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15/11/2017 CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"

PLANOS DE EMERGÊNCIA
Ricardo Rodrigues Serpa

Introdução | Objetivo e características | Estrutura | Implantação e manutenção | Referências


bibliográficas

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e respostas

1. Introdução
O gerenciamento de riscos em instalações ou atividades perigosas deve contemplar medidas, tanto
para prevenir a ocorrência de acidentes maiores, o que requer a atuação sobre as frequências de
ocorrência de falhas que possam acarretar acidentes, bem como sobre as possíveis consequências
desses acidentes, caso os mesmos venham a ocorrer, minimizando assim os impactos causados às
pessoas e ao meio ambiente.

O Plano de Emergência é parte integrante de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), de


modo que danos causados por acidentes possam ser minimizados ao máximo. Um pré-requisito para
a elaboração de um plano de emergência adequado, para fazer frente aos possíveis danos causados
por acidentes numa instalação industrial, é um detalhado estudo de análise de riscos, de modo que as
tipologias acidentais, os recursos e as ações necessárias para minimizar os impactos possam ser
adequadamente dimensionadas.

Assim, o estudo de análise de riscos deve ser considerado como um pressuposto básico para a
elaboração de um plano de emergência. A limitação dos danos causados por um acidente maior é
proporcional ao nível de planejamento; logo, um plano de emergência adequadamente elaborado e
implantado, certamente tem maior chance de evitar que um acidente se transforme num desastre.

2. Objetivo e características
Um plano de emergência tem por objetivo fornecer um conjunto de diretrizes e informações, visando a
adoção de procedimentos lógicos, técnicos e administrativos, estruturados, de forma a propiciar
respostas rápidas e eficientes em situações emergenciais.

De modo geral, o plano deve possuir as seguintes características:

deve possibilitar que os possíveis danos restrinjam-se a uma determinada área, previamente
dimensionada, evitando que os impactos extrapolem os limites de segurança pré-estabelecidos;
deve contemplar todas as ações necessárias para evitar que situações, internas ou externas, às
instalações envolvidas no acidente, contribuam para o seu agravamento;
deve ser um instrumento prático, que propicie respostas rápidas e eficazes em situações de
emergência;
deve ser o mais sucinto possível, contemplando, de forma clara e objetiva, as atribuições e
responsabilidades dos envolvidos.

3. Estrutura
Conforme mencionado anteriormente, o estudo de análise de riscos deve ser um pressuposto para a
elaboração de um plano de emergência, uma vez que dele devem ser extraídas, entre outras, as
seguintes informações:

cenários acidentais;
consequências esperadas em cada uma das hipóteses acidentais consideradas;
possíveis impactos e áreas afetadas.

Com essas informações é possível planejar a elaboração do plano de emergência, uma vez que passa
ser mais fácil o dimensionamento adequado das seguintes ações:

isolamento;

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sinalização;
definição de pontos de encontro e rotas de fuga;
dimensionamento e localização estratégica de equipamentos de combate e proteção individual;
definição de procedimentos de combate a vazamentos e incêndios.

De modo geral, um plano de emergência para o atendimento a acidentes ambientais, causados


envolvendo produtos ou atividades perigosas deve conter a seguinte estrutura:

a. Introdução;
b. Características das instalações e atividades;
c. Objetivo
d. Área de abrangência;
e. Estrutura organizacional;
f. Acionamento;
g. Procedimentos de combate:

Avaliação;
Isolamento e evacuação;
Combate a incêndios;
Controle de vazamentos;
Reparos de emergência;
Ações de rescaldo (pós-emergenciais).

h. Anexos:

Formulário de registro de ocorrências;


Lista de acionamento;
Recursos materiais;
Fichas de informação sobre substâncias químicas;

A Figura 1 apresenta um exemplo de estrutura organizacional para um plano de emergência, a qual


deve, obviamente, ser adaptada para diferentes casos; no entanto, as funções apresentadas devem
ser contempladas em qualquer plano.

Embora possam ser definidos procedimentos padronizados, é importante que cada uma das hipóteses
acidentais previamente estudadas e seus respectivos cenários de acidentes sejam definidas ações de
combate, compatíveis com os possíveis danos esperados. Os resultados dos estudos de
consequências, obtidos através de modelos de simulação podem fornecer importantes dados para a
definição de ações específicas, por exemplo, em relação a isolamento e evacuação de áreas, com
base nas distâncias atingidas pelos vazamentos ou outros fenômenos previamente estudados.

A Tabela 1 apresenta um exemplo genérico de ações baseadas nos possíveis impactos decorrentes
de diferentes cenários de acidentes.

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Figura 1 - Estrutura organizacional de plano de emergência

Tabela 1 - Ações de controle de acordo com os impactos esperados

Impacto Área 1 Área 2 Área 3


(risco de vida) (risco à saúde) (mal-estar)
Explosão Isolamento e evacuação da área Remoção de pessoas Isolamento da área
Incêndio Isolamento e evacuação da área Uso Isolamento e Uso de roupas
de roupas especiais evacuação da área especiais
Vazamento Isolamento e evacuação da área Remoção de pessoas Isolamento.
tóxico Uso de roupas e máscaras de alto risco Fechamento de
portas e janelas

4. Implantação e manutenção

O sucesso de uma operação de atendimento a acidentes maiores está intimamente relacionado com
as ações de resposta previstas e desencadeadas por um plano de emergência. Assim, para que as
ações previstas num plano resultem efetivamente nos resultados esperados, quando da ocorrência de
situações emergenciais; após a sua elaboração, o plano deve ser devidamente divulgado,
internamente à instituição, além de ser integrado com outros planos locais e regionais, junto a outras
entidades que certamente deverão atuar conjuntamente na resposta aos acidentes.

A implantação do plano, além da devida divulgação, está associada ao suprimento dos recursos,
humanos e materiais, necessários e compatíveis com o porte das possíveis ocorrências a serem
atendidas.

Da mesma forma, faz parte da implantação do plano a implementação, e manutenção, de um


programa de treinamento, em diferentes níveis de dificuldade, contemplando:

treinamentos teóricos;
treinamentos individuais;
exercícios de campo;
operações simuladas de coordenação.

Passada a etapa de implantação, um plano de emergência deve ser permanentemente atualizado e


periodicamente revisado, de acordo com a experiência adquirida ao longo do tempo, tanto em
atendimentos reais, como nos treinamentos realizados. É importante que a manutenção do plano
contemple as seguintes atividades:

sistema de atualização de informações;


registros dos atendimentos realizados;
reavaliação periódica dos procedimentos;
reposição e renovação de recursos.

5. Referências bibliográficas

CETESB. Manual de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análise de Riscos; São


Paulo, 1994.

SERPA, R. R. Planos de Emergência. Apostila do Curso "Introdução à Análise de Riscos", Vol.


2, CETESB, São Paulo, 1997.

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