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Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Goiás
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

INFLUÊNCIAS SOCIOECONÔMICAS E POLÍTICO SOCIAIS DO SANEAMENTO -


DO MEDIEVO AOS DIAS ATUAIS.

Karoline Cotrim Almeida1


Mariane Dias Silva2, Raylla Caroline Nova de Oliveira Santos3, Frederico de Souza Aleixo4
1
Instituto Federal de Goiás/Anápolis/Engenharia Civil da mobilidade - Pibic, karolinecotrimalmeida@gmail.com
2
Instituto Federal de Goiás/Anápolis/Engenharia Civil da mobilidade - Pibic, marianed50@gmail.com
3
Instituto Federal de Goiás/Anápolis/Engenharia Civil da mobilidade - Pibic, rayllacaroline@hotmail.com
4
Instituto Federal de Goiás/Anápolis/DAA, frederico.aleixo@ifg.edu.br

Resumo

A compreensão que o saneamento básico relaciona as questões do meio urbano, saúde pública e
influências socioeconômicas e político sociais é fundamental para planejar e coibir futuras crises
sociais em centros urbanos. Em decorrência disso, o presente artigo objetiva discorrer sobre a
influência do saneamento nos contextos econômico, político e social das civilizações, desde a
Idade Média até os dias atuais, apresentando um breve panorama dos períodos históricos que
precedem o desenvolvimento dos sistemas sanitários no mundo, ressaltando sua importância na
manutenção da saúde, da qualidade de vida e como quesito impulsionador do desenvolvimento
social integral.

Palavras-chave: saúde, urbanos, sanitários, econômicos, civilizações.

INTRODUÇÃO
A formação das primeiras sociedades está interligada à proximidade de um corpo
hídrico e à utilização dos recursos naturais próximos a ele. A água é um recurso imprescindível
para a existência da vida (ATHAYDES, PAROLIN e CRISPIM, 2020). Estima-se que oitenta
por cento de todas as moléstias e mais de um terço dos óbitos dos países em desenvolvimento
sejam causados pelo consumo de água contaminada e, em média, até um décimo do tempo
produtivo de cada pessoa se perde devido a doenças relacionadas com a água (AGENDA 21,
2002).
Sendo a água um recurso indispensável, a forma com que se lida com ela é o que molda
uma sociedade. O império Romano tomava ações semelhantes, e seus esforços também foram
responsáveis por grandes construções hidráulicas, como aquedutos e banheiros públicos, além de
uma especial preocupação com o esgoto, que era canalizado a fim de afastar dejetos e poluentes
das casas e comunidades (SILVA, 1998).
Com a queda do Império Romano e o início da Idade Média, o desenvolvimento do
sistema político, econômico e social Feudal foi acompanhado da distribuição espacial da
população dos grandes centros do Mundo Antigo (SILVA, 1998). Em consequência disso, as
grandes canalizações desenvolvidas para atender a demanda de regiões densamente povoadas
deixaram de ser necessárias. Ainda assim, a água foi economicamente vital para a época,
considerando-se as transações comerciais por vias navegáveis, bem como o aproveitamento
mecânica da energia hidráulica em moinhos e tecelagens. Os sistemas de saneamento precários
no início da Idade Média, entretanto, cresceram com a necessidade de aglomeração de pessoas.
Segundo Rops (1993) o desmoronamento do mundo antigo arrastara para o abismo a maior parte

