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CURSO AVANÇADO

NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM


PLATAFORMAS DE PETRÓLEO

2
RESPOSTAS ÀS EMERGÊNCIAS
COM COMBUSTÍVEIS E
INFLAMÁVEIS
MÓDULO 2
RESPOSTAS ÀS EMERGÊNCIAS COM COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS

INTRODUÇÃO

Neste Módulo 2, confira informações sobre respostas às emergências com


combustíveis e inflamáveis.

• O que caracteriza uma emergência? Emergências são situações


graves que colocam à segurança e à saúde dos trabalhadores em
risco. PRE é a sigla para Plano de Resposta às Emergências.

Todo cenário de emergência precisa de um plano de resposta eficaz. O PRE (NR


37.30) fornece as informações necessárias para responder a um acidente originado
em uma instalação Offshore, delineando cenários hipotéticos de emergência até o
ponto de uma evacuação total da embarcação.

• E qual a importância de um plano de resposta às emergências?


Orientar os trabalhadores para onde ir, saber qual a sua função,
ou seja, o PRE é uma maneira de salvaguardar os trabalhadores,
para que ganhem tempo em situações de risco, uma vez que estão
distantes da costa, distante de auxílio.

A última opção é mergulhar no mar! Ficar à deriva pode causar hipotermia, alguém
pode se perder, além de algo poder cair da plataforma e machucar. Atenção!! Se jogar
no mar só quando for autorizado, no ápice da emergência e sem outra opção.

Cada embarcação possui o seu plano de segurança contra incêndio no


qual as instalações, materiais e equipamentos de resposta a emergências são
descritos. As simulações constituem o meio principal de avaliar a eficácia do plano
de resposta e a prontidão para o estado de emergência do pessoal e do equipamento,
avaliando o desempenho e as lições aprendidas.

Um elemento fundamental para a proteção dos trabalhadores em atividades de


risco é o uso de equipamentos de proteção individual e coletivos. A empresa é obrigada a
fornecer gratuitamente aos funcionários equipamentos de proteção que sejam adequados
e em perfeitas condições sempre que houver um risco de acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais que não possam ser evitadas de outras formas preventivas. Mas também
cabe ao trabalhador guardar e conservar seus EPIs de forma a manter sua vida útil.

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As ações de resposta para cada cenário de emergência têm funções específicas


divididas entre os membros da estrutura organizacional do plano de resposta. Para
cada nível de gravidade, uma equipe de suporte diferente pode ser ativada para
fornecer gestão do evento.

Durante as simulações, os brigadistas fazem todos os procedimentos para


situações de emergências. É uma encenação tensa e muito real.

O número elevado de acidentes fez com que surgisse o Mapa de Risco. A


elaboração do mapa tornou-se obrigatória em empresas com grau de risco e número
de empregados que exijam a constituição de uma Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes em Plataformas, a CIPLAT.

E o que seria o Mapa de Risco? É uma representação gráfica dos riscos de


acidente em cada ambiente de trabalho. São usados um padrão de cores para
identificar os tipos de risco e também círculos para determinar o grau do risco.

A ideia do mapa é fazer com que os trabalhadores enxerguem visualmente os


riscos e com isso passem a ter atitudes mais cuidadosas diante dos perigos.

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2.1 | O QUE É UM PLANO DE RESPOSTA ÀS EMERGÊNCIAS?


Neste tópico, vamos aprender sobre o plano de resposta às emergências,
conhecido também como PRE.

Segundo o item 30 da NR-37, a operadora da instalação deve, a partir dos


cenários das análises de riscos, elaborar, implementar e disponibilizar a bordo o Plano
de Resposta às Emergências. O plano contempla ações específicas a serem adotadas
na ocorrência de eventos que configurem situações de riscos graves e iminentes à
segurança e à saúde dos trabalhadores.

O PRE deve ser elaborado considerando as características e a complexidade


da plataforma e contemplar, no mínimo, os seguintes tópicos:

1. identificação da plataforma e do responsável legal, designado pela


operadora da instalação;

2. função do responsável técnico, legalmente habilitado, pela sua elaboração


e revisão;

3. função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e implementação;

4. funções com os respectivos quantitativos;

5. estabelecimento dos cenários de emergências definidos com base nas


análises de riscos e legislação vigente, capazes de conduzir a plataforma
a um estado de emergência;

Os exercícios simulados devem envolver todos os trabalhadores e abranger os


cenários de emergência apresentados. O cronograma de simulações e exercícios
deve testar os arranjos de resposta a emergências sob condições tão realistas quanto
possível. É essencial que as simulações e os exercícios de rotina não se tornem
repetitivos, com o mesmo dia e hora da semana. O acontecimento inesperado é um
dos elementos chave para tornar a simulação real.

O uso de EPI é obrigatório em simulações e exercícios ou em situações reais


de emergência, a menos que possa resultar em risco de vida. Segundo a NR 37,
próximo aos locais de retirada dos Equipamentos de Proteção Individual devem ser
disponibilizados, no mínimo, dois lavatórios para o uso coletivo.

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A operadora da instalação é responsável pela higienização e manutenção da


vestimenta e dos demais EPIs utilizados em atividades com materiais radioativos, bem
como a descontaminação ou a sua substituição imediata, quando danificado ou extraviado.

Após a realização dos exercícios simulados ou na ocorrência de sinistros a bordo


deve ser avaliado o atendimento do PRE, com o objetivo de se verificar a sua eficácia,
detectar possíveis desvios e proceder aos ajustes necessários.

As equipes de respostas às emergências devem:

• ser compostas considerando todos os turnos de trabalho por, no mínimo,


20% do pessoal a bordo;

• ser submetidas a treinamentos e exames médicos específicos para a


função que irão desempenhar, incluindo os fatores de riscos psicossociais,
consignando a sua aptidão no respectivo ASO;

• possuir conhecimento das instalações;

• serem treinadas de acordo com a função que cada um dos seus membros
irá executar.

