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TRABALHO PRÁTICO – EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SOLUÇÕES

1. Introdução
Uma investigação experimental detalhada mostra que a maioria das
reações químicas não avança até a realização completa, isto é, quantidades
mensuráveis de reagentes ainda estão presentes no sistema quando
aparentemente a reação cessa. Um exemplo deste tipo é a reação de hidrólise
de acetato de etila catalisada por uma solução aquosa de ácido clorídrico para
formar ácido acético e etanol.

CH3COOCH2CH3 + H2O CH3COOH + CH3CH2OH (1)


acetato de etila água ácido acético etanol

Quaisquer que sejam as quantidades relativas do acetato de etila e de


água, misturadas inicialmente, ainda existe um residual das duas substâncias,
juntamente com os produtos, quando a reação parece terminada.
Esta condição, em que todas as substâncias atingiram um valor final de
concentração constante, é denominada estado de equilíbrio. A reação não
termina quando o equilíbrio é atingido, mas continua ocorrendo nos dois
sentidos com as mesmas velocidades (equilíbrio dinâmico).
A reação de hidrólise se inicia quando os reagentes são misturados. A
velocidade de hidrólise diminui com o tempo e a reação reversa começa a
ocorrer quando uma quantidade apreciável de ácido acético e etanol estiverem
presentes. No equilíbrio as duas velocidades ficam iguais.
A constante termodinâmica de equilíbrio, K, é definida em função das
atividades dos vários componentes do sistema. Para soluções diluídas,
consideradas ideais, as constantes de equilíbrio são calculadas em função das
concentrações molares dos reagentes e dos produtos.
A reação de hidrólise do éster representada pela equação 1 tem a
constante de equilíbrio calculada pela expressão:

K =
[ CH 3 CO 2 H ] [ C 2 H 5 OH ]
[ CH 3 CO 2 C 2 H 5 ] [ H 2 O ]
(2)
onde:
[CH3CO2H] = concentração molar do ácido acético no equilíbrio
[CH3CH2OH] = concentração molar do etanol no equilíbrio
[CH3CO2C2H5] = concentração molar do acetato de etila no equilíbrio
[H2O] = concentração molar da água no equilíbrio

A constante de equilíbrio pode apresentar valores muito maiores do


que 1 (> 103). Assim, no equilíbrio, a concentração de produtos é muito maior
que a concentração de reagentes. Quando a constante de equilíbrio é muito
menor do que 1 (< 10 -3), existe uma tendência muito pequena à formação
dos produtos, e no equilíbrio o sistema reacional apresentará uma maior
concentração dos reagentes. Quando o valor de K é próximo de 1, significa que
a abundância entre os reagentes e produtos é semelhante no equilíbrio. Dessa
forma, a constante de equilíbrio fornece importantes informações sobre a
espontaneidade do processo.

Este trabalho prático tem por objetivo determinar a constante de


equilíbrio da reação de hidrólise de um éster em solução.

2. Parte Experimental
2.1 Materiais
 8 tubos de vidro com tampa
 Solução padronizada 0,50 mol/L de NaOH
 Pipetas de 2; 5 e 10 mL
 Solução 3 mol/L de HCl
 3 erlenmeyers de 125 mL
 Solução de fenolftaleína
 Bureta de 25 mL
 Acetato de etila
 Proveta de 50 mL
 Etanol
 Água destilada
 Ácido acético
2.2 Procedimento
Com um mês de antecedência, preparou-se as misturas reacionais, que
constam na Tabela 1, mantendo-as em frascos de vidro tampados para evitar
evaporação. O período de um mês é necessário para que o equilíbrio seja
atingido.

Tabela 1. Volumes iniciais dos reagentes em 10 mL de solução


Frasco Solução 3,0 Acetato de etila Água / Etanol / Ácido
mol/L / mL mL mL acético/mL
de HCl / mL
B 5,0 0,0 5,0 0,0 0,0
1 5,0 5,0 0,0 0,0 0,0
2 5,0 4,0 1,0 0,0 0,0
3 5,0 4,0 0,0 1,0 0,0
4 5,0 4,0 0,0 0,0 1,0
5 5,0 0,0 0,0 3,0 2,0
6 5,0 0,0 0,0 4,0 1,0
7 5,0 3,0 1,0 0,0 1,0
 / g.mL-1 1,0640 0,9003 0,9982 0,7893 1,0492
MM /g.mol-1 36,5 88,0 18,0 46,0 60,0
Nota:  = densidade; MM = massa molar

