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LIÇÃO I

Princípios de atuação em
resgate veicular

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao final da lição, os participantes deverão ser capazes de:



• Conceituar resgate veicular, distinguindo desencarceramento
de extração.
• Enumerar e descrever os princípios de atuação em resgate
veicular.
• Descrever o ciclo de operação.
• Enumerar e descrever as etapas da rotina de resgate.
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culiares à atividade de resgate veicular, como tam-


CONSIDERAÇÕES INICIAIS bém englobar o conhecimento da doutrina de res- Glossário
gate, dos elementos estruturais dos automóveis, Resgate veicular: é o procedimento
O resgate veicular é uma atividade de extrema da aprendizagem das rotinas, do estabelecimento utilizado para localizar, acessar, esta-
importância e muitas vezes arriscada. O desencar- de uma capacidade decisória e do desenvolvimen- bilizar e transportar as vítimas que es-
ceramento das vítimas em acidentes automobi- to da capacidade para trabalhar em equipe. tejam presas nas ferragens de um veí-
lísticos envolve um trabalho em equipe extrema- culo acidentado. O resgate veicular
mente complexo, técnico e importante, ocorrendo PRINCÍPIOS DE ATUAÇÃO envolve principalmente o desencarce-
sob condições extremas de estresse causadas pela ramento e a extração das vítimas.
urgência do tempo, pela presença de curiosos, pe- Para que se complete o procedimento da for-
los riscos no ambiente e pela pressão emocional ma mais rápida e segura possível, alguns princí- Desencarceramento: é a movimen-
em função da ânsia de salvar as vítimas. pios de atuação deverão ser utilizados em todas as tação e a retirada das ferragens que
Sua importância é muitas vezes negligenciada operações de resgate veicular, são eles: estão prendendo as vítimas e/ou im-
por profissionais que não compreenderam todas • Sistema de Comando em Operações (SCO); pedindo o acesso dos socorristas na
as etapas do ciclo realizado em um salvamento vei- • Procedimentos Operacionais Padronizados (POP); obtenção de uma via de retirada das
cular, levando-os a: • Abordagem integrada. vítimas. De modo geral, desencarce-
• ignorar o impacto da morbimortalidade por rar é retirar as ferragens para alcan-
trauma decorrente de acidentes automobilísti- Apresenta-se, a seguir, cada um desses princí- çar as vítimas.
cos no perfil da saúde da população; pios mais detalhadamente.
• não dar importância ao atendimento inicial
aos traumatizados para a redução da mortalida- SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES (SCO)
de e das sequelas decorrentes do trauma;
• não levar em conta a relevância da rapidez no Como as operações de resgate veicular envol-
atendimento e na remoção das vítimas politrauma- vem múltiplas equipes e até múltiplas agências
tizadas para o sucesso desse atendimento inicial. – Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar, Polí-
cia Rodoviária Estadual e Federal, Guarda Munici-
Em razão disso, a preparação de uma guarnição pal, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
de resgate não só deverá envolver habilidades em (SAMU), Bombeiros Privados, Companhia de Ener-
manusear as ferramentas e os equipamentos pe- gia Elétrica e de Água e Esgoto, entre outras –, é

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importante que sejam gerenciadas por meio de um do se as ações executadas propõem melhorias e
SCO preestabelecido, propiciando o emprego se- adequações à atual POP. Glossário
guro e racional dos recursos envolvidos. No CBMSC Incident Command System (ICS) é
o sistema preconizado é o SCO, cuja base é o Sis- ABORDAGEM INTEGRADA uma abordagem hierárquica de pro-
tema de Comando de Incidentes (ICS, do inglês – cedimentos para gerenciar inciden-
Incident Command System) norte-americano. Uma das formas de se reduzir o tempo per- tes temporários, de qualquer tama-
dido na cena do resgate é o uso de uma abor- nho, incluindo procedimentos para
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS dagem do problema em equipe. O planejamento selecionar e hierarquizar a gestão
prévio, a pré-designação de responsabilidades e temporária de fundos, de pessoal,
Todas as unidades de bombeiros devem pos- o treinamento das principais atividades desem- de instalações, de equipamentos e
suir procedimentos padronizados para as suas penhadas em uma operação de resgate veicular de comunicações. O ICS é um siste-
principais atividades, os quais são conhecidos aumentarão a capacidade de resposta rápida e ma projetado para ser usado ou apli-
como Procedimentos Operacionais Padronizados eficiente da equipe. Segundo a filosofia da abor- cado a partir do momento em que
(POP). Estes estabelecem as estratégias, as táticas dagem em equipe, cada integrante envolvido no ocorre um incidente até que o requi-
e as técnicas a serem utilizadas na operação, prin- resgate deverá ter uma tarefa previamente desig- sito de gerenciamento e operações
cipalmente nos momentos iniciais, garantindo a ra- nada e treinada, a fim de que múltiplas tarefas se- não exista mais.
pidez no desdobramento das ações preparatórias jam desempenhadas de forma sequencial, lógica
da operação e na sequência a ser seguida. O POP e, quando possível, simultânea.
não conseguirá abarcar todas as possibilidades de
uma ocorrência, razão pela qual a avaliação e a ex- CICLO OPERACIONAL
periência da guarnição de resgate sempre serão
importantes na tomada de decisão. A operação pode ser organizada em quatro fa-
Caso durante o atendimento de uma ocorrên- ses, cada uma delas igualmente importante para o
cia a Guarnição tenha identificado a necessidade sucesso da ação, formando um ciclo: prontidão,
de se executar ações diferentes das previstas no acionamento, resposta e finalização.
POP, esta deverá, via canais de comando, informar A seguir especifica-se cada uma das quatro fa-
à Coordenadoria de Resgate Veicular o ocorrido, a ses do ciclo operacional e suas respectivas etapas.
fim de que essa analise o fato repassado, verifican-