Mais elementos importantes que devem constar no Plano de Respostas às


Emergências:

• procedimentos de resposta à emergência para cada cenário


contemplado, incluindo resposta a emergências médicas e demais
cenários acidentais de helicópteros previstos na NORMAM 27;

• descrição de equipamentos e materiais necessários para resposta a cada


cenário contemplado;

• descrição dos meios de comunicação;

• sistemas de detecção de fogo e gás;

• sistemas de parada de emergência;

Outro ponto que vale ressaltar é o sistema de parada de emergência do navio


que chamamos de SHUT DOWN. Desliga eletricidade, fecha gás, fecha cabine, desliga
tudo. Aquele botão só deve ser acionado e autorizado pelo capitão.

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Os elementos fundamentais que precisam estar no plano de resposta às


emergências:

• equipamentos e sistemas de combate a incêndio;

• procedimentos para orientação de não residentes quanto aos riscos


existentes e como proceder em situações de emergência; O que é não
residente? São trabalhadores que sobem cada vez em um navio diferente.
Cada navio tem uma planta, apesar de terem a mesma função, a sua
estrutura pode ser diferente.

• procedimento para acionamento de recursos e estruturas de resposta


complementares e das autoridades públicas;

• procedimentos para comunicação do acidente;

• cronograma, metodologia, registros e critérios para avaliação dos


resultados dos exercícios simulados;

• EPI para combater incêndios, adentrar o fogo total e outros.

A operadora da instalação deve manter atualizada a tabela de postos de


emergência e relacionar nominalmente os trabalhadores integrantes da equipe que
compõem o PRE a bordo.

Além disso, deve disponibilizar quais os meios de resgate de emergência durante


todo o período de pouso e decolagem de aeronaves na plataforma, conforme prescrito
na NORMAM/DPC.

E quais os principais objetivos do plano de resposta às emergências?

• Proteger a vida dos ocupantes nas plataformas e áreas de risco;

• Otimizar a utilização dos recursos de resposta e controle da emergência;

• Simplificar o acesso e as operações da Brigada e demais responsáveis


para proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco;

• Reduzir os danos ao patrimônio, meio ambiente e impacto negativo na


lucratividade.

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O Plano de Resposta será revisto quando:

• a instalação for submetida a modificações organizacionais, operacionais


ou físicas que possam afetar seus procedimentos ou sua capacidade de
resposta;

• a análise de risco para novas embarcações indicar novos cenários de


emergência que possam resultar em modificações nos cenários cobertos
por este plano;

• houver mudanças ou novas publicações de normas e legislação aplicáveis;

• após avaliação de um incidente real ou de um exercício simulado, caso


seja considerado necessário para a revisão.

• a cada dois anos, se nenhuma dessas condições surgir.

IMPORTANTE
NORMAM significa Norma da Autoridade Marítima no Brasil, ou
seja, a Marinha legisla os mares brasileiros. A NORMAM 27 consiste
em normas da autoridade marítima para registro de helideques
instalados em embarcações e em plataformas marítimas.

Saber para qual ramal ligar em caso de emergência é essencial.


Nós não temos telefone, daí a importância do rádio operador. A
comunicação tem que ser fluida.

2.2 | EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Neste tópico, vídeo vamos aprender sobre os equipamentos de proteção


individual e coletivo.

E qual é a sigla para equipamentos de proteção?


EPI para equipamentos de proteção individual. E EPC para equipamentos
de proteção coletiva.

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A MODEC segue os padrões estabelecidos pela Norma Regulamentadora


Número 6, garantindo a eficácia da proteção ao trabalhador: a empresa é obrigada
a fornecer gratuitamente aos funcionários equipamentos de proteção que sejam
adequados aos riscos, e em perfeitas condições de conservação e trabalho,
sempre que houver um risco de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais
que não possam ser evitadas de outras formas preventivas.

Numa plataforma de petróleo, cada função de trabalho exigirá um equipamento


de proteção específico. E sempre que houver necessidade, o trabalhador poderá
solicitar a substituição de seu EPI.

O objetivo do Equipamento de Proteção Individual é atenuar o efeito de um


potencial acidente ou doença ocupacional. Portanto, antes de entregar um EPI a um
funcionário, as características do trabalho a ser desenvolvido devem estar de acordo
com o EPI utilizado. O Equipamento de Proteção Individual deve minimizar, na medida
do possível, os efeitos do acidente, ou seja, a severidade.

Uma observação extremamente importante: só devem ser usados os


Equipamentos de Proteção Individual com certificado de conformidade válido, emitido
no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia e qualidade industrial ou de laudos de
ensaio emitidos por laboratórios acreditados pelo INMETRO.

E óculos de segurança graduados? Na Modec,


nós disponibilizamos um modelo de óculos de
segurança graduado para os trabalhadores que
precisam de alguma correção oftalmológica em
suas lentes.

Uma curiosidade: para a correta fabricação


dos óculos de segurança graduados, os
trabalhadores, além da receita oftalmológica com
o grau prescrito pelo médico, precisam aferir as
medidas pupilares. A aferição das medidas pupilares é
importante para que se conheça a posição exata das pupilas
dos olhos dos trabalhadores nas lentes, para que o centro óptico
desta fique exatamente posicionado.

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Tanto a empresa quanto os trabalhadores


têm responsabilidades em relação aos
equipamentos de proteção individual.
Segundo a NR 6:

• a empresa deve: exigir o uso


dos equipamentos de proteção,
fornecer ao trabalhador somente o
equipamento aprovado pelo órgão
nacional competente em matéria
de segurança e saúde no trabalho,
orientar e treinar o trabalhador
sobre o uso adequado, guarda e conservação do equipamento,
substituir imediatamente, quando for danificado ou extraviado,
responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica dos
equipamentos, comunicar qualquer irregularidade observada e
registrar o fornecimento do equipamento ao trabalhador, podendo
ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.

