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Centro de Engenharias
Departamento de Engenharia e Tecnologia
Curso de Engenharia Química
AGITAÇÃO E
AERAÇÃO
Prof. Álvaro Daniel Teles Pinheiro
Parte I -
AGITAÇÃO
1. Agitação
Funções da agitação:
Homogeneizar as células e os substratos
sólidos do meio;
Dispersar os gases no líquido (diminuir o
tamanho das bolhas melhorando a
transferência de oxigênio);
Auxiliar na transferência de massa e
energia.
1. Agitação
Sistema de
agitação
» O sistema de agitação consiste do agitador e das chicanas (usadas
para aumentar a turbulência e a eficiência de mistura).
1. Agitação
Tipos de agitação
Um fermentador típico.
» Um biorreator do tipo STR (reator de tanque agitado,
do inglês Stirred Tank Reactor) consiste em um vaso
cilíndrico sendo comuns relações entre a altura (H) e o
diâmetro (D) de 1:1, 2:1 ou 3:1.
» Normalmente é equipado com Chicanas (com largura
0,1D), utilizadas para evitar a formação de vórtice.
Um fermentador típico.
Para um biorreator equipado com chicanas e suprimento
de ar:
Valores
Razão OBS
Típicos
Depende do nível de espuma
Altura do líquido do reator e altura do
Ht/Hl ~ 0,7 - 0,8 produzido durante a
reator
fermentação
Reatores europeus tendem a
Altura do reator e diâmetro do tanque Ht/Dt ~1-2 ser mais altos que os
projetados nos EUA
Reatores com turb. Rushton
Diâmetro do impelidor e diâmetro do são geralmente 1/3 do
Da/Dt 1/3 – 1/2
tanque diâmetro do tanque. Os de
fluxo axial são maiores
Diâmetro das chicanas e diâmetro do
Db/Dt ~0,08 – 0,1
tanque
Altura da pá do impelidor e diâmetro do
W/Da 0,2
impelidor
Largura da pá do impelidor e diâmetro
L/Da 0,25
do impelidor
Distância média entre o impelidor e a
E/W 1
saída de gás e altura da pá
1. Agitação
Potência de agitação
𝜌 ⋅ 𝑁 ⋅ 𝐷𝑖2
ℜ¿
𝜇
2. Potência de agitação para processos
não aerados
Diagrama de Rushton para número de potência (Np) em função do
Re:
5,0
𝐿𝑜𝑔𝑜:
5
𝑃=1188 𝑘𝑊
2. Potência de agitação para processos
não aerados
𝐻 𝐿 − 2⋅ 𝐷 𝑖 𝐻 𝐿 − 𝐷𝑖
< n ú mero de impelidores <
𝐷𝑖 𝐷𝑖
𝐷𝑖 <espa ç amento entre impelidores<2⋅ 𝐷𝑖
𝑃 𝑐 =𝑃 ⋅ 𝑓 𝑐 𝑓 𝑐=
√
( 𝐷 𝑡 / 𝐷𝑖 )𝑆 ⋅ ( 𝐻 𝐿 / 𝐷 𝑖 )𝑆
( 𝐷 𝑡 / 𝐷𝑖 ) 𝑅 ⋅ ( 𝐻 𝐿 / 𝐷 𝑖 ) 𝑅
Parte II -
AERAÇÃO
1. Aeração
Lenta Rápida
• Bolhas pequenas irão circular por todo o reator e terão o seu tempo
Rápida de residência aumentado.
5. Influência das condições operacionais
na concentração de oxigênio dissolvido.
16
14
12
10
C (m g O / L)
8
2
0
-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
o
Temperatura ( C)
5. Influência das condições operacionais
na concentração de oxigênio dissolvido.
CS = H . pg
6. Conceitos de vvm e KLa
• A agitação do meio;
Desprezível
1 1
CS 𝑅= +
𝐾𝑔 𝐾𝐿
Coeficiente de transferência
de massa na película
gasosa estagnada.
Gás Coeficiente de transferência
de massa na película
líquida estagnada.
Líquido
7. Transferência de oxigênio - KLa
𝑔𝑟𝑎𝑑𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 ( 𝐶 𝑆 − 𝐶)
𝑛𝑂 = 𝑛𝑂 =
2
𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡 ê 𝑛𝑐𝑖𝑎
2
1
𝐾𝐿
Rearranjando:
𝑛𝑂 = 𝐾 𝐿 (𝐶 𝑆 −𝐶 )
2
Onde:
∑ á𝑟𝑒𝑎𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙𝑑𝑎𝑠 𝑏𝑜𝑙h𝑎𝑠
Usual expressar a transferência de oxigênio por unidade de volume
(NO2) ao invés da transferência de oxigênio pela unidade de área (n O2):
á 𝑟𝑒𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑓𝑎𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟 ê 𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎( 𝑚2)
𝑎= 3
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑙 í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 (𝑚 )
Onde:
𝑁 𝑂 = 𝑎 ×𝑛𝑂
2 2
𝑁 𝑂 =𝐾 𝐿 𝑎 (𝐶 𝑆 −𝐶 )
2
𝑑𝐶 𝑑𝐶
𝑁𝑂 = e
𝑑𝑡
= 𝐾 𝐿 𝑎 (𝐶 𝑆 − 𝐶 )
2
𝑑𝑡
Observe que:
CS 𝑑C O2 1. Aumento da pressão de O2 na fase
𝑑𝑡 gasosa (enriquecimento do gás);
CO2 aumento do gradiente ( 𝐶 𝑆 − 𝐶 ) .
