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Escola Politécnica da UFBa

II UNIDADE:
CATÁLISE
HETEROGÊNEA
Integrantes:
Alinne Matos
Bianca Gomes
Isabela Barbosa
Ruan Santiago
TÓPICOS ABORDADOS
Leito de Lama

Reatores multifásicos Leito fluidizado

Leito gotejante

Exemplo: reator de leito de lama industrial

Exemplo: Determinando a resistência controladora

Exemplo: Reator de Deposição Química Vaporizada


REATORES MULTIFÁSICOS

Reator multifásico: reator em que há duas ou mais fases para conduzir a


reação -> líquido ou gás + sólido

Reação entre gás e Leito de Lama


líquido na superfície de
um sólido Leito gotejante

Para reações muito exotérmicas: uso da fase líquida como um meio


inerte para o gás entrar em contato com o sólido
REATORES DE LEITO DE LAMA
Reatores de leito de lama: reagente no estado gasoso é borbulhado através de uma
solução que há partículas sólidas de catalisador

Vantagens:
modo de operação (batelada ou contínuo)
bom controle de temperatura e recuperação de calor
Hidrogenação
Oxidação
Aplicações
Hidroformação
Etinilação
Formas de uso da fase líquida:
Como reagente: hidrogenação de linoleato de metila
Produto: ceras pafínicas
Inerte: síntese de Fischer-Tropsch
EXEMPLO: REATOR DE LEITO DE LAMA INDUSTRIAL

Objetivo História
Descrição de um reator de leito de Essa síntese foi desenvolvida pelos
lama em que a reação consiste na alemães Franz Fischer e Hans
conversão de CO e H2 (gás de síntese) Tropsch, na década de 1920, durante
para ceras parafínicas pela síntese a segunda guerra mundial para
Fischer-Tropsch. produzir combutível.

Reação Informações iniciais


Reator da Sasol
Processo real: uso de 3 ou 4
reatores em série
Considerações: fase líquida bem
misturada e distribuição uniforme
do catalisador.
ESQUEMA DO PROCESSO

Dados:
Tanque de 5 metro de diâmetro e 22 metros de altura.
Temperatura de operação: 240°C.
Pressão de operação: 20 atm.
Líquido utilizado: óleo pesado (pode ser produzida pela sintese
de Fischer-Tropsch).
Carga de catalisador: 100 kg/m³.
Refrigeração: trocador de calor interno usando água.
Vazão de entrada do gás: 150000 m³/h.
Vazão de saída da cera: 4,5 m³/h.
Composição corrente de entrada (gás): 12% CH4, 1% CO2, 29% CO e
58% H2.
Composição corrente de saída (gás efluente): 38% CH4, 14% CO2,
37% H2 e 11% CO+água+ hidrocarbonetos leves.
Composição corrente de saída (cera líquida): olefinas com
carbono de 20 a 50.
ETAPAS DE REAÇÃO

1- Absorção (da fase gasosa para


líquida na superfície das bolhas)

2- Difusão (superfície da bolha para


interior do líquido)

3- Difusão (interior do líquido para


superfície externa do catalisador)

4- Difusão (superfície para os poros do


catalisador)

5- Reação (no interior dos poros do


catalisador)

Obs.: Os produtos fazem o caminho inverso das etapas


LEITO DE LAMA

Reação utilizada: hidrogenação do linoleato de metila (L) para formar oleato de metila (O) na presença de um
catalisador sólido

Equilíbrio na interface gás-líquido:

C - concentração de i
P - pressão parcial de i
H- Constante de Henry
LEITO DE LAMA

VELOCIDADE DE ABSORÇÃO DO GÁS

Velocidade de absorção de H2 por unidade de linoleato:

kb- coeficiente de transferência de massa para absorção gasosa Ci- concentração de H2 no óleo na interface óleo-bolha
ab- área superficial da bolha Cb- concentração de H2 na solução

TRANSFERÊNCIA PARA A PARTÍCULA DE CATALISADOR

Velocidade de transferência de massa do hidrogênio que está no interior da solução até a superfície externa das
partículas de catalisador

kb- coeficiente de transferência de massa para as partículas m- carga do catalisador (concentração mássica)
ap- área superficial externa das partículas Cs- concentração de H2 na superfície externa da partícula
LEITO DE LAMA

DIFUSÃO E REAÇÃO DA PARTÍCULA DE CATALISADOR

Velocidade de difusão e reação no catalisador.

