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FUNDAMENTOS DE CINÉTICA APLICADA

A PROCESSOS METALÚRGICOS
CONTEÚDO
PARTE I -- Aplicações de Cinética Homogênea
1. Introdução a Cinética
2. Aspectos Gerais - Cinética e Termodinâmica - Importância da Cinética
metalúrgica - Objetivos e alcance deste estudo.
3. Métodos e Técnicas Experimentais
Métodos experimentais da Cinética Química – Métodos experimentais da
Cinética Metalúrgica
4. Fundamentos de Cinética Química Aplicada
Classificação cinética das reações químicas - Classificação das reações
complexas - Expressões da velocidade de reação para sistemas
homogêneos e heterogêneos - Definições de velocidade de reação -
Conversão de formas de velocidade de reação - Variáveis que afetam a
velocidade de reação
Disciplina: Química Metalúrgica

• Docente: Floriano J. Torcida

• Licenciado em Engenharia Quimica (UEM) e Mestre em

Engenharia Processamento Mineral(ITV-ISPT)


FUNDAMENTOS DE CINÉTICA APLICADA
A PROCESSOS METALÚRGICOS
CONTEÚDO

• 5. Caracterização Cinética de Reações Metalúrgicas


Modelamento matemático de reações elementares – Componentes de
uma equação cinética – Caracterização cinética de sistemas metalúrgicos

6.Cinética das Reações Elementares


Análise cinética de processos - Resolução de equações cinéticas -
Aplicações em processos metalúrgicos - Problemas

7. Interpretação de Dados Cinéticos


Introdução - Método Integral ou da Integração - Método da Vida-meia -
Método Diferencial - Comparação entre os Métodos de análise
FUNDAMENTOS DE CINÉTICA APLICADA
A PROCESSOS METALÚRGICOS

• 8.Velocidade de Reação e a Temperatura


Teoria de Arrhenius - Determinação Experimental da Energia de Ativação -
Teoria do Estado de Transição - Determinação Experimental da Entalpia e
Entropia de Ativação
PARTE II -- Aplicações de Cinética Heterogênea
9. Introdução a Sistemas Heterogêneos
Introdução – Reatores usados em processos heterogêneos – Taxas das
reações heterogêneas – Determinação do mecanismo de controle de
reações heterogêneas
FUNDAMENTOS DE CINÉTICA APLICADA
A PROCESSOS METALÚRGICOS

• 10 . Velocidade de Reação e a Interface


Influência da presença das interfaces – Cinética e a natureza da interface
– Influência da modificação da área da interface – Geometria da interface.
11. Cinética de Partículas Sólidas
Introdução á cinética de partículas sólidas - Classificação das Reações
Gás/Sólido - Cinética de Partículas Sólidas - Modelos de Reação - Fração
reagida de uma Partícula Sólida.

12. Aplicações Metalúrgicas dos Modelos Heterogêneos


Aplicações em reações pirometalúrgicas – Redução de óxidos de ferro –
Processos de ustulação, calcinação e cloração - A plicações em processos
hidrometalúrgicos – Processos de lixiviação e precipitação aquosa-
Processos de corrosão eletroquímica.
PATRTE I
• Aplicações de Cinética Homogênea
• CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO A CINÉTICA QUIMICA

 Aspectos Gerais
 Cinética e Termodinâmica
 Importância da Cinética metalúrgica
 Objetivos e alcance deste estudo
• 1-1. Aspectos Gerais