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PRONTIDÃO ter a capacidade de: prestar o socorro pré-hospi-


talar ou autossocorro de Urgência (ASU), gerenciar
A fase inicial da operação começa antes do os riscos e executar o desencarceramento das ví-
acidente propriamente dito. Esta fase inclui todas timas com autobomba tanque resgate (ABTR), au-
as medidas necessárias para que os recursos es- torresgate (AR) ou equipamento equivalente.
tejam preparados e disponíveis para o momento
do acionamento. Nesta fase é preciso que estejam Guarnição de resgate
prontos os seguintes elementos:
• Pessoal A guarnição de resgate deve ter quatro inte-
• Material grantes (incluindo-se o Comandante - CO), distri-
• Técnicas buídos conforme disposto na sequência:
• Planejamento prévio • Resgatista 1 (R1): o mais experiente e res-
• Procedimento Operacional Padronizado ponsável pelo círculo interno, táticas de resgate
• Treinamentos e operador principal das ferramentas.
• Resgatista 2 (R2): responsável pelo círculo
ACIONAMENTO externo, pelo isolamento físico do local e pelo
apoio na definição de táticas e operação de fer-
Uma vez que ocorra um acidente há o aciona- ramentas.
mento dos recursos em prontidão. Esta fase inclui: • Resgatista 3 (R3): operador e condutor da
• recebimento da chamada; viatura, encarregado da logística da operação.
• obtenção das informações necessárias; Dentre as funções estão a montagem do palco
• despacho de recursos compatíveis; de ferramentas e a sinalização da via.
• orientações preliminares ao solicitante. • Comandante da Operação (CO): poderá ser
o Comandante da guarnição de resgate ou o
O trem de socorro Chefe de Socorro. Responsável por todas as ati-
vidades de comando na cena da emergência,
A princípio, em todos os acidentes de trânsito sendo este posto equivalente ao de Coman-
com vítimas que envolvam veículos com quatro ou dante de Resgate. Somente com a instalação
mais rodas, o trem de socorro despachado deverá

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de um SCO é que o CO pode ser um Bombeiro


Militar (BM) diferente do CO. ROTINA DE RESGATE Atenção
Fique atento, pois a rotina de resga-
RESPOSTA Denomina-se rotina de resgate o conjunto de te foi autalizada. Novas etapas foram
etapas que são desenvolvidas na cena da emer- inseridas na sequência e algumas so-
Uma vez que os recursos sejam deslocados à gência durante a fase de resposta da operação de freram modificações, consulte a pri-
cena do acidente se inicia a fase de resposta. Nela resgate veicular. Mesmo considerando que cada meira edição para comparar as mu-
serão implementadas as ações de resgate propria- ocorrência é única e possui suas particularidades, danças.
mente ditas, as quais constituem a rotina de resgate. a rotina de resgate deverá seguir obrigatoriamen-
Abordaremos o protocolo de resposta operacional te uma sequência preestabelecida:
na Lição VII. 1. Estabelecimento do comando Atenção
2. Dimensionamento da cena Ampliaremos os estudos sobre rotina
FINALIZAÇÃO 3. Gerenciamento de riscos resgate, bem como apresentaremos
4. Estabilização veicular aspectos relativos à atuação do Co-
Nesta fase são tomadas todas as medidas ne- 5. Acesso ao veículo mandante, dos Técnicos em Resgate
cessárias para que os recursos empregados retor- 6. Inspeção interna de segurança Veicular e dos Socorristas na lição VII
nem à situação de prontidão, fechando assim o ci- 7. Avaliação primária deste material.
clo operacional. Cumpre mencionar que a fase de 8. Reunião Tripartida
finalização tem início no próprio local da ocorrên- 9. Desencarceramento
cia, com a devida alocação na viatura de todos os 10. Extração
equipamentos, ferramentas e acessórios emprega- 11. Avaliação secundária
dos no atendimento. Mesmo que o material este- 12. Transporte e transferência do paciente.
ja sujo,deverá estar organizado, pois a guarnição
poderá ser acionada para o atendimento de outra A seguir, cada um dos doze passos é exposto
ocorrência antes da chegada ao quartel. detalhadamente, para melhor compreensão da se-
quência de resgate.