• O trabalhador deve: usar o equipamento de proteção individual apenas


para a finalidade a que se destina, além de responsabilizar-se pela guarda
e conservação. O trabalhador sempre deve comunicar ao empregador
qualquer alteração que torne o equipamento impróprio para uso e cumprir
as determinações da empresa sobre o uso adequado.

• Todo equipamento de proteção individual deve apresentar em letras visíveis


o nome comercial da empresa fabricante e o lote de fabricação. Esses
dados são importantes caso haja algum problema com o equipamento.
Na MODEC Brasil, todo Equipamento de Proteção Individual deve ser
homologado e passar por um processo de teste.

Há dois equipamentos para a cabeça: o capacete e o capuz:

• Existem três tipos de capacetes: temos o capacete para proteção contra


impactos de objetos sobre o crânio, o capacete para proteção contra
choques elétricos e o capacete para proteção do crânio e face contra
agentes térmicos.

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• Já o capuz ou balaclava pode ser de quatro tipos. Existe o capuz para


proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica, o capuz
para proteção do crânio, face e pescoço contra agentes químicos, o
capuz para proteção do crânio e pescoço contra agentes abrasivos e
escoriantes e o capuz para proteção da cabeça e pescoço contra umidade
proveniente de operações com uso de água.

Os equipamentos de proteção dos olhos e da face são três: óculos, proteção


facial e máscara de solda:

• Temos óculos para proteção dos olhos contra impactos de partículas


volantes, óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa,
óculos para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta, óculos para
proteção dos olhos contra radiação infravermelha e óculos de tela para
proteção limitada dos olhos contra impactos de partículas volantes.

Em relação à proteção facial:

• Temos protetor facial para proteção da face contra impactos de


partículas volantes, protetor facial para proteção da face contra
radiação infravermelha, protetor facial para proteção dos olhos contra
luminosidade intensa, protetor facial para proteção da face contra riscos
de origem térmica e protetor facial para proteção da face contra radiação
ultravioleta.

A máscara de solda é usada para proteção dos


olhos e face contra impactos de partículas volantes,
radiação ultra-violeta, radiação infra-vermelha e
luminosidade intensa.

A proteção auditiva também é muito


importante para quem trabalha nas plataformas
de petróleo. O instrumento ajuda a proteger
o sistema auditivo contra níveis de pressão
sonora superiores ao estabelecido pela norma
regulamentadora número 15.

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As luvas e as mangas, que fazem parte dos equipamentos para proteção dos
membros superiores, são essenciais para proteger as mãos e os braços contra agentes
cortantes,perfurantes, térmicos, químicos e choques elétricos.

O calçado é usado para proteção contra impactos de quedas de objetos, energia


elétrica e agentes químicos.

Os macacões servem para proteção do tronco e membros superiores e inferiores


contra agentes térmicos e químicos. Há aqueles que protegem todo o corpo contra
choques elétricos, químicos e precipitação pluviométrica.

A operadora da instalação é responsável pela higienização e manutenção da


vestimenta e dos demais EPIs utilizados em atividades com materiais radioativos,
bem como a descontaminação ou a sua substituição imediata, quando danificado ou
extraviado.

Para termos um ambiente de trabalho seguro é preciso que existam


equipamentos de proteção coletiva. Esses equipamentos são oferecidos pela
empresa e podem ser fixos ou móveis. Quer um exemplo? Um guarda-corpo.

Resumindo, os EPCs agem de forma coletiva, diferentemente dos EPIs que


são individuais.

Equipamentos de Proteção Coletiva fundamentais para qualquer ambiente de


trabalho: kit de primeiros socorros, exaustores, sensores de presença, extintores de
incêndio, redes de proteção, detectores de fumaça e sistema de sinalização, ou seja,
placas e cones.

SAIBA MAIS
No anexo 1 da NR 6 há uma lista com todos os equipamentos de
proteção individual obrigatórios no Brasil. Confira na íntegra:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-
de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06.pdf

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2.3 | PROCEDIMENTOS PARA COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE


A cada embarque, todos os membros da equipe de resposta devem ser
avaliados pelo profissional de saúde a bordo para garantir a aptidão para atender
as situações de emergência.

Quando ocorre um evento em uma instalação, o processo de notificação e ativação


deve começar imediatamente. A MODEC tem um sistema de quatro níveis para gestão
de resposta a emergências. Cada equipe tem sua função específica.

• A equipe de resposta de campo, FRT, tem a função de restringir o


incidente, ou seja, um membro da FRT recebe orientações e se reporta
ao comandante no local. O gerente de instalação offshore atuará como
comandante e será responsável por conduzir os esforços de resposta
durante qualquer incidente envolvendo a instalação. Ele contará com o
apoio da Equipe de Gestão de Incidentes.

• A função da Equipe de Gestão de Incidentes, IMT, é oferecer apoio


logístico e técnico para a Equipe de Resposta de Campo.

• Já a Equipe de Apoio aos Negócios, BST, lida com a mobilização de


recursos críticos e o tratamento de situações complexas em que vários
stakeholders estão envolvidos.

• Por fim, a equipe de gestão de crise, CMT, é acionada quando o estágio


de crise é atingido e a reputação da MODEC está em risco, prejudicando
a continuidade do negócio.

Os dois caminhos básicos de comunicação de um acidente que o pessoal da


empresa deve seguir são o interno e o externo.

A comunicação interna será aquela que ocorrer primeiro entre o “First”


responder e o supervisor, e logo a seguir entre o supervisor e a gestão. Qualquer
pessoa que notar um incidente deve notificar o seu supervisor imediatamente.