• É conhecido que as condições de equilíbrio químico que controlam um processo


• podem ser avaliadas geralmente através de considerações termodinâmicas, podendo-
• se, desta maneira, obter uma idéia sobre a tendência de uma reação para proceder
• numa direção determinada. Deve-se, no entanto, observar que o enfoque
termodinâmico não proporciona nenhuma informação acerca da velocidade de reação.
Por tanto, as velocidades de consumo de substâncias reagentes e/ou de obtenção de
produtos de reação não podem ser calculados a partir desses dados.
A importância do estudo dos mecanismos
• e velocidades de reação pode ser
objetivamente demonstrada através do seguinte exemplo tomado do campo
prático da engenharia metalúrgica: A reação entre carbono e oxigênio para
produzir o gás CO durante a fabricação do aço líquido é acompanhada de
uma mudança substancial de energia livre favorável ao processo. A reação é
representada por:
C (Fe) + O (Fe)→ CO (g)
• 1- 3. Importância da Cinética Metalúrgica
A maior parte das vezes o engenheiro metalurgista confronta problemas que
compreendem sistemas heterogêneos. No entanto, diante do facto de que
sistemas heterogêneos são nada mais do que conjuntos de sistemas
homogêneos sendo processados de forma simultânea e sinérgica, pode-se
observar que durante os estudos cinéticos, freqüentemente processos
metalúrgicos extrativos podem ser focalizados como sistemas homogêneos.
• Objetivos e Alcance deste Estudo
Este texto envolve basicamente o estudo dos conceitos e fundamentos da
cinética química e a sua aplicação específica às reações químicas que ocorrem
em sistemas metalúrgicos extrativos. Serão também estudados, nos últimos
capítulos, os conceitos dos processos heterogêneos de forma introdutória.
Decorrente do que foi discutido nos anteriores itens, os seguintes dois tipos de
reações serão considerados:
Reações Homogêneas: que são aquelas que se processam em apenas
uma fase, por e xemplo, as reações entre moléculas de gases para dar
produtos gasosos, ou reações numa solução aquosa onde os reagentes e
os produtos permanecem dissolvidos em água.
Reações Heterogêneas : que envolvem sistemas de mais de uma fase; no
âmbito metalúrgico, por exemplo, a transferência de uma substância da
escória líquida para o banho metálico num processo de fusão redutora,
ou a reação entre um gás oxidante e uma superfície metálica para formar
uma película de óxido.
MÉTODOS E TÉCNICAS EXPERIMENTAIS
• CAPÍTULO 2 –
• Métodos experimentais da Cinética Química
• Métodos experimentais da Cinética Metalúrgica

• O estudo da cinética de reações envolve a análise da influência de


variáveis do sistema sobre as velocidades com as quais se processam
estas reações. Além das variáveis que determinam o sentido e extensão
das reações, existem outros fatores que afetam a cinética global dos
processos. Entre estes podem ser citados a forma e natureza dos
reagentes e produtos de reação, a presença de interfaces, a presença de
substâncias catalisadoras ou inibidoras das reações e a presença de um
determinado quantum de energia o qual permite iniciar e acelerar uma
reação.

• Os parâmetros que influenciam a cinética dos processos
heterogêneos são freqüentemente diferentes dos que controlam as
reações homogêneas. Isto está relacionado com o fato de que,
muitas vezes, os processos heterogêneos são controlados por
reações que ocorrem nas interfaces. Devido à existência desta
diferença marcada, é conveniente definir a "cinética metalúrgica"
como sendo a parte da cinética que estuda as reações metalúrgicas
principalmente de natureza heterogênea. Este campo da metalurgia
possui modelos cinético-matemáticos que são especificamente
aplicáveis aos processamentos existentes na metalurgia extrativa.
• . Métodos Experimentais da Cinética Química
Considerando reações homogêneas em geral, as variáveis importantes que afetam
estes sistemas são a concentração das substâncias reagentes e a temperatura. A
inter-relação existente entre estes dois parâmetros e a velocidade de uma reação
homogênea é representada pela equação de velocidade de reação ou taxa de reação.
Para determinar a dependência da velocidade de reação da concentração de
reagentes no sistema, será necessário realizar experiências isotérmicas onde pode-ser
acompanhada a variação de uma ou mais propriedades físicas do sistem a em função
do tempo.
A partir destas medidas pode-se determinar a variação da concentração das espécies
e a maneira como esta afeta a cinética global do sistema. Qualquer propriedade física
pode ser medida com a condição de que esta varie em concordância com as mudanças
da mistura de reação durante a conversão de reagentes em produtos.
Assim por exemplo durante uma reação gasosa que procede a volume constante, a
velocidade de reação pode ser obtida a partir do a companhamento das mudanças de
pressão no sistema ou também a s variações de volume para um sistema a pressão
constante.
• Para reações homogêneas em solução, é comum a medição de variações nos índices de
refração e/ ou rotação ótica em substâncias que exibem actividade óptica. Entretanto, na
maior parte dos casos é aconselhável fazer medições diretas da concentração das
substâncias em solução em função do tempo. Observe, por exemplo, a reação de uma
substância A contida numa solução líquida, para dar um produto R, expressa por:

