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Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Ciências e Tecnologia


Unidade Acadêmica de Engenharia Química
Professor: Antonio Tavernard Pereira Neto

Catálise e Reatores Catalíticos

Prof. Antonio Tavernard


2 Objetivos
 Definir um catalisador e descrever suas propriedades;

 Descrever as etapas de uma reação catalítica e aplicar o conceito de uma


etapa limitante de velocidade para derivar a lei da velocidade;

 Desenvolver uma lei de velocidade e determinar os seus parâmetros a partir


de um conjunto de dados de velocidade de reação gás-sólido;

 Descrever os diferentes tipos de desativação catalítica, determinar uma


equação para a atividade catalítica;

 Calcular a conversão ou massa de catalisador para diversos tipos de reatores.


3 Catalisadores - Definições
 São substâncias que afetam a velocidade de uma reação, mas emergem do
processo inalteradas.

 O desenvolvimento de catalisadores é importante na busca por novas formas


de aumentar o rendimento e seletividade de produtos a partir de reações
químicas.
4 Catalisadores - Definições
 Catálise homogênea:

 Processo nos quais um catalisador está em solução com pelo menos um dos
reagentes:

 Catálise heterogênea:

 Envolve mais de uma fase. Normalmente o catalisador é sólido e os reagentes e


produtos estão na forma líquida ou gasosa.

 É o tipo mais comum.

 A separação simples e completa da mistura de produtos fluidos do catalisador


sólido torna a catálise heterogênea economicamente atrativa.

 A reação catalítica deste tipo ocorre na interface fluido-sólido ou muito próximo


dela.
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Catalisadores – Propriedades do
Catalisador
 Para obter uma velocidade de reação significativa, uma grande área
interfacial pode ser útil ou mesmo essencial.

 Esta área é fornecida por uma estrutura porosa.

 Por exemplo: Um catalisador de sílica-alumina possui um volume de poros


de 0,6cm³/g e um raio médio de poro de 6nm. A área superficial
correspondente é de 300 m²/g.

 Um catalisador que tem uma grande área resultante de poros é chamado de


catalisador poroso.

 Alguns materiais possuem poros muito pequenos e são chamados de peneiras


moleculares, podem ser derivados de produtos naturais como zeólitas ou
argilas específicas.
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Catalisadores – Propriedades do
Catalisador
 Catalisador monolítico:
 Suficientemente ativos de forma que o esforço para requerido para criar um
catalisador poroso seria um desperdício.

 Encontrados em processos onde a perda de pressão e remoção de calor são


preocupações importantes.

 Catalisador suportado:
 Minúsculas partículas de um material ativo dispersos sobre uma
substância menos ativa chamada suporte.
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Catalisadores – Propriedades do
Catalisador

 Desativação
 Declínio na atividade do reator à medida que o tempo passa.

 Pode ser causada por três fenômenos

 Envelhecimento: Mudança gradual na estrutura cristalina da superfície.

 Envenenamento e Formação de coque: Depósito de um material estranho sobre as


porções ativas da superfície do catalisador.

 Pode ser muito rápida ou muito lenta.


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Catalisadores – Propriedades do
Catalisador
 Adsorção

 Adesão dos reagentes à superfície do catalisador

 Se dá por dois processos diferentes:

Adsorção Física Adsorção Química

• Processo exotérmico
• Processo exotérmico • Entalpia de adsorção
• Entalpia de adsorção alta: 10 a 100 kcal/mol
baixa: 1 a 15 kcal/mol • Forças entre as
• Forças entre as moléculas de gás e a
moléculas de gás e a superfície do sólido são
superfície do sólido são fortes
fracas • Altera a velocidade de
uma reação química
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Catalisadores – Propriedades do
Catalisador
 A reação não é catalisada sobre toda a superfície do sólido, mas apenas em
certos sítios ativos ou centros.

 Sítio ativo: Ponto na superfície do catalisador que pode formar ligações


químicas fortes com um átomo ou molécula adsorvidos.

 Um parâmetro para quantificar a atividade de um catalisador é a frequência


de reação: Número de moléculas reagindo por sítio por segundo nas
condições do experimento.
Etapas de uma reação catalítica
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1. Transferência de massa (difusão) dos reagentes do interior da fase fluida
para a superfície da partícula de catalisador.