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ESTABELECIMENTO DO COMANDO “Sargento Otávio, Comandante do ABTR-25, na


BR-101, no Km 196. Confirmo acidente de trânsito Atenção
Toda operação de resgate, do acidente mais com vítimas envolvendo dois automóveis de pas- A identificação da viatura como pos-
simples ao mais complexo, independentemente seio. Assumo o comando da operação.” to de comando deve ser feita com
da quantidade de vítimas, terá obrigatoriamente um cone sobre a cabine.
um Comandante (CO). O componente mais gra- Posto de comando
duado da primeira unidade de emergência a ter
acesso ao local deverá assumir formalmente o co- O posto de comando será estabelecido nas
mando da operação e dar início ao SCO. Seguindo operações de maior complexidade e duração. Nas
o princípio da modularidade, a operação poderá operações mais simples, o posto de comando po-
prosseguir até o final da emergência apenas com derá ser personificado na figura do Comandante.
uma estrutura simples composta pelo CO e seus Quando necessário, e assim que possível, o Co-
recursos ou ir aumentando de complexidade, sen- mandante deverá também estabelecer onde será o
do situação em que deverão ser ativadas e preen- seu posto de comando. Deverá ser um local seguro,
chidas as demais funções do SCO, como logística, visível, de fácil acesso e que permita, na medida do
ligação e outras. possível, o controle visual das principais atividades.
Uma boa opção é a utilização da própria viatura do
Assumir formalmente o comando Comandante, a qual poderá contar com uma esta-
ção móvel de rádio, oferecendo o capô e as laterais
Para assumir o comando, o componente mais para fixação de papéis, mapas, figuras, planos, en-
graduado da primeira unidade na cena deverá in- tre outros. Uma vez estabelecido o local do posto
formar pelo rádio seu nome, função, viatura ou Or- de comando, deverá ser realizado um comunicado
ganização Bombeiro Militar (OBM), localização, a por meio do rádio.
descrição breve da situação e, por fim, anunciar o
comando com a seguinte frase: “Assumo o coman- Quem deve comandar
do da operação”. Por exemplo:
A questão de quem deverá comandar uma
operação será sempre complexa. O comando será
inicialmente estabelecido pela primeira unidade a

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chegar à cena, mas alguns fatores poderão impos- sões e providências já tomadas, uma vez que esta-
sibilitar que continue no comando. Alguns crité- rá na cena desde o início da operação.
rios poderão servir de guia para a resolução desse
problema (mas dificilmente esgotarão a discussão): DIMENSIONAMENTO DE CENA
• comandará a instituição que chegar primeiro;
• comandará a entidade que tiver a obrigação O dimensionamento da cena será um proces-
legal pela operação; so permanente em qualquer operação, que ini-
• comandará quem tiver maior conheci- ciará no momento do acionamento e somente se
mento técnico; concluirá após a finalização da ocorrência. Porém,
• comandará a unidade que tiver a maior quan- há um momento específico em que o dimensio-
tidade de recursos empregados; namento da cena constituirá o esforço principal
• outra possibilidade que poderá ser utilizada da operação, quando se identificarão os riscos e
em operações mais complexas é a adoção do as vulnerabilidades. No resgate veicular, a técnica
comando unificado, composto por representan- utilizada para esse fim é composta por dois círcu-
tes das agências envolvidas. los de avaliação que serão tratados adiante. Logo
após estabelecer o comando, o comandante e os
Transferência do comando demais componentes da guarnição de resgate e
de Atendimento Pré-hospitalar (APH) deverão di-
Nas situações em que outro profissional neces- mensionar a cena, identificando basicamente os
site assumir o comando de uma operação já em seguintes itens:
andamento, será importante que o novo coman- • dinâmica do acidente;
dante procure o anterior para inteirar-se da situa- • riscos na cena;
ção. Posteriormente deverá anunciar formalmente • número de vítimas, estado aparente delas e
na rede de rádio que está assumindo o comando cinemática do trauma;
da operação a partir daquele momento. O coman- • dificuldades para o resgate;
dante substituído poderá assumir a função de ope- • posição e instabilidade dos veículos envolvidos;
rações ou permanecer junto ao novo comandante. • quando possível, tipo de encarceramento da
Ainda, poderá permanecer no posto de comando vítima.
prestando informações importantes sobre as deci-