• A (sol) → R(sol)

• Tendo como CA0 ≡ concentração inicial de A em mol/cm3, a evolução da reação


pode ser acompanhada num diagrama C Vs. t tal como mostrado na seguinte figura 2.1:
CA0
R

dC A

C dt

CA

tA t
FIGURA 2.1. Curva de Evolução do consumo de A segundo a reação 2-1
• Observe, na figura 2.1, que a velocidade instantânea de
consumo de A , num tempo t, pode ser calculada através da
inclinação da tangente no ponto CA
• Observa-se que a evolução da reação pode ser também
acompanhada através da formação de R em função do tempo.
• 2.2. Métodos Experimentais da Cinética Metalúrgica

De forma geral, a maior parte dos métodos e técnicas usados para a


obtenção de dados experimentais em processos metalúrgicos, envolvem
adaptações ou modificações dos procedimentos da cinética química. Todas
as técnicas objetivam a determinação das dependências existentes entre as
velocidades de reação e a temperatura e concentração das substâncias
presentes. Estas são adaptáveis em maior extensão para reações hidro e
eletrometalúrgicas. No entanto, visto que em processos pirometalúrgicos, é
necessário simular reações em temperaturas elevadas, são usados
sofisticados esquemas de levantamento de dados experimentais
normalmente constituídos de fornos piloto e de laboratório dotados de
• O procedimento usual envolve a medição das variações isotérmicas de
concentração, pressão ou volume de fluidos ou substâncias em solução, e o
acompanhamento do desaparecimento/ acumulação de substâncias sólidas
em função do tempo. A determinação da influência da variação de
temperatura sobre a velocidade de reação é realizada através de séries de
experiências mantendo-se a concentração constante nas quais é variada a
temperatura. A seguir, a modo de ilustração, serão discutidos os esquemas
experimentais usados em dois sistemas metalúrgicos importantes; os
• sistemas gás/sólido e metal líquido/escória.
Sistema G/S- Método Termogravimétrico
• Muitas reações metalúrgicas se processam no sistema heterogêneo G/S. As
reações mais comuns e importantes podem ser estudadas . Estas reações podem
ser encontradas em diferentes campos da pirometalurgia extrativa, por exemplo:

 Reações de preparação de matérias para redução: processos de ustulação e


calcinação

 Reações de redução com geração de produtos sólidos

 Reações de cloração, sulfatação, carbonatação, etc.


• Uma das técnicas mais usadas em trabalhos de laboratório, que é ap
licada ao estudo da cinética do sistema gás/ sólido, é o método
termogravimétrico-Figura 2.2
• .

Balança Digital
Computador FORNO
ON-LINE
Sistema de
captura de
gases
Amostra

GÁS
Gás

FIGUR 2-2. Aparelho Termogravimétrico para medidas no Sistema


G/S
FIGUR A 3-2. Aparelho Termogravimétrico para medidas no Sistema G/S
• A técnica termogravimétrica consiste na medição da variação de peso de uma amostra exposta
à reação, em função do tempo a pressão e temperatura constantes e a velocidade de reação é
obtida como a taxa de variação da massa dos sólidos em função do tempo, isto é:

• Onde ws-massa do solido; C-concentracao do gas


• Como medidas complementares são realizadas tomadas continuas dos produtos gasosos para
acompanhar as variações de concentração na fase gasosa, isto é

• A expressão cinética correspondente a cada sistema é definida por uma energia de ativação
característica determinada através de técnicas experimentais nas quais são realizadas séries de
experiência s de laboratório variando a temperatura.
CAPÍTULO 3 -FUNDAMENTOS DE CINÉTICA QUÍMICA
APLICADA

• Classificação cinética das reações químicas


• Classificação das reações complexas - TPC
• Expressões da velocidade de reação para sistemas
• homogêneos e heterogêneos
• Definições de velocidade de reação
• Conversão de formas de velocidade de reação
• Variáveis que afetam a velocidade de reação
3-3. Formas de Expressão da Velocidade de Reação
• Existe uma grande variedade de formas de expressão quantitativa da velocidade de
uma reação. Para ilustrar este fato observa-se, por exemplo as seguintes formas:

• Em reações gasosas: a quantidade de gás consumido ou produzido por unidade

• de tempo indicada pela variação da pressão parcial;

• Em reações líquidas: a quantidade de líquido consumido ou reagido expressa pela

• variação do volume do sistema;

• Em reações que envolvem sólidos: a quantidade de sólido que reage expressa

• pela variação da área superficial inicial do sólido;


• Em processos de análise química: a quantidade de titulador gasto por

unidade de tempo. Pode-se observar que todas as situações acima

envolvem a variação de uma propriedade quantitativa do sistema em

função do tempo. E isto é o que define a velocidade de reação – a

variação periódica das propriedades do sistema em função do tempo -

• Deve ser observado também que algumas propriedades são específicas

dos gases, outras dos líquidos e outras dos sólidos; por exemplo não é

possível expressar o consumo de um gás através da variação de uma área

superficial.
3.4. Definições de “Velocidade de Reação”
• De forma genérica a velocidade de reação é definida como "a variação do número de

• moles de uma substância en volvida na re ação, em função do tempo". Assim para uma
reação geral do tipo: A + B = C
• a velocidade extensiva de reação, R, é matematicamente expressa como:
• ( 3.10)

• onde R é uma propriedade extensiva do sistema, i.e, dependente da massa total


• presente, N é o número de moles e t é o tempo. R é expressa em moles/ unidade de
• tempo. Para uma reação não equimolar se terá que R
• RA ≠RB ≠RC
• .
Velocidade de uma Reação Homogênea
• Observe que o sinal negativo
expressa consumo de reagentes e
o positivo acumulação ou formação N0 C
de produtos. Deve-se ressaltar que
a equação 3-10 expressa as N
velocidades de consumo ou A
produção instantâneas de A,B ou C B
descritas graficamente pelas t
tangentes das respectivas curvas
de consumo ou produção, tal
• como mostrado na seguinte
Figura:
• Geralmente é conveniente expressar a velocidade de reação de forma
intensiva, i.e, independente da massa do sistema. Neste caso deve ser
escolhida uma variável de referência,Q, que normalmente é uma
propriedade do sistema . Desta forma a velocidade intensiva pode ser
escrita como:
• (3.12)

• A variável de referência Q depende da natureza do sistema sendo


diferente para sistemas homogêneos e heterogêneos como será
estudado a seguir.
• onde , rA= velocidade intensiva de reação dada em moles t-1V-1
• Para um reator homogêneo de volume V = constante, pode-se anotar:
• NA=CA*V (3.13) ; Onde CA≡ concentração do reagente A em
moles/cm3
• . Combinando 3-12 e 3-13 se
• obtém:

• Para um reator homogêneo a volume variável se tem:


Velocidade de uma Reação Heterogênea

• Em reações heterogêneas a variável de referência usada é


geralmente a área
• interfacial de contato entre duas fases distintas. Assim num
sistema sólido/fluído
• teremos a área superficial do sólido, AS
• e num sistema de duas fases liquidas de diferente densidade
(metal líquido/escória por exemplo) se terá a área interfacial Ai
• A velocidade intensiva de reação para um reagente sólido A,
será expressa como:
• Freqüentemente é mais conveniente definir a velocidade de
uma reação heterogênea, em termos da variação de algum
outro parâmetro do sistema, como a massa, o volume do sólido
ou até a taxa de avanço das interfaces. Independente de qual
seja a forma da equação de velocidade de reação usada, as
relações funcionais permanecem as mesmas. Também outras
variáveis de referência podem ser consideradas, como por
exemplo a massa ou volume do sólido.
Relação entre as Velocidades de Reação de Diversos
Componentes de um Sistema

• Considerar uma reação da forma geral: aA + bB → cC + dD

As relações de consumo e produção dos diversos componentes da reação são as


seguintes :

Para sistemas heterogêneos, a relação 3-17 é válida só na modalidade de velocidades


extensivas, visto que as variáveis de referência são diferentes para as diferentes fases
componentes do sistema. As seguintes relações podem ser obtidas da equação

a c
R A  RB RC  RD
b b
Exemplo1

• Uma e sfera de cobre de 2,6 cm de diâmetro ê oxidada em a r a


um a temperatura de 250C. A taxa d e aumento de pe so é
0,032 moles/min. Deseja-se calcular a taxa intensiva de
formação de óxido u sando a área superficial como variável de
referência .
• Conversão de formas de velocidade de reação de um
componente para outro do sistema, por exemplo, usando o
sistema do problema anterior, calcular a taxa de consumo de ar
em L/h.
Sistemas Homogêneos

• Para um process o homogêneo, a velocidade intensiva de reação pode ser


descrita pela seguinte relação funcional:

• ri = f ( Cn , T , P ) (3.21); onde : T ≡ temperatura , P ≡ pressão


total , Cn ≡ concentração dos componentes da reação onde n = A ,B,
etc .
3.5.2. Sistemas Heterogêneos

• Levando em conta as considerações expostas acima, a relação funcional 3-


21, quando aplicada a sistemas heterogêneos, poderá ser estendida para a
seguinte forma:

• ri = f ( Cn, T , Tm, Tc, ES )

• Tm ≡ transporte de massa Tc ≡ transfe rênc ia de calo r ES ≡ ef eitos


de superfície
Exercicio1
• Quando as interfaces sólidas reagem em presença de fluídos (gases ou líquido s) fre
qüentemente as taxas de reação podem ser expressas em termos da velocidade de
avanço das superfícies à medida que ocorre o progresso da reação. Estas são taxas
lineares expre ssas normalmente em cm t-1. As taxas de avanço de interfaces planas ou
esféricas podem ser descritas como mostra do na seguinte figura:

GÁS OU
SÓLIDO r
LÍQUIDO

Interface Plana Interface Esf érica


Exercicio2
• Cálculo da Área Útil de um leito de Partículas Sólidas

Considerar um leito de partículas sólidas aproximadamente esféricas de um material A


que reage com um gás B segundo o seguinte esquema: A(s) + B(g) → Produtos

θp
WL

GÁS B
Exercio3
• A velocidade de reação de uma reação na fase líquida é 2 mole s L-1 h-1.
O peso molecular do reagente A é 40 g/m ol, o volume do reactor é 15 L e
a massa total do sistema é 1kg.

• Determinar a velocidade de reação em termos da relação gramas do

reagente convertido por gramas do sistema por hora .


• 1,2 g (A) / g (sistema ) x h
Exercicio 4
• Uma esfera de um óxido, M2O, de 5 cm de diâmetro é red
uzida com gás H2 formando uma camada concêntrica de
metal poroso, M. Após um determinado tempo de reação, a
velocidade média de redução é 5 ,2x10-3 moles(M2O) cm-2 min-1.
Com estes dados deseja-se calcular : a) A ve locidade de avanço da
interface de reação em mm h-1. b) A taxa de produção de M em g m-2
s-1 c) A taxa de produção intensiva de vapor de água em g-1(M2O)
cm3 min-1

DADOS M = 60 g\mo l , ρ(M2O)= 7, 0 g\cm3, VR = 4,5 L , T =500 oC , P= 1 atm.


