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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA

QUARTEL DO COMANDO GERAL


DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA
Curso de Habilitação de Oficiais

TÁTICA DE COMANDO OPERACIONAL

INSTRUTOR: MAJOR QOBM FLAUBERT

MAIO DE 2023
OBJETIVOS DA AULA

• Conhecer as características das fases do socorro.


1. PREPARAÇÃO

Medidas a serem adotadas pelas guarnições de serviço que precedem o recebimento do aviso do
socorro, tais como:

• Verificar as condições dos materiais, viaturas e equipamentos, quanto ao seu funcionamento e


manutenção;
• Verificar o número de bombeiros disponíveis e suas principais características (especialidades,
problemas de saúde, experiência profissional);
• Montar as guarnições;
• Orientar as guarnições quanto aos procedimentos de intervenção;
• Realizar treinamentos práticos (teste de prontidão), sempre que possível;
• Levantar os pontos de risco da área de atuação do quartel ou da edificação;
• Conhecer pontos de abastecimento (hidrantes).
2. FASES DO SOCORRO

A divisão do didática socorro em fases visa identificar uma sequência de procedimentos a serem
adotados pelo comandante do socorro na preparação das guarnições desde o recebimento do chamado até
que a ocorrência esteja totalmente solucionada.
As fases possuem características próprias e geralmente estão presentes em todos os atendimentos de
socorro a incêndio.
2. FASES DO SOCORRO

2.1. Aviso:
Nesta fase, a solicitação de socorro é recebida via telefone ou diretamente na unidade.

Quem recebe o aviso deve obter do solicitante o maior número de informações, tais como:

• Local exato do evento (endereço completo e pontos de referência);


• Tipo de evento (princípio de incêndio, vazamento de gás,explosão, incêndio em veículo, etc.);
• Principais características do evento (existência de vítimas, tipo de edificação, proporção do incêndio).
2. FASES DO SOCORRO

2.2. Deslocamento:
É a fase que vai da saída do socorro da unidade até a chegada ao local do sinistro.

Deve ser considerado, para definir o trajeto:


• O melhor itinerário;
• A segurança do trem de socorro;
• A necessidade de uma possível mudança no itinerário de veículos de grande porte;
• A complementação das informações sobre o evento e local;
• O posicionamento do socorro na chegada ao local.
2. FASES DO SOCORRO

2.3. Reconhecimento:
O reconhecimento é a fase onde se faz a coleta de informações úteis e necessárias ao planejamento da
resposta.
Em edificações grandes, o comandante do socorro poderá designar um chefe de guarnição para
verificação das condições internas do incêndio, enquanto reconhece a área externa.

Itens a serem reconhecidos Objetivo

Organização
Características do local Escolher as melhores vias de acesso, os pontos para ventilação e para a o estabelecimento, etc.

Localização exata do foco Determinar a real localização das chamas.

A carga de incêndio Avaliar o risco e a carga de incêndio para determinar o tipo e a quantidade de agente extintor.

Riscos Identificar os riscos e adotar os devidos procedimentos de segurança.

Evolução do incêndio Determinar para onde o fogo se propaga e quais os meios adequados de combate.

Vítimas Saber o número e localização provável das vítimas.

Suprimento de água Verificar a disponibilidade do suprimento de água e possível reforço, se necessário.

Sistemas preventivos Determinar se os sistemas preventivos da edificação podem auxiliar na extinção do incêndio.
2. FASES DO SOCORRO

2.4. Planejamento:
É a fase onde serão desenvolvidas as ações para a solução do evento. No SCI, este planejamento tem o
nome de plano de ação para o incidente (PAI).

Ataque Ofensivo: Ataque Defensivo:


• Confina; • Grande volume de fogo;
• Resfria; e • Recursos indisponíveis;
• Extingue. • Risco de colapso, etc.
2. FASES DO SOCORRO

2.4. Planejamento:

OBJETIVOS • O que e porque;


ESTRATÉGIAS • Como chegar aos objetivos (aos resultados);
TÁTICAS • Quem, onde e quando.
2. FASES DO SOCORRO

2.5. Estabelecimento:
É a fase relacionada à Direção.

De posse do plano de ação, o comandante do socorro aciona os chefes de guarnição e define as


atividades a serem realizadas e o posicionamento das viaturas e equipes.