2. Difusão do reagente da entrada do poro, através dos poros do catalisador,


até as proximidades da superfície catalítica interna.

3. Adsorção do reagente A sobre a superfície catalítica.

4. Reação na superfície do catalisador

5. Dessorção dos produtos da superfície

6. Difusão dos produtos do interior da partícula até a entrada na superfície


externa
Onde queremos chegar?
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Obter os dados utilizando


reatores de laboratório (Cap. 5)

Desenvolva um mecanismo e
Sintetize a lei de velocidade a
assuma a etapa limitante de
partir dos dados obtidos
velocidade

Estime os parâmetros da lei de


velocidade Projete o reator
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Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
  A adsorção de A sobre um sítio S é representada por:

 A concentração molar total de sítios ativos por unidade de massa de


catalisador será representada por: Ct (mol/g.cat)
 A concentração molar de sítios vazios será representada por Cv
 Algumas definições adicionais incluem:
 Pi = Pressão parcial da espécie i na fase gasosa, atm
 Ci.S = Concentração de sítios na superfície ocupados pela espécie i,
mol/g.cat
A B

Representação de sítios vazios e ocupados


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Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
  Balanço de sítios:

 Um sistema modelo é proposto e a isoterma obtida é comparada com


os dados experimentais mostrados na curva.

 Dois modelos serão postulados para o monóxido de carbono sobre


metal, por meio da:

Adsorção Molecular Adsorção Dissociativa


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Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
  Adsorção Molecular

 A velocidade de fixação das moléculas de monóxido de carbono é a fração


de moléculas que se choca com a superfície e que se torna adsorvida. E é
diretamente proporcional ao produto da pressão parcial de CO e à
concentração de sítios vazios:

 A velocidade de desprendimento é diretamente proporcional à concentração


de sítios ocupados pelas moléculas:
15
Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
 
16
Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
 
17
Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
 
18
Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
19
Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
 
20
Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
 
21
Etapas de uma reação catalítica –
Isotermas de Adsorção
 Se o modelo for correto, um gráfico de (PCO1/2/CO.S) em função de PCO1/2
deveria ser linear

 Quando mais de uma substância está presente, as equações das isotermas de


adsorção são um pouco mais complexas. Contudo, os princípios são os
mesmos.
22
Etapas de uma reação catalítica – Reação
 
na superfície

A B
23
Etapas de uma reação catalítica – Reação
 
na superfície

A B
24
Etapas de uma reação catalítica – Reação
 
na superfície

A B C D
25
Etapas de uma reação catalítica – Reação
 
na superfície

A B C D
26
Etapas de uma reação catalítica – Reação
 
na superfície

C D
A B
27
Etapas de uma reação catalítica –
Dessorção
 
Etapas de uma reação catalítica – A Etapa
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Limitante da Velocidade
Reações heterogêneas, Regime estacionário:

-r’A = rAD = rS = rD

Qual etapa da série (adsorção, reação na superfície e dessorção) está limitando a velocidade
global da reação?

A abordagem para se determinar mecanismos catalíticos heterogênios é usualmente chamada de


abordagem de Langmuir-hinshelwood.
 Assumir uma sequencia de etapas na reação
 Escolha entre mecanismos tais como adsorção molecular atômica, e reação de sítio único ou duplo
 Escrever as leis de velocidade para as etapas individuais, assumindo que todas as etapas são
reversíveis
 Uma etapa limitante é postulada, e as etapas que não são limitantes da velocidade são utilizadas para
eliminar todos os termos dependentes do grau de cobertura da superfície
 Hipótese de que a atividade da superfície para adsorção, dessorção ou reação superficial é
independente do grau de cobertura; isto é, a superfície é essencialmente uniforme em relação às
várias etapas da reação
Sintetizando a Lei de Velocidade,
Mecanismo e Etapa Limitante
 Desejamos agora desenvolver leis de velocidade para reações catalíticas que
não são limitadas pela difusão.
 Consiste em observações experimentais.

