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Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

Centro de Tecnologia e Recursos Naturais – CTRN


Unidade Acadêmica de Engenharia Civil – UAEC
Laboratório de Saneamento
Campus Bodocongó – CEP: 58109-970

PREPARO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES

Relatório Apresentado à Disciplina de


Laboratório de Química da Água da
Unidade Acadêmica de Engenharia Civil do
CTRN da UFCG como requisito básico
para aprovação na citada disciplina.

Autores: Aluno 1: Filipp Presley dos Santos Belo – 122111405


Aluno 2: Felipe Barbosa de Oliveira - 121211167
Aluno 3: Lucas Rafael Santos Nicolau - 122110707
Aluno 4: Rian Campos Almeida - 122110665

filipp.presley@estudante.ufcg.edu.br
Campina Grande – PB, 08 de Novembro de 2022.

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Experimento 03 e 04: Preparo e Padronização de Soluções

Autores: Filipp Presley dos Santos Belo, Felipe Barbosa de Oliveira, Lucas Rafael Santos Nicolau,
Rian Campos Almeida.

Unidade Acadêmica de Engenharia Civil, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Universidade


Federal de Campina Grande, Bodocongó, 58109-970, Campina Grande – PB

Resumo: Concentração é a quantidade de soluto em uma solução. Analisando


experimentalmente, foram preparadas duas soluções de HCl e NaOH, as quais foram
posteriormente utilizadas em um processo de padronização e titulação, para assim
determinar suas respectivas concentrações. Para o HCl, sua concentração foi constatada
como sendo de 0,105 mol/L-1. Já para o NaOH, foi determinada a concentração de 0,093
mol/L-1.

Palavras chave: Solução, Padronização, Preparo, Concentração.

1. INTRODUÇÃO

Uma solução é um sistema homogêneo composto por dois elementos diferentes:


solvente e soluto. O solvente é a parte majoritária da substância, uma vez que seu papel
é o de realizar a dissolução do soluto – substância em menor quantidade da solução.
Para determinar o comportamento da solução usa-se como base a concentração desta e a
natureza química do soluto (a forma que ele se comporta em diferentes temperaturas, se
ele é higroscópico, a sua pureza, etc...).
O termo “concentração” é empregado para designar a quantidade de uma substância
em um volume definido de solução, isto é, quantidade de soluto dissolvida no solvente,
expressa quantitativamente em mol/L. A concentração de uma solução pode ser obtida
através da pesagem de certa massa de uma determinada substância e da dissolução desta
em um solvente. Assim sendo, a substância utilizada é denominada padrão primário ou
ponto de referência após um processo que chamamos de “padronização”. Segundo
CUNHA (2014), “os padrões primários têm como principais características o elevado
grau de pureza, fácil obtenção, purificação e conservação, além de sua grande
solubilidade em água e a capacidade de se estabilizar tanto em solução, como no estado
sólido.” [1]
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As substâncias que não são padrões primários necessitam ter a sua concentração
determinada. Para tanto, uma técnica amplamente utilizada nos laboratórios químicos é
a Titulação, que engloba a reação química de uma amostra de solução (problema), com
concentração desconhecida, com uma solução de concentração conhecida, denominada
de solução padrão. O intitulado “ponto de equivalência” auxilia na obtenção da
concentração desconhecida, e é calculado com base na estequiometria da reação
envolvida na titulação, o qual pode ser descoberto com ajuda de um indicador químico.
A concentração desconhecida da solução problema pode ser descoberta pelo
princípio da equivalência, o qual demonstra que, no ponto de equivalência, o número de
equivalentes de ácido deve ser igual ao número de equivalentes de base. Tal conceito
pode ser determinado pela seguinte fórmula:

N a × Va = N b × Vb (1)

(Fonte: adaptado de : FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. 2ª edição) [2]

Sendo:
Na: Normalidade do ácido
Va: Volume do ácido
Nb: Normalidade da base
Vb: Volume da base

