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SEGURANÇA EXECUTIVA E DE

AUTORIDADES
AULA 5

Prof. Claudionor Agibert


CONVERSA INICIAL
Nesta aula veremos os planos de contingência, a fim de compreender sua
necessidade e suas respectivas características.

TEMA 1 – NECESSIDADE DE PLANOS DE CONTINGÊNCIA


O plano de contingência é muito importante para qualquer seção de
proteção de autoridades e executivos. Para Jocemar Pereira da Silva (s/d), o
planejamento de contingência
Se resume em documento normativo que descreve de forma clara, concisa e
completa a resposta ou ação que deverá ser desencadeada diante de adversidades
ou em caso de acontecimento de um sinistro, perda ou dano, seja ele de ordem
pessoal (humana) ou patrimonial (bens tangíveis e intangíveis).

Exatamente por se pretender minimizar ou eliminar os riscos a que


autoridades e executivos estão sujeitos é que devem ser elaborados planos de
contingência. Sobre a necessidade deles, o mesmo autor assim comenta (s/d):
O planejamento de contingência é uma segurança reserva (uma carta na manga);
ele visa assegurar a continuidade operacional da empresa/residência reduzir ou
anular as consequências do sinistro e evitar que outros sinistros aconteçam em
decorrência das condições especiais. O planejamento de contingência demonstra
sua necessidade de implantação pelos seguintes motivos:
1. Toda empresa ou dignitário estão sujeitos a uma enorme quantidade de riscos.
Se não existir uma previsão sobre as ações que devem ser desencadeadas
diante do acontecimento dos riscos/sinistros, a empresa ou o dignitário poderá ir
à ruína, seja porque não sabe o que e como fazer, ou porque adotou
procedimentos inconvenientes à situação apresentada;
2. Se o planejamento de contingência foi estruturado corretamente, haverá uma
resposta imediata invocando os procedimentos de recuperação da normalidade
da vida empresarial ou da vida do dignitário;
3. Ainda que aconteça um sinistro os danos serão minimizados ou anulados,
conforme o caso;
4. A empresa ou dignitário poderá vislumbrar cenários prospectivos, ou seja, fazer
planejamentos a longo prazo se houver uma segurança preventiva e
contingencial bem estruturada. Diminuirá incertezas e aumentará a convicção da
realização dos objetivos individuais e corporativos.

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Portanto, pode-se observar que o plano de contingência é absolutamente
necessário, e por meio dele será assegurada uma prestação de serviços de
proteção de alta qualidade e competência.

TEMA 2 – CARACTERÍSTICAS DOS PLANOS DE CONTINGÊNCIA


Todo plano de contingência possui características peculiares que
constituem sua estrutura. Araújo Gomes assim esclarece:
Estrutura do Plano básico
 Material de Introdução: O Plano de Contingência deve ser iniciado por certas
informações que facilitem o seu uso e controle. Entre elas recomenda-se as que
se apresentam a seguir: Documento de aprovação, Página de assinaturas,
Registro de alterações, Registro das cópias distribuídas, Sumário.
 Finalidade: A finalidade descreve a motivação pela qual o plano foi elaborado,
estabelecendo de forma clara o que se espera do plano. O restante do Plano de
Contingência deriva de forma lógica a partir da finalidade. A finalidade pode ser
suportada pela apresentação de uma sinopse do Plano Básico, dos Anexos
Funcionais e dos Apêndices Específicos.
 Situação e pressupostos: Após o estabelecimento da finalidade, a descrição de
situação estreita o foco delineando quais as ameaças ou perigos a que o plano
se refere, a caracterização das áreas sujeitas ao plano, e quais as informações
utilizadas na preparação do plano que devem ser tratadas como pressupostos e
não com fatos.
 Operações: Os usuários do Plano Básico precisam visualizar a sequência e a
finalidade das ações planejadas. A seção de operações expõe a abordagem
geral para a emergência. Os seus tópicos devem incluir:
 Organização local dos órgãos e estruturas de resposta;
 Dispositivos de monitoração, alerta, alarme e acionamento;
 Condições de ativação do plano de emergência;
 Níveis de atuação e suas implicações;
 Sequência geral de ação antes, durante e depois da emergência;
 Quem pode solicitar auxílio e em que condições;
 Procedimentos de coordenação, comando e controle.
 Atribuição de responsabilidades: Nesta parte do Plano de Contingência deverão
estar descritas as atribuições de cada uma das agências envolvidas na resposta
a emergências e com atribuições na implementação do plano. Isto inclui uma
lista por agência e departamento das tarefas que devem ser executadas, de
forma a permitir uma consulta rápida sobre quem faz o que, sem os detalhes de
procedimentos incluídos no anexo funcional. Quando duas ou mais organizações
executarem o mesmo tipo de tarefa, uma deve ser identificada como responsável
primária e as demais como receberem a atribuições de apoio e suporte.