 Discutiremos uma reação catalítica em particular, a decomposição do


cumeno para formar benzeno e propileno.

C3H6
CH(CH3)2
CH(CH3)2 C3H6

29
Adsorção Reação na Dessorção
de cumeno superfície de benzeno

Sequência de etapas em uma reação controlada pela reação na superfície


Sintetizando a Lei de Velocidade,
30
Mecanismo e Etapa Limitante
 A seguinte nomenclatura será utilizada para designar várias espécies nesta reação:
C = cumeno B = benzeno P = propileno I = inibidor

 Reação Global: C→B+P

 Adsorção de cumeno sobre a superfície


C + S ↔ CS
 
 Reação na superfície para formar benzeno adsorvido e propileno na fase gasosa
CS ↔ BS + P
 
 Dessorção de benzeno da superfície
BS ↔ B + S
Sintetizando a Lei de Velocidade,
31
Mecanismo e Etapa Limitante
Tratamos cada etapa como uma reação elementar.
 As concentrações das espécies na fase gasosa são substituídas pelas suas respectivas pressões
parciais CC → PC

 Adsorção do Cumeno:
 
   
 

 Reação na superfície

   
 

Obs.: O propileno não é adsorvido na superfície. Portanto, sua concentração na superfície, C PS, é zero.
Sintetizando a Lei de Velocidade,
32
Mecanismo e Etapa Limitante
 Dessorção

 
𝑟  𝐷=𝑘 𝐷 𝐶 𝐵𝑆 − 𝑘 − 𝐷 𝑃𝐵 𝐶 𝑣
 

 
Sintetizando a Lei de Velocidade,
33
Mecanismo e Etapa Limitante
 A Adsorção do Cumeno é a Etapa Limitante da Velocidade?

 Consideramos que a constante de velocidade de reação desta etapa (neste caso k A) é pequena
em relação às velocidades específicas de reação das outras etapas (neste caso k S e kD)

 𝑟 =𝑘 (𝑃 ¿𝐶 𝐶 − 𝐶 𝐶𝑆 )¿
𝐴𝐷 𝐴 ¿ 𝑣
𝐾𝐶
 Para regime estacionário: -r’C = rAD = rS = rD

   

 Para sermos capazes de expressar CCS somente em termos das pressões parciais das espécies
presentes, precisamos avaliar CBS
Sintetizando a Lei de Velocidade,
34
Mecanismo e Etapa Limitante
Temos que:
 

   

Logo,   𝐾 𝐵 𝑃𝐵 𝑃 𝑃 𝐶 𝑣   𝑃𝐵 𝑃𝑃
𝐶𝐶𝑆 = 𝑟 𝐴𝐷 =𝑘 𝐴 (𝑃 ¿ ¿ 𝐶 − )𝐶 𝑣 ¿
𝐾𝑆 𝐾𝑃

onde KP = KS KC/KB é a constante de equilíbrio global em termos de pressões


parciais.

 A constante de equilíbrio pode ser determinada a partir de dados termodinâmicos


e está relacionado à variação da energia livre de Gibbs:
𝑅𝑇
  ln 𝐾 =− ∆ 𝐺º
Sintetizando a Lei de Velocidade,
35
Mecanismo e Etapa Limitante
 A concentração dos sítios vazios, CV, pode ser encontrada pela utilização do balanço de
sítios para fornecer a concentração total de sítios, C T, que é assumido constante 
CT = Cv + CCS + CBS  

 Substituindo as devidas equações, encontra-se


  𝑣= 𝐶𝑇
𝐶
𝐾 𝐵 𝑃𝐵 𝑃𝑃
( 1+
𝐾𝑆
+ 𝐾 𝐵 𝑃𝐵
)
 Portanto, a Lei de Velocidade para a decomposição catalítica do cumeno é: 

  𝑃𝑃 𝑃𝐵
𝐶𝑡 𝑘 𝐴 ( 𝑃𝐶 − )
′ 𝐾𝑃
−𝑟 𝐶 =𝑟 𝐴𝐷 =
𝐾 𝐵 𝑃𝑃 𝑃𝐵
1+ + 𝐾 𝐵 𝑃𝐵
𝐾𝑆

 Desejamos esquematizar agora um gráfico da velocidade inicial em função da pressão


parcial de cumeno, PC0. 
Sintetizando a Lei de Velocidade,
36
Mecanismo e Etapa Limitante
 Inicialmente nenhum produto está presente, logo:

PP = PB = 0 
 A velocidade inicial é dada:
-r’C0 = rAD = CTkAPC0
 Se a decomposição do cumeno é limitada pela adsorção, então a velocidade
inicial será linear com a pressão parcial inicial de cumeno.