A normalidade é uma forma de determinar a concentração de uma solução,


servindo como expressão da relação entre o número de equivalente-gramas do soluto,
ou seja, o número de mol das “unidades reagentes” [3] , e o volume da solução, em litros.
Na reação ácido-base, o equivalente-grama de um ácido é a quantidade de matéria (mol)
de H+ que é ionizada na reação, enquanto que o de um ácido é a quantidade de OH-. [3]
Com isso, chega-se à seguinte fórmula:
n ° eq . g .
N= (2)
V

N: Normalidade
n° eq.g.: Número de equivalente-gramas
V: Volume
Ao fim do processo de padronização, há uma discussão acerca do fator de
correção, que é utilizado para corrigir os eventuais erros cometidos no preparo de uma
solução ou para se reportar o valor corrigido (ou mais exato) da concentração de uma
solução após sua padronização. Ele pode ser alcançado pela seguinte fórmula:
Cr
Fc= (3)
Ce
3
(Fonte: FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. 2ª edição) [2]

Onde:
Fc: Fator de correção
Cr: Concentração real
Ce: Concentração esperada

1.1. OBJETIVOS GERAIS

Preparar duas soluções aquosas, a primeira utilizando Hidróxido de Sódio


(NaOH) como soluto e a segunda utilizando Ácido Clorídrico (HCl), padronizar e
determinar a concentração da solução de NaOH preparada e de uma solução de
Carbonato de Sódio (Na2CO3).

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Preparar uma solução homogênea de NaOH e H2O;


- Preparar uma solução de HCl e H2O;
- Realizar o procedimento de titulação em uma solução de HCl e Na2CO3;
- Determinar a concentração de HCl em uma solução de HCl e H2O;
- Realizar o procedimento de titulação em uma solução de HCl e NaOH,
utilizando o HCl como padrão primário.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1.
2.
2.1 REAGENTES E MATERIAIS

Reagentes e materiais utilizados no experimento de preparo de soluções:

 Balança Semi-analítica de marca “Coleman”;


 Béquers de 100mL;
 2 balões volumétrico;
 Um funil;
 Um bastão de vidro;
 Água destilada;
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 Ácido Clorídico (HCl);
 Hidróxido de Sódio (NaOH);
 Uma pipeta de pasteur;
 Um pipetador;

2.2 PROCEDIMENTOS

O procedimento inicia-se adicionando 1g de NaOH em um béquer de


100ml. Para isso, foi medido o peso do béquer, com o intuito de tarar a balança
semi-analítica “Coleman”, e em seguida foi sendo adicionado, aos poucos,
pequenas quantidades de NaOH até que fosse alcançada a massa desejada.
Figura 1 – Béquer contendo NaOH na balança.

(Fonte: Própria)
Em seguida, utilizando o bastão de vidro, foi realizada a dissolução de
NaOH em água destilada, para que assim resultasse em uma solução homogênea.
Após a diluição total, a mistura foi adicionada a um balão volumétrico, com o
auxílio de um funil, e o volume restante desse foi preenchido com água destilada
utilizando uma pipeta de Pasteur para garantir a precisão, finalizando o processo
de homogeneização agitando o balão volumétrico manualmente.

Fig. 3 – Solução de NaOH e H2O no balão


Fig. 2 – Solução de NaOH e H2O no béquer volumétrico.

(Fonte: Própria) (Fonte: Própria)

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Para a segunda parte do experimento de preparo de soluções, foi
adicionado a um béquer uma pequena quantidade de água destilada para diluir
10,0 mL de HCl, visto que não é recomendado verter água sobre ácidos
concentrados. Para garantir a precisão do volume de HCl, o volume da
substância foi medido com o auxílio do instrutor da disciplina utilizando um
pipetador.
Figura 4 – Instrutor medindo o volume do HCl.

(Fonte: Própria)
Por fim, a mistura foi adicionada a um balão volumétrico, o qual
também foi preenchido por água destilada e agitado manualmente.

Figura 5 – Proveta graduada de capacidade 10,0mL.