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Dois círculos de avaliação O CO e o R1 deverão avaliar os veículos aci-


dentados – de perto, mas sem tocá-los – e as víti-
A técnica de avaliação será realizada por meio mas em seu interior, enquanto o R2 avaliará a área
de dois círculos. O círculo externo executado pelo em torno do acidente buscando vítimas adicionais
R2 e o círculo interno realizado pelo CO e pelo R1. e outros riscos. Os socorristas deverão focar na
Caso estejam presentes na cena, os socorristas de- quantidade de vítimas, na situação aparente delas
verão acompanhar o dimensionamento. Os círcu- pela cinemática do trauma e no tipo de encar-
los de avaliação podem ser observados na Figura ceramento. Ao se depararem com as vítimas, os
a seguir. socorristas deverão iniciar contato verbal e perma-
necer em contato visual, sem encostar no veículo
Figura 1 - Os dois círculos de avaliação até expressa autorização do comandante.

Círculo interno

Será realizado pelo CO, pelo R1 e pelos socor-


ristas. A aproximação do veículo deverá ser feita
com cuidado, com atenção aos seguintes pontos:
• presença de materiais ou áreas energizadas;
• presença de vazamento de combustível e ou-
tros líquidos deslizantes;
• existência de princípio de incêndio e agentes
de ignição;
• presença de produtos perigosos;
• existência e condição atual dos airbags;
• número de vítimas, posição e estado aparen-
te e, quando possível, tipo de encarceramento.
Fonte: CBMSC

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Círculo externo Solicitar ou dispensar recursos adicionais


ATENÇÃO
Será realizado pelo R2 ao redor do acidente no Uma vez concluído o dimensionamento da A verificação dos riscos será respon-
sentido oposto ao realizado pelos demais com- cena, o CO fará um novo contato com o Centro de sabilidade de todos os integran-
ponentes da guarnição de resgate. Deverá man- Operações Bombeiro Militar (COBOM), informan- tes da guarnição de resgate veicu-
ter afastamento compatível com a dinâmica do do mais detalhes da situação e redimensionando a lar. A divisão acima citada referente
acidente, num local mais distante do CO e do R1. necessidade de recursos adicionais. aos círculos é apenas um parâme-
Deverá buscar situações de risco e mecanismos tro para que todas as ameaças sejam
que levem à compreensão do acidente, buscando GERENCIAMENTO DE RISCOS identificadas, respeitando a dinâmi-
atentar aos seguintes pontos: ca do acidente
• existência de vítimas ejetadas; Uma vez que a cena esteja dimensionada será
• situação geral de obstáculos e estruturas físi- preciso torná-la segura, gerenciando os riscos
cas no perímetro do acidente; identificados. Para isso será necessário adotar uma
• veículos adicionais. metodologia de análise de risco potencial na cena.
O gerenciamento dos riscos é a atuação sobre as
RELATÓRIO DA SITUAÇÃO AO COMANDANTE DA ameaças, vulnerabilidades ou ambos os aspectos,
OPERAÇÃO (CO) visando tornar o risco aceitável e, consequente-
mente, a operação segura.
Ao terminarem os dois círculos de avaliação, os
resgatistas e os socorristas deverão transmitir as Análise de risco potencial
informações obtidas ao CO, para que ele possa
responder às seguintes questões: Na análise de risco potencial, realiza-se uma
• O que aconteceu? comparação entre ameaça e vulnerabilidade, a
• Como está a situação? qual determinará a possibilidade e a severidade
• Qual a tendência de evolução? dos danos e das lesões que uma dada ameaça po-
• Que recursos serão necessários solicitar ou derá causar às pessoas, às propriedades ou aos
dispensar? sistemas, em decorrência de suas vulnerabilidades.

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Principais ameaças orientando os resgatistas nos casos em que não ti-