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das formas de arte, juntamente com outros valores da civilização; no entanto, restara o suficiente
para que a vida voltasse a brotar dos germes, logo que o desastre tivesse passado. Para Ribeiro e
Rooke (2010) tratar a Idade Média como “Idade das Trevas” pode levar à conclusão de que foi
um período sem importância e sem desenvolvimento devido a uma grande escassez intelectual.
No entanto, os grandes avanços atuais das ciências, dos quais nos orgulhamos, têm por
precursores estudos e descobertas Medievais.
A Transição da Idade Média para a Moderna foi precedida pelo Renascimento. As
cidades cresceram desproporcionalmente, causando a precarização dos sistemas de saneamento e
demandando maior atenção aos mesmos a fim de controlar a proliferação de doenças. O início da
Era Moderna ficou marcado por um retorno das influências Greco-romanas também na
arquitetura, evidenciadas, por exemplo, pela recorrente construção de chafarizes e fontes
(PITTERMAN e GRECO, 2005).
No século XIX, as cidades passaram a se preocupar mais com Saneamento. Devido às
condições sanitárias insalubres a que eram submetidos na Revolução Industrial, os trabalhadores
sofriam com surtos de doenças na Europa, o que favoreceu o aumento do Índice de mortalidade,
principalmente infantil, no Velho Mundo (HUCK, 1995). Pompeu (1976) cita que na Idade
contemporânea, em 1829, surgiram na França leis que procuravam combater a poluição das
águas, aplicando punições àqueles que lançassem produtos ou resíduos perigosos nos corpos
hídricos. Ademais, um dos acontecimentos mais favorecedores do desenvolvimento do
Saneamento à época foi o estudo desenvolvido por Edwin Chadwick, em 1842, que forneceu
bases científicas para a associação das condições sanitárias às questões de saúde (RINGEN,
1979).
Segundo Ribeiro e Rooke (2010), em cada Era Histórica, o desenvolvimento de
estruturas hidráulicas se deu de forma diferente e gradativa, adaptando-se às tradições e culturas
do meio, buscando enfrentar as dificuldades sociais, econômicas e naturais, gerindo o espaço e
seus recursos, de acordo com as possibilidades e avanços do conhecimento de cada época, e
impedindo que o lançamento in natura de esgotos nos corpos hídricos pudesse resultar em
impactos negativos sobre a economia, o ambiente e a sociedade. Por essa abordagem, fica claro
que o papel do Engenheiro não é apenas reflexivo e operacional, mais também, político e social
(LEONETI, PRADO e OLIVEIRA, 2009).
Segundo Leoneti, Prado e Oliveira (2009) a Engenharia não é apenas um anseio de
construção coletiva, mas converge anseios individuais num coletivo sociocultural. As obras de
saneamento são feitos de Engenharia e sua influência pode ser observada na saúde, na
mobilidade urbana, no desenvolvimento integral da sociedade e na qualidade de vida de seus
entes. As grandes civilizações do passado e as cidades mais bem desenvolvidas do mundo atual
têm em comum a priorização de sistemas de Saneamento adequados (conforme as possibilidades
tecnológicas de cada época) às demandas de suas populações. Ademais, ao longo da história da
humanidade, a dependência desta em relação aos corpos hídricos fez com que, não só a
manutenção da qualidade da água fosse perseguida, mas também a equidade de sua distribuição.
Por não ser da alçada dos cursos de Engenharia, notou-se a necessidade de
aprofundamento neste tema, ressaltando-se a importância histórica da Engenharia Civil no que
tange o Saneamento a fim de traçar um comparativo entre panoramas históricos, elencando
pontos positivos e negativos. O presente estudo possui, portanto, caráter qualitativo sobre o
histórico do Saneamento, sua importância socioeconômica e político-social.

OBJETIVO

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Apresentar um panorama sobre a história do Saneamento e os contextos econômico,


político e social das civilizações, correlacionando-os com as grandes epidemias de cada época,
desde a Idade Média até os dias atuais, mostrando um breve ressumo dos períodos históricos que
antecipam o desenvolvimento dos sistemas sanitários atuais no Brasil e no mundo.

METODOLOGIA

Aplicou-se a metodologia de pesquisa direta às informações disponíveis, como


publicações, sítios de internet, bem como as diversas reflexões e análises realizadas sobre todo o
material. As inferências foram concluídas das relações apresentadas pelos objetos envolvidos na
pesquisa. Os resultados foram gerados pela integração das informações obtidas. Elas estão em
permanente avaliação dentro da Engenharia, em especial, nas áreas de Saneamento e
planejamento urbano, bem como na política e na economia.