R: a) ≈≈≈≈ 60 mm h-1 , b) 104 g m-2 s-1 , c) 54 cm3 g-1 min-1
Exercicio 5
Uma superfície metálica se oxida formando uma camada compacta de óxido
cuja espessura vai aumentando linearmente co m o tempo de reação segundo é
mostrado no seguinte esquema gráfico:

ÓXIDO

MET AL

Observa-se que num determinado momento a velocidade de formação de óxido


é 0,3 7 mo les cm-2 por minuto. Com este dado deseja -se calcu lar a velocidade
linear de oxidação (velocidade de avanço da superfície oxidada), dL/dt |mm s-1|.

D ADOS: Peso A t. do m etal = 40 g/m ol , ρóxido= 4,5 g/cm3 R: 0,767 mm s-1


CAPÍTULO 5 – CINÉTICA DAS REAÇÕES ELEMENTARES

• Análise cinética de processos


• Resolução de equações cinéticas
• Aplicações em processos metalúrgicos
5-1. Análise Cinética de Processos
• As equaçõe s cinéticas que representam um processo de produção ou transform ação de
reagentes em produtos pode m ser usados para obter informações preliminares com
• respeito às ca racterísticas de produção ou transform ção. Durante o estudo cinético de
• processos o o bjetivo principal é a definição das característica s cinéticas através do
• postulado correto de um modelo e da equação diferencial que representa o
• comportamento cinético do processo .
• Em geral este comportamento é definido por um mecanismo de reação específico cuja
• equação cinética será determinada uma vez conhecidos os valores da constante
• cinética e a ordem de reação. Cons iderar, por exemplo a reação de A e B para produzir
• um material R de f orma irreversí vel:
• aA + bB K rR
• Os princípios teóricos até agora revisados podem ser usados, de forma
preliminar, para postular uma equação cinética representativa.
Segundo a lei de ação das massas, para um processo a volume
constante pode-se escrever:

• (5.2)
Usualmente encontram -se as seguintes situações:

A) Reações Químicas de ordem conhecida


: Encontram-se os seguintes casos:
a) Reações elementares
: Neste caso a ordem de reação é determinada diretamente pela
estequiometria da reação e o problema se reduz a determinar o valor da
constante cinética. Neste caso, a = α e b = β e a equação cinética é dada por:

(5.3)
• b) Reações não elementares: A e stequiometria de uma reação não
elementar não pode ser usada para definir o mecanismo de
reação, a ordem de reação com respeito de cada espécie reagente
deve ser determinada experimentalmente e raras vezes guarda uma
corres pondência com os coeficientes estequiométricos.
Freqüentemente a ordem de reação de processos conhecidos é
determinada de forma preliminar e neste caso o problema é similar
ao caso anterior.
• ) Reações Químicas de ordem desconhecida: Neste caso as reações
apresentam mecanismos complexos e a ordem de reação pode ser
um número inteiro, fracionário , negativo, zero ou possuir uma forma
complexa de dependência das concentrações de reagentes e
produtos. Para a determinação dos parâmetros cinéticos , neste
caso, são usados métodos de análise de dados experimentais já
consolidados, que serão estudados no capítulo posterior.
5.1.1. Análise Cinética de reações de Ordem Conhecida
• Em reações de ordem conhecida, o objetivo dos cálculos é a
determinação da constante cinética. Isto é feito integrando a
equação diferencial que caracteriza o processo e estabelecendo uma
expressão que inter-relacione a mudança da concentração com o
tempo. A aplicação de informações experimentais nesta expressão
permitirá obter o valor da constante cinética.Para facilidade dos
cálculos, no estudo dos casos a seguir, os processos serão considerados
a volume constante .
Reacções de ordem zero
• Se na expressã o 5.2 se tem que α = 0 e β = 0, obt ém -se uma reaç ão
de ordem zero definida por: (5.4)