verem reconhecido de forma adequada o padrão
No momento de um resgate veicular, a guar- de instabilidade, ou seja, o sentido provável de mo-
nição deverá atentar-se para algumas ameaças vimentação da carga, dos obstáculos ou dos pró-
que poderão surgir na cena, das quais se desta- prios veículos. Tal procedimento será essencial para
cam as mais comuns: que não seja necessário realizar novamente essa
• tráfego; etapa posteriormente. Esse assunto será abordado
• curiosos; ampliado na Lição IV – Gerenciamento de Riscos.
• produtos perigosos;
• vazamento de combustível; Obtenção de Acesso
• incêndio;
• superfícies cortantes e áreas aquecidas; O acesso ao veículo deverá ser obtido assim que
• rede elétrica danificada; a cena for considerada segura. O acesso será reali-
• posição instável do veículo; zado por um dos socorristas a fim de tornar seguro
• sistemas de segurança do veículo. o interior do veículo, pois determinadas ameaças
e peculiaridades do habitáculo serão verificadas
ESTABILIZAÇÃO VEICULAR apenas neste momento.
Sempre que possível, ainda de fora do veículo,
A estabilização dos veículos e de estruturas que outro socorrista poderá efetuar a avaliação primá-
comprometam a segurança deverá ser realizada ao ria da vítima (desde que tal ação não comprometa
longo de toda a operação, merecendo uma aten- a segurança geral).
ção especial. A estabilização é primordial para que
o Comandante possa garantir o acesso dos socorris- Critérios de acesso
tas ao veículo com rapidez e segurança. Importante
citar que existem duas formas de estabilização, pri- Recomenda-se que a guarnição utilize o aces-
mária e secundária, sendo conferidas durante todo so mais simples, a fim de não tornar a operação
o atendimento da ocorrência. desnecessariamente complexa. Por isso, indica-se
O Comandante deverá assegurar de que a es- a seguinte sequência para busca de acesso:
tabilidade dos veículos seja efetuada eficazmente,

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Lição I Princípios de atuação em resgate veicular

• Portas por meios não destrutivos: sempre mentos de Inspeção Interna de Segurança, a
que possível, o acesso deverá ser realizado por qual consiste em: Glossário
meios normais, como a própria porta do veículo. • Acionar o freio de mão do veículo Risco aceitável: trata-se do risco que
• Janelas por meios não destrutivos: se não for • Tentar abrir portas e vidros é compatível com o desenrolar da
possível abrir normalmente uma porta, os socor- • Tentar acionar manípulo do capô e bagageiro atividade que se pretende efetuar.
ristas poderão utilizar a abertura de uma janela, • Identificar a presença e situação dos airbags Operação segura: quando o risco é
sem que haja a necessidade de quebrar o vidro. (se deflagrados ou não) aceitável.
• Janelas por meios destrutivos: se não for • Verificar se o movimento dos bancos é ma-
possível acessar por um método não destruti- nual ou elétrico Ameaça: fato ou situação que pode
vo, a primeira opção será quebrar o vidro que • Verificar se os bancos reclinam provocar lesões ou danos em pes-
esteja mais distante das vítimas, permitindo o • Desligar a chave, retirá-la e entregá-la ao Co- soas, propriedades ou sistemas.
acesso dos socorristas. mandante Exemplo: vazamento de combustí-
• Portas por meios destrutivos: se não for vel, incêndio no veículo, tráfego, pos-
possível utilizar a abertura de uma janela, o AVALIAÇÃO PRIMÁRIA te danificado, rede elétrica energiza-
resgatista deverá desobstruir uma porta por da, produtos perigosos, entre outros.
meios destrutivos. A avaliação primária do paciente compreende
• Teto: se uma porta não puder ser utilizada os procedimentos destinados a identificar e corri- Vulnerabilidade: fator que deter-
para o acesso, uma alternativa será o rebati- gir os problemas que ameaçam a vida. Esta ava- mina o quanto pessoas, proprieda-
mento ou a retirada do teto. liação será feita pelos socorristas (normalmente), des ou sistemas podem ser afetados
• Outros meios: em situações extremas pode- conforme a sequência apresentada na figura 2. por uma ameaça. Exemplos: presen-
rá ser necessário recorrer a outros meios, como ça de uma pessoa fumando próximo
a abertura da completa da lateral do veículo ou à cena com vazamento de combustí-
até mesmo a abertura do assoalho. vel; combate a incêndio no veículo
sem a utilização do equipamento de
INSPEÇÃO INTERNA DE SEGURANÇA proteção individual (EPI).

Ao acessar o veículo, antes mesmo de abordar


a vítima, o socorrista deverá realizar os procedi-

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Figura 2 - Sequência de avaliação da vítima

Avaliar a Identificar Posicionar e Verificar


Verificar nível
segurança da hemorragias desobstruir vias presença de
de consciência
cena externas aéreas preser- respiração
importantes vando a coluna

Definir o status das Aplicar Aplicar colar Identificar sinais Verificar


vítimas utilizando a oxigeno- cervical e sintomas presença de
escala CIPE terapia de choque pulso

Fonte: CBMSC

As demais observações sobre a avaliação pri- dendo da dinâmica do acidente a guarnição de


mária serão abordadas na Lição VII. resgate precisará apoiar.
Na triagem, cada componente da guarnição
TRIAGEM atribuirá um cartão ou fita para cada vítima e re-
portará a situação ao Comandante (Figura 2). De
Em emergências com múltiplas vítimas (EMV), a posse das informações, o Comandante dimensio-
triagem inicial deverá ser feita imediatamente por nará os meios necessários e determinará as linhas
meio do sistema START. A triagem normalmente de ação segundo um plano-padrão para acidente
será realizada pelos socorristas, contudo, depen- com múltiplas vítimas (Figura 3).

