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EDUARDO AUGUSTO PASCHOAL CAPUCHO – 201800780433

LUCAS MARQUES COSTA – 201700780555


RAFAEL GARCIA BELUCE SIQUEIRA - 201800780648

ESTUDO DE FATORES QUE INFLUENCIAM NA VELOCIDADE


DE REAÇÕES

Relatório de atividade em laboratório da


disciplina de Físico Química Experimental
(2QUI103). Profa. Dra. Gizilene Maria de
Carvalho

Londrina
10/04/2023
RESUMO
A área de química cinética é responsável por estudar a velocidade das reações e os
fatores que podem influenciá-las. Nesta prática, o objetivo foi analisar como a
concentração dos reagentes e a temperatura alcançaram a velocidade da reação de
Landolt. O experimento foi realizado em duas etapas: na primeira, diferentes
concentrações de iodato de potássio foram utilizadas para monitorar o tempo da
reação, enquanto na segunda, uma concentração fixa de iodato de potássio foi
utilizada em quatro temperaturas diferentes. A reação foi observada como sendo de
segunda ordem para o iodato de potássio, com uma relação não-linear entre a
velocidade e a concentração desse reagente. Além disso, foi identificado que a
variação da temperatura influencia linearmente na velocidade da reação, ou seja,
quanto maior a temperatura do sistema, maior é a velocidade da reação.
1 INTRODUÇÃO

A área da cinética química se dedica a realizar um estudo quantitativo da


velocidade de uma reação e de quais fatores podem afetá-la. A velocidade de uma
reação química é medida pela taxa de conversão dos reagentes em produtos. Com
base na reação química genérica a seguir, podemos inferir que:
A + B ⇌ C + D,
a velocidade da reação é determinada pela taxa de conversão dos reagentes A e B
nos produtos C e D. É importante destacar que a reação também pode ocorrer de
forma inversa, ou seja, os produtos C e D podem reagir e produzir os reagentes A e
B. Nesse caso, a velocidade da reação é denominada como velocidade da reação
inversa (ATKINS; JONES, 2012).
A velocidade de uma reação química é influenciada por diversos fatores,
incluindo a concentração das espécies químicas presentes no meio reacional e a
temperatura do sistema. De acordo com a Equação 1, é possível observar que a
velocidade da reação é diretamente proporcional à concentração dos reagentes:
𝑑[𝐶]
𝑣= Equação (1)
𝑑𝑡

A partir da análise da taxa de consumo dos reagentes em relação ao tempo, é


possível determinar a velocidade da reação. O sinal negativo presente na
sintomatologia é devido à diminuição da concentração dos reagentes ao longo da
reação. No entanto, a velocidade da reação também pode ser determinada
experimentalmente utilizando a Equação 2. A reação química mencionada
anteriormente, essa manifestação descreve a velocidade como proporcional ao
produto das concentrações molares dos reagentes elevados a expoentes
experimentais (ATKINS; PAULA, 2008).
𝑣 = 𝑘 𝑥 [𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏 Equação (2)
A proporcionalidade da velocidade da reação com as concentrações molares
dos reagentes é necessária à constante 𝑘, conhecida como constante de velocidade.
Essa constante é independente da concentração dos reagentes, mas é dependente
de outros fatores, como por exemplo, a temperatura do sistema reacional.
Os expoentes experimentais indicam como cada reagente e sua concentração
afetam a velocidade da reação. A soma dos expoentes experimentais parciais
determina a ordem global da reação. Uma reação química pode ser classificada como
de ordem zero, primeira ordem ou segunda ordem, dependendo da ordem global da
reação.
No entanto, em alguns casos em que um reagente está em excesso, um
comportamento de ordem pseudo-primeira pode ser observado. Isso ocorre porque a
concentração do reagente em excesso não varia significativamente durante a reação,
e a velocidade da reação pode ser determinada considerando apenas a concentração
do reagente limitante, que não está em excesso (SKOOG et al., 2006).
A velocidade de uma reação pode ser representada tanto pela velocidade
instantânea quanto pela velocidade média. A velocidade instantânea é a velocidade
em um momento específico da reação, enquanto a velocidade média é a velocidade
durante um intervalo de tempo. A temperatura exerce um papel crucial na velocidade
da reação, pois a cinética da reação é baseada em colisões efetivas entre as espécies.
Quando a temperatura aumenta, as espécies reagentes adquirem mais energia
cinética, o que resulta em uma maior probabilidade de colisões efetivas, levando a
uma reação mais rápida. A equação 3, chamada de equação de Arrhenius descreve
a relação entre a temperatura e a constante de velocidade 𝑘, na qual 𝐸𝑎 representa a
energia de ativação da reação, R é a constante dos gases ideais e T é a temperatura
em Kelvin (K). (ATKINS, PAULA, 2008).
(𝐸𝑎)