Reação não-inibida e limitada por adsorção


Sintetizando a Lei de Velocidade,
37
Mecanismo e Etapa Limitante
 A Reação na Superfície é a Etapa Limitante da Velocidade?
 

  𝑃 𝑃 𝑃𝐵
𝐶 𝑡 𝑘 𝑆 𝐾 𝐶 ( 𝑃𝐶 − )
′ 𝐾𝑃
−𝑟 𝐶 =𝑟 𝑆 =
1+ 𝐾 𝐵 𝑃 𝐵 + 𝐾 𝐶 𝑃𝐶

  ′ 𝐶 𝑡 𝑘 𝑆 𝐾 𝐶 𝑃 𝐶𝑂
−𝑟 𝐶𝑂 =𝑟 𝑆=
1+ 𝐾 𝐶 𝑃𝐶𝑂
 
  ′ 𝑘 𝑃 𝐶𝑂
−𝑟 𝐶𝑂 =𝑟 𝑆=
1+ 𝐾 𝐶 𝑃𝐶𝑂
Controle pela reação na superfície

 A baixas pressões parciais de cumeno 1>> KCPC0


 A velocidade inicial aumentará linearmente com a pressão parcial inicial de cumeno: - r’C0 = kPC0
 A altas pressões parciais KCPC0>>1, - r’C0 = rS = k/ KC. E a velocidade é independente da
velocidade parcial de cumeno.
Sintetizando a Lei de Velocidade,
38
Mecanismo e Etapa Limitante
 A Dessorção é a Etapa Limitante da Velocidade?

  𝑃𝑃 𝑃𝐵
𝐶 𝑡 𝑘 𝐷 𝐾 𝑆 𝐾 𝐶 (𝑃 𝐶 − )
′ 𝐾 𝑃
−𝑟 𝐶 =𝑟 𝐷=
𝑃 𝑃 + 𝐾 𝐶 𝑃𝐶 𝐾 𝑆 + 𝐾 𝐶 𝑃 𝑃 𝑃 𝐶

 Para determinar a dependência da velocidade inicial sobre a pressão parcial


de cumeno, fazemos novamente PP = PB = 0 e - r’C = CTkD

Reação controlada pela etapa de dessorção.


Sintetizando a Lei de Velocidade,
39
Mecanismo e Etapa Limitante
 Dependência da Temperatura na Lei de Velocidade
 
A velocidade específica de reação, k, normalmente seguirá a dependência de
Arrhenius e aumentará exponencialmente com a temperatura. Todavia, a
adsorção de qualquer espécie na superfície é um processo exotérmico.
Consequentemente, quanto mais alta a temperatura, menor será a constante de
equilíbrio de adsorção. Portanto, para altas temperaturas, o denominador das
leis de velocidades catalíticas tende a 1.
Análise de Dados Heterogêneos para o
40
Projeto do Reator
 Quatro operações que os engenheiros de reatores precisam ser capazes de
executar:

Deduzir

Lei de Velocidade

 Usaremos a hidrometilação de tolueno para ilustrar essas quatro operações:


41 Problema

Problema: Projetar um reator de leito de recheio (PBR) para processar uma


alimentação que consiste em 30% de tolueno, 45% de hidrogênio e 25% de
inertes. O tolueno é alimentado a uma vazão de 50 mol/min na temperatura de
640ºC e a uma pressão de 40 atm (4052 kPa).