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Lição I Princípios de atuação em resgate veicular

Figura 3 - Cartão de triagem - sistema START Figura 4 - Sistema de análise das vítimas - START

DEAMBULA

NÃO SIM

RESPIRA Prioridade 3
pode aguardar
NÃO SIM

Posicionar via
aérea
FREQUÊNCIA
Prioridade 1
crítico

RESPIRA >30 rpm <30 rpm


NÃO

RESPONDE
ORDENS SIMPLES
NÃO SIM <2 seg

Prioridade 1 ENCHIMENTO
SIM
crítico CAPILAR
Prioridade 4 Prioridade 1 Prioridade 2
irrecuperável crítico >2 seg urgente
Prioridade 1
crítico

Fonte: SOSSUL

Fonte: CBMSC

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OS ÂNGULOS DE IMOBILIZAÇÃO PARA EXTRAÇÃO Figura 5 - Ângulos de extração

Com base nos parâmetros obtidos durante


a avaliação primária, o socorrista irá definir
qual é o melhor ângulo para imobilização e
posterior extração do paciente.
As técnicas de imobilização e extração em
ângulos visam a extrair o paciente de forma
que sua coluna vertebral (CV) seja preservada,
evitando movimentos de flexão, extensão, late-
ralização ou de rotação. Com base nessa con-
textualização, o paciente será movimentado no
sentido céfalo-caudal e antigravitacional, dimi-
nuindo assim a pressão intradiscal da CV.
Conforme a figura ilustrativa, a melhor op-
ção para imobilização e extração do paciente
será o ângulo 0º. Caso não seja possível adotar
tal ângulo pela dinâmica do acidente, deverá
ser seguida a seguinte sequência para escolha:
30º, 60º e como última opção, 90º.
Para facilitar o entendimento a respeito desse
procedimento, pode-se fazer a analogia de que
o paciente deverá ser extraído do habitáculo do Fonte: ADAPTADO DE CBPMESP
veículo sempre na direção para a qual a cabeça
estiver voltada. OS TIPOS DE ENCARCERAMENTO

Após um acidente de trânsito, a guarnição po-


derá trabalhar com as seguintes possibilidades de
encarceramento do paciente:

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Lição I Princípios de atuação em resgate veicular

• Encarceramento mecânico: o paciente, em- ção do paciente. Na reunião serão definidos: o


bora possa não apresentar lesões, estará im- plano de desencarceramento, área de descarte,
possibilitado de sair por seus próprios meios, palco de ferramentas (principal ou adicional) e
devido à deformação do veículo acidentado. área de concentração de vítimas.
• Encarceramento tipo físico 1 (TF1): situação O plano de desencarceramento levará em
em que o paciente apresentará lesões que im- consideração:
ponham a necessidade de criação de espaço • Quadro e lesões do paciente
adicional para que seja possível, em condições • Tipo de encarceramento (MEC, TF1 ou TF2)
de segurança, prestar os cuidados pré-hospita- • Tempo disponível para o desencarceramento
lares necessários à sua estabilização e realizar • Colapso do veículo e obstáculos na ocorrência.
de extração.
• Encarceramento tipo físico 2 (TF2): situação O plano de desencarceramento deverá possuir:
em que o paciente apresentará lesões devido • Plano emergencial e plano principal: paciente
ao contato físico direto ou à penetração de es- classificado como potencialmente instável e es-
truturas componentes do veículo. O TF2 sem- tável - escala CIPE. Ou;
pre aumentará a complexidade do atendimento • Apenas plano emergencial: paciente classifi-
no resgate veicular. cado como crítico ou instável - escala CIPE.