𝑘 = 𝐴 𝑥 𝑒𝑥𝑝 (𝑅𝑇) Equação (3)
Por fim, o objetivo desta prática é avaliar e elucidar a influência da concentração
dos reagentes e o efeito da temperatura na velocidade de uma reação.
2 OBJETIVO
Identificar os fatores determinantes que alteram a velocidade de uma reação
química.

3 MATERIAIS E REAGENTES

3.1 MATERIAIS
- Balão volumétrico de 250 mL
- Becker de 250 e 500 mL
- Cronômetros
- Gelo em cubos
- Pipetas graduadas
- Pote de plástico
- Termômetros (-10 a 110 ºC)
- Tubos de ensaio de 50 mL

3.2 REAGENTES
- Água destilada (H2O)
- Amido (C6H10O5)
- Bissulfito de sódio (NaHSO3)
- Iodato de potássio (KIO3)
- Solução de ácido sulfúrico (H2SO4) 3 mol L-1
4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

4.1 PREPARO DAS SOLUÇÕES


Em um primeiro momento, foi preparada uma solução de H2SO4 com
concentração de 3 mol/L. Após a preparação da solução ácida, as soluções A e B
foram criadas. A solução A foi obtida dissolvendo-se 0,5025 g de KIO3 em
aproximadamente 150 mL de água destilada. Em seguida, essa solução foi transferida
para um balão volumétrico de 250 mL, previamente limpo e seco, acrescentando-se
duas gotas de H2SO4. Finalmente, o balão foi completado com água destilada até sua
marca de aferição, permitindo a obtenção da solução de KIO 3 de concentração
conhecida. O cálculo da concentração da solução de KIO3 foi realizado utilizando-se
sua massa molar e pode ser apresentado da seguinte forma:
m 0,500 g
[KIO3 ] = = 𝑔 = 9,35x10−3 mol L −1
M .V 214,00𝑚𝑜𝑙 . 0,250 𝐿
Para a preparação da solução B, foi imprescindível dissolver com cautela
0,5061 g de C6H10O5 em cerca de 150 mL de água destilada. Para que houvesse total
dissolução do amido, tornou-se necessário aquecer a água previamente. Uma vez que
a solução estava devidamente dissolvida, esta foi resfriada até atingir a temperatura
ambiente, momento em que se adicionou 0,1008 g de NaHSO3. A solução foi então
transferida para um balão volumétrico de 250 mL, que, por sua vez, foi preenchido
com água destilada até a marca de aferição.

Figura 1 – Esquema do procedimento da etapa experimental de preparo de soluções


(4.1).

Pesar reagentes Solubilizar reagentes Preparo das


em água destilada soluções A e B

Fonte: Próprios autores (2023).


4.2 INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO NA VELOCIDADE DA REAÇÃO
Com o propósito de investigar a influência da variação da concentração de um
dos reagentes no tempo da reação, procedeu-se à preparação de diluições da solução
A, com o intuito de modular a concentração do íon IO 3- (aq). A concentração do ânion
HSO3- (aq) foi mantida invariável. Destaca-se que todas as soluções foram mantidas
em temperatura ambiente. Utilizando pipetas graduadas, foram realizadas sete
diluições distintas da solução A em sete tubos de ensaio de 50 mL, identificados de
acordo com a Tabela 1. Em outros sete tubos, foram adicionados 5 mL da solução B
com o auxílio de uma pipeta, devidamente identificados conforme a Tabela 1. Nesta
mesma tabela, constam as concentrações de KIO3 presentes em cada tubo, as quais
foram calculadas de acordo com a equação descrita abaixo.