ERA MEDIEVAL

Na Antiguidade, desenvolveram-se técnicas de saneamento, como dutos para captação e


distribuição de água e para coleta e afastamento de dejetos, como em Roma, aterramento de
fezes em locais distantes de residências, controle de vazão para irrigação por meio de diques,
como no Egito, onde há evidências até mesmo da utilização de tubos de cobre no palácio do
faraó Quéops (CAVINATTO, 1992).
Com a queda do Império Romano, as aglomerações humanas se dispersaram, novas
necessidades surgiram, e o arcabouço técnico em uso nas grandes cidades sofreu um retrocesso
em sua aplicação. Neste contexto histórico, inicia-se a Idade Média onde o homem aprendeu,
pelas más consequências, que a poluição das águas e o acúmulo de resíduos sólidos atraem
doenças, o que corroborou para a busca pelo Saneamento. Com a migração de camponeses para
as cidades, desencadearam-se inúmeros problemas de saúde pública e meio ambiente, haja vista
que as cidades não possuíam Infraestrutura adequada para atender à demanda nascente (ROOKE
e RIBEIRO, 2010).
Para Leguay (2002) é importante mencionar que, após a queda do Império Romano, as
contribuições romanas para o saneamento permaneceram em uso durante a Idade Média, sendo
adaptadas pelas novas aglomerações humanas. Porém, a falta de dados que dificulta a descrição
assertiva desse período histórico impõe a visão equívoca de que os sistemas foram extintos. Na
verdade, algumas cidades serviram-se, por exemplo, do sistema de esgoto Romano remanescente
e que, posteriormente, tornou-se incapaz de atender à crescente densidade demográfica,
resultando em edificações (mesmo de grande porte) com instalações sanitárias inadequadas e
deságue de efluentes a céu aberto nas trincheiras do entorno (POGNON, 1991).
Na chamada baixa Idade Média (séc. XI a XV), o fim das invasões bárbaras
proporcionou estabilidade, crescimento populacional e o aumento do consumo e da produção de
alimentos que dele decorrem. Neste contexto, o modelo de desenvolvimento Europeu se
destacava em quatro pontos: crescimento urbano, consolidado a partir do século XIII com o
surgimento de novos centros econômicos e intelectuais; modernização do comércio e promoção
de mercadorias; desenvolvimento da cultura do conhecimento com a fundação de escolas
urbanas e as primeiras universidades; e o remodelando da nova sociedade pela influência dos

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frades das ordens mendicantes. O Sistema Feudal possuía características para além dos aspectos
econômico, político, social e ideológico. Os bens manufaturados estimulavam ainda mais o
comércio, realçando a oposição entre cidade e campo, e provocando o êxodo rural (NETO e
TASINAFO, 2016).
No entanto, segundo Neto e Tasinafo (2016), o crescimento populacional e o
desenvolvimento urbano, com a centralização da política e o estabelecimento de uma ordem
socioeconômica baseada em relações de cidade-estado, agravaram as condições urbanas de
higiene. A busca por terras melhores para viver culminaram em invasões, saques e destruição de
centros populacionais, prejudicando o comércio com a falta de produtos primários e alastrando a
miséria pela Europa.
A produção agrícola - afetada negativamente por condições climáticas adversas -
tornou-se insuficiente para suprir a demanda da crescente população urbana, e os preços dos
alimentos elevaram-se (FONSECA e VASCONCELOS, 2011). Sobreveio à Europa um dos
períodos mais difíceis da Idade Média, “a grande fome”, com a eclosão de uma série de crises
sociais urbanas, potencializadas pela elevada densidade demográfica vigente. A estrutura de
saneamento básico existente torna-se ineficiente, e a fragilização da saúde da população pela
fome intensifica o contágio e a propagação de doenças como a Hanseníase, a Febre Tifóide, a
Cólera e a Peste Bubônica (peste Negra), provocando intensa mortalidade (HENRY, 1930;
BRIDBURY, 1977).
Conforme Cavinatto (1992), em países como Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha, as
condições de higiene tornaram-se extremamente precárias. Para Velloso (2007), a transmissão de
doenças ocorreu devido à falta de conhecimento técnico em Saneamento e às precárias condições
socioeconômicas da população, que lançava os efluentes domésticos pelas ruas, contribuindo
para infestações de pulgas, percevejos e traças. Casas se tornaram ninhos de ratos que
disputavam restos de comida com os animais de criação. A falta de higiene desencadeou
problemas de cunho social. De um quarto a um terço das crianças morriam no primeiro ano de
vida e, tantas outras, antes dos dez. Somente metade dos nascituros alcançavam a idade adulta.
Assim sendo, nas palavras de Scliar (1987, p. 10).