REUNIÃO TRIPARTIDA O plano emergencial será a estratégia definida


para os casos em que o paciente necessite ser re-
A Reunião Tripartida é a fase de estratégia no tirado rapidamente, ou seja, nas situações em que
atendimento da ocorrência de resgate veicular. for classificado em estado crítico ou instável na es-
realizada imediatamente após a avaliação primá- cala CIPE. O Plano Emergencial deverá ser garan-
ria. Denomina-se tripartida pois reunirá o coman- tido logo no início da intervenção da guarnição na
dante da operação, os resgatistas e os socorristas. etapa do desencarceramento. O plano principal
A referida reunião é um brainstorm entre os somente será executado após a completa exe-
componentes da guarnição de resgate e , na cução do plano emergencial.
qual serão elencadas todas as possibilidades Já o plano principal levará em consideração
para as fases de desencarceramento e extra- a imobilização do paciente respeitando o ângulo

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Lição I Princípios de atuação em resgate veicular

zero, objetivando não causar rotações e movimen- DESENCARCERAMENTO


tações agressivas à coluna vertebral. Contudo,
como nem sempre será possível imobilizar o pa- Na etapa do desencarceramento a guarnição co-
ciente em ângulo zero, será possível avançar para locará em prática a sua estratégia por meio das téc-
outras possibilidades, como: 30º, 60º e 90º. nicas de resgate veicular que veremos na Lição VI.
Sempre que possível, é interessante que o plano Importante ressaltar que o desencarceramen-
principal seja um desdobramento do plano emer- to do paciente poderá ser alcançado pela criação
gencial, pois os esforços serão envidados numa de espaço interno ou pela criação de espaço ex-
mesma área do veículo. Lembre-se: o plano de de- terno. O primeiro refere-se ao emprego de mano-
sencarceramento será o melhor para o paciente e bras simples efetuadas no interior do veículo como
não o mais fácil para a guarnição de resgate. afastar ou reclinar banco, rebater ou retirar volante
Nas situações em que tratar-se de paciente com e remover partes internas do veículo como tampão
encarceramento TF2, a transformação em TF1 de- do bagageiro e outras.
verá ser a primeira ação no resgate. A ação deverá Já numa situação em que o desencarceramen-
estar incluída no plano emergencial. Caso a ocor- to atue sobre a estrutura do veículo, exigindo uma
rência possua mais de um paciente, os planos e sequência mais agressiva e rápida de manobras,
prioridades deverão ser individualizados. Sendo as- normalmente com ferramentas hidráulicas, tere-
sim, haverá um plano de desencarceramento para mos a criação de espaço externo. Estes conceitos
cada paciente que necessitar de atendimento. serão abordados mais detalhadamente na lição 6.
Após a definição do plano de desencarcera- Na fase de desencarceramento, dentre outras
mento, o comandante deverá definir os locais de atribuições, o Comandante deverá estar atento à
área de descarte, palco de ferramentas (principal progressão da guarnição na ocorrência. Precisará
ou adicional) e área de concentração de vítimas. avaliar se as intervenções estão surtindo efeito na
Em determinadas situações a área de descarte po- criação de espaço e na consequente busca pelo
derá ser definida anteriormente a fase de reunião desencarceramento. Caso ateste falhas ou retar-
tripartida, uma vez que na chegada da guarnição dos no processo deverá agir rapidamente, de for-
haverá destroços na zona quente que precisarão ma a garantir a busca pelo objetivo traçado inicial-
de um destino final. mente. Demoras no processo decisório farão com
que a guarnição perca o ritmo de trabalho, fique

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Lição I Princípios de atuação em resgate veicular

nervosa e principalmente, que perca a confiança confirmar o seu status. Caso permaneça como
em seu comandante. potencialmente instável, sua avaliação secundá- Atenção
ria será completada antes de seu transporte. Se É importante que todos os resgatis-
EXTRAÇÃO o seu status tiver sido agravado para instável ou tas tenham atenção com o EPI para
crítico, a avaliação dirigida é feita no interior do manuseio do paciente, destacando-
Após o desencarceramento terá início a extra- ASU, a caminho da unidade hospitalar. -se as luvas de procedimento.
ção. Para a etapa haverá o repasse momentâneo • Paciente estável: a avaliação será efetuada
do comando da operação ao socorrista líder da no interior do veículo antes da sua extração.
guarnição de APH. Assim que a extração for concluída, o paciente
Em determinadas ocorrências pelas dificulda- deverá ser reavaliado a fim de se confirmar o
des envolvidas, a guarnição de resgate deverá seu status. Caso permaneça como estável ou
auxiliar na extração. potencialmente instável, a avaliação será com-
pletada antes de seu transporte. Se o status ti-
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA ver sido agravado para instável ou crítico, a ava-
liação secundária será feita no interior do ASU a
A avaliação secundária será feita em comple- caminho da unidade hospitalar.
mento à avaliação primária do paciente, e poderá
ser executada de diferentes maneiras: TRANSPORTE E TRANSFERÊNCIA DO
• Paciente crítico: assim que extraído, será PACIENTE
reavaliado aplicando-se o protocolo de parada
cardiorrespiratória. O transporte e transferência do paciente para
• Paciente instável: assim que extraído e imo- a unidade hospitalar de referência será feito pelo
bilizado na maca rígida, a avaliação será feita no ASU. Deverá respeitar o protocolo local ou deter-
interior do ASU, a caminho da unidade hospitalar. minação da central de operações ou ainda, segun-
• Paciente potencialmente instável: a avalia- do regulação médica. Havendo suporte avançado
ção será realizada no interior do veículo antes da na cena, o paciente deverá ser repassado à equipe
sua extração, sendo as lesões principais preser- médica que assumirá o atendimento.
vadas durante a retirada. Assim que a extração As informações necessárias para transferência
for concluída, deverá ser reavaliado a fim de se do paciente serão abordadas na Lição VII.