No estabelecimento, devem ser abordados:

• Transmissão das ordens e informações às equipes;


• Montagem e implementação do plano de comunicação do evento;
• Posicionamento das viaturas (rotas de acesso e saída, possíveis riscos, sistemas de combate a
incêndio, etc);
• Características da edificação (antes de definir a técnica verificar se é possível utilizar os preventivos);
• Características do incêndio;
• As fontes de suprimento de água disponíveis;
• A necessidade de circulação de veículos na área do incêndio (reabastecimento e estabelecimento de
novas viaturas).
2. FASES DO SOCORRO

2.6. Salvamento:
As ações de salvamento das vítimas e extinção do incêndio são realizadas tão logo seja estabelecido o
socorro e devem ser realizadas de uma forma simultânea.

Nas ocorrências de combate a incêndio, o salvamento é realizado imediatamente após se ter


conhecimento de que há vítimas em risco, mediante retirada de vítimas que podem se locomover
(evacuação) e às vítimas visíveis (visualizadas durante o reconhecimento), procedendo:

• Controle de pânico;
• Evacuação;
• Salvamento das vítimas mais expostas;
• Atendimento pré-hospitalar;
• Salvamento de vítimas em risco de vida iminente.
Observação: É possível realizar a atividade de extinção e de busca ao mesmo tempo, entretanto, será
necessário maior número de recursos materiais (linhas de combate e proteção) e de pessoal.
2. FASES DO SOCORRO

2.7. Combate:
É a utilização dos equipamentos e técnicas necessárias à proteção, ao confinamento e à extinção do
incêndio.
A proteção contra exposição e o confinamento devem ter prioridade no combate.
As linhas utilizadas no combate devem estar sempre posicionadas entre o incêndio e a área que ainda não
está em chamas.
2. FASES DO SOCORRO

2.8. Controle:
Mudanças necessárias ao plano de ação a fim de aperfeiçoar as ações de socorro.

São características desta fase:


• Verificar as condições de segurança;
• Observar o desenvolvimento do incêndio;
• Observar o desenvolvimento das ações de socorro;
• Gerenciar os recursos (pessoal, viaturas e materiais);
• Realizar a adaptação do PAI ao desenvolvimento da atividade;
• Verificar a necessidade de reforço.
2. FASES DO SOCORRO

2.9. Inspeção final:


É o procedimento adotado logo após a extinção.

São características desta fase:


• Estabelecer a necessidade e os pontos de rescaldo;
• Verificar a existência de vítimas fatais (polícia criminalística e perícia);
• Em todos os casos, adotar medidas de preservação dos vestígios para a perícia;
• Verificar as condições de segurança do local;
• Localizar objetos de valor que devam ser preservados;
• Verificar a necessidade de remoção de materiais perigosos.

.
2. FASES DO SOCORRO

2.10. Rescaldo:
O rescaldo é a fase que visa eliminar possíveis fontes de reignição, onde restos de material queimado são
revirados e aplicada água para eliminação de todas as brasas e resfriamento dos pontos quentes.
Em caso de dúvida, acionar a equipe de peritos para orientação e coleta de material e informações para
análise ainda durante o rescaldo.
2. FASES DO SOCORRO

2.11. Desmobilização:
É a fase em que os recursos não mais necessários começam a ser liberados da área do incêndio para retorno à
unidade.
O planejamento da desmobilização é necessário para evitar que os recursos permaneçam na área de evento sem
estarem designados ou sem necessidade, por tempo demasiado, deixando outras áreas sem a proteção adequada.
DÚVIDAS?
“Conheces teu inimigo e conhece-te a ti mesmo”.

(Sun Tzu)

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