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 Administração e logística: Esta parte do Plano de Contingência descreve como
será fornecido o suporte administrativo e logístico, indicando convênios e termos
de cooperação para a obtenção de serviços e suprimentos, realocação de
pessoal das agências envolvidas, procedimentos gerais para compra, locação
ou contratação de recursos e orientações para o registro da obtenção, uso e
prestação de contas dos recursos financeiros.
 Instruções para uso do plano: Esta parte do plano deve estabelecer claramente,
de forma sucinta, onde o plano será utilizado, incluindo um rol das instalações e
percursos explicitamente considerados no planejamento.
 Instruções para manutenção do plano: Esta parte deve estabelecer como
ocorrerá a manutenção do Plano de Contingência incluído os processos para:
 Melhoria do Plano de Contingência, incluindo a periodicidade e modalidade
de exercícios e treinamentos, procedimentos para avaliação das
emergências e responsabilidade pela captura das informações;
 Revisão do plano, incluindo a periodicidade e atribuindo responsabilidades;
 Complementação do planejamento, incluído a orientação para que as
agências com responsabilidade pela implementação do Plano de
Contingência produzam os procedimentos operacionais padronizados
necessários para a sua atuação.
 Distribuição.
 Registro das alterações.

Desta forma, cada seção de proteção de autoridades/executivos que


preparar adequadamente um plano de contingências especificamente voltado
para suas atividades tornar-se-á eficiente e eficaz, cumprindo sua missão com
maestria.

NA PRÁTICA
Estar preparado para adotar as providências necessárias quando algo
acontece pode ser decisivo para proteger a autoridade ou executivo. A tentativa
de assassinato do presidente norte-americano Ronald Reagan merece estudo
detalhado.
Sobre o fato, o canal The History Channel publicou um artigo intitulado
“Hoje na história: Ronald Reagan, presidente dos EUA, é baleado em atentado.
30-03-1981 D.C.”:
No dia 30 de março de 1981, o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan
sofreu um atentado a bala enquanto deixava o Washington Hilton Hotel, em
Washington, D.C. Além de Reagan, outras três pessoas também foram atingidas
pelos disparos de John Hinckley. Aos 70 anos, o presidente norte-americano sofreu

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uma perfuração no pulmão, porém recebeu rápido atendimento médico e conseguiu
se recuperar. O episódio foi retratado no filme "The Day Reagan Was Shot", de
2001. Na época, o vice-presidente era George H. W. Bush, que, no momento do
atentado, estava voltando de um discurso em Fort Worth, no Texas. O autor do
atentado, Hinckley, foi julgado, absolvido por motivos de insanidade e está internado
em uma instituição psiquiátrica. Hinckley teria cometido o crime com o objetivo de
chamar a atenção da atriz Jodie Foster, por quem teria uma obsessão doentia. Ele
estava perseguindo a atriz, que já havia dito que não estava interessada em nenhum
relacionamento com ele. Então, Hinckley pensou em fazer algo impactante para
chamar a atenção de Foster. A ideia de atirar no presidente veio da história do filme
Taxi Driver, protagonizado justamente por Foster. Na época, a imprensa também
divulgou que a família de Hinckley é “conhecida da família do vice-presidente
George H. W. Bush e já fez grandes contribuições para sua campanha política”.

Saiba mais
Recomenda-se também assistir ao vídeo “Reagan Assassination Attempt”, que
retrata a ocorrência (em inglês). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=N1Jid5uRFo4 >.
Dessa maneira, enfatiza-se que um bom treinamento, preparação intelectual
e física para adotar as medidas necessárias certamente fará a diferença.

FINALIZANDO
Nós estudamos nesta aula sobre os Planos de Contingência,
compreendendo sua necessidade e suas respectivas características.

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REFERÊNCIAS
SILVA, J. P. da. Resumo básico sobre segurança de dignitários. Disponível
em:<http://www.assisprofessor.com.br/documentos/escolas/Apostilas1/RESUM
O%20BASICO%20DE%20SEGURANCA%20DE%20DIGNITARIOS.pdf>.
Acesso em: 29 mar. 2017.

GOMES, A. Planos de contingência. Disponível em: <http://www.disaster-


info.net/lideres/portugues/brasil%2006/Apresenta%E7%F5es/CapAraujo03.pdf>.
Acesso em: 29 mar. 2017.

Hoje na história: Ronald Reagan, presidente dos EUA, é baleado em atentado:


30-03-1981 D.C. The History Channel. Disponível em:
<http://seuhistory.com/hoje-na-historia/ronald-reagan-presidente-dos-eua-e-
baleado-em-atentado>. Acesso em: 29 mar. 2017.

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