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Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Instituto de Química e Biotecnologia – IQB

Açúcar e Álcool
Arthur Gomes Rodrigues
Conteúdos
• Introdução ao setor;
• Principais produtos;
• Plantio da cana: Considerações sobre topografia, características físicas
e químicas do solo, variedades de cana, parâmetros de análises de
solo;
• Colheita da cana;
• Processamento da cana desde a chegada da matéria-prima na usina,
até a comercialização dos produtos;
• Controle de qualidade (métodos analíticos);
INTRODUÇÃO
• O cultivo de cana no Brasil teve início no período colonial, nessa época, o
açúcar tinha um alto valor agregado;
• Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, exportando
cerca de 65% da produção total, sendo o VHP o carro chefe da exportação;
INTRODUÇÃO
Principais produtos
• Açúcar VHP;
• Açúcar Cristal;
• Açúcar Demerara,
• Açúcar triturado;
• Açúcar Refinado;
• Mel Rico;
• Melaço;
• Etanol hidratado;
• Etanol anidro;
• Cachaça;
• Óleo fúsel;
• Bagaço de cana hidrolisado;
• Vinhaça;
• Torta;
• Energia elétrica;
Plantio da cana
• Estudos são realizados para se avaliar a viabilidade do plantio;
• Diversos parâmetros devem ser avaliados, tais como:

Topografia do local Características físicas Características Químicas


Plantio da cana
Variedades da cana
Colheita da cana

Colheita manual Colheita mecanizada


Processamento da cana

• No processo industrial, existem 3 parâmetros decisivos para o bom


desempenho da atividade sucroalcooleira tais como: Elevado índice
de recuperação de açúcar e álcool, mínimo custo operacional possível
e altos índices de geração de energia elétrica.
• Com base nesses parâmetros, o processo de produção de açúcar e
etanol é bastante complexo, se comparado a outros processos
indústriais.
Processamento da cana – Etapas gerais
Tratamento do
Chegada da açúcar
Cristalização
cana na usina

Preparo da cana Cozimento Distribuição e


para a moagem comercialização

Moagem da
Evaporação
cana

Obtenção do Tratamento do
caldo caldo
Chegada da cana na usina
• A Cana-de-açúcar chega na usina através de longos caminhões de
aproximadamente 40 m de comprimento conhecidos como
treminhões canavieiros;
Pesagem da matéria-prima
• A pesagem da cana-de-açúcar é realizada em balanças eletrônicas
rodoviárias automatizadas, com cerca de 30 metros de comprimento
e cerca de 120 toneladas de capacidade.
• Essas balanças possuem sensores chamados de células de carga, que
sustentam a plataforma onde será posicionado o treminhão;
• A balança é geralmente tarada;
• Nessa etapa, uma amostra da cana é levada ao laboratório de
sacarose para a realização das análises;
Pesagem da matéria-prima
Descarga da cana
• A cana é descarregada por um guincho mecânico, denominado hilo
tombador que possui capacidade de levantar de 20 a 50 toneladas;
Preparo da cana para a moagem
• Após chegar a usina, a cana passa por diversas operações unitárias
para que esteja pronta para a extração do caldo;
• Antes de tudo, a cana deve passar por uma rigorosa limpeza, afim de
se remover impurezas, tais como: Areia, terra, cinzas e outros
resíduos;
• A limpeza é diferenciada e depende da forma como a cana foi colhida;
Preparo da cana para a moagem
Moagem
• A moagem é realizada na moenda;
• A moenda possui uma série de ternos de rolos que são responsáveis
por esmagar a cana-de-açúcar;
• Cada terno deve possuir um quarto rolo de diâmetro menor,
denominado rolo de pressão;
• A alimentação de cada terno/ estágio da moenda é feita através de
uma calha de seção retangular, chamada de Chute Donnelly;
Moagem
Moagem

• Para garantir a bua produtividade, a velocidade de rotação dos rolos


deve ser controlada, bem como a abertura entre os mesmos;
Moagem
Preparo do caldo
• O caldo que sai da moagem deve passar por diversos tratamentos
para a retirada de impurezas;
• Primeiro, o caldo passa por um tratamento primário, que consiste em
uma série de separações mecânicas em diferentes equipamentos.
Esta etapa, tem como objetivo eliminar o material mais grosseiro em
suspensão;
Tratamento químico
O tratamento químico tem como objetivo remover impurezas menores,
tais como substâncias solúveis (colóides) ou insolúveis, através de
coagulação, floculação e precipitação das impurezas;
Além da remoção das impurezas, o tratamento químico proporciona
uma correção do pH, que deve estar entre 4,0 e 4,5;
Tratamento químico - Sulfitação
Tratamento químico - Calagem
Tratamento químico – Fluxograma completo
Tratamento químico – Fluxograma completo
Tratamento químico – Filtração do lodo
• Lodo é o nome dado às impurezas oriundas do caldo, que foram
precipitadas;
• Parte da sacarose do caldo fica retida no lodo, sendo necessária a
recuperação desta para se evitar perdas no processo;
• Essa recuperação é feita diluindo-se o caldo residual presente no
lodo, e o filtrando em seguida;
Tratamento químico – Filtração do lodo
Tratamento químico – Filtração do lodo
Evaporação
• O caldo clarificado é aquecido em evaporadores de tal forma que, ao
final do processo, obtém-se um xarope com um °brix entre 65° a 70°;
• O vapor gerado nesse processo auxilia a produção de energia da
caldeira;
• Devem se tomar muitos cuidados na evaporação, pois um processo
mal executado pode gerar grandes perdas na indústria;
Evaporação
Evaporação
Cozimento , cristalização e tratamento do
açúcar
• No cozimento, o xarope é aquecido com vapor de escape em
equipamentos chamados de cozedores;
• A viscosidade do xarope aumenta de tal forma que o mesmo se
transforma em uma massa cozida;
• Nessa etapa ocorre a formação e o crescimento dos cristais de
sacarose;
• Após obtido o açúcar, este passa por processos de secagem e alguns
outros tratamentos a depender do tipo de açúcar;
Cozimento, cristalização e tratamento do
açúcar
Torres de destilação para etanol;
Análises físico-químicas do caldo de cana
• Brix: Concentração de sólidos solúveis por refratometria;
• Polarimetria: Incidência de uma luz plano-polarizada para identificar
isômeros ópticos através do desvio da luz; Indica se houve
interconversão da sacarose;
• Cor ICUMSA: Avalia a cor do caldo de acordo com os parâmetros pré-
estabelecidos;
• Sacarose aparente: Obtida através da pol do melaço;
Análises físico-químicas do açúcar
• Brix: Concentração de sólidos solúveis por refratometria;
• Polarimetria: Incidência de uma luz plano-polarizada para identificar isômeros ópticos
através do desvio da luz; Indica se houve interconversão da sacarose;
• Cor ICUMSA: Avalia a cor do caldo de acordo com os parâmetros pré-estabelecidos;
• Umidade: Teor de água total do açúcar;
• Pontos pretos: Contagem visual de partículas pretas no açúcar;
• Partículas magnéticas: Partículas metálicas contidas no açúcar;
• Resíduo insolúvel;
• Dextrana;
• Sulfitos;
• Análises microbiológicas: Determinação de fungos e bolores, bem como possíveis
bactérias;

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