Reações de ordem zero são características de processos nos quais existe


excesso de reagentes , algumas reações heterogêneas onde existe saturação das
fases e reações catalisadas na superfície.
A expressã o 5-4 pode ser integrada entre as condições de contorno CA = CAo para
t = 0 e CA = CA para t > 0 obtendo-se:

C A = Co- k t (5.5)

onde CAo é um valor conhecido e kA pode ser obtida a partir de


informações experimentais da evolução de CA em função do tempo. A
Figura 5-1 mostra um gráfico típico de concentração V s. tempo para
uma reação de ordem zero representada pela equação 5 -5.
CA0 m = - kA

Dados experimentais
C

0
t
FIGUR A 5.1. Gráfico de Con centração Vs. Tempo pa ra
Reações de ordem Zer o

Observe que o valor da constante cinética é dado pela inclinação de linha recta obtida
EXEMPLO
• 50 g de T i(s) são dissolvidas num banho de A l(l) de 1,5 L a 107 3 K ocorrendo a
formação de uma crosta segundo a reação Ti(l) + 3 A l(l) → TiAl3(s)

• A anterior reação ocorre inicialmente na superfície do Ti o qual é


dissolvido no banho de A l levando -se várias horas para se processar.
Visto que a superfície do banho líquido permanece constante, a reação
é considerada como sendo de ordem zero . Após 4 horas de reação é
realizada uma retirada da crosta obtendo-se uma massa igual a 100 g.
Determinar o valor da constante cinética para esta temperatura.
Reacções de ordem n

• Para uma reação de ordem n com concentrações iniciais dos reagentes


iguais, pode-se escrever:

cuja a integração é obtida a expressão :

onde C ≡const ante de integra ção e n pod e ser um n úme ro inte iro ou fra
cionário .
EXERCICIOS

• A velocidad e inicial para uma re ação de segunda o rdem é 3x10-


5 moles l-1 s-1 e a concentra ção inicial da s espécies reagentes é
0,2 moles l-l. Deseja-se ca lcular o valor de k em cm3 mol-1 s-1

• R: 0,75 cm3 mol-1s-1


Exercico

• Uma e sfera d e Fe3O4 d e 3 ,18 cm de diâmetro é oxidada em ar n


um reator de leito fluid izado que opera a 423°C e 1 atm. A reação de
oxidação é elemen tar para a oxidação d e 2 m oles do óxido e para
esta tempe ratura se tem que ko2= 7 ,23 (t = s). Pede -se determinar:

• A) As unidades de ko2 R: cm5/2 mol-3/2s-1 B) A velocidade de


reação expressa em atm(O2) s-1 ao s 7 minutos d e rea ção su pondo que
o ó xido está em excesso. R: 11,83 atm s-
Exercicio
• Um banho de Sn metálico é o xidado em excesso de a r a 400 oC e 1
atm . se gundo a seguin te reação de ord em 3/2 no me tal líquido :
Sn(L) + O2 (g) = SnO2 (s) Observa-se qu e para esta temperatura 22% do Sn
é oxidado em 12 minutos a) Determ inar o tempo necessário para oxidação
com pleta do banho (em min ) R: 13,6 Hs. b) Calcular a taxa de reação
quando 50 % do banho é o xidado.