Gás
2. Aumento na frequência de agitação;
maior rompimento e dispersão de
bolhas = aumento de “a”.
Líquido redução da espessura do filme
líquido = aumento de KLa.
7.1. Métodos para determinar KLa
Método do Sulfito
- Baseado na rápida oxidação de sulfito a sulfato na presença de O 2.
- Pela estequiometria da reação:
Na2SO3 + ½ O2 Na2SO4
Método do Sulfito
- A variação da concentração de sulfito no meio ao longo do tempo
permite por estequiometria calcular kLa.
𝑁𝑂
𝐾 𝐿 𝑎= 2
(𝐶 𝑆 − 𝐶 )
Método Dinâmico
- Consiste em utilizar o sinal resposta de um eletrodo específico para a
medida da concentração de O2 em um meio líquido;
- Inicialmente, borbulha-se o líquido com nitrogênio, para eliminar todo o
oxigênio dissolvido, até que a sonda indique zero;
- A seguir inicia-se a aeração e agitação do meio e se registra o sinal da
sonda, que saíra do zero até atingir 100% de saturação;
𝑑𝐶
=𝐾 𝐿 𝑎 ( 𝐶 𝑆 − 𝐶 )
𝑑𝑡
(
𝐿𝑛 1 −
𝐶
𝐶𝑆 )
=− 𝐾 𝐿 𝑎 ×𝑡
7.1. Métodos para determinar KLa
Tempo (s) 0 7 14 22 31 43 58 77
( 𝐶
)
14 1,8 -0,27
𝐿𝑛 1 − =− 𝐾 𝐿 𝑎 ×𝑡 22 2,57 -0,41
𝐶𝑆 31
43
3,46
4,57
-0,60
-0,90
58 5,97 -1,49
77 7,45 -3,43
Cs = 7,7 mgO2/L
Isolando QO2:
1 𝑑𝑂 2
𝑄𝑂 = ×
2
𝑋 𝑑𝑡
Onde:
CS 𝑑C O2
𝑑𝑡 QO2 = velocidade específica de
CO2 respiração (gO2/gcel.h);
Gás X = concentração celular (g/m3);
dO2/dt = velocidade de consumo
𝑑O 2
de O2 (gO2/ m3.h).
𝑑𝑡
Líquido
8. Respiração microbiana
- Do Microrganismo;
- Composição do meio de cultura;
- Condições operacionais (pH, T, etc.).
𝐶𝑂
𝑄𝑂 =𝑄 𝑂 × 2
2 2𝑚 á 𝑥
𝐾 0 + 𝐶𝑂 2
Onde:
1
𝑄𝑂 =𝑚 0+ µ𝑥
2
𝑌0
Onde:
Atendendo às condições:
0= 𝐾 𝐿 𝑎 ( 𝐶 𝑆 − 𝐶 ) − 𝑄𝑂 × 𝑋 2
𝑄𝑂 × 𝑋
𝐾 𝐿 𝑎= 2
( 𝐶𝑆 − 𝐶 )
9. Análise conjunta da transferência e
consumo de O2
)
9.1. Determinação de KLa e QO2 durante o
cultivo
Método Dinâmico
- Ao religar o sistema, a concentração de oxigênio volta a aumentar. O
valor de KLa é determinado nesta etapa.
𝑑𝐶
=𝐾 𝐿 𝑎 ( 𝐶 𝑆 − 𝐶 ) −𝑄 𝑂 × 𝑋
𝑑𝑡 2
𝑑𝑡 ( 𝐶𝑆 − 𝐶0 )
- Reorganizando:
𝑄𝑂 × 𝑋
𝐶 𝑆= 𝐶 0 + 2
𝐾𝐿𝑎
9.1. Determinação de KLa e QO2 durante o
cultivo
Método Dinâmico
- O balanço de massa para o O2 no trecho ascendente será:
- Resultando em:
𝑑𝐶
=𝐾 𝐿 𝑎 ( 𝐶0 − 𝐶 )
𝑑𝑡
- Integrando a equação anterior do tempo em que se retoma a aeração (t 1)
ao tempo t:
𝐿𝑛
(
𝐶0 − 𝐶
𝐶 0 −𝐶 1 )
=− 𝐾 𝐿 𝑎 ( 𝑡 − 𝑡 1 )
9.1. Determinação de KLa e QO2 durante o
cultivo
Método Dinâmico
- Isolando C:
− 𝐾 𝐿 𝑎 ( 𝑡 − 𝑡1 )
𝐶= 𝐶 0 − ( 𝐶 0 − 𝐶1 ) 𝑒
- Assim:
Método dinâmico
7
5 − 𝐾 𝐿 𝑎 ( 𝑡 − 𝑡1 )
𝐶= 𝐶 0 − ( 𝐶 0 − 𝐶1 ) 𝑒
) 4
O2 (mg/L)
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
tempo (s)
onde:
FO2 = vazão de ar (m3/s)
N = velocidade de rotação do impelidor (s-1)
Di = diâmetro do impelidor (m)
(b) Por que, em processos com aeração, a potência requerida pelo agitador é
menor que a potência observada em um processo sem aeração?