-r'a- velocidade real da reação n- massa de catalisador por unidade de volume de solução
-r'as- velocidade se a parte interna do catalisador tivesse a mesma exposição que a superfície

LEI DE VELOCIDADE

Lei de velocidade: primeira ordem em relação ao hidrogênio e primeira ordem em relação ao linoleato.
Considerações:
Linoleato está em excesso Cl = Cl0
Condições de superfície externa
Cs- concentração de H2 na superfície externa do catalisador
k- velocidade específica de reação
DETERMINAÇÃO DA ETAPA LIMITANTE

Considerando regime estacionário e um reator mistura perfeita ou


escoamento uniforme:

Rearranjando:
RESISTÊNCIA À
VELOCIDADE DE REAÇÃO

À difusão e reação no interior da


Resistência à absorção de gás
partícula de catalisador

Ao transporte para superfície da À difusão interna, reação e


partícula de catalisador difusão externa
MAGNITUDE DAS
RESISTÊNCIAS

Velocidade de Reação

Carga de catalisador
VARIAÇÃO DAS
RESISTÊNCIAS

Aumento da Efetividade A interseção aumenta


Aumento da Transferência de massa Inclinação se mantém
Diminuição do RCR
CONTROLE DA REAÇÃO

Adsorção controla a reação Difusão controla a reação


DIFUSÃO: INFLUÊNCIA DO
TAMANHO DA PARTÍCULA

Partículas Perquenas

Para pequenos valores de k, não afetam a velocidade da reação

Partículas com Tamanho Moderado

Se a difusão interna controla, a resistência variará linearmente com o tamanho da partícula

Partículas Grandes

A difusão externa pode ser limitante devido à distância maior que os reagentes precisam
percorrer para alcançar o interior das partículas
DIFUSÃO: INFLUÊNCIA DO
TAMANHO DA PARTÍCULA

Influência do tamanho da partícula


sobre a resistência controladora
INFLUÊNCIA DO CISALHAMENTO

Caso 1: Sem cisalhamento entre as partículas e o fluido

Se a difusão externa estiver dominando, a inclinação será por volta de 2.

A velocidade de agitação não influencia.

Caso 2: Com cisalhamento entre as partículas e o fluido

Se as resistências variam com potências próximas a 1,5, a difusão externa está dominando.

A velocidade de agitação influencia.


ALGORITMO DE DETERMINAÇÃO
DA ETAPA LIMITE

Construir uma série de gráficos de Ci/R como uma função


da carga de catalisador para diferentes diâmetros

Determine a resistência combinada a partir da inclinação


desses gráficos para cada diâmetro

Plote rc em função de dp em um gráfico log-log e a partir


desse gráfico determine a etapa controladora

Se a inclinação estiver entre 0; 1; 1,5; 1,7; 2 temos o que rege


a lei de velocidade, se não, existe mais de um fator
EXEMPLO 1 - DETERMINANDO A
RESISTÊNCIA CONTROLADORA

Etapa 1: Reator de leito de lama - escala laboratorial

Hidrogenação catálitica do linoleato de metila, nessa reação o hidrogênio é borbulhado


através do líquido contendo o catalisador.

Etapa 2: Reator da planta-piloto

Tentou-se reproduzir os resultados laboratoriais, mas sem sucesso.

Etapa 3: Questionamento

Qual o problema do reator da planta-piloto e como corrigi-lo.


EXEMPLO 1 - DETERMINANDO A
RESISTÊNCIA CONTROLADORA

Constrói um gráfico de Ci/(-rH2) em função de 1/m.

Determina a resistência combinada a partir da inclinação


desses gráficos para cada tamanho de partícula

Compara as resistências obtidas

Conclui como solucionar o problema


EXEMPLO 1 - DETERMINANDO A
RESISTÊNCIA CONTROLADORA

Constrói um gráfico de Ci/(-rH2) em função de 1/m.

Tabela 1: Dados dos experimentos realizados na Tabela 2: Dados das correlações


planta-piloto
EXEMPLO 1 - DETERMINANDO A
RESISTÊNCIA CONTROLADORA

Constrói um gráfico de Ci/(-rH2) em função de 1/m.


EXEMPLO 1 - DETERMINANDO A
RESISTÊNCIA CONTROLADORA

Determina a resistência combinada a partir da inclinação desses gráficos para


cada tamanho de partícula

Compara as resistências obtidas

Conclui como solucionar o problema

Como a resistência combinada é proporcional ao diâmetro da partícula, a difusão interna é a resistência


controladora. Para diminui-la deve-se utilizar uma partícula menor.
EXEMPLO 2 - PROJETO DE
REATOR DE LEITO DE LAMA

O linoleato de metila deve ser convertido a oleato de metila em um reator de leito de lama. Para isso, tem-se
que:
Volume do reator - 2 m³
Vazão molar de alimentação - 0,7 kmol/min
Pressão parcial H2 - 6 atm
Fator de conversão - 30%
Tamanho da partícula - 60 μm

1. A equação de projeto do CSTR é:

2. Multiplicando pela solubilidade do hidrogênio:


EXEMPLO 2 - PROJETO DE
REATOR DE LEITO DE LAMA

Igualando com a equação de velocidade de primeira ordem:

Tem-se:

Substituindo os dados, tem-se:

Dessa forma, tem-se que para uma conversão de 30% em oleato de metila, com catalisadores de 60μm, a
carga de catalisador é de 3,9kg/m³.
REATOR DE LEITO GOTEJANTE

Nos reatores de leito gotejante o gás e o líquido escoam de forma


concorrente, de cima para baixo, em um leito recheado de
catalisadores.

