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Laboratório de Química Geral /Engenharia de Produção DQ1106P23

Turma 2023
RELATÓRIO 10: DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ACÉTICO NO VINAGRE

Luis Afonso Dionísio , 231012772


Matheus Henrique Lacerda Copi Terzo, 231010044
Milena Medeiros Costa, 231011181
Pedro Rezende Wagemaker, 231010354

Prof. Ms. Vitor Fernandes Moreno


Bauru
26/06/2023
1. INTRODUÇÃO
Titulação é uma técnica comumente usada para determinar a
concentração de um reagente conhecido. Entre as possíveis formas de realizar
titulação, há a volumétrica que consiste em reagir todo o volume conhecido de
um composto desconhecido, com um volume determinado de uma substância
padrão cuja concentração é conhecida. Existem muitas reações que podem ser
usadas para esse processo, entre elas a ácido-base é uma escolha comum,
usando indicadores para saber quando a reação se neutralizou. Nesse sentido,
quando a reação alcança a neutralidade, chega-se a fórmula: Mp * Vp = Mx *
Vx; sendo Mp e Vp a concentração em mols do padrão e o volume dele
respectivamente, Já Mx e Vx a concentração e volume da substância
desconhecida. A fórmula pode ainda mudar um pouco em casos de que a
reação não seja de 1 mol de padrão para neutralizar 1 mol da substância
desconhecida (KOTZ, 2009).
Sobre a solução padrão, ainda é possível separar em duas categorias,
podendo-se ter um padrão primário, ou secundário. O padrão primário, é uma
substância cuja pureza é muito alta (99,9% ou mais) e pode ser garantida,
nesse sentido, refere-se a um composto muito estável, cuja concentração não
mudará por degradação, ou por reagir com o ambiente formando impurezas.
Ou seja, o padrão primário garante confiabilidade nas medidas e torna o
padrão primário mais confiável para a realização (MATOS, 2018).
Em contrapartida, padrões secundários, são substâncias de menor
pureza, um exemplo disso é o NaOH, que pode absorver água do meio
ambiente, não pode ter sua pureza assegurada. Nesse sentido, para usá-lo
como padrão para medidas, é necessário prepará-los em laboratório para
assegurar sua concentração, no entanto esse preparo não precisa ser feito
com o mesmo rigor de um padrão primário. Dito isso, ainda que tenham menor
confiabilidade, padrões secundários são muitas vezes usados por ser de mais
fácil obtenção, principalmente para experimentos em que não seja necessária
uma confiabilidade tão alta na medição (MATOS, 2012).
Por fim, monta-se a reação de neutralização adequada, para poder
determinar se a fórmula pode ser usada diretamente, o precisará de alguma
correção. Por exemplo, na reação NaOH(aq) + CH3COOH(aq) CH3COONa(aq) +
H2O utiliza-se um mol de de ácido acético para cada mol de hidróxido de sódio,
portanto se haviam 15 mols de hidróxido na solução conhecida, ao realizar a
neutralização completa, utilizou-se 15 mols de ácido. Então medido de forma
cuidadosa o volume de solução desconhecida utilizada, pode-se determinar a
concentração da solução, sua molaridade, bem como sua porcentagem de
massa, que é a porcentagem de acidez da substância (BATISTA).

2. OBJETIVO
Experimentalmente, determinar o teor percentual de acidez no vinagre.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1. MATERIAIS UTILIZADOS


 Vinagre
 1 Balão volumétrico
 1 Erlenmeyer
 Fenolftaleína
 Hidróxido de sódio (NaOH) (0,2 mol/ L)
 Bureta graduada de 50 mL
 Béquer de 50 mL
 Pipeta volumétrica de 25 mL

3.2. PROCEDIMENTO
 Antes de iniciar o experimento, todos os materiais necessários foram
separados
 Com o auxílio de uma pipeta volumétrica, fora recolhido 25 mL de
vinagre.
 Em seguida, a substância foi transferida para um balão volumétrico de
250 mL e a vidraria foi preenchida com água até a sua marcação.
 25 mL dessa composição foi passado para um béquer e acrescido gotas
de fenolftaleína para titulação.
 Uma bureta volumétrica foi ambientada com a solução de NaOH e logo
após, preenchida com a mesma.
 A composição de vinagre e fenolftaleína foi colocada abaixo da bureta e,
aos poucos, foram acrescidas gotas de NaOH até que a substância se
tornasse rosada.
 Por fim, foram realizados os cálculos para determinação da
porcentagem de ácido acético presente no vinagre.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Seguindo o explicitado no procedimento (item 3.2), tomou-se posse dos
materiais necessários para desenvolvimento do experimento. Para o vinagre,
com auxílio de uma pipeta volumétrica, mensurou-se 25 mL do composto que
logo fora diluído em um balão volumétrico de 250 mL com água destilada.
Agitou-se bem o balão afim de obter uma solução bem homogênea e
com auxilio novamente de uma pipeta tomou-se 25 mL desta nova solução em
um béquer e logo adicionando três gotas de fenolftaleina para realizar a
titulação.
Feitas as devidas mensurações da solução de vinagre contendo ácido
acético e o correto preenchimento da bureta, realizando a ambientação e
retirada das bolhas com a solução de hidróxido de sódio deu-se o inicio a
titulação e observação do ponto de viragem de fenolftaleina.
Para a titulação, manteve-se sempre a maior atenção possível
observando cautelosamente cada gota que escorria pela bureta na tentativa de
se obter o resultado mais fiel ao teórico possível, os resultados obtidos para
esta etapa experimental foram os seguintes (Tabela 1):