No Ocidente, a Idade Média ficou conhecida como a Era das Trevas, e do ponto de vista
dos cuidados à saúde a denominação é exata. A queda do Império Romano e a ascensão
do regime feudal tiveram profundas e desastrosas consequências na conjuntura de
saúde, na prevenção e no tratamento de doenças.

De acordo com Duby (1999), a peste bubônica (peste Negra) veio da Ásia pela Rota da
Seda, e era transmitida essencialmente por pragas, principalmente pulgas e ratos, cuja
proliferação potencializada pelo saneamento precário tornou a doença a mais devastadora
pandemia da história da humanidade, em especial, entre os mais pobres, agravando a crise sócio-
política na época. Era uma doença exótica, contra a qual os organismos dos europeus não tinham
defesas, tendo dizimado cerca de 40% da população mundial à época, tornando difícil até mesmo
o enterro dos mortos ou a obtenção de madeira suficiente para os caixões (DUBY, 1999).
Le Goff e Truong (2012) apontam que os mortos eram empilhados às portas das casas, e
os enterros, quando possíveis, eram sumários, reduzindo-se ao mínimo as cerimônias,
procedimento extremo se se considera a Europa católica do medievo, mas simbólico no que diz
respeito ao surgimento de novas teorias e técnicas de Saneamento instigadas pelo flagelo que se
abateu sobre a região.

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ERA MODERNA

A transição da Era Medieval para a Moderna deu-se com a chamada época do


Renascimento. O Renascimento pregava o culto à Antiguidade e a retorno dos ideais clássicos
greco-romanos (GODINHO, 2012). Entre os legados da Idade Média relativos ao Saneamento,
as cidades tradicionais permaneceram entre muros com a rede hidráulica em seu entorno,
geralmente associada a moinhos d’água (GUILLERME, 1990). Os chafarizes destacaram-se
como a arte hidráulica desse período, e eram pensados de forma a salientar os mitos de origem
grega e o Rio Nilo, símbolo de fertilidade em meio ao deserto (alusão ao Renascimento). No
entanto, para além da arte, os chafarizes figuraram como instrumentos de controle e distribuição
de água, evidenciando-se cuidados relativos à escassez e distribuição da mesma, em especial,
junto às canalizações. Sob o governo de Henrique IV (Rei de França), por exemplo, as águas
eram vigiadas e sua utilização ocorria mediante pagamento (ROCHE, 1990). O próprio Vaticano
estimulou a construção de vários aparelhos sanitários hidráulicos, chafarizes, cubas para a
lavagem de lã, banheiros públicos etc. (SCHAMA, 1996).
No entanto, segundo Wendt (2001), ao longo da Era Moderna era comum o lançamento
de efluentes domésticos nas vias, a céu aberto, pela população. Paris, por exemplo, era conhecida
pelo mau cheiro de suas ruas. Frente a isso, havia a preocupação com a poluição das águas, e as
leis que a coibiam estavam associadas ao medo de epidemias e infecções. Nesse contexto, em
1596, John Harrington concebe o primeiro vaso sanitário com descarga, como tentativa de
contornar esse problema. Em 1665, era recomendado que cada residência possuísse sua própria
latrina escavada. Em 1775, Alexandre Cummings desenvolve o sifão em formato de “S”, que
associa à tubulação de descarga por água um “fecho hídrico”, de modo a impedir o retorno de
gases da mesma, afastando o mal cheiro do ambiente doméstico.
Por outro lado, a Era Moderna testemunhou o surgimento do Capitalismo e a expansão
dos centros urbanos, cuja concentração populacional desregrada e impulsionada pela Revolução
Industrial, causaram êxodo rural e problemas sanitários ligados à incapacidade do sistema de
esgoto existente em atender à demanda solicitada. Como consequência, o aumento da poluição
hídrica contribuiu para o surgimento de novas epidemias, como a da cólera e a da varíola
(VILAS BOAS e MAZETTO, 2012).
Nesta conjuntura, surgiram as atividades fabris cuja demanda de serviços passou a ser
instrumentalizada por máquinas a vapor e bombas d’água, ocasionando impactos de ordem
econômica, social e ambiental. O crescimento da indústria exigia o aporte abundante de água e
de mão de obra, que se aglomerava nas cidades. As indústrias têxteis foram as primeiras a se
desenvolverem e a requererem grandes volumes de água em suas linhas de produção. O
surgimento de soluções técnicas para o melhoramento das redes de abastecimento de água
tornou-se imperativo frente a essas novas necessidades (SILVA, 1998).
Segundo Roche (1990), à época passaram a existir duas escolas de pensamento que
defendiam modelos de abastecimento d´água diversos: A escola francesa, inspirada pelo
Renascentismo e pelo culto à Antiguidade, evocava o modelo romano de captação de água junto
aos mananciais e adução por gravidade; e a Inglesa, que defendia o uso máquinas e bombas no
manuseio do recurso em meio urbano.
Outra característica relevante do período foram as Grandes Navegações, ato contínuo
das viagens navais que sempre estiveram presentes no decurso do desenvolvimento humano, mas
neste contexto, sob a égide das caravelas e outras embarcações cuja tecnologia possibilitou
travessias de longas distâncias entre os séculos XV e XVI. Nas viagens pelo Atlântico, novos

