto, os valores dos expoentes x, y e z, que determinam a ordem da


reação para cada concentração, não condiz com os valores esperados. Esperava-se
que a ordem para as concentrações das respectivas espécies ser 1; e a ordem global,
ser 3. Esses resultados podem ser devido a erros sistemáticos que todo experimento
9

está sujeito. Um erro de método, é uma possível explicação, uma vez que são
inerentes aos procedimentos.
Mesmo com os valores não correspondendo com as expectativas, a constante
da reação, com base nas concentrações tabeladas pôde ser calculada e nos
expoentes, pôde ser calculada, cujo valor é:

𝐾𝐾(𝑇𝑇 ) = 0,0977 (10)

A velocidade das reações químicas depende da temperatura. Essa afirmação


está fundamentada em observações qualitativas, onde sabe-se que que muitas
reações acontecem mais rapidamente quando a temperatura é elevada. Por isso, a
dependência da constate de velocidade com a temperatura. Diz-se, portanto, que a
constante está em função da temperatura (ATKINS; JONES, 2012).
No laboratório outros grupos desenvolveram o mesmo experimento com
diferentes temperaturas. Dessa forma, encontraram diferentes valores para as
constantes de reação. A Tabela 3 expõe os valores da temperatura (°C, K e K-1), da
constante k e do logarítimo natural da constante da reação (ln k).

Tabela 3 – Valores da temperatura (°C, K e K-1), da constante k e do logarítimo natural da


constante da reação (ln k)

T(°C) T(K) 1/T(K-1) k ln k


29 302,15 0,003396 0,01817 – 4,007
50 323,15 0,0030945 0,0977 – 2,325
61 334.15 0,0029926 0,128 – 2,055

Desses valores foi possível determinar a energia de ativação (Ea), plotando os


valores tabelados em um gráfico que segue a forma y = mx + b. Pela equação de
Arrhenius (Eq. 11), é possível fazer com obedeça a forma da equação da reta (Eq.
12).

𝐸𝐸𝑎𝑎�
𝑘𝑘 𝐴𝐴 × 𝑒𝑒 𝑅𝑅𝑅𝑅 (11)
11

5 CONCLUSÃO

Conclui-se nessa prática a verificação dos fatores que afetam a velocidade.


Também foi possível verificar a variação da constante de velocidade da reação com
diferentes temperaturas, determinando a lei de velocidade da reação e a energia de
ativação. Alguns erros como na observação do tempo da passagem de cor provocada
pela claridade do laboratório afetaram nos expoentes das concentrações da lei de
velocidade.
Esperava-se que a ordem para as concentrações das respectivas espécies ser
1; e a ordem global, ser 3. Embora os coeficientes não corresponderem com a
literatura, foi possível analisar e avaliar os resultados, revisando a literatura.

REFERÊNCIAS

ATKINS, P.; JONES, L. Livro Princípios de Química: questionanado a vida


modernaPorto AlegreBookman, , 2012.

BRADY, J. E.; HUMISTON, G. E., Química Geral, 2ª Ed. LTC Editora, Rio de Janeiro,
1986.

BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química: a ciência central. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

LEVINE, Ira N. Físico-química. 6. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012

TEÓFILO, R. F.; BRAATHEN, P. C.; RUBINGER, M. M. M. Reação relógio


iodeto/iodo com material alternativo de baixo custo e fácio aquisição. Quimica Nova
na Escola, n. 16, p. 41–44, 2002.

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