Tabela 1 – Dados Obtidos


Vo lum e d e Vina g re to m a d o d o Vo lum e d o Ba lã o Mo la rid a d e
Vo lum e Titula d o (L) Vo lum e Titula nte (L)
Fra sc o (L) Utiliza d o (L) Na OH
0,025 0,25 0,025 0,0104 0,2009

Fonte – Do Próprio Autor

A partir destes dados é possível então determinar a concentração


original de ácido acético presente no vinagre seguindo alguns passos.
Primeiro, para melhor fundamentação, é de grande importância entender
a reação envolvida no processo (Figura 1):
Figura 1 – Reação de Neutralização

Fonte - Matos, UFJF


Por meio desta, é possível observar que a estequiometria dos reagentes
é equivalente, em outras palavras, o número de mols consumidos de ácido
acético será consumido também pelo hidróxido de sódio, formando então
acetato de sódio e água. O fator de consumo 1:1 da reação que se depreende
desta análise será de relevância para os demais cálculos realizados (MATOS,
2018) (PUNČOCHÁŘ, 2023).
Seguindo com a determinação, a fórmula aplicada fora a da diluição
utilizando as concentrações molares dos compostos, ou seja, M 1∗V 1=M 2∗V 2,
onde, M1 e V1 são respectivamente as concentrações iniciais e M 2, V2, as finais.
Utiliza-se desta uma vez que, conhecendo a molaridade do hidróxido de sódio
e o coeficiente de consumo dos reagentes, sabe-se que o número de mols
consumidos de NaOH será equivalente ao CH3COOH, além disso, o volume
consumido de hidróxido (titulante) fora obtido através da observação da bureta
(volume escorrido) e o volume do ácido acético (titulado) obtido pelo volume
adicionado ao béquer.
Alocando os dados na fórmula, tem-se como resultado 0,08357 Mol/L de
concentração presente no béquer para o ácido acético, sabendo que este valor
é para o composto diluído, é necessário realizar um calculo para descobrir a
concentração molar presente no frasco original do vinagre, sem dilui-lo. Para
isso, utilizou-se novamente da formula da diluição, porém, os valores alocados
ficaram da seguinte forma: M 1 equivale agora a concentração recém calculada,
V1 o volume do balão utilizado (onde fora feita a diluição), M 2 a concentração a
ser obtida e V2 o volume de vinagre tomado do frasco de vinagre (a ser diluído).
Os valores obtidos podem ser melhor visualizados através da seguinte
tabela (Tabela 2):
Tabela 2 – Dados obtidos.
Co nc e ntra ç ã o A. Ac é tic o Vo lum e d o Ba lã o Co nc e tra ç ã o Re a l Vo lum e d e Vina g re
Diluid o (M/ L) Utiliza d o (L) (M/ L) to m a d o d o Fra sc o (L)
0,08357 0,25 0,8357 0,025
Fonte – Do próprio autor

Depreende-se desta que, diluir o os 25 mL em 250 ml, faz-se uma


diluição em dez vezes seu volume, a concentração por sua vez segue também
essa proporção, demonstrando o resultado indicado na tabela. Portanto, a
solução presente no béquer continha uma concentração dez vezes menor que
a presente no frasco original de vinagre (Tabela 2).
Por meio desta concentração, é necessário estabelecer uma relação
para chegar à porcentagem final de ácido acético no vinagre (Figura 2).

Figura 2 – Relação g/Mol ácido acético

Fonte – Do próprio autor

Através desta relação, pode-se resolvê-la como uma regra de três


simples e chegar a um total 50,19 g, resultado que pode ser interpretado da
seguinte forma, sabendo que este valor é equivalente ao presente em um litro
da substância, tem-se que para conversão em porcentagem, basta a divisão
por 10, obtendo então 5,019% como porcentagem de concentração do ácido
acético no vinagre (Tabela 3).