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entraves ligados ao saneamento surgiram, entre eles, quanto à água potável e alimentos, para os
quais inexistiam à época conhecimentos técnicos de armazenamento e conservação por longos
períodos, o que culminava na defasagem das condições de higiene e saúde no âmbito das
embarcações (GURGEL E LEWINSOHN, 2010). Segundo Ramos (2004), estocava-se água em
barris de madeira, comprometendo sua potabilidade, e em quantidade reduzida, limitando seu
uso à ingestão, e sendo vedada a utilização do recurso para higiene pessoal ou lavagem de
objetos e roupas.
A insalubridade do ambiente era agravada pelo desenvolvimento de patologias como o
escorbuto, comum em viagens marítimas. A doença provocava hemorragias e baixa cicatrização
(em especial, nas mucosas), sendo causada pela carência de vitamina C, presente em miúdos,
peixes, leites e vegetais, itens praticamente inexistentes na dieta dos tripulantes (WILSON,
1995). Gurgel e Lewinsohn (2010) destacam que, para além do escorbuto, outras patologias não
eram causadas por deficiência vitamínica, mas pelas condições precárias de higiene que
deixavam os tripulantes suscetíveis à proliferação de bactérias, fungos, vírus etc. Mesmo a rota
da viagem poderia definir a comorbidade manifestada na tripulação entre as de maior
transmissibilidade na região de destino, entre as quais: febre tifoide, varíola, sarampo, difteria,
escarlatina, caxumba, coqueluche, tétano e tuberculose. Nos navios, os doentes eram assistidos
por religiosos, em especial, os da Ordem Jesuíta. A escassez de médicos fazia a medicina da
Idade Moderna diferir pouco em relação à da Idade Média.
O Brasil está intrinsicamente ligado às grandes navegações, uma vez que a expansão
marítima Portuguesa nos séculos XV e XVI, visando a descoberta de uma rota alternativa para as
Índias, propiciou o descobrimento, em 1500, das terras que viriam fazer parte do território
brasileiro (SIQUEIRA, 2009). Até o século XIX, a atividade que mais demandava o uso de
águas no Brasil era a dos engenhos. A título de exemplo, em 1620, para fins de abastecimento da
cidade do Rio de Janeiro, foi construído o aqueduto do Rio Carioca e, em 1744, o primeiro
chafariz da cidade. Esses equipamentos sanitários foram ganhando importância à medida que a
urbanização se acelerava, como uma forma de abastecimento coletivo de água (MURTHA,
CASTRO e HELLER, 2015).