C6 H 5CH 3  H 2  C6 H 6  CH 4
Análise de Dados Heterogêneos para o
Projeto
42 do Reator
Tabela 1: Dados obtidos num reator diferencial
Pressão Parcial (atm)
r’T = 1010
Experimento mol de tolueno Tolueno Hidrogênio Metano Benzeno
g cat.s PT PH2 PM PB
Conjunto A
1 71,0 1 1 1 0
2 71,3 1 1 4 0
Conjunto B
3 41,6 1 1 0 1
4 19,7 1 1 0 4
5 42,0 1 1 1 1
6 17,1 1 1 0 5
Conjunto C
7 71,8 1 1 0 0
8 142,0 1 2 0 0
9 284,0 1 4 0 0
Conjunto D
10 47,0 0,5 1 0 0
11 71,3 1 1 0 0
12 117,0 5 1 0 0
13 127,0 10 1 0 0
14 131,0 15 1 0 0
15 133,0 20 1 0 0
16 41,8 1 1 1 1
Análise de Dados Heterogêneos para o
43
Projeto do Reator
 1º Passo: Deduzindo a Lei de Velocidade a partir dos dados
experimentais.
Que conclusões qualitativas podemos extrair dos dados a respeito da
dependência da velocidade de consumo do tolueno sobre as pressões parciais de
tolueno, hidrogênio, metano e benzeno?

 Dependência em relação ao produto metano

Pressão Parcial (atm)


r’T = 1010
Experimento mol de tolueno Tolueno Hidrogênio Metano Benzeno
g cat.s PT PH2 PM PB
Conjunto A
1 71,0 1 1 1 0
2 71,3 1 1 4 0
Conjunto B
3 41,6 1 1 0 1
4 19,7 1 1 0 4
5 42,0 1 1 1 1
6 17,1 1 1 0 5
Conjunto C
7 71,8 1 1 0 0
8 142,0 1 2 0 0
Análise de Dados Heterogêneos para o
44
Projeto do Reator
 1º Passo: Deduzindo a Lei de Velocidade a partir dos dados
experimentais.

1
 Dependência em relação ao produto benzeno  r 'T 
1  K B PB  ...
Pressão Parcial (atm)
r’T = 1010
Experimento mol de tolueno Tolueno Hidrogênio Metano Benzeno
g cat.s PT PH2 PM PB
Conjunto A
1 71,0 1 1 1 0
2 71,3 1 1 4 0
Conjunto B
3 41,6 1 1 0 1
4 19,7 1 1 0 4
5 42,0 1 1 1 1
6 17,1 1 1 0 5
Conjunto C
7 71,8 1 1 0 0
8 142,0 1 2 0 0
9 284,0 1 4 0 0
Análise de Dados Heterogêneos para o
45
Projeto do Reator
 1º Passo: Deduzindo a Lei de Velocidade a partir dos dados
experimentais.
PT
 r 'T 
1  K T PT  ...
 Dependência em relação ao tolueno
Pressão Parcial (atm)
r’T = 1010
Experimento mol de tolueno Tolueno Hidrogênio Metano Benzeno
g cat.s PT PH2 PM PB
Conjunto A
1 71,0 1 1 1 0
2 71,3 1 1 4 0
Conjunto B
3 41,6 1 1 0 1
4 19,7 1 1 0 4
5 42,0 1 1 1 1
6 17,1 1 1 0 5
Conjunto D
10 47,0 0,5 1 0 0
11 71,3 1 1 0 0
12 117,0 5 1 0 0
13 127,0 10 1 0 0
14 131,0 15 1 0 0
15 133,0 20 1 0 0
16 41,8 1 1 1 1
Análise de Dados Heterogêneos para o
46
Projeto do Reator
 1º Passo: Deduzindo a Lei de Velocidade a partir dos dados
experimentais.
 r 'T  PH 2
 Dependência em relação ao hidrogênio
Pressão Parcial (atm)
r’T = 1010
Experimento mol de tolueno Tolueno Hidrogênio Metano Benzeno
g cat.s PT PH2 PM PB
Conjunto A
1 71,0 1 1 1 0
2 71,3 1 1 4 0 kPH 2 PT
 r 'T 
Conjunto B
1  K B PB  KT PT
3 41,6 1 1 0 1
4 19,7 1 1 0 4
5 42,0 1 1 1 1
6 17,1 1 1 0 5
Conjunto C
7 71,8 1 1 0 0
8 142,0 1 2 0 0
9 284,0 1 4 0 0
Análise de Dados Heterogêneos para o
47
Projeto do Reator
 2º Passo: Encontrando um mecanismo consistente com as observações experimentais
 Aproximadamente 75% de todos os mecanismos de reações heterogêneas são limitados pela etapa
de reação na superfície em vez da etapa de adsorção/dessorção.