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Figura 6 - Fluxograma da rotina de resgate
• O que aconteceu?
• Como está a situação?
• Qual a tendência de 1. ESTABELECIMENTO DE COMANDO
evolução?

Riscos
2. DIMENSIONAMENTO DE CENA (360˚) • Veículos (Quantidade, áreas de colapso e instabilidade);
• Vítimas (quantidade e localização; cinemática do trauma e
prováveis lesões;
Identificação e Comunicação dos riscos • Necessidade de recursos adicionais (solicitar ou dispensar).
• Posicionamento da Viatura
(Barreira de sacrifício)
• Sinalização da rodovia;
• Isolamento da cena;
• Vazamento de Combustí- 3. GERENCIAMENTO DE RISCOS
vel (líquidos deslizantes);
• Princípio de Incêndio;
• Produtos Perigosos;
• Energia Elétrica; 4. ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
• Bateria e airbags (existên-
cia e condições atuais);
• Superfícies aquecidas/cor- Estabilização primária - Estabilização secundária
tantes;
• Instabilidade do veículo. • portas por meios não destrutivos
• janelas por meios não destrutivos
• janelas por meios destrutivos
5. ACESSO AO VEÍCULO
• portas por meios destrutivos
• teto
• outros meios
• abertura de portas e vidros;
• freio de mão; manípulo do capô e 6. INSPEÇÃO INTERNA DE SEGURANÇA
bagageiro;
• airbags (existência e condições
atuais);
• bancos (elétricos/manuais e 7. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
possibilidades de reclinar) e
• chave do veículo.
XABCDE, Tipo de encarceramento e possível extração.
8. REUNIÃO TRIPARTIDA

Plano Emergencial e Plano Principal; Definição de Áreas de


Trabalho.
9. DESENCARCERAMENTO - Comandante: S-1, brevemente o caso da vítima.
- SOCORRISTA-1: Vítima instável, inconsciente. Melhor rota
Segurança; Progressão dos planos; Comunicação. de extração pela retaguarda do veículo.
- COMANDANTE: Equipe técnica, com base nas informa-
ções, sugestão de Plano Emergencial e Plano Principal.
- RESGATISTA-1 : Como Plano Emergencial, sugiro...
- RESGATISTA-2 : Como Plano Principal, sugiro...
10. EXTRAÇÃO - COMANDANTE: S-1, os planos são os melhores para a
vítima?
Espaço sufuciente? Conferência da estabilização; prote- - SOCORRISTA -1 : Positivo.
ção da rota de extração; troca de comando. - COMANDANTE: OK, senhores. Vamos definir ACV em tal
local e AD em tal local. Palco Adicional poderá ser aqui.
Dúvidas?
- GUARNIÇÃO : Negativo!
- COMANDANTE : Execução!
11. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

12. TRANSPORTE E TRASNFERÊNCIA DE PACIENTE

Fonte: CBMSC

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Lição I Princípios de atuação em resgate veicular

RECAPITULANDO
Nesta lição foram abordados os princípios de
atuação em resgate veicular (Sistema de Comando
em Operações - SCO, procedimento operacionais
padronizados e abordagem integrada) e os con-
ceitos que regem o atendimento de uma ocorrên-
cia desta natureza. Vimos as quatro fases do ciclo
operacional e as doze etapas da rotina de resgate.
Cumpre mencionar que todo ocorrência de res-
gate veicular deverá seguir as seguintes etapas:
1. Estabelecimento do comando
2. Dimensionamento da cena
3. Gerenciamento de riscos
4. Estabilização veicular
5. Acesso ao veículo
6. Inspeção interna de segurança
7. Avaliação primária
8. Reunião tripartida
9. Desencarceramento
10. Extração
11. Avaliação secundária
12. Transporte e transferência do paciente

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Lição I Princípios de atuação em resgate veicular

3. Cite os itens do ciclo de operações em resgate


REVISANDO A LIÇÃO veicular.

1. Explique a diferença entre desencarceramento


e extração.

4. Identifique os integrantes de uma guarnição de


resgate e suas funções em operações.

2. Cite os princípios de atuação em resgate veicular.

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