(Fonte: Própria)

2.3 REAGENTES E MATERIAIS

Reagentes e materiais utilizados no experimento de determinação da


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concentração de uma solução por titulação ácido-base:

 Bureta de 25ml;
 Um pipetador manual;
 2 Erlenmeyers;
 Béquers de 100ml;
 Ácido Clorídico (HCl);
 Hidróxido de Sódio (NaOH);
 Carbonato de Sódio (NaCO3);
 Indicador Metilorange;
 Indicador Fenolftaleína.

2.4 PROCEDIMENTOS

A segunda etapa do experimento refere-se à determinação de uma solução


por titulação ácido-base.

2.4.1 SOLUÇÃO DE Na2CO3 E HCl.

Uma bureta de 25mL foi enchida com HCl até a marcação 0, e em seguida,
com o auxílio de um pipetador, foram medidos 10mL de Na₂CO₃, o qual foi
transferido, posteriormente, para um Erlenmeyer

Figura 6 – Bureta com HCl Figura 7 – Erlenmeyer com solução de Na2CO3

(Fonte: Própria) (Fonte: Própria)


Prontamente, foram adicionadas três gotas de Metilorange na substância, o
que provocou uma alteração de cor, para que o processo de titulação de ácido-
base fosse desempenhado.
Figura 8 – Erlenmeyer com Na2CO3 após a adição do indicador Metilorange

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(Fonte: Própria)
Usando uma bureta, foi adicionado, gota a gota e cuidadosamente para
evitar a formação de bolhas, HCl à solução do Erlenmeyer, o qual foi agitado
constantemente até que ocorresse a faixa de viragem, ou seja, a transição
permanente da cor do indicador.

Fig. 9 – Adição de HCl na solução de Na2CO3 Fig. 10 – Mistura de HCl e Na2CO3 após a titulação

(Fonte: Própria) (Fonte: Própria)


Por fim, foi medido o volume de HCl restante na bureta, com o intuito de
obter-se o volume do ácido utilizado. Descoberto o volume, o HCl pode ter sua
concentração determinada para que, assim, seja utilizado como padrão primário
no próximo experimento.

2.4.2 SOLUÇÃO DE HCl E NaOH.

O processo de determinação da concentração de NaOH é similar ao


realizado para determinar a concentração do HCl. Posto isto, uma bureta de
25mL foi preenchida de HCl até a marcação de 0.
Figura 11: Bureta com 25mL de HCl

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(Fonte: Própria)
Posteriormente, com o auxílio de um pipetador, 10mL de NaOH foi
transferido para um Erlenmeyer, no qual foi adicionado à mistura 1 gota de
Fenolftaleína (Indicador da solução), o que provocou uma alteração de cor.

Fig. 12: Erlenmeyer com solução de NaOH Fig. 13: Solução de NaOH após adição de
Fenoftaleína

(Fonte: Própria) (Fonte: Própria)

A solução de HCl contida na bureta foi adicionada, gota a gota, no


Erlenmeyer, o qual foi constantemente agitado até que ocorresse a completa
mudança de coloração. Destarte, o cálculo para determinar a concentração do
NaOH foi realizado.
Figura 14: Adicionando HCl na solução de NaOH Figura 15: Solução após o processo de
titulação

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(Fonte: Própria) (Fonte: Própria)

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a realização dos procedimentos, obteve-se os seguintes resultados e, para
uma melhor conclusão, foram realizadas discussões acerca destes:

Tabela 1: Resultados referentes à preparação de soluções:

Hidróxido de Sódio
Ácido Clorídrico (HCl)
(NaOH)
Massa do soluto
- 1,0
utilizado (g)
Volume do soluto
10,0 -
utilizado (mL)
Quantidade de soluto
1 1
utilizado (mol)
Concentração esperada
0,102 0,091
(mol/L-1)
(Fonte: elaborada pelos autores)

O resultado da primeira parte do experimento foi o preparo de duas soluções


aquosas, uma contendo HCl e outra contendo NaOH, ambas de concentração
desconhecida, as quais serão utilizadas na próxima etapa.