Adsorção:

 C 
T( g )  S  T .S rAD  k A  Cv PT  TS 
 KT 

Reação na Superfície:

 C P 
H 2( g )  T .S  B.S  M ( g ) rS  k S  PH 2 CTS  BS M 
 KS 

Dessorção:
B.S  B( g )  S rD  k D  C BS  K B PB Cv 
Análise de Dados Heterogêneos para o
48
Projeto do Reator
 2º Passo: Encontrando um mecanismo consistente com as observações
experimentais

 Como a reação é limitada pela etapa de reação na superfície, precisamos encontrar


CTS e CBS em função de variáveis que possamos medir.

rAD
0
 k
Para obterA C , fazemos um balanço de sítios:
v

 Substituindo as expressões encontradas para C TS, CBS e Cv na equação para reação na


superfície temos:
Análise de Dados Heterogêneos para o
49
Projeto do Reator
 3º Passo: Avaliação dos parâmetros da lei de velocidade

 No trabalho original sobre essa reação, mais de 25 modelos foram testados na


avaliação dos dados experimentais, e concluiu-se que o mecanismo e a etapa
limitante dados anteriormente são a opção correta. A Lei de Velocidade encontrada:

 As técnicas de regressão múltipla descritas no Cap. 05 poderiam ser utilizadas para


determinar os parâmetros 𝑌
 da𝑖=𝑎 +𝑎 1 𝑋 1 𝑗+utilizando
lei de0 velocidade, 𝑎2 𝑋 2 𝑗 a equação:
Análise de Dados Heterogêneos para o
50
Projeto do Reator
 Exemplo: Análise de Regressão para Determinar os Parâmetros k, K T e
KB

Solução:
Os dados da Tabela foram alimentados ao programa de mínimos quadrados
não-linear do MATLAB com a seguinte modificação. As velocidades de
reação na coluna 1 foram multiplicadas por 10 10 de forma que os números
fossem introduzidos diretamente.

A equação do modelo encontrada anteriormente é:


Análise de Dados Heterogêneos para o
51
Projeto do Reator
 
Análise de Dados Heterogêneos para o
52
Projeto do Reator
 4º Passo: Projeto do Reator

 Expressar as pressões parciais PT, PB e PH2 como uma função de X, combinar as pressões parciais
com a lei de velocidade, -r’A, como uma função da conversão, e realizar a integração da equação de
projeto do reator

 Exemplo: Projeto de Reator de Leito Fixo

A hidrometilação do tolueno deve ser conduzida em um reator de leito de recheio. Plote a


conversão como uma função da massa de catalisador. A vazão molar de alimentação do tolueno
ao reator é de 50 mol/min e o reator é operado a 40 atm e 640°C. A alimentação consiste em
30% de tolueno, 45% de hidrogênio e 25% de inertes. O parâmetro de perda de pressão é de
9,8 x 10-5 kg-1. Determine também a massa de catalisador em um CSTR com um volume
reacional de massa específica de 400 kg cat/m³
Análise de Dados Heterogêneos para o
53
Projeto do Reator
 
Análise de Dados Heterogêneos para o
54
Projeto do Reator
Análise de Dados Heterogêneos para o
55
Projeto do Reator

Perfil de conversão
Análise de Dados Heterogêneos para o
56
Projeto do Reator
 
57 Desativação Catalítica
 Temos assumido até agora que a
atividade do catalisador permanece
constante durante a vida útil do
catalisador. Reações

 Um dos maiores problemas em Cinética Separável Cinética

catálise é a perda da atividade


Não-separável

catalítica que ocorre à medida que a -rA' = a (história passada) x


-rA' (catalisador virgem)
-rA' = -rA'
(história passada, catalisador virgem)

reação se desenvolve sobre o


catalisador.