Tabela 1 – Diluições das soluções A e B, assim como a concentração do KIO 3


presente em cada diluição da solução A.
Tubos A Tubos B
Código
Solução A (mL) H2O (mL) [KIO3] (x10-3 mol . L-1) Solução B (mL)
1 2,50 0,00 9,35 5,00
2 2,00 0,50 7,48 5,00
3 1,50 1,00 5,61 5,00
4 1,25 1,25 4,68 5,00
5 1,00 1,50 3,74 5,00
6 0,75 1,75 2,91 5,00
7 0,50 2,00 1,87 5,00
Fonte: Próprios autores (2023).

Com o propósito de mensurar o tempo de reação, procedeu-se à adição da


solução contida no tubo A à solução correspondente do tubo B, conforme a
identificação previamente atribuída. Em seguida, acionou-se o cronômetro e
promoveu-se a agitação do tubo de ensaio contendo a mistura, mediante movimentos
circulares, até que se evidenciasse o término da reação, indicado pelo surgimento de
coloração azulada, nesse instante, registrou-se na Tabela 2 o tempo de reação
correspondente ao referido tubo de ensaio.
Figura 2 – Esquema do procedimento da etapa experimental da influência da
concentração na velocidade de reação (4.2).

Diluição da Misturar solução Cronometrar e anotar


solução A A na solução B tempo de reação

Fonte: Próprios autores (2023).

4.3 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA VELOCIDADE DA REAÇÃO


Com o objetivo de investigar a influência térmica na velocidade da reação,
foram preparados três conjuntos adicionais de tubos de soluções, idênticos aos
previamente preparados no quadro 1 como 3A e 3B. As avaliações reacionais em
diferentes condições de temperatura foram executadas nas temperaturas de 35, 15 e
3 ºC.
Para a condução dos experimentos em diferentes temperaturas, foi necessário
garantir que os tubos estivessem em equilíbrio térmico com o ambiente antes e após
as reações. A determinação da temperatura de 35 ºC foi realizada com o aquecimento
em banho maria previamente aquecido, na qual os tubos 3A1 e 3A2 foram imersos.
Em seguida, a solução do tubo 3A1 foi adicionada à solução do tubo 3A2, que
permaneceu imerso na água durante todo o experimento e o cronômetro foi iniciado.
A mistura foi agitada com movimentos circulares até que a reação produzisse uma
coloração azul, momento em que o tempo de término da reação foi registrado.
Neste momento foi cometido um erro e foi necessário refazer esta parte, o erro
pode ter ocorrido devido após a mistura das duas soluções, onde foi agitado a mistura
fora do banho maria, assim diminuindo a temperatura da mistura. Outro possível
motivo, que é o mais provável de ser o correto é que no roteiro do experimento a
temperatura mais elevada era 50 ºC. Com isso foram alterados esses dois pontos para
que fosse possível a identificação do término da reação.
As medidas tomadas nas temperaturas subsequentes foram executadas por
meio de procedimento similar ao procedimento empregado aos tubos 3A1 e 3A2,
porém substituindo o banho maria por banhos de gelo. A fim de estabelecer equilíbrio
térmico, foi preparado um banho de gelo na qual a temperatura estava estabilizada
em 15 ºC. E o mesmo procedimento foi repetido para a temperatura de 3 ºC. Com o
intuito de registrar as temperaturas, todas as medidas foram acompanhadas por um
termômetro.

Figura 3 – Esquema do procedimento da etapa experimental da influência da


temperatura na velocidade de reação (4.3).

Preparar 3 conjuntos Colocar cada conjunto em Misturar conjuntos e


de tubos. Idênticos banho maria ou de gelo cronometrar tempo
aos 3A e 3B nas devidas temperaturas de reação

Fonte: Próprios autores (2023).


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para analisar a influência da concentração na velocidade da reação, foi


utilizada a reação do relógio de iodo. Para isso, variou-se a concentração da Solução
A (iodato de potássio, água e ácido sulfúrico) em B (amido, água e bissulfito de sódio).
Os processos reacionais estão descritos nas Equações 1, 2, 3 e 4.