ERA CONTEMPORÂNEA

Em 1789, com a queda da Bastilha, em Paris, foi dado início à Era das Revoluções, a
era contemporânea (HOBSBAWM, 2014). Para Hunt (1984) é durante esse período que o
saneamento começa a pautar a gestão pública. Em 1829, na França, existia punição a quem
utilizasse produtos que causassem envenenamento de peixes. Em 1833, na Inglaterra, resíduos
industriais passaram a ser proibidos de serem lançados em águas britânicas (POMPEU, 1976). A
Inglaterra também começa a incluir medidas para controle da poluição das águas.
A Revolução Francesa é caracterizada como o período de transição da Era moderna para
a Era Contemporânea. A população francesa revoltava-se quanto à governança de Luís XVI, a
concentração de riquezas, o endividamento do Estado. O aumento populacional agravou a crise
agrícola e os alimentos produzidos se tornaram insuficientes para atender a demanda de 8 a 9
milhões de habitante. Com o êxodo rural e a busca de emprego nas fábricas, os trabalhadores
eram explorados e submetidos a condições insalubres de trabalho e vida, sem saneamento básico
e vulnerável a muitas doenças como gripe, varíola, tuberculose e cólera (DAVID, 2014;
BRINTON, 2011; HUFTON, 1983) (TABELA 1). Esta última ceifou a vida de mais de 180 mil

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pessoas na Europa (HUCK, 1995) e, segundo Ringen (1979), demandou estudos intensos sobre o
saneamento básico, levados a termo por Edwin Chadwick, em 1842, associando condições
sanitárias às questões de saúde.

Tabela 1 – Principais epidemias da história


Idade
Doença Causa Transmissão Nº de mortos
Me Mo Co
Peste
Bactéria Yersinia pestis Vetores contaminados 50 milhões (1333-1351)
bubônica
Bactéria Salmonella
Tifoide Via feco-oral 3 milhões (1918-1922)
enterica sorotipo Typh
Vírus Orthopoxvirus Via contato - inalação
Varíola ±300 milhões (1896-1980)
variolae de aerossóis
Vírus Paramixoviridae Via contato - inalação
Sarampo ±6 milhões/ano (Até 1963)
Morbillivirus de aerossóis
Gripe Via respiratória - Estima-se entre 17 e 100
Virus Influenza H1N1
espanhola inalação de aerossóis milhões (1918-1920)
Bactéria Neisseria Via contato - Inalação
Difteria ±15 mil/ano
meningitidis de gotículas
Bactéria Bordetella Via contato - Inalação
Coqueluche ±58 mil (2015)
pertussis de gotículas
Cólera Bactéria Vibrio cholerae Via feco-oral 1bilhão (1850 – 1950)
Bactéria Mycobacterium Via respiratória -
Tuberculose 1bilhão (1850 – 1950)
tuberculosis inalação de aerossóis
Protozoários do gênero
Malária Vetores contaminados 3-5 milhões/ano
Plasmodium
Via contato com sangue,
Aids Vírus HIV sêmen e outros fluidos 22 milhões (Desde 1981)
corpóreos
Via respiratória -
Covid-19 Vírus SARS-CoV-2 4 milhões
inalação de aerossóis
Legenda: Me – Média; Mo – Moderna; Co – Contemporânea.
Fonte: A autora (2021).

No Brasil, a falta de saneamento afetava a qualidade da vida da população. Escravos


carregavam água para consumo e os efluentes eram descartados através de recipientes de
madeiras (FREIRE, 2003). Várias doenças chegavam ao Brasil por meio de viajantes, e as
epidemias surgiram associadas às péssimas condições sanitárias da época (DE SWAAN, 1990).
As epidemias (varíola, febre amarela, tuberculose, peste bubônica) assustavam a população e
preocupavam as autoridades. O governo Imperial criou medidas para centralizar as ações de
saúde pública, como a Junta de Higiene, proposta em 1849 a fim de controlar a febre amarela.
Com o aumento das atividades em 1851, passou a se chamar Junta Central de Higiene Pública e,
posteriormente, com o aumento de casos de varíola, tornou-se Inspetoria Geral de Higiene, em
1886, propagando a vacinação antivariólica (FERNANDES, 2004; TEIXEIRA 2000).
Para Miranzi et al. (2010) com o avanço das epidemias advindas da Europa era
necessário formar uma vigilância sanitária, surgindo assim no ano de 1894, o primeiro Código
Sanitário do Estado de São Paulo contento 520 artigos com normas de higiene e saúde pública.
Recentemente, em 1971, surge então o Plano Nacional de Saneamento (PLANASA).
Na virada do século XIX para o XX, surgiram reformas movidas pela República e seu
ideal positivista, e pelo novo contexto brasileiro livre de trabalho escravo. A idealização dessas