Os meios de comunicação são geralmente VHF, que é a radiotelefonia, ou


sistema de fonoclama. Dicas essenciais para o protocolo de rádio:

• Seja breve e vá direto ao ponto;

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• Ouça antes de iniciar a transmissão;

• Certifique-se que uma dada mensagem seja recebida corretamente,


sendo importante que o receptor repita o que o transmissor disse;

• Certifique-­se de que o que você está dizendo não pode ser mal
interpretado. Use frases curtas e simples;

• Não fale imediatamente ao pressionar o botão push to talk, principalmente


com rádios digitais que, apesar de todas as suas vantagens, possuem um
atraso um pouco maior. Aguarde 2­3 segundos antes de começar a falar;

• Não grite no rádio, isso apenas distorce sua transmissão;

• Não aumente o volume totalmente. Isso esgota a bateria e causa distorção.


Também não tem efeito na qualidade da transmissão de saída;

• Evite ligações excessivas. Use o rádio apenas para fins relacionados ao


trabalho.

O Supervisor deve notificar imediatamente o Gerente de Instalação Offshore e


Comandante no Local, que deve ativar o plano e a equipe de resposta antes de lidar
com a comunicação em terra.

O Gerente de Instalação Offshore deve contactar o Gerente de Operações, que


ativará o Gerente de Área.

O Gerente de Área discutirá em conjunto com o Gerente Geral de Operações do


Brasil e o Gerente de Saúde, Segurança Ocupacional, Segurança Patrimonial e Meio
Ambiente o potencial de agravamento do incidente e determinará a gravidade.

Em relação a comunicação externa, a Marinha é o órgão externo que deve ser


notificado pelo Gerente de Instalação Offshore nos casos de ocorrência dos seguintes
incidentes e fatos:

• Emborcamento;

• Colisões;

• Incêndio/Explosão;

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• Condições meteorológicas adversas ou do mar;

• Falha em equipamentos que possam colocar a embarcação em perigo;

• Descarte de cargas;

• Deficiências técnicas da embarcação ou tripulação;

• Outros fatos que coloquem em perigo a segurança e estabilidade da


embarcação;

• Outros fatos que colocam em perigo a segurança do tráfego marítimo, da


vida e preservação ambiental.

Em caso de emergência, pode ser necessário comunicar a equipe em terra da


contratada. Os contatos são encontrados no processo de contratação do serviço.

Somente o Comandante no Local tem autoridade para determinar o


encerramento das operações de emergência a bordo.

Pelo menos os seguintes tópicos devem ser avaliados para encerrar uma
emergência a bordo:

• Confirme se todas as áreas evacuadas são seguras para entrar novamente;

• Certifique-­se que todo o pessoal abrigado no local e/ou evacuados sejam


notificados imediatamente quando a notificação de prontidão for dada;

• Acompanhe os procedimentos pós ­incidente;

• Certifique­-se que todas as declarações, registros de ação, formulários


e documentação relacionados ao incidente sejam armazenados com
segurança;

• Compile e guarde os registros, conduza debriefings de resposta a


incidentes para todo o pessoal envolvido e relate conforme necessário.

Após o fim de um evento de emergência, o comandante no Local utilizará o relatório


de incidentes de emergência para emitir a Notificação de Incidentes no sistema de
gestão da empresa.

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Os testes de comunicação devem ser realizados periodicamente com o IMT, ou


seja, no mínimo a cada seis meses. É necessário checar o telefone satélite, certificar
a lista de contatos e a disponibilidade dos equipamentos de comunicação.

IMPORTANTE
Confira mais informações nos guias da Modec: “Investigação e
Comunicação de Incidentes” e “Gestão de Emergências Offshore”.

2.4 | ESTRATÉGIAS E RECURSOS DE RESPOSTAS

Você sabe quais são as estratégias e recursos para as respostas de emergência?


Os procedimentos operacionais de resposta à emergência devem ser baseados nas
análises de risco.

De acordo com a NR 37, a operadora da instalação deve elaborar, documentar,


implementar e divulgar as análises de riscos das instalações e processos, devendo ser
revisada ou revalidada no máximo a cada cinco anos.

Qualquer ocorrência que apresente potencial de impacto deverá ser


imediatamente comunicada às autoridades municipais e aos órgãos de fiscalização
ambiental estadual e federal.

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As ações de combate e neutralização dos efeitos da ocorrência de uma situação


de emergência deverão ser centralizadas numa coordenação única. Capitão, Oficial
de Náutica, Segurança e pessoas de áreas estratégicas.

A coordenação do combate à emergência deverá ser exercida em tempo integral


e com dedicação exclusiva. Após a constatação da emergência, o observador deverá:

• Interromper suas atividades;

• Desencadear o fluxograma de comunicação de emergência, acionando


as brigadas de combate à emergência.
Ao ser informado da emergência, o coordenador do plano deverá avaliar a
emergência e dar início às ações de combate utilizando a técnica mais adequada.

O coordenador do plano precisa:

• Considerar as condições meteorológicas do local, isto é, verificar a direção


do vento, chuvas;

• Analisar o local sinistrado para determinar a gravidade e extensão da


emergência;

• Verificar a existência de vítimas;

• Identificar os possíveis danos ao meio ambiente;

São inúmeras as possibilidades nas situações de risco, por isso é necessário


saber todas as técnicas. Além de avaliar a emergência e dar início às ações de combate
utilizando a técnica mais adequada, também é preciso:

• Mapear os riscos existentes no local, gerados pela emergência;

• Isolar e sinalizar a área da emergência;

• Verificar as rotas tanto para acesso como para fuga;

• Determinar o acionamento da equipe de resposta de acordo com as


necessidades apresentadas;

• Assumir o comando das ações de combate, até o encerramento da


emergência.

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E o que comunicar em caso de emergência?

• nome e número de onde fala, no caso o ramal;

• endereço completo, ou seja, o local do navio onde se encontra;

• condições dos feridos;

• vítimas que receberam os primeiros socorros;

• quais fontes de energia foram cortadas;

• e se foi preciso desligar as válvulas.

Tem unidade que é mais antiga, não tem bina. Então é preciso dizer “Ah, eu
estou aqui no ramal x, à bombordo, na saída y.” Com essas informações já é possível
mapear onde você está.