𝐼𝑂3 − (𝑎𝑞) + 3𝐻𝑆𝑂3 − (𝑎𝑞) → 𝐼 − (𝑎𝑞) + 3𝑆𝑂4 2− (𝑎𝑞) + 3𝐻 + (𝑎𝑞) (1)

𝐼𝑂3 − (𝑎𝑞) + 5𝐼 − (𝑎𝑞) + 6𝐻 + (𝑎𝑞) → 3𝐼2 (𝑎𝑞) + 3𝐻2 𝑂(𝑙) (2)

𝐼2 (𝑎𝑞) + 𝐻𝑆𝑂3 − (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) → 2𝐼 − (𝑎𝑞) + 𝑆𝑂4 2− (𝑎𝑞) + 𝐻 + (𝑎𝑞) (3)

𝐼2 (𝑎𝑞) + 𝐼 − (𝑎𝑞) + 𝑎𝑚𝑖𝑑𝑜 → 𝑎𝑚𝑖𝑑𝑜 − 𝐼3 − (𝑎𝑞) (4)

A reação do relógio de iodo é característica por ocorrer a oxidação de íons


iodeto a iodo molecular. Na sequência, o iodo molecular é reduzido rapidamente a
iodeto. A reação 4 é a responsável pela coloração azulada da solução. Os íons
reagem com os íons iodeto restantes para formar iodo molecular, que reage com os
íons iodeto restantes para formar íons triiodeto (𝐼3 − ). Quando todo o iodeto é
consumido, os íons triiodeto formam o complexo de iodo-âmbar com o amido,
produzindo a coloração azulada (YU; HOUTMAN; ATALLA, 1996).
A partir da variação da concentração do iodato de potássio, foi possível verificar
a influência da concentração na velocidade da reação. Os valores de tempo
correlacionados com as concentrações estão descritos na Tabela 2.

Tabela 2 – Tempos de reação nas diferentes concentrações de iodato de potássio.


Código [KIO3] (mol. L-1) Tempo da reação (s) ln [KIO3] 1/[KIO3]
1 0,00935 25,46 -4,6724 106,95
2 0,00748 31,89 -4,8955 133,69
3 0,00561 61,40 -5,1832 178,25
4 0,00468 94,21 -5,3645 213,68
5 0,00374 132,98 -5,5887 267,38
6 0,00281 218,12 -5,8746 355,87
7 0,00187 468,22 -6,2818 534,76
Fonte: Próprios autores (2023).
A partir dos dados da Tabela 2, foram construídos os gráficos para determinar
a ordem de reação com relação ao iodato. A Figura 4 demonstra o gráfico de primeira
ordem e a Figura 5 demonstra o gráfico de segunda ordem.

Figura 4 – Gráfico de primeira ordem para a concentração de iodato de potássio.

Fonte: Próprios autores (2023).


Figura 5 – Gráfico de segunda ordem para a concentração de iodato de potássio.

Fonte: Próprios autores (2023).

Ao analisar os gráficos das Figuras 1 e 2, foi possível identificar os valores de


R² sendo 84% e 97%, respectivamente. A Figura 5 possui um melhor ajuste linear
quando comparado a Figura 4. Desse modo, é possível estabelecer que a reação
segue um modelo linear de ordem 2.
Com a ordem da reação conhecida, foi elaborada uma tabela e um gráfico que
representa a velocidade da reação em relação à concentração de iodato de potássio,
com o objetivo de examinar a correlação entre essas variáveis (conforme ilustrado na
Tabela 3 e Figura 6).
Tabela 3 – Variações da velocidade média em função das concentrações de iodato
de potássio.
Código [KIO3] (mol L-1) Velocidade média da reação (mol L-1 s-1)
1 0,00935 0,0004
2 0,00748 0,0002
3 0,00561 9,14E-05
4 0,00468 4,97E-05
5 0,00374 2,81E-05
6 0,00281 1,29E-05
7 0,00187 3,99E-06
Fonte: Próprios autores (2023).

Figura 6 – Velocidade média reacional em função das concentrações de iodato de


potássio.

Fonte: Próprios autores (2023).


Para uma melhor adequação da linearidade do gráfico, foi realizado um ajuste
polinomial de segunda ordem para um coeficiente R² superior (99,74%). Desse modo,
foi observado um aumento exponencial na velocidade média da reação ao aumentar
a concentração de iodato de potássio. Por consequência, é possível inferir que se a
concentração de KIO3 for duplicada, a velocidade será quadruplicada, ao
desconsiderar os outros termos da equação.