São utilizados no processo de hidrodessulfurização,


hidrotratamento e produção de, por exemplo, butanodiol.

As etapas de reação e transporte são parecidas com os reatores de


leito de lama, mudando as correlações para obter os coeficientes
de transferência de massa.

Figura - Reator de leito gotejante (Mederos,


Ancheyta e Chen, 2009).
ETAPAS DA REAÇÃO DE A (FASE
GASOSA)

Então, assim como no reator de leito de lama, foram desenvolvidas as equações para velocidade de transporte em
cada etapa.

1 - Transferência da fase gasosa do


escoamento para interface gás-líquido

2 - Equilíbrio na interface gás-líquido

3 - Transferência da interface para a


fase líquida

4 - Transferência da fase líquida para


superfície externa do catalisador

5 - Difusão e reação na partícula


ETAPAS DA REAÇÃO DE A (FASE
GASOSA)

Assumindo que a relação é de primeira ordem em relação ao gás dissolvido A e o líquido B, pode-se combinar todas
as 5 etapas e chegar na equação de velocidade global de A:

Onde:
kvg - coeficiente global de transferência do gás no interior da partícula (m³ gás/gcat x s)
H - constante de Henry
kg e kl - coeficientes de transferência de massa para fase líquida e gasosa
ai - área interfacial gás-líquido por unidade de volume do leito
CBs - concentração superficial de B

Fazendo o balanço molar para a espécie A, tem-se:


ETAPAS DA REAÇÃO DE B (FASE
LÍQUIDA)

1 - Transferência de B da fase líquida 2 - Difusão e reação de B no interior da


para a interface do catalisador sólido partícula de catalisador

A equação da velocidade global em B é:

Fazendo o balanço molar para a espécie B, tem-se:


LEITOS FLUIDIZADOS

Curva Característica do
Sistema
LEITOS FLUIDIZADOS

Modelo de leito borbulhante de Kunii e Levenspiel:


Leitos Fluidizados
Gás entra pelo fundo do leito e escoa reator acima (bolhas)
MODELO DE KUNII E
LEVENSPIEL

Modelo de leito borbulhante de Kunii e Levenspiel:


Bolhas sobem -> Transferência de massa (difusão) -> Contato com as partículas sólidas -> Produto

Afetam a conversão:
Velocidade de transferência para dentro e fora da bolha;
Tempo de residência da bolha
MODELO DE KUNII E
LEVENSPIEL

Velocidade de transporte dos gases para dentro e fora das bolhas:

Porosidade no ponto de mínima fluidização;


Velocidade de mínima fluidização;
Tamanho e Velocidade de ascenção da bolha;
Coeficientes de transferência de massa Kbc e Kce

Massa de catalisador em função da Conversão:

Fração do leito ocupada pelas bolhas e pelas esteiras;


Volumes do catalisador nas bolhas, nuvens e fases particuladas;
MODELO DE KUNII E
LEVENSPIEL

MASSA DE CATALISADOR EM FUNÇÃO DA CONVERSÃO:

Kcat = velocidade específica de reação ; experimental


REATOR PARA DEPOSIÇÃO
QUÍMICA A VAPOR (CVD)

Os reatores CVD envolvem a reação de um precursor


volátil injetado em uma câmera aquecida a uma
temperatura de reação que faz com que o gás reaja e
se ligue a superfície do material.

São muito utilizados na indústria microeletrônica


devido à sua capacidade de criar um coating na
superfície de peças mecânicas de modo a protegê-las
da oxidação e corrosão.
Figura - Encyclopedia of Physical Science and
Technology (Dahmen, Klaus-Herman, 2003).
REATOR PARA DEPOSIÇÃO
QUÍMICA A VAPOR (CVD)

Exemplo real:

Coating de Silício em uma superfície metálica:


Precursor: SiHCl3

SiHCl3 → Si + Cl2 + HCl

Si -> Se liga a superfície exposta


Cl2 e HCl são retirados do reator e "limpos".

Figura - Encyclopedia of Physical Science and


Technology (Dahmen, Klaus-Herman, 2003).
REATOR PARA DEPOSIÇÃO
QUÍMICA A VAPOR (CVD)

Figuras - SilcoTek, Chemical Vapor Deposition Benefits and Limitations


REFERÊNCIAS
[1] HISOUR. Processo Ficher-Tropsh. Disponível em:
https://www.hisour.com/pt/fischer-tropsch-process-41110/. Acesso em: 09 de
outubro de 2023.

[2] FOGLER, H. S. Elementos de Engenharia das Reações Químicas. 4ª edição.


Editora LTC. 2015.

[3] Mederos, F. S.; Ancheyta, J.; Chen, J. Review on criteria to ensure ideal
behaviors in trickle-bed reactors. Applied Catalysis A: General, v. 355, n. 1-2, p. 1-
19, 2009.

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