PARVOVIROSE CANINA
UM DOS VÍRUS MAIS RESISTENTES DA ESPÉCIE CANINA
Ana Clara Lima Ribeiro, Ana Clara Silva Santos Borges, Carolina Luísa Campos Barbosa, Gabriela França De Freitas
Medeiros, Gabriella Nunes De Almeida, Giovanna Rocha Siqueira e Raíssa Pereira De Barcelos Rocha.
Discentes no Curso de Medicina Veterinária – Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH – Belo Horizonte/MG – Brasil – *Contato: anaclarassborges@gmail.com
INTRODUÇÃO
A Parvovirose Canina é uma doença viral do tipo entérica altamente
contagiosa, que apresenta grande taxa de mortalidade. Caracterizada por
uma das causas mais comuns de diarreia hemorrágica aguda em cães. [1]
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido a partir de leitura de livros, pdfs e artigos
entre os anos de 2007 a 2018, com o objetivo de uma pesquisa com
linguagem mais clara e de fácil compreensão.
Palavras chave: parvovirus, doença, sinais clínicos e vírus.
RESUMO DE TEMA
O parvovirus pertence à família Parvoviridae, são pequenos vírus
esféricos de 18 a 26 mm de diâmetro, com capsídeo icosaédrico, que
possuem uma molécula de DNA linear de fita simples como genoma. [2]
A parvovirose canina se caracteriza por apresentar um quadro de
gastroenterite hemorrágica severa, no qual se relaciona com os altos
índices de mortalidades em animais que não são tratados. [4]
O vírus surgiu nos Estados Unidos em 1978, infectando cães de idades
distintas nos quais os sintomas eram de enterite e miocardite grave. Com
isso, a doença foi proliferando em vários outros países até chegar ao
Brasil em 1980, atingindo vários cães. [4]
A parvovirose canina é altamente resistente á inativação, no qual pode
viver no ambiente por muito tempo em temperatura ambiente. Sua
molécula viral é resistente á maioria dos desinfetantes, mas o Hipoclorito
de Sódio, quando em contato com o vírus, por um tempo mais longo, é
eficaz para sua inativação. [4]
Após realizar analises genômicas e das sequências de aminoácidos do
parvovirus canino (CPV-2), foi observada à evolução genética do vírus,
que devido sua mutação deu origem a outras variantes antigênicas. [4]
Cães de qualquer idade, raça e gênero podem ser contaminado pelo vírus,
porém algumas raças como Pinscher, Pastor Alemão, Dobermann, Pitt
Bull Terrier, Labrador, Springer Spaniel e Rottweiler são mais passíveis
de ter uma infecção viral. Com as análises epidemiológicas, em relação
ao gênero, foi constatado que os machos têm mais facilidade de contrair a
doença do que as fêmeas. [4,5] Os filhotes com idades entre 6 semanas a
6 meses, têm grande facilidade de desenvolver uma infecção viral,pois os
anticorpos maternos passivos previnem os animais somente nas primeiras
semanas de vida. Porém, o período em que os anticorpos maternos são
insuficientes para protegê-lo da doença, barra o desenvolvimento de uma
resposta imune contra a vacina, fazendo entender o motivo pelo qual
alguns animais, mesmo que vacinados contraem e desenvolve a doença.
[4]
A infecção viral ocorre especialmente por exposição oronasal, as
partículas virais presentes nas fezes, fômites e ambiente contaminado.
Pessoas, animais, equipamentos veterinários, roedores e insetos podem
contribuir para a propagação do vírus. [4]
A diarréia é consequência da má absorção intestinal, que na maioria dos
casos apresenta-se com sangue. O período de incubação da doença pode
variar de 2 a 14 dias após ser infectado. Sua expulsão no ambiente tem
início no terceiro ou quarto dia após a infecção e tem duração de até 20
dias. [2,4]
O diagnóstico clínico da parvovirose é realizado através do histórico do
animal descrito pelo tutor, exames, sinais clínicos e exame radiográfico.
Nos exames de sangue pôde ser observado, os sinais de desidratação,
hipocalcemia, hipoglicemia e acidose metabólica, podendo se tornar mais
grave com a diarreia. [6]
O tratamento para parvovirose inicia-se pela terapia de suporte, onde o
médico veterinário irá fazer reposição de fluidos e eletrólitos e o controle
dos vômitos. Utilização de antibióticos de amplo espectro, no qual irá
tratar e evitar a sepse. A melhor via medicamentosa nesses casos é a
intravenosa. [6]
Medidas de controle e profilaxia da doença são manter os cães em
isolamentos durante o processo de contaminação da doença e após 1
semana no mínimo de recuperação completa, desinfetar o ambiente com
hipoclorito de sódio com concentração de 0,175%, por pelo menos 6
meses. Mas a maneira mais importante e principal de prevenir contra a
parvovirose é cumprindo o protocolo vacinal corretamente. Os protocolos
vacinais variam de acordo com cada fabricante da vacina e a critério do
médico veterinário. A primeira dose pode ser aplicada á partir de 45 a 60
dias, com intervalos de 21 a 28 dias e após isso fazer o reforço
anualmente.
Grande parte dos animais que sobrevivem entre os dias 3 e 4 de infecção,
tem grande chance de se recuperar, desenvolvendo uma imunidade longa
e resistente durante a vida. [1,2]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a parvovirose canina é uma doença altamente contagiosa,
pode apresentar sinais clínicos semelhantes á outras doenças, mas se
destaca por causar gastroenterite hemorrágica nos cães. Portanto é muito
importante fazer exames e ajudar na hidratação e alimentação dos
animais contaminados para tornar um sucesso sua recuperação. E se
alertar quanto ao protocolo vacinal, deixando a caderneta de vacina em
dia e os ambientes desinfetados.
Contudo, é importante que pesquisas e estudos continuem sendo
realizados, pois ainda temos muitos casos de cães com parvovirose
canina, causando uma grande perda no campo de animais domésticos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1) https://www.mastereditora.com.br/download-2640 -
Acesso em: 18/04/2023;
2) https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/
2013/05/tatiana.pdf -
Acesso em: 18/04/2023;
3) Moraes, M.P.; Costa, P.R. Parvovirideae. In: Flores E.F.
Virologia Veterinária. Santa Maria, 2.ed. da UFSM,
2007.
4) Ettinger SJ, Feldman EC. Tratado de medicina interna
veterinária: doença do cão e gato. 5. ed. Curitiba:
Guanabara. 2004;
5) Barr SC, Bowman DD. Doenças infeciosas parasitarias
em cães e gatos. 1. ed. São
Paulo: Revinter. 2010; 1:640