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Tabela 2: Resultados referentes à padronização do HCl:
Concentração do Na2CO3 (N) 0,1

Volume gasto do Na2CO3 (mL) 10,0

Volume utilizado do HCl (mL) 9,5

Concentração encontrada do HCl (N) 0,105

Fator de correção 1,029


(Fonte: FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. 2ª edição) [2]

Os resultados do experimento de padronização do HCl, utilizando o Na2CO3


foram de que o ácido clorídrico, ao passar pelo processo de titulação com o carbonato
de sódio cuja concentração pré-estabelecida era de N=0,1 mol/L -1, apresentou o seu
ponto de viragem ao alcançar a marca de 9,5mL na bureta, e seguindo a fórmula (1),
obteve-se a seguinte expressão:
Na × 9,5 = 0,1 ×10
Na ≅ 0,105
Em seguida, o valor da concentração obtida foi comparado com o valor esperado
para alcançar, dessa forma, o fator de correção. Utilizando a fórmula (3), chegou-se à
seguinte expressão:
0,105
Fc=
0,102
Fc ≅ 1,029
Tabela 3: Resultados referentes à padronização do NaOH:
Concentração do HCl (N) 0,105

Volume gasto do HCl (mL) 8,9

Volume utilizado do NaOH (mL) 10,0

Concentração encontrada do NaOH (N) 0,093

Fator de correção 1,021


(Fonte: FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. 2ª edição) [2]

Após a realização dos procedimentos, chegou-se aos seguintes resultados: do


experimento de padronização do NaOH, concluiu-se que o hidróxido de sódio, ao passar
pelo processo de titulação com o ácido clorídrico cuja concentração havia sido
determinada como sendo de 0,105 mol/L-1, atingiu o seu ponto de viragem após serem
adicionados 8,9mL de HCl. Novamente seguindo a fórmula (1), obteve-se a seguinte
expressão:
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0,105 × 8,9 = Nb ×10
Nb ≅ 0,093
Por fim, a concentração do Hidróxido de Sódio foi comparada com a
concentração esperado, para que assim o fator de correção fosse descoberto utilizando a
fórmula (3):
0,093
Fc=
0,091
Fc ≅ 1,021

As variações entre a concentração obtida por meio dos experimentos e a


concentração esperada podem ter sido ocasionadas por fatores externos, tais como
formação de bolhas durante o processo de adição de HCl nas soluções, adição de
reagentes e/ou indicadores em excesso, assim como imprecisões na observação das
medidas de volume e massa durante o processo de preparo.

4. CONCLUSÃO

Neste relatório, foi possível realizar o processo de preparo e padronização de


soluções utilizando o método de titulação por ácido-base, o qual se demonstrou de
bastante eficácia para determinar a concentração das soluções estudadas.
Na primeira etapa, foram realizadas as preparações de duas soluções
homogêneas de substâncias determinadas (NaOH e HCl) com água destilada, ambas
de concentração desconhecida, para que, em seguida, pudessem ser realizados os
procedimentos de padronização e titulação destas.
Na segunda etapa, a padronização do Ácido Clorídrico foi alcançada com o
auxílio de uma solução do sal Na2CO3, a qual foi essencial para realizar a titulação
ácido-base e assim determinar que a normalidade da solução de HCl é de,
aproximadamente, 0,105 mol/L-1. Além disso, o fator de correção do experimento
foi de, aproximadamente, 1,029.
Por fim, foi realizada a padronização do Hidróxido de Sódio, por meio da
titulação entre esta substância e a solução de HCl utilizada na etapa anterior, o que
levou à conclusão de que a normalidade da solução de NaOH é de 0,093 mol/L -1 e,
portanto, o seu fator de correção é, aproximadamente, 1,021.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1]
CUNHA, Marta; FERNANDES, Rita. Preparação, diluição e padronização de
soluções. Faculdade de Engenharia: Universidade do Porto (2014). Disponível em: <
https://paginas.fe.up.pt/~up201307853/index_files/lca.pdf >. Acesso em: 01 de
novembro de 2022.
FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. Universidade Federal de Campina
[2]

Grande. Unidade Acadêmica de Engenharia Civil - 2ª edição (2017)


[3]
DIAS, Diego L. Equivalente-grama. Mundo Educação. Disponível em: <
https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/equivalente-grama.htm >. Acesso em: 03 de
novembro de 2022.

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