Tabela 3 – Porcentagem Calculada


Ma ssa Mo la r A. Po rc e nta g e m
Co nc e tra ç ã o Re a l (M/ L) Ma ssa Ob tid a (g )
Ac é tic o (g / m o l) Enc o ntra d a
0,8357 60,052 50,19 5,019%

Fonte - Do próprio autor

Quando comparado ao valor teórico, o resultado experimental


apresentara um desvio significativo, cerca de 25,47% quando comparado ao
valor de 4% descrito no rótulo. Isso despertou certa dúvida e procurou-se então
evidências dos motivos pelos quais tal erro pode ser explicado.
Prontamente questionou-se sobre a padronização do hidróxido, e como
a bureta já continha a base e o padrão primário, biftalato de potássio, estava
disposto na mesa do professor, rapidamente mensurou-se 1,086 g do
composto, diluindo-o em cerca de 15 mL de água para fazer uma nova
padronização do hidróxido de sódio.
Seguindo os mesmos passos dos procedimentos realizados na
padronização de soluções, feitos os cálculos, obteve-se como resultado para a
nova concentração de hidróxido a ser utilizado o presente na Tabela a seguir
(Tabela 4):
Tabela 4 – Nova concentração NaOH
Vo lum e Titula nte Co nc e ntra ç ã o Na OH
Mo ls d e Bifta lo (M)
(Na OH) (L) Ob tid a (M/ L)
0,0273 0,005318 0,19479

Fonte – Do próprio autor

A nova concentração obtida se demonstrou mais precisa que anterior,


apesar disso, o desvio entre as duas pode ser considerado pequeno, e não
apresenta tanto impacto no resultado final, onde, realizando as contas
supracitadas, porém, desta vez, utilizando 0,19479 m/L como concentração
para o NaOH, o novo valor em porcentagem do ácido acético seria de 4,87%,
ou seja, apesar de uma precisão maior, teria se ainda um desvio significativo.
Notando então que a concentração do hidróxido corrigida não
demonstrou motivo suficiente para tamanho erro, levantou-se uma hipótese, a
possibilidade de se ter utilizado acidentalmente um volume de 30 mL, e não 25
mL como suposto. Substituindo os 0,025 mL (volume de vinagre tomado do
frasco) usados na segunda aplicação da fórmula da diluição por 0,030 mL e
utilizando como concentração o valor encontrado na Tabela 4, tem-se como
resultado o observável na Tabela 5:

Tabela 5 – Porcentagem recalculada

No vo s d a d o s utiliza d o s
Vo lum e d e Vina g re Co nc e ntra ç ã o Na OH Po rc e nta g e m
to m a d o d o Fra sc o (L) (M/ L) Enc o ntra d a
0,03 0,19479 4,051%
Fonte – Do próprio autor

Em suma, através do valor encontrado, não se pode garantir que seja


exatamente isso o ocorrido, porém, agora obtendo um desvio de apenas 1,28%
com relação ao teórico pode-se afirmar com grande possibilidade que o erro
cometido esteja relacionado ao volume tomado do frasco.
5. CONCLUSÃO
Na última prática no laboratório, foi realizado um experimento com o
objetivo de determinar a porcentagem de ácido presente no vinagre. O
procedimento teve início com a pipetagem de 25 mL de vinagre em um balão
volumétrico de 250 mL, seguido pelo preenchimento do restante com água
destilada. Em seguida, uma amostra de 25 mL dessa solução foi separada e
adicionadas 3 gotas de fenolftaleína para realizar a titulação.
Após a realização dos cálculos necessários para determinar a
porcentagem de ácido, constatou-se uma diferença de 25,47% em comparação
com a informação presente no rótulo do produto. Diante disso, o grupo iniciou
uma discussão sobre possíveis erros que poderiam ter ocorrido durante o
experimento. Foi então levantada a hipótese de que a pipeta de 30 mL poderia
ter sido utilizada em vez da de 25 mL, e ao refazer os cálculos considerando
essa alteração, obteve-se um resultado mais coerente com as informações do
rótulo.
Apesar de o erro ter comprometido o experimento e de ter sido
necessário repeti-lo, a experiência proporcionou uma aprendizagem
significativa, permitindo aos participantes aprimorar a observação das vidrarias
utilizadas. Em suma, essa prática revelou-se fundamental para a compreensão
prática dos conceitos previamente explicados teoricamente.
6. BIBLIOGRAFIA
1. MATOS, M. A. C. Preparo e padronização da solução de NaOH.
Disponível em: <https://www2.ufjf.br/nupis//files/2017/03/Pratica-02-
Padroniza%C3%A7%C3%A3o-da-solu%C3%A7%C3%A3o-NaOH-2018-
2Nupis1.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2023.

2. PUNČOCHÁŘ, M. Equações Químicas online! Disponível em:


<https://chemequations.com/pt/?s=NaOH+%2B+HC2H3O2+
%3D+NaC2H3O2+%2B+H2O>. Acesso em: 24 jun. 2023.

3. Kotz, J.C.; Treichel, P.M.; Química Geral e Reações Químicas, Tradução da


6ª edição norte-americana, Cengage Learning, V.1, 2009

4. MINDELO, L. J. O. et al. Determinação por titulação do teor de ácido acético


em vinagres comerciais coletados em Castanhal - PA. In: IV Congresso
Internacional das Ciências Agrárias. Anais do IV COINTER - PDVAgro.
Teresina PI, 2019. RIZZ

5. BATISTA, Carolina. Titulação. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/titulacao/. Acesso em: 14 jun. 2023

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