As ações a serem tomadas pelas equipes de emergência são:

• Isolar imediatamente a área num raio de no mínimo 10 metros em todas


as direções;

• Permanecer contra o vento, ou seja, com o vento pelas costas. Por quê?
Para que consiga respirar o ar certo em caso de incêndios e não inalar
tanta fumaça;

• Manter pessoas afastadas da área.

Mais uma vez trazendo a explicação para um cenário real, onde consiga perceber
que todos têm uma função essencial:

• O comandante é o coordenador geral. Comunica-se com escritório e


outras embarcações.

• O imediato coordena a faina de incêndio/emergência no convés e


acomodações.

• O oficial náutico é o primeiro bombeiro em combate a incêndio/


vazamento no convés. Auxilia os bombeiros a vestir a roupa e também
combate o incêndio na máquina.

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• O contramestre auxilia no combate de incêndio e cuida da recarga dos


cilindros de O2 / kit SOPEP.

• O marinheiro 1 transporta a roupa de bombeiro do passadiço para o ponto


de reunião.

• O chefe de máquinas é responsável por coordenar a emergência na


máquina. Liga as bombas, fecha ventilação, fecha portas estanques,
aciona o sistema “WATERMIST” tudo conforme ordem do comandante.
Para quem não sabe, o sistema water mist é uma tecnologia avançada
para o combate de incêndios com água.

• O mecânico auxilia o chefe de máquinas no combate de incêndio. Fecha


todas as válvulas e ventilações, desalimenta os circuitos.

• O cozinheiro desconecta o fogão, aciona a botoeira de isolamento elétrico,


desperta todos os passageiros. Prepara maca e primeiros socorros e
auxilia os feridos.

Conseguem perceber a relevância de todos num evento de emergência?

Uma observação importante, a utilização de pessoal em áreas com atmosfera


explosiva, incluindo a equipe de resposta às emergências, não é permitida,
independentemente do cenário. A identificação é feita com oxiexplosímetro portátil ou
detector fixo.

Uma vez configurada uma emergência, a equipe de resposta deve iniciar o


atendimento com os recursos que foram disponibilizados para ela. Os materiais e
equipamentos de resposta nas instalações offshore são apresentados no plano de
segurança específico de cada instalação. Os equipamentos devem ser inspecionados
e mantidos de forma a garantir sua disponibilidade em caso de emergência.

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2.5 | MAPEAMENTO DE RISCO


O número elevado de acidentes, com perdas humanas e financeiras, fez com que
surgisse no Brasil a criação do Mapa de Risco.

A elaboração do Mapa de Riscos é obrigatória para empresas com grau de risco


e número de empregados que exijam a constituição de uma Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes.

O Mapa de Riscos deve ser elaborado pela CIPLAT, com a participação dos
trabalhadores envolvidos no processo produtivo e com a orientação do Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho do estabelecimento,
quando houver.

CIPLAT é a sigla de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes em Plataforma.

O que diferencia a CIPLAT do SESMT é que o serviço especializado em engenharia


de segurança e medicina do trabalho é composto exclusivamente por profissionais
especialistas em segurança e saúde no trabalho, já a CIPLAT não.

Mas o que é exatamente o Mapa de Risco?


O Mapa de Risco é um diagrama dos riscos de acidentes nos diversos locais
de trabalho, inerentes ou não ao processo produtivo. O mapa deve ser afixado
em locais acessíveis e de fácil visualização. O objetivo é informar e orientar os
trabalhadores e pessoas que, eventualmente, transitem pelo local.

O mapeamento faz com que os trabalhadores enxerguem os riscos e com


isso passem a ter atitudes mais cuidadosas diante dos perigos, contribuindo com a
eliminação e controle dos riscos detectados.

Os processos para elaboração de um mapa de risco devem conter:

1. a estrutura e atividades do local de trabalho, ou seja, o número de pessoas,


treinamentos profissionais, jornada de trabalho, instrumentos e materiais
de trabalho, atividades exercidas e descrição de local;

2. identificar os riscos existentes no local de trabalho;

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3. identificar as medidas preventivas e a sua eficácia;

4. identificar os indicadores de saúde;

5. conhecer os levantamentos ambientais;

6. criar o mapa, ou seja, fazer o seu diagrama;

Uma observação importante: quando falamos em medidas preventivas temos que


descrever as medidas de proteção coletiva, de organização do trabalho, de proteção
individual e de higiene e conforto. Além disso, nos indicadores de saúde, temos que
conhecer as queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos
aos riscos, quais os acidentes de trabalho mais comuns, as doenças profissionais
diagnosticadas e as causas mais frequentes de ausência no trabalho.

Ao elaborar o mapa de risco de uma área de trabalho, é preciso saber a cor


que aquele grupo de risco pertence. Existe um padrão de cores para identificar os
riscos dos locais.

Verde significa risco físico. Vermelho significa risco químico. Marrom significa
risco biológico. Amarelo significa risco ergonômico e azul significa acidente.

• O que seria risco físico? É o calor ou frio extremo, ruídos, vibrações, a


radiação ionizante e não ionizante, pressões anormais e umidade.

• Os riscos químicos são as poeiras, os fumos, a neblina, os gases e


vapores, as substâncias compostas e os produtos químicos em geral.

• Em relação aos riscos biológicos nós temos os vírus, as bactérias, os


fungos, os parasitas e os bacilos.

• E os riscos ergonômicos? São os esforços físicos intensos, o


levantamento e transporte manual de peso, o trabalho em turno noturno,
as jornadas de trabalho prolongadas e as situações provocadoras de
estresse psíquico e físico.

• E o que pode causar os riscos de acidentes? Arranjo físico inadequado,


máquinas e equipamentos sem proteção, iluminação inadequada,
probabilidade de incêndios ou explosões, animais peçonhentos, além de
outras situações que possam acabar em uma eventualidade.

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Um detalhe importante na hora de criar o mapa é o tamanho do círculo. Os


círculos podem ser colados ou desenhados e o tamanho representa o grau de risco.
Logo, um círculo grande representa um risco grande, e assim por diante.