𝑣 = 𝑘[𝐾𝐼𝑂3 ]2
𝑣 = 8,087[𝐾𝐼𝑂3 ]2 + (−0,0396[𝐾𝐼𝑂3 ]) + 5,633. 10−5 (6)

Logo, é possível identificar que a reação apresenta um modelo de segunda


ordem. Desse modo, é possível utilizar a Equação (6) obtida na Figura 6 para
determinar a velocidade da reação com uma concentração 3 vezes menor que a do
Tubo 5.

𝑇𝑢𝑏𝑜 5 0,00374
= = 0,00125 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1
3 3
𝑣 = 8,087[𝐾𝐼𝑂3 ]2 + (−0,0396[𝐾𝐼𝑂3 ]) + 5,633. 10−5 (6)
𝑣 = 8,087(0,00125)² + (−0,0396(0,00125)) + 5,633. 10−5
𝑣 = 0,0000640 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 𝑠 −1

Para a influência da temperatura na velocidade da reação, foi realizado um


teste de variação de temperatura em tubos de mesma concentração ao tubo de código
3 utilizado anteriormente. Os valores estão descritos na Tabela 4. Com os valores de
temperatura e tempo, foi plotado um gráfico para melhor análise (Figura 7).

Tabela 4 – Valores das variações de temperatura e velocidade média.


Código Temperatura (K) Tempo (s) Velocidade média (mol L-1 s-1)
3A 308 50,75 0,0001100
3B 286 94,32 0,0000595
3C 276 132,1 0,0000425
Fonte: Próprios autores (2023)
Figura 7 – Gráfico relacionando temperatura e tempo da reação

Fonte: Próprios autores (2023)

A partir dos dados da Figura 7, é possível identificar uma relação inversamente


proporcional entre a temperatura e tempo. Logo, quanto maior a temperatura
reacional, menor o tempo que ela ocorrerá. Para analisar a dependência da
velocidade da reação com a temperatura, foi construído um gráfico (Figura 8) com as
velocidades médias descritas na Tabela 4.
Figura 8 – Gráfico relacionando velocidade média e temperatura

Fonte: Próprios autores (2023)

A Figura 8 identifica que a velocidade média aumenta proporcionalmente com


a temperatura em um modelo linear. Isso é possível verificar com um valor de R² de
99,57%. Para estimar os valores de velocidade de reação nas temperaturas de 60, 17
e -5 °C, utilizou-se a Equação 7, obtida pela regressão linear entre a velocidade média
e temperatura.

𝑣 = 2,13993. 10−6 (333) − 5,499. 10−4 = 0,0001627 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 𝑠 −1


𝑣 = 2,13993. 10−6 (290) − 5,499. 10−4 = 0,00007068 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 𝑠 −1
𝑣 = 2,13993. 10−6 (268) − 5,499. 10−4 = 0,0000236 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 𝑠 −1

Para calcular a energia de ativação (Ea), foi plotado um gráfico (Figura 9) do


logaritmo natural das constantes de velocidade descritas na Tabela 4 versus o inverso
da temperatura.
Figura 9 – Gráfico do logaritmo natural das velocidades versus o inverso da
temperatura.

Fonte: Próprios autores (2023)

Desse modo, a equação da reta encontrada na Figura 9 é derivada da equação


de Arrhenius, em que o logaritmo natural se relaciona com a energia de ativação. A
Equação 7 demonstra os valores indicados.

𝐸𝑎 = − 2519,15 × 8,314 = 20944,21 𝐽 𝑚𝑜𝑙 −1 (7)


6 CONCLUSÃO

Através do experimento realizado, foi possível identificar fatores que


determinam a velocidade de uma reação química. Com a reação do relógio de iodo,
foi possível identificar com êxito a influência da concentração na velocidade da reação
e identificá-la como uma reação de segunda ordem. Também, foi possível verificar a
influência da temperatura na velocidade da reação, variando a temperatura e
analisando o tempo reacional e identificar a energia de ativação ao plotar um gráfico
correlacionando com a equação de Arrhenius.
REFERÊNCIAS

ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna


e o meio ambiente. 3ª ed. Porto Alegre, 2012.

ATKINS, P. W.; PAULA, J., Físico- Química, 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH. Fundamentos de Química Analítica,


Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson. São Paulo, 2006.

YU, X.C.; HOUTMAN, C. e ATALLA, R.H. The complex of amylose and iodine.
Carbohydrate Research, v. 292, p. 129- 141, 1996.

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