 A desativação catalítica adiciona um


outro nível de complexidade ao
problema de se encontrar os
parâmetros cinéticos e caminhos da
reação.
58 Desativação Catalítica
 Atividade Catalítica

Atividade em função do tempo.

 A velocidade de consumo de A para um catalisador virgem é dada por:

 Combinando com a equação da atividade, temos:


 

a(t) = atividade catalítica, função do tempo


k(T) = velocidade específica de reação, função da temperatura
Ci = concentrações dos reagentes e produtos
59 Desativação Catalítica
 A velocidade de desativação catalítica, r d, pode ser expressa como uma lei de
velocidade análoga à equação acima:

kd = constante de velocidade específica de desativação


h(Ci) = dependência funcional de rd em relação às concentrações dos reagentes

Obs.: A funcionalidade do termo de atividade, p[a(t)], na lei decaimento pode


assumir uma variedade de formas. Decaimento de primeira ordem: p(a) = a.
Decaimento de segunda ordem: p(a) = a². Essa função variará com o sistema
catalítico gasoso que está sendo usado e com a causa da desativação catalítica.
60 Tipos de Desativação Catalítica

 Existem 3 tipo nos quais a perda de atividade catalítica pode ser


dividida:

1. Desativação por Sinterização ou Envelhecimento

2. Desativação por entupimento ou formação de coque

3. Desativação por envenenamento


61 Desativação por Sinterização

 A Sinterização é a perda de atividade catalítica devido à área


superficial ativa,resultante da exposição prolongada a altas
temperaturas da fase gasosa.

 A perda da área superficial ativa pode acontecer por aglomeração de


cristais e crescimento as partículas metálicas sobre o suporte, como
por diminuição do tamanho ou fechamento dos poros no interior do
catalisador.

 A desativação pode ser uma função da concentração gasosa da


corrente principal.
62

Decaimento por sinterização: aglomeração de sítios metálicos depositados

Decaimento por sinterização: fechamento de poros


63 Desativação por Sinterização

 Embora existam outras formas de lei de velocidade de decaimento a mais


usada é a de segunda ordem com relação a atividade presente.

 Integrando com a=1 no tempo t=0

 Mas a quantidade de sinterização é medida em área ativa de catalisado


64 Desativação por Sinterização

 A constante de sinterização pode ser encontrada pela equação de


Arrhenius:

 Ed é a energia de ativação por decaimento


65 Desativação por Entupimento

 Essa desativação resulta da deposição de material cabonáceo


(coque) sobre o catalisador. A quantidade de coque formada na
superfície depois de um tempo t obedece a relação empírica:

 Onde é a concentração de carbono na supercicie e n e A são os


parâmetros de entupimento (fouling) que podem ser função da
vazão de alimentação.
66

Decaimento por formação de coque.


67 Desativação por Entupimento
 Diferentes funcionalidades entre a atividade e a quantidade de coque na superfície tem
sido observadas pela equação:

 Outras formas também utilizada são:

 Catalisadores desativados por formação e coque podem ser recuperados pela queima do
carbono
68 Desativação por Envenenamento

 A desativação por esse mecanismo ocorre devido a moléculas de


veneno que tornam-se irreversivelmente quimissorvidas aos
sítios ativos do catalisador. As moléculas de veneno podem ser o
reagente e/ou produto da reação ou impurezas na corrente de
entrada

 Veneno na corrente de alimentação:


 Reação principal
69 Desativação por Envenenamento

 Reação de envenenamento:

 Se assumirmos que a velocidade de remoção do veneno da corrente gasosa reagente


para os sítios catalíticos for proporcional ao numero de sítios que não estão
envenenados e a concentração de veneno na fase gasosa temos:

 Como cada molécula absorvida da fase gasosa para o sítio catalítico, assumimos
que para envenena-lo, esta velocidade é também igual a velocidade de remoção dos
sítios da superfície
70 Desativação por Envenenamento

 Dividindo por e fazendo a fração do numero total de sítios que foram


envenenados, obtem-se:

 A fração de sítios disponíveis pela adsorção (1- ) é a atividade:


71 Desativação por Envenenamento

 Envenenamento por reagentes e produtos:


 Para casos em que o reagente principal age como veneno as leis
de velocidade são:

 Para a cinética de desativação separável, resultante do contanto


com um veneno à concentração constante:
72 Desativação por Envenenamento

 Caso o decaimento seja de primeira ordem a solução da equação


anterior fica:

 Também existem leis empíricas que descrevem decaimento, a


tabela seguinte possui alguns exemplos e aplicações
73
 74
Exemplo: Decaimento catalítico

A reação de craqueamento em fase gasosa do tipo:

Óleo cru → produtos


A→B +C

É conduzida em um reator CSTR fluidizado. A corrente de alimentação contem


80% de oleo cru (A) e 20% de inertes. O óleo cru contem compostos de enxofre
que envenenam o catalisador. Como primeira aproximação , assumiremos que a
reação de craqueamento é de primeira ordem em relação à atividade presente e de
primeira ordem em relação a concentração do reagente. Assumindo que o leito
pode ser modelado como um CSTR bem misturado, determine a concentração de
reagente , atividade e conversão como uma função do tempo. A vazão
volumetrica de alimentação ao reator é de 5000 m³/h. Existe 50000kg de
catalisador e a massa especifica do leito é 500kg/m³. C A0=0,8mol/dm³, k=45h-1,
CT0=1 mol/dm³, kd=9dm³/mol*h
Solução:

75
1. Balanço molar para o reagente:

2. Lei de velocidade:

3. Lei de decaimento:

4. Estequiometria:
5. Isolando da equação anterior:

76

6. Combinando as equações acima com a do balanço molar temos:

Dividindo ambos os lados por V


77

Variação de CA, a, e X com o tempo em um CSTR


78 Trajetórias temperatura-Tempo

 Em muitos reatores de grande escala, tais como os usados em


hidrotratamento onde ocorre desativação por envenenamento, o
decaimento catalítico é relativamente lento. Nesses sistemas de
escoamento continuo necessita-se de conversão constante para
não perturbar as fases seguintes do processo.

 Uma das maneiras de manter a conversão constante mesmo com


desativação catalítica é aumentar a temperatura gradativamente
de maneira que a velocidade da reação seja a mesma durante o
tempo
79 Trajetórias temperatura -Tempo
 Para uma reação de primeira ordem, temos:

 Desprezando quaisquer variação na concentração, de forma que o produto da


atividade pela constante especifica da reação seja constante e igual a
velocidade inicial temos:

 O objetivo é encontrar como a temperatura deveria ser variada com o tempo


de forma a manter a conversão constante:
80 Trajetórias temperatura-Tempo

 Isolando 1/T:

 Da lei do decaimento temos:

 Substituindo a primeira equação na segunda e rearranjando:


Trajetórias temperatura -Tempo
81
 Integrando para a=1 a t=0 para o caso de n

 Isolando o valor de a na equação e substituir na


equação acima:

 Onde é o decaimento constante à temperatura, a energia de ativação da


reação, e a energia de ativação para decaimento catalítico
82 Determinação da Ordem de
Desativação
 Quando as concentrações de reagentes e produtos em fase gasosa
mudam muito lentamente com o tempo, as formas de regime
pseudo-estacionárias dos balanços molares podem ser utilizadas.
 Para uma reação irreversível de ordem n conhecida conduzidas
em um CSTR ou um reator diferencial com massa de catalisador
W

O balanço molar é
83 Determinação da Ordem de
Desativação
 Caso a ordem da reação não seja conhecida é necessário um
modelo dual , com solução por tentativa e erro. A ideia é
encontrar o modelo mais simples que se ajuste aos dados.

 Supondo decaimento de primeira ordem em um CSTR:

 Sabendo que , substituindo o valor de k na


equação acima e aplicando a função ln temos:
84
Determinação da Ordem de Desativação

 O gráfico de em função de t deve resultar em uma


linha reta cuja inclinação é a constante de velocidade de
desativação, caso sua suposição inicial estiver correta. O valor Da
constante de velocidade especifica da reação, k, pode ser
encontrado pela interseção do gráfico
85

Obrigado!

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