Cada um dos círculos deve ser colocado na parte do mapa que corresponde ao
lugar onde existe o problema. Caso existam num mesmo ponto várias situações de
risco, basta colocar um único círculo dividido com as cores correspondentes.

O mapa foi criado para informar e orientar os trabalhadores. É um modelo


participativo com soluções práticas e baseadas no dia a dia de quem vive aquela
realidade no ambiente de trabalho. As cores representam os agentes de riscos, que
podem provocar diferentes danos à saúde ocupacional dos trabalhadores.

O mapa de risco informa e conscientiza os trabalhadores. É um instrumento que


pode ajudar a diminuir a ocorrência de acidentes de trabalho.

A divisão da empresa em setores ou pavimentos ajuda na identificação dos


riscos. Faz parte das etapas do mapeamento de risco o levantamento dos riscos, a
elaboração do mapa, a análise dos riscos, a elaboração do relatório, a apresentação
do trabalho, a implantação, o acompanhamento e a avaliação.

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2.6 | NÍVEIS DE EMERGÊNCIA


O desenvolvimento da resposta de emergência depende da gravidade do
incidente, que é classificado em níveis: nível 1, nível 2 e nível 3.

Como falamos nos vídeos anteriores, a gravidade do incidente é definida pelo


gerente de área em conjunto com o gerente de operações, o gerente geral, além do
HSSEQ, que é a sigla para Health, Safety, Security, Environment & Quality.

• O nível 1 tem duas medidas: leve ou pequeno. O nível 1 será considerado


leve quando um incidente envolvendo um ferimento pequeno pode ser
resolvido com primeiros socorros. Um outro exemplo é um derramamento
pequeno e sem necessidade de ser relatado. No nível 1, a resposta à
emergência está dentro das capacidades da Equipe de Resposta de
Campo.

Em relação a infraestrutura, incidentes de nível 1 leve causam um dano muito


pequeno à propriedade e no qual não é necessário nenhum tempo de recuperação.
Em contrapartida, se houver necessidade de atendimento médico, pequenos danos
ao local ou edificações, o nível 1 deixa de ser leve, e passa a ser de medida pequena.
Neste caso, também está incluído o pequeno impacto ambiental que pode envolver
um vazamento relatável.

• O nível 2 caracteriza acidentes de grandes proporções. Por exemplo, um


incidente com um ferimento grave, que cause afastamento e notificação,
um derramamento significativo com mais de 100 barris, não ultrapassando
os 1000 barris ou um dano significativo à propriedade resultando em
paralisação parcial do local, além de limitação do acesso e recuperação
prevista de 1 a 3 dias.

No nível 2, o plano de resposta às emergências deve ser gerenciado pela


equipe de resposta de campo com a ajuda da equipe de gestão de incidentes.
É preciso garantir que o local esteja seguro e iniciar os procedimentos para
recuperação do local.

O nível 3 pode ser de dois tipos: grave ou catastrófico.

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Como exemplo de nível 3 grave temos um incidente que resulta em um


ferimento permanente ou em uma única fatalidade. Também é considerado grave
um grande derramamento com mais de 1.000 barris, não ultrapassando os 10.000
barris. Em relação à infraestrutura, há a possibilidade de haver um grande dano
para os ativos, paralisação do local e a recuperação do local entre 7 e 10 dias.
Neste caso, uma agência do governo precisará ser notificada, o que atrai a atenção
da imprensa nacional.

No nível 3, de medida grave, o plano de resposta às emergências deve garantir


que a capacidade da resposta seja mantida. É imprescindível definir a resposta
aos negócios e garantir a conexão direta com as partes interessadas, conforme
necessário.

Quando o nível 3 deixa de ser grave e passa a ser catastrófico, há possibilidade


de o incidente resultar em várias fatalidades, causando um grande dano aos ativos
e todo o local é paralisado, com o acesso proibido e tempo de recuperação superior
a 10 dias. Se ocorre um derramamento, é de grande extensão, com mais de 10.000
barris e impacto significativo no meio ambiente. A reputação da empresa sofre grandes
implicações negativas.

O plano de resposta às emergências passa a gerir uma crise geral e tem que
garantir uma capacidade de resposta eficaz.

Os cenários de emergência devem ser analisados com muito cuidado,


principalmente os Eventos de Acidente Grave, conhecidos como MAEs.

Eventos de acidentes graves representam os incidentes que dão origem a


fatalidades ou derramamento grande e maciço de óleo. Esse tipo de evento necessita
de cuidados extremos e um plano de resposta às emergências competente e objetivo.

Exemplos de cenários de emergência que podem levar a Eventos de Acidente Grave:

• Liberação de gás tóxico;

• Incêndio e explosão;

• Derramamento de óleo no mar;

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• Colisão;

• Perda de estabilidade; e

• Emergência de condições meteorológicas extremas.

Segundo a NR 37, a partir das análises e estudos de riscos, a operadora da


instalação deve elaborar procedimentos operacionais para o sistema de parada da
plataforma, em função do local e tipo de emergência. E a empresa deve, a partir dos
cenários das análises de riscos, elaborar, implementar e disponibilizar a bordo o Plano
de Resposta a Emergências com ações específicas a serem adotadas na ocorrência
de eventos que configurem situações de riscos graves e iminentes à segurança e à
saúde dos trabalhadores.

Na Modec, dispomos de uma lista de estações de emergência, como todas as


equipes de resposta de campo, que é atualizada sempre que há uma mudança de
tripulação ou novo visitante. A lista de estações de emergência deve ser afixada em
cada passadiço do convés, refeitório, sala de rádio e Sala de Controle Central.

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2.7 | SALA DE GESTÃO DE ACIDENTES


Cada instalação operada pela MODEC tem sua própria sala de gestão de
incidentes. Conhecida pela sigla IMR, o espaço precisa estar fora da zona quente de
um potencial acidente.