• R: 4,8x10-4 mol cm-3 min


• DADOS VBanho = 100 cm3 , Sn = 1 18,7 g/mol , δSn(L)= 7, 3 g/cm3
Exercico
• Durante um estudo cinético pelotas de estanita de 1,5 cm de d iâmetro são
oxidadas a 950 °C em excess o de ar (1%SO2). Verifica-se experime ntalmente
que nesta s condições a velocidade de reação é indepe ndente da concentração
de O2 nos gases com bustíveis e que o processo s egue um meca nismo
elementar d e acordo com a seguinte rea ção: ½ Cu2SxFeSxSnS2(s) + 3 O2(g)
½ SnO2(s) + ½ Cu2OxFeO(s) + 2 SO2(g) Observa-se qu e para esta temperatura
50% do sólid o reage em 22 minutos. a) Deseja-se d eterminar o tem po ne cessário
para a ustulação de 95 % d a e stanita tratada. R: 59 min. b) Calcu lar o valor
e unida des da const ante cinética R: kEst= 1,24x1015cm10mol-3min-1

ρ(Est) = 6,4 g/cm3


CINÉCCAPÍTULO 7 – ANÁLISE E
INTERPCAPÍTULO 7 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE
DADOS CINÉTICOS
RETAÇÃO DE DADOS CINÉTICOS
Introdução 7 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
•APÍTULO
DE DADOS CINÉTICOS TICOS
• Método Integral ou da I ntegração

• Método da Vida-meia

• Método Diferencial

• Comparação entre os Métodos de análise


7.1. Introdução

• Durante a a nálise de rea ções de o rdem desco nhecida, o s métodos d e


cálculo são orientado s a determinar simultaneamente a ordem de reação
e a cons tante de velocidade . Os métodos mais conhecidos para esta
finalidade são três; o método integral, o método da me ia-vida e o métod

o diferencial.
7.2. Método Integral ou da Integração

• O procedim ento geral de aná lise de dados pelo métod o integral é o


seguin te: Para um a reação geral de ordem desco nhecida da form a
• A → PRODUT OS
• Para a qua l a volume constante se tem :

a) Esc olhendo aleato riamente uma o rdem de reaç ão (de


preferência número s int eiros ou f racionários de integração
conhec ida), postu lar uma equa ção cinét ica inicial, por
exemplo para n=0: verificar a integracao anterior de ordem zero
Aplicação em Processos Metalúrgicos
• O método integral encontra aplicação em diversos processos metalúrgicos,
tanto na área h idro quanto pirometalúrgica. A nalisar o seguin te exemplo:

• Um banho de Cu (L) que contém 0, 02 mole s/L de Fe é tratado


borbulhando uma quantidade igual de oxigênio para promover a remoção
de Fe segundo a reação: Fe(Cu) + O(Cu) → FeO(Esc) (a) Alguns
dos resultados expe rimentais do pro gresso da reação são resumidos
na seguinte tabela:
Exemplo

Tempo |s| Ext. da Reação |%|


325 31,4
1295 64,9
1530 68,8
1975 73,7

Deseja-se usar o método integral para determinar a ordem da reação


e o valor da constante cinética.
Método Diferencial

• Linearizacao
• Método das taxas iniciais
Comparação entre os Métodos de Análise

• O método mais empregado para a determinação da ordem de reação


é as taxas iniciais de reação, o método integral. No entanto, mesmo
que neste método as manipulações matemáticas sejam
relativamente simples, o procedimento é a plicável só nas situações
em que a ordem é inteira. Por outro lado, visto que a determinação
dos parâmetros cinéticos é feita por tentativas, existe o risco de se
envolver em cálculos longos e cansativos.
• Quando são usados os métodos gráficos, o método diferencial oferece mais
vantagens visto que o valor da constante específica pode ser encontrado a partir
das taxas iniciais e da ordem verdadeira de reação. Pode-se observar que neste
método as medições de laboratório podem ser diretamente usadas para a
construção dos gráficos sem a necessidade de se envolver em cálculos analíticos.
A desvantagem do método diferencial está no fato de que, por envolver o
traçado gráfico de curvas e tangentes em diversos pontos, os resultados podem
não ser tão precisos. O método da meia-vida oferece a vantagem de que pode
ser aplicado a qualquer fração de conversão da reação com modificações simples
e adequadas. No entanto este método não é recomendado para a determinação pre
cisa das constantes de velocidade .

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