 Com o auxílio de uma pipeta, foram transferidas três alíquotas de 2,0 mL


da solução do frasco B para três Erlenmeyer de 125 mL. Em seguida,
adicionou-se 30 mL de água destilada e 3 gotas de fenolftaleina.
 Colocou-se na bureta uma solução 0,50 mol/L de NaOH. Titulou cada
alíquota dos Erlenmeyer até a mudança de cor, anotando o volume de
solução de titulante gasto em cada titulação na Tabela 2.
 Repetiu o procedimento descrito para os frascos de 1 a 7. As titulações
de cada frasco foram feitas em triplicata.
3. Apresentação e Discussão dos Resultados
Os resultados obtidos experimentalmente estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Volume de solução de NaOH gasto nas titulações e cálculo do


número de milimol de ácido acético titulado.
¿ ¿ ¿
Número de milimol de
Frasc V1/mL V2/mL V3/mL
Vi /
(V i−V B )
CH3CO2H
/mL 2,0 mL 10,0 mL
o mL
B 5,7 6,2 5,7 5,86 ==== ==== ====
1 17,5 17,3 17,8 17,50 11,64 5,98296 29,9148
2 14,7 14,9 14,7 14,70 8,84 4,54376 22,7188
3 13,6 13,6 13,5 13,60 7,74 3,97836 19,8918
4 20,9 21,1 20,7 20,90 15,04 7,73056 38,6528
5 13,2 13,3 13,4 13,13 7,44 3,82416 19,1208
6 8,5 8,5 8,6 8,50 2,64 1,35696 6,7848
7 16,4 16,4 16,3 16,40 10,54 5,41756 27,0878
¿

Nota:
Vi = média aritmética dos volumes de cada titulação

Para calcular o valor de ácido acético determinado na titulação de cada


frasco, utiliza-se a equação:
¿ ¿
(
n= V i − V B .C NaOH )
(3)
onde:
¿
Vi é o volume de NaOH consumido para titular a quantidade total de íons H +
no equilíbrio.
¿
VB é o volume de NaOH consumido para titular a quantidade de ácido
clorídrico colocado no branco e em cada frasco.
n = número de mol de ácido acético no equilíbrio, para 2 mL da amostra.
Multiplicando-se por 5, tem-se a quantidade molar no volume inicial do tubo.
CNaOH = concentração em mol/L do NaOH (C = 0,5140 mol/L)
A quantidade de ácido acético no equilíbrio para 10 mL de solução foi
calculada e consta na Tabela 2. A partir dos valores da quantidade de ácido
acético em 10 mL da Tabela 2, preencha a Tabela 3.
Tabela 3. Concentrações molares de cada componente no início da reação e
ao atingir o equilíbrio (em milimol) considerando 10 mL da solução e a
constante de equilíbrio.
F Quantidades iniciais Quantidades no equilíbrio
K
Etanol Ácido Acetato Água Etanol Ácido Acetato Água
acético de etila acético de etila
1 0,0 0,0 51,1 265 30,0 30,0 21,1 235,017 0,18
2 0,0 0,0 40,8 321 22,9 22,9 17,9 298,127 0,10
3 17,2 0,0 40,8 265 37,0 19,8 21,0 245,2 0,14
4 0,0 17,5 40,8 265 21,1 38,6 19,7 243,9 0,17
5 51,6 35,0 0,0 265 35,7 19,1 15,90 280,8963 0,15
6 68,8 17,5 0,0 265 58,2 6,9 10,65 275,6467 0,14
7 0 17,5 30,6 321 9,5 27,0 21,12 311,5150 0,04

Para calcular o valor de K, substituir diretamente os valores de


concentração na equação 2. Determine a média dos sete valores de constante
de equilíbrio calculados.

GRUPO:

Carlos Alencar Gorges Abreu de Barros


João Victor Karlburger
Lucas Rocha Natividade
Yan Lucas Monteiro Guimarães
Vanessa de Fátima Souza Patrocínio
Lucca Gabriel Galvão Sales Volpi Ramos
Rodrigo de Grammont Mapa
Leonardo José Pedrosa da Anunciação
Lucas Farias Lima Pinheiro
Filipe Almeida Corrêa Magalhães
Isabela Teixeira Lima
Apêndice

Cálculo das quantidades em número de mol de cada componente adicionado.


Água: a água total colocada em cada tubo tem duas origens:
a) água adicionada na solução aquosa de ácido clorídrico:
Massa da solução aquosa de HCl = volume x densidade
m = 5,00 x 1,0640 = 5,32 g
massa do HCl = CHCl x VHCl x MMHCL = 3,00 x 5,0x10-3 x 36,5 = 0,547 g
massa de água = 5,32 – 0,547 = 4,772 g
assim o número de mol de água = (4,772 / 18,0) = 0,265 mol

b) nos tubos 2, água pura também foi adicionada:


Para 1,0 mL  n = (1,0 x 0,99820) / 18,0 = 0,0554 mol
Para cada tubo, multiplicar o valor acima pelo volume adicionado.
Acetato de etila, etanol e ácido acético:
Tabela 5 Quantidades de cada reagente: número de mol = (volume x
densidade)/ massa molar.
Reagente CH3CO2C2 H5 CH3CH2OH CH3CO2 H
o
N de mol (V x 0,9003) / 88,0 (V x 0,7893) / 46,0 (V x 1,0492) / 60,0
Quantidade em 1 mL 102 172 175
Nota: Para cada tubo, o valor calculado para 1 mL vezes o volume adicionado
do reagente considerado.

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