A sala de gestão de acidentes precisa ter as seguintes características:

• Ser grande o suficiente para oferecer espaço de trabalho adequado;

• Ser capaz de acomodar uma área de exposição do quadro de status;

• Ter uma boa comunicação e capacidade de suporte eletrônico; e

• Conter os mapas locais da embarcação disponíveis.

Na impossibilidade de encontros presenciais, pode ser criada uma sala de gestão


de incidentes virtuais.

O quadro de status deve conter as principais informações da plataforma e


estar sempre atualizado. Mas o que seria um quadro de status? É um quadro com as
informações essenciais da plataforma de petróleo. É importante que qualquer pessoa
tenha acesso, a qualquer hora, para se ter conhecimento sobre a natureza e o status
de um incidente e das operações de resposta.

Os quadros de status devem ser limitados em número e serem dispostos de


maneira que comuniquem uma mensagem coerente e integrada. Os elementos
principais que devem constar num quadro de status são:

• POB, ou seja, a lista com o nome e número de pessoas na plataforma;

• Lista de estações;

• Número de helicópteros e botes;

• Condições meteorológicas;

• Quadro de eventos;

• Status dos equipamentos;

• Desenho do arranjo geral;

• Infraestrutura de resposta às emergências.

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Na infraestrutura é essencial a descrição do sistema de incêndios e gás, além do


sistema de salvamento.

A área de Exposição do Quadro de Status deve ser estabelecida e mantida pelo


Escrivão.

Os planos e desenhos são materiais essenciais de uma sala de gestão de


incidentes e só devem ser usados em situações de emergência e nunca em operações
rotineiras. Além disso, devem ser mantidos atualizados.

E quais seriam esses desenhos e planos? São os planos de controle de incêndio,


os planos de segurança, os mapas do local com as disposições gerais, os planos de
emergência a bordo de poluição por óleo, o plano de evacuação médica e o plano de
emergência para vazamento de óleo.

O gerenciamento de incidentes é um processo usado pelas equipes para responder


a um evento da melhor forma possível. Por isso, a sala de gestão de incidentes precisa
ser um espaço que visa reunir todas as informações essenciais para a melhor execução
do trabalho.

2.8 | SINAIS E ALARMES


Os sinais e alarmes existentes nas plataformas offshore são disparados quando
ocorre um incidente. Cada um deles tem a sua própria característica e decorre de
acordo com o tipo de acidente e risco existente.

De acordo com a NR 37, a operadora da instalação deve ministrar instruções


gerais a cada embarque. Os trabalhadores precisam saber as características principais
da plataforma e o seu estado operacional, quais são os tipos de alarme disponíveis a
bordo, destacando os de emergência, os procedimentos de agrupamento e de evacuação
em caso de emergência, as rotas de fuga, as localizações dos recursos de salvatagem,
como coletes, bóias, baleeiras, balsas e botes, quem são as lideranças de bordo, quais
as regras de convívio a bordo, especialmente no diz respeito ao silêncio nas áreas das
acomodações e quais os cuidados básicos de higiene e saúde pessoal.

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A definição dos alarmes deve constar no Plano de Resposta às Emergências.


Por exemplo, na MODEC Brasil, acidentes com homem no mar, queda de helicóptero,
incidente de trabalho em altura e lesões terão um alarme com tom sonoro.

Primeiro, o alarme geral irá efetuar dois tons contínuos usando “tom alto” de
1200 Hz a “tom baixo” 500 Hz com um período de varredura de 1 segundo. Se for
necessário o abandono, o alarme terá um “tom alto” contínuo de 1200 Hz e anúncio
por fonoclama. O nosso comunicado é sempre feito de forma bilíngue. Quando a
ordem for restabelecida, o anúncio verbal será feito por meio de sistema de fonoclama
e, novamente, de forma bilíngue.

Em caso de detecção de incêndio, se o sistema de incêndio e gás por alguma


razão houver falhado em soar automaticamente o Alarme Geral, o operador da sala de
controle central deverá imediatamente fazer o seguinte anúncio por fonoclama:

ATENÇÃO TODO O PESSOAL


ATENÇÃO TODO O PESSOAL
TEMOS UMA INDICAÇÃO DE INCÊNDIO NA ÁREA X
O primeiro trecho do anúncio deve ser repetido duas vezes.
ATENÇÃO TODO O PESSOAL
ATENÇÃO TODO O PESSOAL
TEMOS UMA INDICAÇÃO DE INCÊNDIO NA ÁREA X
PAREM TODAS AS ATIVIDADES E DIRIJAM-­SE AO PONTO DE ENCONTRO
A mensagem completa deve ser repetida duas vezes.

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No caso da detecção de gás temos duas situações: a detecção de gás não


confirmada e a detecção de gás confirmada.

Em caso de detecção de gás não confirmada e iniciada em um detector de gás


fixo, o operador da sala de controle geral fará contato imediato com o técnico externo
designado e o instruirá a obter um detector de gás portátil e investigar a área em questão
para informar suas constatações. Caso o relatório do técnico confirme a presença de
gás na área, o operador da sala de controle deverá seguir com as funções descritas
na detecção de gás confirmada.

Uma observação importante: o ideal é enviar duas pessoas para fazer a


investigação da área.

Em caso de detecção de gás pelo
sistema de gás existente do navio, um
alarme será soado no local e aparecerá
no painel da sala de controle central.
O alarme alerta o operador para
consultar o painel de simulação do
sistema do navio a fim de decifrar qual
alarme foi gerado. Os alarmes deste
sistema automaticamente ativam um
alarme geral.

Se o sistema por alguma


razão houver falhado em soar
automaticamente o alarme geral da instalação, o operador da sala de controle deverá
imediatamente fazer o anúncio por fonoclama. Além disso, o operador informará
imediatamente o engenheiro de serviço sobre o alarme.