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reformas queria uma cidade modernizada e “higiênica”. A massa populacional trabalhadora,


antes escrava, foi varrida para subúrbios e espaços segregados. Desse contexto, surgiram os
planos de controle de epidemias (RAMOS, 2003).
Entretanto em 1903, a fim de coibir epidemias, uma série de mudanças urbanas e
sanitárias ocorria. O engenheiro Pereira Passos autorizou o alargamento de ruas, a destruição de
cortiços e a retirada da população pobre de moradias antigas. A Diretoria Geral de Saúde
Pública, por meio de Oswaldo Cruz, alinhou a campanha de saneamento da cidade à necessidade
de erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. O governo estabelece uma lei que
obriga a população a se vacinar, provocando irritação da população e contribuindo para protestos
populares que, posteriormente, se converteram no motim popular denominado Revolta da Vacina
(BENCHIMOL, 2003).
Na década de 80 ocorre uma epidemia de uma nova doença, provocada pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV), identificado inicialmente nos EUA. À época, a doença
apresentava alta gravidade e foi classificada como pandêmica devido à sua alta taxa de
contaminação. Hoje se encontra estável. Inicialmente, a população considerada vulnerável à
doença era de homens homossexuais, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos (CUNHA et
al., 2014). Entretanto, atualmente ocorre um aumento de casos na população masculina
heterossexual e idosa, devido à falta de medidas preventivas e pelo prolongamento da vida
sexual, possibilitado pela indústria farmacêutica (PINTO et al., 2007). Em países mais pobres,
que possuem os maiores índice de HIV, a doença é agravada pela escassez de água potável para
a população, uma vez que os soropositivos necessitam de água para higienização de suas roupas
e pertences, além de demandarem uma reidratação constante. A falta de acesso a banheiros
também prejudica as condições de sobrevivência, já que diarreia é um dos sintomas da doença.
Por isso, mesmo a transmissão da doença não tendo como meio a água, a falta de saneamento é o
que agrava a mortalidade da mesma (MAFUPU et al., 2015).
Na atual pandemia que enfrentamos, embora a contaminação por SARS-CoV-2 ocorra
por via respiratória, a precarização dos sistemas de saneamento ajuda na proliferação da doença.
Tendo o primeiro caso sido descoberto em 2019, em Wuhan (China), em 2020 a disseminação
ocorreu de maneira rápida e já se encontrava por todo o globo. Como uma das maneiras de se
evitar a disseminação está a constante higienização das mãos, que demanda acesso à água
potável pela população (SOARES et al., 2020).

CONCLUSÕES

O presente estudo possibilitou compreender e avaliar que o Saneamento Básico é o fator


determinante na relação entre saúde, qualidade de vida e desenvolvimento social integral.
Historicamente, as políticas e investimentos voltados para o desenvolvimento do saneamento
básico foram aplicados de acordo com as necessidades ou crises existentes na época, com
objetivo de coibir ou sanar crises sociais e péssimas condições de qualidade da saúde da
população. Percebe-se, que o saneamento não é apenas um investimento visando o crescimento
econômico, mas possui amplas vertentes.
Vale ressaltar, que a mortalidade por doenças está relacionada ao saneamento básico
ineficiente ou à inexistência do mesmo, visto que a falta de higienização e a dificuldade no
armazenamento de água agrava a proliferação de doenças e é determinante no surgimento de

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novas infecções por parasitas. Ademais, observou-se que, em cada Idade histórica, o
desenvolvimento do saneamento provocou a mudança de hábitos de vivência dos seres humanos.

REFERÊNCIAS

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