O anúncio deve ser feito da seguinte forma:


ATENÇÃO TODO O PESSOAL
ATENÇÃO TODO O PESSOAL
TEMOS UMA DETECÇÃO DE GÁS NA ÁREA X
PAREM TODAS AS ATIVIDADES E DIRIJAM-­SE AO PONTO DE ENCONTRO
REPITA A MENSAGEM

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ATENÇÃO TODO O PESSOAL


ATENÇÃO TODO O PESSOAL
TEMOS UMA DETECÇÃO DE GÁS NA ÁREA X
PAREM TODAS AS ATIVIDADES E DIRIJAM­-SE AO PONTO DE ENCONTRO
REPITA A MENSAGEM

Em caso de detecção de incêndio e/ou gás confirmada no ponto de encontro


primário, o operador da sala de controle geral fará o seguinte anúncio público:

ATENÇÃO TODO O PESSOAL


ATENÇÃO TODO O PESSOAL
TEMOS INDICAÇÃO DE INCÊNDIO E/OU GÁS DENTRO DA ÁREA DO PONTO
DE ENCONTRO PRIMÁRIO.
DIRIJAM-­SE PARA A ÁREA DE ENCONTRO ALTERNATIVA NA ÁREA X
ISTO NÃO É UM TREINAMENTO
REPITA A MENSAGEM
ALERTAR A EQUIPE DE COMANDO PARA PONTE
ATENÇÃO TODO O PESSOAL
ATENÇÃO TODO O PESSOAL
TEMOS INDICAÇÃO DE INCÊNDIO E/OU GÁS DENTRO DA ÁREA DO PONTO
DE ENCONTRO PRIMÁRIO.
DIRIJAM­-SE PARA A ÁREA DE ENCONTRO ALTERNATIVA NA [ÁREA]
ISTO NÃO É UM TREINAMENTO
ALERTAR A EQUIPE DE COMANDO PARA PONTE

Segundo a NR 37, os sistemas de alarme e comunicação com o pessoal de bordo


deve ser capaz de emitir sinais sonoros e visuais perceptíveis e inconfundíveis, bem como
veicular mensagens audíveis em todos os locais da plataforma destinados à ocupação
humana. Nas áreas em que o nível de ruído contínuo ou intermitente estiver acima de
90 dB devem ser instalados também sinais luminosos. Tenham sempre atenção aos
alarmes e sinais de emergência. A segurança sempre em primeiro lugar!

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1.10 | RESUMO

Neste módulo, aprendemos sobre as respostas às emergências em uma


plataforma de petróleo.

Às vezes entender o pior nos ajuda a ter mais consciência dos perigos. Temos
sempre que analisar a vulnerabilidade do navio, entender quando o plano pode ser falho
e se há falta equipamento para determinada área ou evento. É preciso fazer uma análise
muito crítica para garantir a segurança de todas as pessoas a bordo da plataforma.

Os conteúdos fundamentais para um plano de resposta às emergências são:

• Identificação de cenários acidentais

• Análise de sua vulnerabilidade

• Estratégia e recursos de resposta

• Estrutura organizacional de resposta

• Procedimentos de resposta

• Encerramento da resposta

• Avaliação do desempenho

É fundamental que se determine um


procedimento operacional padrão. Você deve
estabelecer um passo a passo sobre o que
fazer em uma situação de emergência, deve
nomear pessoas e suas responsabilidades
e ser específico para o cenário acidental
apresentado.

A operadora da instalação deve manter


atualizada a tabela de postos de emergência
com o nome dos trabalhadores da equipe que
compõem o PRE a bordo. Se as atribuições forem alteradas pela revisão do plano de
resposta, a operadora da instalação deve capacitar os trabalhadores.

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Ao ler o PRE da sua unidade, questione:

• Estou de acordo com o estabelecido?

• Quais são as especificidades da minha função?

• Se tocar o alarme, eu sei o que fazer?

• O que eu não sabia, mas deveria fazer?

Nas plataformas de petróleo, cada função de trabalho exigirá um equipamento


de proteção específico. O Equipamento de Proteção Individual atenua o efeito de um
potencial acidente ou doença ocupacional.

Lembre-se que tanto a empresa quanto os trabalhadores têm responsabilidades


em relação aos equipamentos de proteção individual. É importante ter cuidado e
conservar os EPIs de forma a manter sua vida útil.

Para termos um ambiente de trabalho seguro é preciso que existam equipamentos


de proteção coletiva. Extintores de incêndios e sinalizações são fundamentais em
qualquer área da plataforma.

Existem dois caminhos de comunicação de um acidente: o interno e o externo:


a comunicação interna será aquela que ocorrer primeiro entre o “first” responder e o
supervisor. A comunicação externa normalmente é feita com a Marinha, para notificar
incidentes como colisões, incêndios, explosões e deficiências técnicas que colocam
em perigo a segurança da embarcação.

Vamos relembrar quatro dicas essenciais para uma boa comunicação via rádio?

1. Seja breve e vá direto ao ponto;

2. Use frases curtas e simples;

3. Não fale imediatamente ao pressionar o botão push to talk, aguarde 2 a 3


segundos antes de começar a falar;

4. Não grite no rádio, isso apenas distorce sua transmissão.

O desenvolvimento da resposta de emergência depende da gravidade do


incidente, que é classificado em diferentes níveis.

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No nível 1, a resposta à emergência está dentro das capacidades da Equipe de


Resposta de Campo. Os incidentes são pequenos e fáceis de serem solucionados.

O nível 2 caracteriza acidentes de grandes proporções. É preciso da ajuda da


equipe de gestão de incidentes para solucionar as consequências.

E o nível 3 pode ser grave ou catastrófico. Neste tipo de acidente, o plano de


resposta à emergência tem que ser capaz de gerir uma crise geral e garantir uma
resposta eficaz na recuperação financeira, estrutural e de pessoal.

O ideal é que cada instalação tenha uma sala de gestão de incidentes com
mapas locais da embarcação disponíveis. Esse espaço precisa estar fora da zona
quente de um potencial acidente e ter um quadro de status com as principais
informações da plataforma.

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